Se m i n á r i o O consumo de Fruta e a Saúde Alcobaça, 08 de Outubro de 2004 Auditório do MercoAlcobaça Seminário “O consumo da fruta e a saúde” No dia 8 de Outubro, o COTHN e a Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça, promoveram em Alcobaça um seminário dedicado ao tema “O consumo da fruta e a saúde”. Este seminário decorreu no Auditório do MercoAlcobaça. Na sessão de abertura esteve presente o Engenheiro Jorge Soares (Presidente da Associação de Produtores da Maçã de Alcobaça) que falou dos desafios da integração de Portugal na União Europeia e da maneira como os portugueses encararam a agricultura, tendo esta sido fortemente afectada nessa época. Falou também das diferenças entre a maçã produzida actualmente na região de Alcobaça e à duas décadas atrás, pois a maçã actual é um produto diferenciado, produzida com preocupações ambientais e com a qualidade gustativa mínima. Participaram no seminário cerca de 75 pessoas, entre técnicos e dirigentes de centrais fruteiras e de associações de assistência técnica e muitos habitantes da região de Alcobaça. Nestas jornadas contámos com a colaboração preciosa do Eng.º Armando Torres Paulo (Presidente do Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional), da Dr.ª Alexandra Xavier, representante da Associação Portuguesa de Nutricionistas, o Dr. João Breda do Centro Regional da Saúde Pública, DGS e a Dr.ª Elsa Feliciano da Sub-Região de Saúde de Lisboa, que também moderou o debate. Os oradores convidados mencionaram a importância consumo da fruta na saúde e na prevenção de doenças. “A nova roda dos alimentos” A Dr.ª Alexandra Xavier fez uma apresentação sobre a nova roda dos alimentos editada em Dezembro de 2003, COTHN Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional que veio substituir a antiga roda editada em 1997. A diferença entre as duas é que a primeira roda dividia os alimentos em 5 grupos, enquanto que a nova divide em 7 grupos (surgiu um novo grupo, o da água e bebidas e o grupo de vegetais e frutas foi dividido). A palestra foi direccionada sobre o grupo da frutas e o grupo dos hortícolas que representam 43% do total da roda, sendo 23% dos hortícolas e 20% das frutas. O consumo diário ideal de frutas e hortícolas é de 3 a 5 porções por dia, dependendo da idade e da actividade física (1 porção de hortícolas é igual a 180 g ou 2 chávenas almoçadeiras de vegetais cozidos; 1 porção de vegetais é igual a aproximadamente 160 g de fruta edível, ou seja uma peça de fruta média). A maçã na alimentação apresenta-se como um alimento muito benéfico, visto que é rica em potássio (tem efeito regulador na tensão arterial), fósforo, ferro, vitamina C, carotenos, pectina e devido à quantidade considerável de fibra (tanto na casca com na polpa) pode ser uma aliada na preservação da obstipação, quando comida crua e no combate à diarreia, quando comida cozida. Como conclusão pode-se dizer em termos simples, que a roda dos alimentos é um guia para a escolha de alimentos, transmite orientações para uma alimentação saudável, quer completa, equilibrada (cada alimento tem um peso na alimentação diária) e variada (cada grupo tem uma grande variedade de alimentos). Relatório COTHN “A importância dos hortofrutícolas na prevenção de doenças” O Dr. João Breda fez uma apresentação sobre a influência dos hortofrutícolas na prevenção de doenças. No inicio começou por abordar alguns aspectos de epedimiologia relacionada com as alterações dos hábitos alimentares que se tem verificado nas últimas décadas. Deu o exemplo que desde as décadas de 60 a 90 o consumo de gorduras aumentou a sua proporção na percentagem do valor calórico total (VCT) e que 20 a 65% dos cancros em geral podiam ser prevenidos com pequenas alterações nos hábitos alimentares, que muitas vezes passam por aumentar o consumo diário de frutas e legumes. O consumo médio europeu de hortofrutícolas é de 400 g a 600 g por dia de frutas e legumes (parte edível), no entanto em 7 dos países europeus o consumo é abaixo dos 400 g. Actualmente os governos tem um custo muito elevado no serviço nacional de saúde, no tratamento de doenças como as doenças cardiovasculares (causa mais frequente de morte em Portugal), cancros e obesidade. Um exemplo disso é o Reino Unido. O Ministério da Saúde investiu uma verba considerável numa campanha de distribuição de fruta nas escolas de modo a sensibilizar as crianças a consumir fruta (a fruta escolhida para distribuir nessas campanhas é a Maçã de Alcobaça e a Pêra Rocha do Oeste). As maçãs têm um conteúdo elevado de flavenóides, compostos que têm propriedades antitoxidantes e que protegem as células do organismo contra a actividade prejudiciais de outros compostos chamados radicais livres. A alimentação tem também baixo nível calórico e tem q u a n t i d a d e s consideráveis de pectinas, fibras solúveis que absorvem água e assim regulam a actividade do intestino e têm capacidade de regular a fome por COTHN Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional Apoios: proporcionarem saciedade. A Alimentação Mediterrânea, originária dos países do Sul da Europa, como a Grécia e Portugal, é caracterizada pelo consumo de uma quantidade elevada de hortofrutícolas. Os habitantes destes países apresentam uma esperança média de vida superior aos habitantes dos países nórdicos. No entanto, a alimentação destes países sofreram drásticas mudanças ao longo das décadas de 60 e 90. A sensibilização com as questões de saúde e alimentação mostraram a importância e benefícios desta alimentação que era considerada a alimentação dos pobres. No final do seminário a Dr.ª Elsa Feliciano moderou o debate que baseou-se essencialmente sobre a alimentação nas escolas e sobre a importância da promoção da fruta e legumes nas escolas. Relatório elaborado pela Engª Catarina Ribeiro (COTHN). Ficha Técnica Título Relatório “Seminário: Consumo de frutas e a saúde” Editor Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional Morada Estrada de Leiria S/N Email [email protected] Site WWW.COTHN.PT Co-financiado: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Mafra; CRL Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo; CRL CRÉDITO AGRÍCOLA 2461 - 997 Alcobaça Contactos T. 262 507 657 F. 262 507 659 Agris Comunidade Europeia