Veículo: Portal Fator Brasil Data: 22/06/2012 Pág: Online
Sistema inédito de monitoramento oceânico da Coppe/UFRJ em parceria com a
BG Brasil é lançado durante a Rio+20
A Bacia de Santos, área onde se encontram campos em camadas do pré-sal, será
observada por meio de um sistema inédito de monitoramento oceânico. As
informações contribuirão para a segurança e eficiência de operação da empresa para
o melhor conhecimento e preservação do meio ambiente, entre outras finalidades. O
levantamento será possível através do Projeto Azul, lançado pela Coppe/UFRJ e a
BG Brasil, durante a Rio+20, no estande da Coppe no Parque dos Atletas, no dia 21
de junho (quinta-feira). O sistema inédito auxiliará ainda no conhecimento e
preservação do meio ambiente.
O Projeto Azul vai coletar, durante três anos, informações sobre a dinâmica das
correntes oceânicas, temperatura, salinidade, PH, oxigênio dissolvido, clorofila, cor e
matéria orgânica, entre outros parâmetros, que serão reunidos e analisados pelo
LAMCE/Coppe. O monitoramento será feito com ajuda de robôs mergulhadores
(seaglider), derivadores (boias acopladas com medidores), perfiladores (obtêm, dentre
outros parâmetros, o perfil das correntes principalmente em águas profundas) e
imagens de satélite. Esta é a primeira vez que as correntes oceânicas e os
parâmetros da oceanografia química da região são estudados até a profundidade de
dois mil metros. A iniciativa poderá ser integrada a outros sistemas já existentes na
Europa e nos Estados Unidos.
Na assinatura do convênio entre a Coppe e a BG Brasil, que representa um
investimento de R$ 20 milhões, o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen
Estefen, destacou a importância do projeto em relação à proteção dos oceanos.
"Apesar das dificuldades de se chegar a um acordo sobre o tema no documento desta
conferência, os oceanos necessitam de todo o suporte, especialmente dos cientistas,
das empresas e dos governos. A saúde dos oceanos vai refletir na saúde do planeta",
enfatizou.
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério
de Ciência Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, anunciou que em breve será criado
o Instituto Nacional de Oceonografia e Ciências do Mar, que trabalhará em conjunto
com iniciativas como a do Projeto Azul. Nobre disse que o Brasil precisa conhecer
melhor o litoral. "Somos um país oceânico e entender o Atlântico é fundamental para
protegê-lo."
Segundo o professor Luiz Landau, do Laboratório de Métodos Computacionais em
Engenharia (LAMCE) da Coppe, coordenador do projeto, a proposta é montar um
grande organizador de informações, utilizando o supercomputador da Coppe, cujos
dados serão enviados para o INPE. "Teremos no final um modelo vivo da região. Com
todas as informações, vamos conhecer melhor o oceano, podendo estar dentro da
água sem se molhar".
O presidente da BG Brasil, Nelson Silva, destacou que este é o maior investimento
em pesquisa da companhia no país. Segundo ele, a empresa pretende investir muito
mais na área de petróleo e gás, tornando-se a segunda maior operadora de petróleo
do país até 2020.
"O conhecimento das características marítimas da Bacia de Santos é de extrema
importância para as atividades do setor de óleo e gás. O Projeto Azul também irá
contribuir para a capacitação de profissionais de Oceanografia Operacional,
colaborando para o desenvolvimento da Ciência e da inovação no Brasil", destacou.
Também estiveram presentes na cerimônia o embaixador do Reino Unido, Alan
Charlton, o Diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa e o conselheiro da BG Group, Caio
Kock-Weser.
O Projeto Azul será útil no gerenciamento de vazamentos de óleo, pois ao se
conhecer previamente o padrão das correntes é possível rastrear manchas de óleo no
mar, apontando a direção do deslocamento, para que se atue de forma rápida e eficaz
para contenção e dispersão do óleo, minimizando impactos. A iniciativa também inova
ao disponibilizar as informações em tempo real para universidades e centros de
pesquisa.
Por meio do Centro Global de Tecnologia do BG Group, a BG Brasil irá monitorar o
desenvolvimento do sistema junto à Coppe. Os robôs mergulhadores e demais
equipamentos estão sendo importados dos Estados Unidos e serão lançados ao mar
no segundo semestre pela empresa de oceanografia Prooceano que atuará no
manejo dos equipamentos e na coleta de dados. Os dados de satélite serão
fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Tanto a Prooceano
quanto o INPE também são parceiros do consórcio.
Download

Veículo: Portal Fator Brasil Data: 22/06/2012 Pág: Online