Advogado
repele perícia
de Procurador
Recife - A bala encontrada no corpo
do Procurador Pedro Jorge de MeIo e
Silva e registrada em fotografias constantes do processo não seria a mesma apresentada pela Polícia Federal como sendo
a que matou o autor da denúncia do
escândalo da mandioca. A bala, segundo
o advogado Juarez Vieira da Cunha, que
defende o Major PM José Ferreira dos
Anjos,acusado como mandante do crime,
teria sido trocada após a pericia tanatoscópica. Hoje ele entregará à Justiça documento com essas observações.
Segundo o advogado, a bala encravada na barriga do procurador assassinado
dia 3 de março é ogival, calibre 38,do tipo
comum. Mas a apresentada no inquérito
da Policia Federal, como usada pelo pistoleiro Elias Nunes Nogueira, para efetuar os disparos, é do tipo hollow point
(com um buraco na ponta). O advogado
promete mostrar hoje fotos que confinna- .
mo o que ele diz.
Divergência
O advogado, que classificou a contra-"
diçáo de "escandalosa" anuncia que mostrará as divergências e falhas entre as três'
perícias efetuadas pelo Departamento de
Polícia Científica, da Secretaría de Segu- .
rança Pública, que ajudou a Policia Federal na fase das investigaçóes.
A primeira perícia, na folha 239 do
processo, diz que o projétil encontrado no
corpo do procurador é do tipo "canto
vivo", integrante de cartucho de tiro ao
alvo. "Tal assertiva é corroborada pela
falta de profundidade nas impressões das
raias; resultante da pouca força desta
munição e do equilíbrio do projétil". A
segunda perícia diz o mesmo.
Mas na terceira perícia a polícia afirmou que os cartuchos utilizados têm
aproximadamente mais 25% de pressão
do que os apontados anteriormente, e dá
como conclusão definitiva, o projétil tipo
hollow point, que, segundo o DPF, estava no corpo do procurador.
Diferente
Mas ao examinar as fotografias da
vítima, constantes do processo, o advogado, Coma ajuda do major (que é especialista em tiro ao alvo, balística e munições.
com cursos realizados no exterior) conclUiu que a bala incrustada no ventre de
Pedro Jorge de MeIo e Silva não seria a
mesma apresentada pelo DPF à Justiça
Federal.
Quanto à fotografia do projétil encontrado no corpo do procurador, constante
da folha 133,foi ampliada, revelou claramente que o projétíllá encontrado não é
nem hollow point nem canto vivo, e sim
um 38 ogival.
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