Autora: Claudia Santos Codato Segura NRE: Londrina Escola: Colégio Estadual Olavo Bilac EFM Disciplina: Matemática ( ) Ensino Fundamental ( x ) Ensino Médio Série: 2º Disciplina da relação interdisciplinar 1: Biologia Disciplina da relação interdisciplinar 2: Física Conteúdo Estruturante: Funções Conteúdos Específicos: Função Exponencial e Logaritmo Sons muito altos podem provocar perda auditiva? www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/clipping/.. O processo natural de envelhecimento é a causa mais comum da perda auditiva. A segunda é a exposição ao ruído. Diariamente estamos expostos a ruídos que não podemos evitar nem controlar, seja em casa, no trabalho, na escola ou nas ruas, pois fazem parte de uma rotina carros, aviões, máquinas, etc. Mas existem ruídos que podemos controlar e até evitar: shows de rock, gritos altos em eventos esportivos e todas as ferramentas potentes que ficam ao redor das nossas casas. O sentido responsável pela captação do som é a audição exercida no organismo pelo ouvido. Um som, ao ser captado pelo pavilhão auditivo, percorre o canal auditivo externo (com aproximadamente 2,5 cm de comprimento) passando pelos cílios (pêlos untados com cerúmen que são a grande barreira contra poeiras e corpos estranhos), indo até o tímpano. No ouvido médio, o tímpano vibra como a pele de um tambor, em presença das ondas sonoras. É como se fosse a porta de entrada para uma caixa de ressonância, do tamanho de uma avelã, onde estão uns ossos minúsculos: o martelo, a bigorna e o estribo. Estes minúsculos ossos articulamse entre si, com a finalidade de ampliar os sons. São estruturas muito sensíveis. Figura1: Ouvido Humano O principal elemento da audição encontra-se no ouvido interno: a cóclea, que é um canal em forma de caracol com 35 mm de comprimento. Na cóclea encontra-se o Corti, um órgão que pode ser comparado a um "piano" com 25.000 “teclas”, que são as células sensitivas ciliadas. Cada uma dessas células possui um pêlo e a elas estão ligadas terminações nervosas que formam o nervo auditivo. Este, por sua vez, analisa os sons e os faz chegar ao cérebro. Se um dos pequenos ossos que formam o ouvido médio deixarem de funcionar, pela idade ou perda auditiva, a audição ficará comprometida. Existe também o risco de surdez de transmissão ou mesmo surdez de percepção/neurosensorial, se houver exposição constante e prolongada, aos ruídos. A poluição sonora existe por quase todos os lados e a exposição excessiva ao ruído é preocupante. Em geral, a legislação sobre os ruídos não é respeitada e, a maioria dos jovens que são as principais vítimas de surdez precoce, é a população que menos se preocupa. Expõem-se por períodos prolongados a ruídos intensos, utilizando-se de mp3, mp4, walkman, e outros aparelhos além de participarem de festas com sons estrondosos como as haves. Intensidade do som O som é medido em uma Unidade chamada decibel, cujo símbolo é dB. O aparelho que mede a intensidade é chamado decibelímetro. Sons e vibrações que ultrapassam os níveis previstos pelas normas legais e que podem causar problemas auditivos irreversíveis ou perturbar as pessoas é o que se chama de poluição sonora. Apesar das leis e das políticas públicas para controlar o problema e dos alertas feitos por especialistas, a poluição sonora ainda não sensibiliza tanto como a do ar ou a da água. Na tabela a seguir apresentamos dados sobre a intensidade sonora produzida por diferentes equipamentos e alguns ambientes. Tabela 1: Intensidade Sonora Intensidade, em dB (NPS*) Fonte Reação 10 Respiração humana, a 3 m 20 Conversa normal entre duas pessoas 30 Interior de cinema, sem barulho 40 Área residencial, à noite 50 Restaurante silencioso 60 Som no interior de escritório ou restaurante O organismo entra em estado de alerta 70 Barulho de trafego, a 5 m O organismo reage, minando as defesas 80 Aspirador de pó grande, a 1 m. Tráfego pesado 85 Limite de Ruído permitido pela NR-15 (8 horas) 90 Caminhão, a 1 m. 100 Furadeira pneumática, a 2 m. 110 Motocicleta em alta velocidade, a 5 m 120 Shows, discotecas, jato decolando a 100 m 130 Buzina de trem, a 10 m 140 Tiro de rifle, a 1 m 150 Avião a jato, a 30 metros 180 Foguete, a 30 m; canto da baleia azul, a 1 m 250 Som no interior de um tornado; bomba nuclear a 5 m * NPS - nível de pressão sonora Limite da dor ATIVIDADE 1: Construa você mesmo uma tabela com alguns sons aos quais está submetido diariamente. Procure junto à secretaria de meio ambiente, corpo de bombeiros ou polícia militar, um decibelímetro e meça a intensidade de som produzida: a) Em sua sala de aula b) No pátio c) Pela campainha ou sirene de inicio e término das aulas d) Outros ambientes (relacionar) Q u a l a e x p o s iç ã o m á x im a a o s o m a q u e u m a p e s s o a p o d e s e s u b m e t e r s e m c o r r e r o r is c o d a p e r d a a u d i tiv a ? De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o limite suportável para o ouvido humano é 65 decibéis. Acima disso, o organismo começa a sofrer. Para salas de aula, a Associação Brasileira de Normas Técnicas estipula que o limite tolerado é de 40 a 50 decibéis. Esse índice, aprovado por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), tem força de lei. Com o passar do tempo, uma pessoa exposta diariamente a sons muito altos pode ter a audição comprometida. Além disso, a longo prazo, o ruído excessivo pode causar gastrite, insônia, aumento do nível de colesterol, distúrbios psíquicos e perda da audição. Provoca ainda irritabilidade, ansiedade, excitação, desconforto, medo e tensão. Assim, um fator importante é observar o tempo máximo que a pessoa pode se submeter a determinadas intensidades de som sem causar danos a sua saúde. A Tabela 2 apresenta alguns dados a este respeito regulamentados pela Norma Regulamentadora nº 15 do Conselho Nacional de Fonoaudiologia. Tabela 2: Nível de Ruído, da NR-15 TEMPO MÁXIMO DE EXPOSIÇÃO DIÁRIA NÍVEL DE RUÍDO dB (A) 8 horas 7 horas 6 horas 5 horas 4 horas e 30 minutos 4 horas 85 86 87 88 89 90 3 horas e 30 minutos 3 horas 2 horas e 40 minutos 2 horas e 15 minutos 2 horas 91 92 93 94 95 1hora e 45 minutos 1 hora e 15 minutos 1 hora 45 minutos 35 minutos 96 98 100 102 104 30 minutos 25 minutos 20 minutos 15 minutos 10 minutos 8 minutos 105 106 108 110 112 114 7 minutos 115 ATIVIDADE 2: Utilizando os dados da Tabela 2, represente em um plano cartesiano a relação entre o tempo máximo exposição diária (x) e o nível de ruído (y). Observando a representação obtida na atividade 2, você pode perceber que a relação entre o nível de ruído e o tempo máximo de exposição diária forma uma curva, que decresce muito rapidamente. Este comportamento é característico de uma função exponencial. Mas, o que é uma função exponencial? A função f: IR → IR, dada por f(x) = a.bx (com a≠0, b≠1 e b>0) , onde a e b são constantes, definida para todo x real, chama-se função exponencial. O número b constitui a base da função exponencial. São exemplos de funções exponenciais: f(x) = 2x f(x) = (1/3)x f(x) = 2.3x Gráficos de funções exponenciais: y y Função decrescente: 0<b<1 y=(1/2)^x Função crescente: b>1 y = 2^x x x ATIVIDADE 3: Construa o gráfico das funções: a) f(x) = 2.3x c) f(x) = -2.2x b) f(x)= 3.(1/3)x d) f(x)= - (1/2)x Uma importante observação: Note que se y1 f ( x1 ) a.b e y 2 f ( x2 ) a.b y2 f ( x 2 ) a.b x2 b x2 x1 x1 y1 f ( x1 ) a.b então Assim, se x1 x2 (1) x2 x1 1 , isto é, se x1 e x2 são dois inteiros consecutivos, então a razão (1) é sempre a constante b. Sendo assim, se possuímos três ou mais pontos, é possível verificar se eles satisfazem uma função y = a.bx, primeiramente verificando se a razão é constante e em seguida, substituindo dois pontos quaisquer na função, para determinar a constante “a”. ATIVIDADE 4: Verifique se a exposição máxima diária ao ruído (x) pode realmente ser expressa como uma função exponencial em relação ao nível de ruído (y), de acordo com os dados da Tabela 2. Justifique sua resposta e, caso seja possível expressar a exposição máxima diária como uma função exponencial, obtenha tal função. DICAS: y2 a) determine três razões y1 correspondentes ao nível de ruído. b) substitua dois pares ordenados ( x, y ) na equação y f ( x ) a.b x1 , organizando um sistema de equações para determinar os valores de a e b. c) observe que o valor encontrado para b corresponde às razões y2 y1 obtidas entre dois termos consecutivos da tabela ATIVIDADE 5: Com as informações que obteve até o momento, é possível determinar o nível de ruído permissível para uma exposição durante: a) 10 horas? b) 12 horas? Como saber a intensidade do som num momento em que não dispomos de um decibelímetro? A intensidade I de um som pode ser percebida com precisão, e está relacionada com a quantidade de energia sonora recebida por segundo a partir da fonte de som. O sistema auditivo do ser humano é muito sensível e está preparado para receber sons de intensidades muito baixas, da ordem de 10-12 W/m2 (ou seja, 0,000000000001 W/m2) até intensidades tão altas quanto 10 W/m2. A intensidade (ou volume) do som é medida por uma unidade chamada decibel (dB ou Watt por metro quadrado) e calculada pela fórmula: I dB 10. log I I0 onde: I é a intensidade medida em W/m2 I0 é a intensidade de Referência, normalmente 10-12 W/m2 Observe na fórmula que aparece o termo “log”. Este termo é utilizado para indicar um logaritmo de base 10. Mas o que é logaritmo? Para calcular a intensidade do som, vamos conhecer um pouco sobre logaritmo. x Se b N , sendo N um número positivo qualquer e b positivo e diferente de 1, o expoente x é o logaritmo de N na base b , onde escrevemos x log b N . Caso b seja igual a 10, escrevemos x log N . 2 log 3 9 2 Ex. : 3 9 então Propriedades dos logaritmos: a ) log b M .N log b M log b N b) log b M log b M log b N N c) log b N x x log b N ATIVIDADE 6: O Colégio Olavo Bilac situa-se entre duas ruas de tráfego intenso de carros, caminhões e ônibus. A maioria das salas fica a aproximadamente 5 m da rua. Com as informações que obteve até este momento, é possível determinar o máximo de tempo que uma pessoa pode ficar exposta diariamente neste local? ATIVIDADE 7: Com base nos dados da TABELA 1 e utilizando a função que determina o limite de exposição diária ao som, obtida na atividade 4, verifique: a) por quanto tempo no máximo uma pessoa poderá expor-se ao som de uma discoteca ou outro ambiente semelhante, onde haja som intenso? b) por quanto tempo uma pessoa pode permanecer em um autódromo, próximo à pista de corrida, sem provocar danos auditivos? ATIVIDADE 8: Utilizando os dados obtidos na atividade 2, determine o tempo máximo de exposição a que se pode submeter em cada um destes ambientes, utilizando a função que representa o tempo máximo de exposição diária a determinado som, obtida na atividade 4. ATIVIDADE 9: Utilizando as informações obtidas na Atividade 1, complete o quadro abaixo e calcule a quantidade de ruído absorvido por seu ouvido. Ambiente Sala de aula Pátio Nível de ruído Tempo máximo de exposição diária no ambiente Tempo de Ruído permanência no absorvido ambiente ATENÇÃO! Neste trabalho foram abordadas questões relativas à audição, de uma maneira pouco aprofundada, para resultados mais precisos devem também ser considerados fatores como: idade, distância da fonte e capacidade auditiva individual. Detectando a perda auditiva: Os MP3 palyers se tornaram uma das principais causas dos problemas de perda auditiva. A tecnologia digital desses aparelhos permite que o volume atinja a 100 dB sem distorções. Por isso, há especialistas que falam da "surdez do iPod". Ouvir música alta e por um longo período em MP3 players pode fazer com que os jovens de hoje fiquem surdos 30 anos antes da geração de seus pais. Segundo o Dr. Javier Gavilán, chefe de otorrinolaringologia do Hospital La Paz, em Madri, "os jovens devem saber o quão prejudicial é ouvir música a mais de 60% do volume máximo e utilizar esses aparelhos de reprodução por mais de 60 minutos ininterruptos". Se você responder afirmativamente a uma ou mais das perguntas que seguem, é recomendável que procure um médico otorrinolaringologista para uma avaliação: 1 Você costuma pedir para que as pessoas repitam o que acabaram de dizer? 2 Você prefere o volume da TV ou do rádio mais alto do que os demais? 3 As pessoas parecem estar murmurando quando falam com você? 4 Você tem zumbido nos ouvidos? 5 Você responde coisas diferentes das que foram perguntadas? 6 Você sente dificuldades durante conversas ao telefone? 7 Você escuta o que as pessoas falam, mas não entende? Qual o impacto do som na saúde Até 50 de 50 a 65 de 65 a 70 Acima de 70 Sala de aula Praça de onde o alimentação de professor fala Rua sem Pátio na hora do shopping Locais sem grita e tráfego recreio centers; ruas os alunos muito ouvem movimentadas quietos Perigo de A pessoa fica O organismo reage estresse Reação Confortável em posição para se adaptar ao degenerativo e de alerta ambiente abalo da saúde mental Sobe o nívle de cortisona no sangue, diminuindo a resistência imunológica; o cérebro libera Cai a endorfina, tornando Efeitos capacidade Risco de o corpo dependente Nenhum Negativos de enfarte químico dessa concentração proteína; a pressão arterial sobe por causa da liberação de adrenalina; aumenta o colesterol Volume* Fonte: revistaescola.abril.com.br Referências Bibliográficas: A CAMINHO DA SURDEZ - http://br.noticias.yahoo.com/s/080120/48/gjj7yh. html - Acesso em 28 de janeiro de 2008. ACÚSTICA - http://www.areaseg.com/acustica - Acesso em 13 de novembro de 2007. ALMEIDA, Lourdes Maria Werle de. Modelagem Matemática em sala de aula: em direção à educação matemática crítica. Anais III CNMEM, Piracicaba, 2003, pp10. ALMEIDA, Lourdes Maria Werle de; DIAS, Michele Regiane. Um estudo sobre o uso da Modelagem Matemática como estratégia de ensino e aprendizagem.BOLEMA, ano 12, nº 22, pp.19-36.2004. ALMEIDA, Lourdes Maria Werle de; BRITO, Dirceu dos Santos de. Modelagem Matemática na sala de aula: algumas implicações para o ensino e aprendizagem da Matemática. BASSANEZI, Rodney Carlos. Ensino-aprendizagem com Modelagem Matemática: uma nova estratégia. São Paulo.Editora Contexto.2002. COMO ACONTECE A PERDA AUDITIVA? - http://www.starkey.com.br/ pages/learn/ learnHearing3.html. Acesso em 10 de novembro de 2007. DETECTANDO A PERDA AUDITIVA - http://www.saudeauditiva.org.br/ perda_auditiva/perda_detalhe.asp?id=4. Acesso em 15 de novembro de 2007. FÍSICA DA FALA E DA AUDIÇÃO - http://www.ifi.unicamp.br/~kemp/f105wp/ downloads/parte3b-EK.pdf. 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