Instituto de Educação Infantil e Juvenil Outono, 2014. Londrina, _____ de ___________________. Nome: ____________________________________ Turma: ____________ Tempo: início: ____________ término: _____________ total: ____________ Edição VI MMXIV Fase 1 – parte 2 Grupo F POR CAUSA DE UMA DOR DE DENTE As Aventuras de Tibicuera são histórias contadas por ele próprio. O herói narra sua fabulosa viagem através do tempo, que começou numa taba tupinambá e terminou num arranha-céu de Copacabana em 1942. 1) Leia todo o texto, sem pausas e interrupções. 2) Leia-o, novamente, agora por parágrafos. Sublinhe trechos ou palavras importantes para se compreender a ideia do parágrafo. 3) Enumere os parágrafos do texto, inclusive as falas. 4) Faça o resumo de cada um dos parágrafos. Não copie os diálogos. Escreva sobre o que os personagens conversaram. 5) Apresente o número dos parágrafos em sua folha de respostas. Se juntar parágrafos nos diálogos apresente os números dos parágrafos do início e do final do diálogo. 6) Não se inclua no resumo. Escreva sempre usando a terceira pessoa. Instituto de Educação Infantil e Juvenil Outono, 2014. Londrina, _____ de ___________________. Nome: ____________________________________ Turma: ____________ Edição VI MMXIV Grupo F Texto POR CAUSA DE UMA DOR DE DENTE Por causa de uma dor de dente eu me vi envolvido num dos dramas mais sérios e importantes da História do Brasil. Eu conto. Foi lá por fins do século XVIII. Os ventos da sorte me tinham empurrado para Minas Gerais e eu me encontrava parado na Vila Rica como um navio que de repente, esquecido do rumo, tivesse estacado em meio do oceano. Lembro-me bem de que passei uma noite em claro, por causa dum dente que me doía horrivelmente. A verdade era que nos meus tempos de índio livre eu não sentia nada na dentadura, apesar de lhe dar sempre serviços duros e perigosos. Vi clarear o dia. O meu desespero aumentou. Na rua mal tive voz para perguntar ao primeiro homem que encontrei. (...) Deu-me o endereço do alferes-dentista. Fui. Encontrei um homem impressionante. Olhos escuros, brilhantes, cabelos pretos. O rosto pálido tinha um ar de decisão e de coragem. Dentro de um minuto eu estava na cadeira de Tiradentes. (...) Vinte segundos depois Tiradentes me mostrava na ponta de um ferro o meu dente cariado. (...) De repente parou diante de mim e disse: — O Brasil também está com dor de dente.(...) — O dente que dói, o dente que é preciso arrancar são os portugueses. Devemos manda-los embora para sua terra e tomar conta deste grande país para nós, brasileiros. Eu estava espantado. Esqueci o dente e fiz uma série de perguntas. Não me passara nunca pela cabeça a ideia de que fosse possível fazer o que Tiradentes queria. (...) À medida que falava, Tiradentes ia se exaltando de tal forma, que por fim já havia lágrimas em seus olhos. Disse-me que os brasileiros viviam esmagados pelos impostos. O governo em breve ia fazer a cobrança dos impostos atrasados. Vila Rica não progredia, era até chamada Vila Pobre. Outros países já tinham se livrado de seus opressores. Os Estados Unidos da América do Norte, por exemplo, haviam proclamado sua independência, separando-se da Inglaterra. Era um povo novo como o nosso. Por que não podíamos nós também viver numa nação independente? Fui-me da cada daquele homem levando um peso na alma. O Brasil podia ser livre! Esta ideia não me deixou o resto daquele dia, fez parte de meus sonhos daquela noite. Ao amanhecer um novo dia, fui procurar Tiradentes. Contei-lhe que era só no mundo e não tinha planos. Eu queria trabalhar para ele. Seria um amigo seu, disposto a tudo. Eu não tinha influência política nem dinheiro; mas sabia brigar, podia repetir sem erro um recado e conhecia os caminhos do litoral. Para encurtar o caso: fiquei com Tiradentes. O alferes não descansava. Fazia propaganda da sua ideia. Conseguia novos soldados para a revolução. Havia gente importante metida na conspiração. Mas um pressentimento me segredava que aquilo tudo ia acabar mal.