PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES
RAIVA
O que é?
A Raiva é uma enfermidade infecto-contagiosa causada por um RNA vírus, da
família Rhabdoviridae e gênero Lyssavirus, que atinge o Sistema Nervoso Central
(SNC) de mamíferos provocando encefalomielite aguda e mortal. É uma doença de
notificação compulsória.
Devido à elevada letalidade, é considerada uma das zoonoses mais temidas pelo
homem, exigindo constante vigilância epidemiológica. Em Santa Catarina, segundo
informações da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/GEZOO), o último caso
de raiva humana ocorreu em 1981. No entanto, exames laboratoriais de materiais
encefálicos oriundos de animais revelaram que o vírus rábico ainda está presente em
nosso meio, atingindo principalmente bovinos e equinos, demonstrando que é preciso
manter cuidados permanentes.
Como se contrai a doença?
A raiva é uma antropozoonose direta, cujo principal mecanismo de transmissão
ocorre pelo contato de um hospedeiro suscetível (mamífero) com a saliva de um animal
infectado, através de mordedura, arranhadura e lambedura em ferimentos ou mucosas,
por onde o vírus penetra.
No ciclo urbano, os principais transmissores são os cães e os gatos. Outro
mamífero que vem assumindo papel importante na manutenção da cadeia
epidemiológica é o morcego. Diversas espécies de morcegos podem atuar como
reservatórios e transmissores da raiva, especialmente os hematófagos (Desmodus
rotundus), mas devemos evitar contato direto com qualquer espécie de quiróptero.
Endereço: Rod. SC 401, nº 114, CEP 88032-005 | Itacorubi – Florianópolis/ SC
Telefone: (48) 3338-9004 / e-mail: [email protected]
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Figura 1. Desmodus rotundus,
importante transmissor do vírus
da raiva no ciclo silvestre.
Fonte: Ministério da Saúde.
Quais os sintomas?
Após ser inoculado em um mamífero o vírus rábico multiplica-se no local da
lesão. Em seguida atinge os terminais nervosos por onde progride até chegar ao sistema
nervoso central. Depois se dissemina de forma centrífuga para os nervos periféricos,
propagando-se a diversos órgãos e glândulas salivares, por onde é eliminado.
O intervalo entre a exposição ao vírus e o aparecimento dos primeiros sintomas
pode variar dependendo de vários fatores como: distância da mordedura ao SNC,
quantidade inoculada, idade, espécie animal, mas em média situa-se entre dez a sessenta
dias. Resumidamente os principais sintomas descritos são:
•
No ser humano: febre, insônia, irritabilidade, agressividade, salivação
excessiva, espasmos musculares e hidrofobia.
•
Cães
e
gatos:
mudança
de
comportamento,
agressividade,
hipersalivação, dificuldade de deglutição e paralisias, sendo mais comum a forma
furiosa. É importante salientar que nessas espécies o período de transmissibilidade pode
iniciar de 3 a 5 dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas.
•
Bovinos, equinos, caprinos e ovinos: é frequente a ocorrência da forma
paralítica, na qual os animais apresentam inquietação, mudança de hábitos, salivação
intensa, dificuldade de locomoção e paralisias. Finalmente surge o decúbito e a morte.
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Figura 2: Foto de cão com Raiva.
Fonte: Kansas State University.
Como se prevenir?
A excessiva quantidade de animais de rua é um problema crônico,
principalmente nas grandes cidades. São inúmeros os relatos de mordedura por cães,
ferindo leve ou gravemente as pessoas, podendo inclusive levá-las ao óbito. Além disso,
as agressões por animais domésticos suscitam um problema de saúde pública que é de
conhecimento da maioria da população: a preocupação em contrair o vírus da Raiva.
Assim, a medida mais eficaz de prevenção da raiva urbana é a vacinação de cães
e gatos. A imunização pré-exposição em humanos é indicada para indivíduos que
corram maiores riscos de contato com o vírus, devido à atividade profissional, como
médicos veterinários, pesquisadores, entre outros.
Em relação à raiva silvestre, uma ação profilática é evitar o contato com
morcegos, visto que estes animais são os principais transmissores da doença na cadeia
de transmissão silvestre.
No meio rural, os morcegos hematófagos são os transmissores mais importantes
da Raiva, sendo os bovinos os principais alvos de ataque. Desse modo, o pecuarista
deve sempre comunicar às autoridades sanitárias em caso de suspeita de Raiva, para que
seja efetuada a vacinação de todos os animais da fazenda, com exceção das aves, que
não são suscetíveis ao vírus rábico.
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Onde buscar ajuda?
•
Em caso de mordedura ou arranhadura por animais domésticos:
ü
Lavar imediatamente o local afetado com água e sabão;
ü
Procurar a Unidade de Saúde mais próxima de sua residência e relatar o
ocorrido, para que o médico verifique a necessidade de imunização pós-exposição ao
vírus rábico.
ü
Não é recomendável matar o animal agressor, uma vez que este deve
ficar sob observação por 10 dias, a fim de certificar se está infectado com o vírus da
Raiva. No cão, o período de transmissibilidade do vírus rábico é de dez dias, por isso a
necessidade de manter o animal agressor em isolamento por esse tempo;
ü
Recomenda-se solicitar orientação de um Médico Veterinário, pois este é
o profissional capacitado para avaliar seu animal.
•
Em caso de mordedura por animais silvestres (morcego, macaco,
raposa, gambá, entre outros):
ü
Acidentes com animais silvestres são sempre considerados de alta
gravidade. Deve-se lavar o local da mordedura com água e sabão e procurar
imediatamente atendimento médico.
Dúvidas?
Entre em contato com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de sua cidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Boletim Eletrônico Epidemiológico. Situação Epidemiológica das Zoonoses
de Interesse para a Saúde Pública. Ano 10. N. 2. Brasília, DF. 2010.
_______. Doenças e Vetores. FIOCRUZ. Disponível em http://portal.fiocruz.br/ptbr/content/doen%C3%A7as-e-vetores. Acesso em 25 de maio de 2013.
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_______. Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva. Ministério da Saúde. DF.
Editora MS, 2008.
_______. Portal da Saúde. Vigilância em Saúde. Vigilância de A a Z. Disponível em
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.cfm?portal=pagina.visualizarTexto&c
odConteudo=4539&codModuloArea=783&chamada=vigilancia-de-a-a-z. Acesso em 30
de maio de 2013.
CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DE FLORIANÓPOLIS. Zoonoses,
Doenças Transmitidas por Vetores e Agravos à Saúde. Material técnico elaborado
pelos profissionais que atuam no Centro de Controle de Zoonoses de Florianópolis.
2012.
COLLEGE OF VETERINARY MEDICINE. Kansas State University Rabies
laboratory.
Disponível
em
http://www.vet.kstate.edu/depts/dmp/service/rabies/index.htm. Acesso em 16 de junho de 2013.
CORRÊA, G.L.B., INDÁ, F.M.C. Vigilância da Raiva, Através de Exames
Laboratoriais de Encéfalos, em Florianópolis, SC. Florianópolis, SC. 2011
DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE SANTA CATARINA.
Gerência
de
Zoonoses.
Disponível
em
http://www.dive.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=414&Itemid
=194. Acesso em 28 de maio de 2013.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SANTA CATARINA. Diretoria de
Vigilância Epidemiológica. Informativo Epidemiológico Barriga Verde. Uma análise
da situação das zoonoses em Santa Catarina-2003 a 2007. Florianópolis: Ano V-n. 01.
2007.
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