Princípios Fisiológicos da ACNE e a utilização de diferentes tipos
de ácidos como forma de Tratamento
Ellen Jaime Dos Santos Sudo¹
e-mail: [email protected]
Luís Ferreira Filho²
e-mail: [email protected]
Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional – Faculdade Cambury
Resumo
A acne é a mais comum das doenças do folículo pilossebáceo da pele humana, causada
por múltiplos fatores e que leva ao aparecimento de algumas lesões características. É
uma doença extremamente comum que geralmente tem início na puberdade. Torna-se
menos evidente no final da adolescência. Segundo dados americanos o acne afeta 8085% dos indivíduos com idades compreendidas entre os 12 e os 25 anos, caindo este
número para 8% nos indivíduos entre os 25 e os 34 anos, e para 3% entre os 35 e os 44
anos. Atinge ambos os sexos, sendo geralmente mais grave nos homens e mais
persistente nas mulheres. Apresenta uma menor incidência em asiáticos e negros. A
acne tem habitualmente um efeito psicológico de curto prazo mais com potencialidade
de se manter e que pode tornar-se grave. Não tratada a acne severa ou nódulo-quística
pode dar origem a cicatrizes inestéticas ou mesmo desfigurantes, as quais são, por si
próprias, difíceis de tratar. A utilização dos ácidos nas alterações estéticas tem
tornado-se cada vez mais eficazes. Os Peelings químicos geram uma destruição
controlada da epiderme, através da aplicação de agente cáusticos que tem função de
posteriormente regenerar os tecidos. Diversos são as formas para o tratamento da
acne, este trabalho enfatiza a utilização dos diversos tipos de ácidos responsáveis por
esta renovação celular e a eficácia de cada um por suas extremas eficácias na
eliminação das bactérias responsáveis pelas infecções cutâneas.
Palavras-chave: Acne ; Tratamento; Peeling.
1.Introdução
A acne é uma afecção dermatológica que atinge as unidades pilossebáceas de
algumas áreas do corpo, sendo bastante frequente entre os adolescentes (80%)
(MANFRINATO, 2009).
A acne é a mais comum das doenças crônicas do folículo pilossebáceo da pele humana,
causada por múltiplos fatores e que leva ao aparecimento de vários tipos de lesões. No
entanto, Ribeiro (2010) sugere que apenas 10 a 20% dos portadores de acne precisam de
tratamento medicamentoso, que divide-se em interno (via oral) e externo(via tópica).
São vários os tipos de acne, entre elas destaca-se a acne da mulher adulta (tardia), acne
cosmética, acne medicamentosa, sendo a mais comum é a acne vulgar que acomete
jovens na idade da puberdade (BORELLI, 2004).
Para Baumann (2004), a puberdade é caracterizada por ser uma fase que ocorrem picos
hormonais intensos, com isso o corpo muda significativamente, podendo surgir lesões
podendo surgir lesões de acne em algumas regiões do corpo, especialmente na face.
De causa etiológica multifatorial a acne é uma afecção dermatológica que provoca
alterações físicas e emocionais nos indivíduos acometidos em consequência do aspecto
inestético que a pele passa apresentar em virtude da formação de comendões, pápulas,
cisto, nódulos e pústulas que tendem a gerar cicatrizes escavadas, deprimidas e
hipertróficas na pele (LIMA, 2006; MANFRINATO, 2009).
1. Pós-graduanda em Fisioterapia Dermato-funcional – Faculdade Cambury
2. Doutorando da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, FAMERP, São José do Rio Preto, São
Paulo, Brasil.
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Clinicamente a acne é classificada conforme a sua tipologia em vulgar,
hiperandrogênica, iatrogênica, cosmética, escoriado, neonatal, conglobata, fulminante,
comendônica, pápulo-pustuloso grave, nódulo-quisto e da mulher adulta (GIACHETTI,
2008; MANFRINATO, 2009).
Conforme o seu grau de acometimento ou evolução clínica os diferentes tipos de acne
podem ser classificados em acne não inflamatória ou comendoniana, de grau leve,
moderado ou grave (MANFRINATO, 2009).
A acne é a doença de pele mais observada pelos dermatologistas, atua nas glândulas
sebáceas e folículos pilosos gerando inflamação crônica. Em geral a acne acaba
quando a puberdade chega ao fim, mas também pode estender-se até a quarta década de
vida e em certos casos ter início na idade adulta (GARTNER, 2007). Pode acometer
regiões da face, tórax, pescoço e braços em razão da localização das glândulas sebáceas
(RIBEIRO, 2006). É uma alteração cutânea não contagiosa, benigna que inicia na
unidade pilossebáceas. As glândulas sebáceas estão localizadas na derme,
desembocando no folículo piloso através de ductos (DAL GOBBO, 2007). A acne é
classificada de duas formas: acne não inflamatória e a acne inflamatória. A acne não
inflamatória tem presença de comendões, sem quadro inflamatório, já a acne
inflamatória é classificada em cinco graus, de acordo com a intensidade, quantidade e
características das lesões: Grau I – Acne Comedogênica; Grau II – Acne Papúlopustulosa; Grau III – Acne Nódulo-cística; Grau IV – Acne Conglobata; Grau V–Acne
fulminans (PIMENTEL, 2011).
Segundo Padova & Varottui (2007), o ácido salicílico é pouco solúvel em água e,
em solução alcoólica pode ser utilizado como peeling de forma superficial, em
concentração de 20% e 30%, sendo que, quando associado a outros tipos de ácidos
promove um melhor resultado. Apresenta ação queratolítica resultando em um rápido
rejuvenescimento do extrato germinativo da pele, não ocorrendo qualquer tipo de
inflamação ou degeneração do local tratado. Sua indicação para tratamento de acnes
comendônicas e pápulo-pastosas é frequente devido à grande capacidade em promover
turnover celular e ser de fácil uso.
Os estudos de Teixeira (2012)apontam que pacientes que estão em tratamento com
isotretinoína oral podem ser submetidos, concomitantemente, a procedimentos tópicos,
como Peelings físicos superficiais e químicos de baixa concentração, com bons
resultados terapêuticos.
Os Peelings químicos geram uma destruição controlada da epiderme e, ou derme,
através da aplicação de agentes cáusticos, com posterior regeneração dos tecidos
(BAGATIN, TEIXEIRA, 2008). Realizam uma renovação celular, obtendo-se assim um
refinamento na pele, agindo em diversas alterações estéticas dentre elas, atenuando
rugas superficiais, removendo comendões e reduzindo discromias (CARVALHO,
2006). O ácido mandélico é um Alfa-hidroxiácido (AHA) derivado do extrato de
amêndoas amargas e utilizado farmacologicamente em tratamentos de acne e
hiperpigmentações. Age no processo infeccioso da acne, combatendo e prevenindo a
formação de novas bactérias e acelerando o processo de cicatrização, cooperando para o
tratamento de sequelas eventuais (PIMENTEL, 2011). Dentre os Alfa-hidroxiácido
(AHA’S) é o que tem maior peso molecular, promove um efeito uniforme para a pele e
também atenua transtornos decorrentes da aplicação de ácidos. É benéfico para
tratamentos de hiperpigmentações, acne inflamatória não cística e no envelhecimento da
pele. Atua no processo infeccioso da acne, combatendo as bactérias, auxiliando na
prevenção de novas lesões e sendo um adjuvante no tratamento de possíveis sequelas
(JAHARA,2006).
O ácido salicílico é um ceratolítico e ajuda a reduzir os comendões. É usado em loções e
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sabonetes, geralmente em associação com outras terapias. Contudo pode ser irritante
causando eritema e descamação.
O ácido azelaíco tem efeito clareador nas hiper-pigmentações residuais em
concentrações de 15% a 20%, e tem eficácia comparável a alguns antibióticos (com
ação contra Streptococcus epidermidis e P. acnes); está indicado para acne
comendoniana e nas formas leves pápulo-pustulosas e pode ser usado na gestação. Uma
outra opção para o período da gestação é a nicotinamida tópica, um produto com leve
ação anti-inflamatória.
Okubo (2004) define que os AHAs fazem parte de um grupo de substâncias utilizadas
nessas categorias de peeling. São compostos derivados do leite (ácido lático), frutas
cítricas (ácido maléico e cítrico), uva (ácido tartárico) e cana-de-açúcar (ácido
glicólico), mas também podem ser de origem sintética. Diferenciam-se pelo tamanho da
molécula, sendo o ácido glicólico menor e, portanto, com maior poder de penetração na
pele. São eficientes no tratamento de rugas, desidratação, espessamento e pigmentação
irregular da pele.
2.Fundamentação Teórica
2.1 Pele
A pele é um dos maiores órgãos, que atinge 16% do peso corporal e desempenha
múltiplas funções. Ela recobre a superfície do corpo e é constituída por uma porção
epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem
mesodérmica, a derme (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
A pele é dividida entre epiderme, derme e hipoderme, sendo que na derme fica a
localização dos folículos pilossebáceos que dão uma invaginação profunda da epiderme
na derme. Além disso, são encontradas ainda na derme, além de folículo pilossebáceo,
as seguintes estruturas derivadas da epiderme: unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas.
Figura 1: Estrutura da pele
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De acordo Moffat & Harris (2007), o sistema tegumentar é um dos maiores órgãos do
corpo humano, protegendo-o do ambiente externo, em especial de bactérias. Esse orgão
evita a perda de líquidos corporais, sintetiza vitamina D e ajuda na regulação da
temperatura corporal. O tegumento, também, tem outras funções como órgão excretor e
sensorial. A pele apresenta como um elemento de identificação de uma pessoa O
tegumento é um sistema de camadas composto pela epiderme, a derme e o tecido
subcutâneo. A epiderme é a camada mais delgada e externa da pele, composta das
camadas: estrato córneo (ceratinizada). A camada seguinte é conhecida como estrato
lúcido. Essa camada contém poucas camadas de ceratinócitos achatados e mortos. A
última camada é o estrato basal. A segunda camada da pele é a camada mais espessa do
que a anterior e é denominada derme. A derme é diferenciada em camada papilar e
camada reticular. A derme papilar auxilia a camada basal a formar a junção epidermederme. O tecido subcutâneo, também conhecido como hipoderme, está abaixo da
epiderme e da derme e sustentando essas estruturas e é formado tecido adiposo, tecido
conectivo e tecido elástico. As estruturas microscópicas que compõe a pele são
numerosas, entre as quais se incluem os melanócitos. Os melanócitos são células
dendríticas que produzem a melanina e são encontrados na epiderme. Outro tipo de
célula da camada epidermal são as células de Langerhans. Estas células também são do
tipo dendrítico e auxiliam no desencadeamento da resposta imunológica se a pele sofrer
ruptura. Baumman (2004) salienta que o conhecimento das estruturas básicas da
epiderme capacita ainda mais o médico a melhorar a aparência da pele dos pacientes.
Assim, identifica-se a necessidade de conhecimento dessas importantes estruturas do
sistema tegumentar para o entendimento das reações e recuperação da pele lesionada.
2.2 Acne
Segundo Souza (2005) o acne é uma doença da unidade pilossebácea (composta pelo
folículo piloso e pela glândula sebácea), que possuí vários fatores capazes de serem
desencadeante, tornando-se muitas vezes difícil diagnosticar o que realmente ocasionou
seu surgimento, afeta normalmente áreas onde estas são maiores e mais numerosas
(face, tórax e dorso). Gomes (2006) define os graus da acne em:
Acne grau I: (Acne comedogênica - não inflamatória) Apresenta pele oleosa,
comendões abertos e comendões fechados.
Acne grau II: (Acne papulopustulosa inflamatória) Apresenta pele oleosa,
comendões abertos, comendões fechados, pápulas, pústulas, nódulos e cistos.
Acne grau III: (Acne nódulo-cística inflamatória) Apresenta pele oleosa, comendões
abertos e comendões fechados.
Acne grau IV: (Acne fulminante) Forma infecciosa e sistêmica da acne, de causa
desconhecida e inicio abrupto, que acomete predominantemente o sexo masculino.
Apesar de rara é devastadora e grave. A etiologia da acne fulminante não é a mesma
da acne vulgar, ou seja, não ocorre com o mesmo processo de obstrução do folículo
pilossebáceo, hipersecreção e fatores hormonais. Em alguns casos o individuo
acometido possui pápulas, pústulas e nódulos que evoluem para úlceras. Pode
também haver dores nas articulações e febre. O tratamento é exclusivo por médicos.
O evento patológico primário do acne consiste na obstrução da unidade pilossebácea
que dá origem ao microcomendão. Quando este aumenta de tamanho, e o orifício
folicular se dilata, surge o comendão aberto (ou ponto negro), que geralmente não
inflama. Quando o orifício não se dilata surge o comendão fechado (ou ponto branco), o
precursor das lesões inflamatórias. As paredes do folículo distendidas e inflamadas
(pápula) podem romper e espalhar o seu conteúdo para a derme provocando uma reação
inflamatória de corpo estranho (pústulas e nódulos).
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2.3 Hipersecreção sebácea
A acne acomete primariamente face, tórax anterior e dorso, áreas com grande
concentração de folículos pilossebáceos.
Por volta dos sete anos de idade, as glândulas sebáceas e o queratinócitos foliculares são
estimulados por hormônios androgênicos, implicando maior produção sebácea e
hiperqueratose folicular, com formação de microcomendões e, posteriormente lesões
inflamatórias. As células sebáceas e os queratinócitos possuem enzima como 5α
redutase, 3β- e 17β-hidroxiesteróide deidrogenase que são capazes de metabolizar os
androgênios.
Com o tempo, as células sebáceas se diferenciam e se rompem, liberando lipídios no
ducto sebáceo e folículo. De modo geral, a produção sebácea depende dos androgênios
circulantes e da resposta da unidade pilossebácea. Os lipídios sebáceos são regulados,
em parte, por receptores ativados por proliferadores de peroxissoma e por um fator de
transcrição denominado SREBP (Sterol Responsive Elemen Binding Protein).
As glândulas sebáceas, por sua vez, representam funções endócrinas independentes na
pele, com participação importante na maturação hormonal cutânea. Constituem órgão de
função neuroendocrinoinflamatória que coordenam e executam a resposta local ao
estresse.
2.4Peeling
Os Peelings são classificados em quatro grupos de acordo com o nível de profundidade
da necrose tecidual provocada pelo agente esfoliante.
a)Muito superficial: irão afinar ou remover o estrato córneo e não criam lesão
abaixo do estrato granuloso.
b)Superficial: produzem necrose de parte ou de toda epiderme em qualquer parte do
estrato granuloso até a camada de células basais.
c)Médio: produzem necrose da epiderme e de parte ou toda a derme papilar.
d)Profundo: produz necrose da epiderme e da derme papilar que se estende até a derme
reticular.
De acordo com Rotta (2008), esse tipo de tratamento tem várias aplicabilidades, dentre
elas: casos de rugas, melanoses, queratoses actínicas, melasma, hiperpigmentação pósinflamatória, acnes e suas sequelas, cicatrizes atróficas, estrias, queratose pilar e
para clareamento da pele. No entanto é contra-indicado nos casos de Fotoproteção
inadequada, gravidez, estresse ou escoriações neuróticas, uso de isotretinoína oral
há menos de seis meses, cicatrização deficiente ou formação de queloides, história de
hiperpigmentação pós-inflamatória permanente, dificuldade para compreender e seguir
orientações fornecidas.
O peeling superficial é geralmente epidérmico e não apresenta riscos de complicações
ao paciente. Pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em qualquer área do corpo.
Okubo (2004) Utiliza-se também a solução de Jessner, combinação de resorcina, ácido
salicílico, ácido lático e etanol. O CO2 sólido, denominado gelo seco, é geralmente
utilizado em casos de acne. O TCA, entre as numerosas substâncias ativas, pode ser
empregado nas formulações, em concentrações de 10 a 35%, desencadeando Peelings
de média profundidade.
A resorcina e o ácido salicílico, bem como o ácido láctico são princípios ativos
empregados em formulações esfoliantes para a execução de Peelings químicos que
têm como objetivo produzir uma lesão controlada na pele. Estas substâncias são
utilizadas no tratamento das queratoses e rugas actínicas, discromias pigmentares,
acnes vulgar e rosácea.
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Algumas complicações podem ocorrer, em geral, essas estão relacionadas à indicação
incorreta do procedimento, orientações deficientes ou não obedecidas pelo doente e/
ou má técnica de aplicação, dentre estas podemos citar: carreamento do agente
para áreas não tratadas com risco de cicatrizes, diluição do agente pela lágrima,
conjuntivite e úlcera de córnea, escoriações levando a infecção e
hiperpigmentação, erupção acneiforme, hipopigmentação, linhas de demarcação,
dermatite de contato irritativa ou alérgica, eritema ou prurido persistente, cicatrizes
atróficas ou hipertróficas e efeitos tóxicos.
2.5 Alguns Ácidos
2.5.1 Ácidos a-hidróxi (AHA)
São ácidos derivados de frutos que ocorrem naturalmente, como os ácidos glicólico,
láctico, tartárico e glucónico. Estão indicados no tratamento do acne não-inflamatória, e
atuam através da diminuição da obstrução folicular. Existem numa grande variedade de
apresentações, e devem ser aplicados em camada fina em toda área a tratar. Deve-se
avisar os doentes que durante as primeiras duas semanas de tratamento pode ocorrer
agravamento do acne.
Encontram-se como AHAs: ácido glicólico, derivado da cana de açúcar, o lático
derivado do leite do e do mel, o cítrico derivado das frutas cítricas, o málico derivado da
maçã e das pêras e o mandélico derivado de um extrato amargo das amêndoas e o ácido
tartárico derivado do vinho e em uvas.
AHA são utilizados no tratamento da acne devido à capacidade dos mesmos em
diminuir a coesão dos corneócitos em baixas concentrações e provocar separação dos
queratinócitos e epidermólise em concentrações mais elevadas, o que fornece a razão
fundamental para seu uso em formulações tópicas.
2.5.2 Ácido azelaico
Encontra-se no trigo, centeio e cevada. Está indicado no tratamento do acne nãoinflamatório e inflamatório, pois possui propriedades comedolíticas e bactericidas. Atua
normalizando a queratinização folicular e reduzindo a concentracão de P. acnes na
unidade pilossebácea. Existe na concentração de 20%, sob a forma de creme.
O ácido azelaico pode ser aplicado isoladamente duas vezes por dia, ou uma vez por dia
(pela manhã) em associação com uma aplicação de tretinoína (pela tarde). É uma boa
opção para doentes com pele seca e/ou clara, pois é hidratante, não provoca
fotossensibilidade, causa uma irritação cutânea mínima e reduz a hiperpigmentação pósinflamatória. Deve-se ter cuidado nos doentes com pele escura, pois estes podem
desenvolver hipopigmentação. Deve-se advertir os doentes que nas primeiras semanas
de utilização pode ocorrer prurido, sensação de queimadura e de picada, que tendem a
desaparecer com a continuação do tratamento.
2.5.3 Ácido glicólico
O ácido glicólico pode ser usado na acne comedogênica, papulopustulosa e
nodulocística, sendo que no caso de acne Papúlo-pustulosa e nodulocística é preciso
mais números de aplicações.
Segundo Almeida (2007), o mecanismo de ação do ácido glicólico ainda não é
totalmente conhecido e ainda permanece em analise, mas há evidências de que o uso
tópico também promove uma diminuição sebácea. O ácido glicólico é um ativo eficaz
no tratamento da acne porque é capaz de diminuir a coesão dos corneócitos e provocar a
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separação dos queratinócitos, o que fornece a razão fundamental para o seu uso em
formulações tópicas.
Os Peelings químicos superficiais de altas concentrações de ácido glicólico, por
exemplo, causam, geralmente dentro de três a cinco minutos, o branqueamento das
pápulas, pústulas e comendões. Ocorre também epidermólise subcorneal que pode
conduzir ao descamamento espontâneo das pústulas com desprendimento dos
queratinócitos, revestimento do epitélio folicular e descida ao ducto da glândula sebácea
devido a mais rápida penetração do ácido através da fina epiderme e do extrato córneo
sobre a pústula.
2.5.4 Ácido salicílico
O ácido salicílico é um beta-hidroxiácido ou ácido 2-hidroxibenzóico, extraído do Salix
Alba (salgueiro branco) usado em concentração de no máximo 20% (PIMENTEL,
2006; RIBEIRO, 2010). A ação esfoliante deste ativo induz a esfoliação da camada
córnea provavelmente por dissolução das lamelas (cimento celular) e/ou ao aumento da
proteólise dos corneodesmossomas (RIBEIRO, 2010).
Os princípios do tratamento da acne com o peeling de ácido salicílico baseiam-se no
efeito queratolítico, bacteriostática, fungicida, antimicrobiano e anti-inflamatório,
visando à correção do defeito da queratinizarão folicular, redução da atividade sebácea,
diminuição da população bacteriana e dos processos inflamatórios. Apresenta
característica lipofílica, o que facilita sua penetração na unidade sebácea o que o torna
efetivo contra comendões e lesões (BORGES, 2006; LEONARDI,2006; ROTTA,
2008).
O cuidado diário utilizando cosméticos como sabonete, tônico-adstringente e gel antiacne, cuja composição contém o ácido salicílico de 1% a 2%, visam reduzir a
oleosidade, o eritema e a inflamação (LEONARDI, 2008).
2.5.5 Ácido mandélico
O ácido mandélico é um Alfa-hidroxiácido (AHA) derivado do extrato de amêndoas
amargas e utilizado farmacologicamente em tratamentos de acne e hiperpigmentações.
Age no processo infeccioso da acne, combatendo e prevenindo a formação de novas
bactérias e acelerando o processo de cicatrização, cooperando para o tratamento de
sequelas eventuais (PIMENTEL, 2011). Dentre os Alfa-hidroxiácidos (AHA’S) é o que
tem maior peso molecular, promove um efeito uniforme para a pele e também atenua
transtornos decorrentes da aplicação de ácidos. É benéfico para tratamentos de
hiperpigmentações, acne inflamatória não-cística e no envelhecimento da pele. Atua no
processo infeccioso da acne, combatendo as bactérias, auxiliando na prevenção de
novas lesões e sendo um adjuvante no tratamento de possíveis sequelas (JAHARA,
2006).
3. DIAGNÓSTICO
É basicamente clínico.
a) História clínica:
Idade inicial do aparecimento das lesões;
Uso de medicamentos;
Atividades e/ou exposição ocupacional;
Doenças dermatológicas prévias;
Em mulheres: ciclo menstrual;
Sinais de androgenização.
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b) Exame físico:
Tipo de lesão;
Extensão do envolvimento e gravidade;
Hirsutismo;
Acantose nigricans.
c) Exames laboratoriais: dosagens sanguíneas não são rotineiras, a não ser que haja
suspeita de doença metabólica ou neoplásica, como síndrome dos ovários policísticos,
hiperplasia adrenal congênita de início tardio e tumores adrenal e ovariano
4. Métodos
A pesquisa bibliográfica é decorrente de pesquisas anteriores, em documentos
impressos, com artigos, livros e teses. Utiliza-se de dados já trabalhados por outros
estudiosos. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos
analíticos constantes dos textos (SEVERINO,2010). Fachim (2010) corrobora que a
pesquisa bibliográfica refere-se ao conjunto de conhecimentos humanos, reunidos em
uma obra e tem a finalidade de conduzir o leitor a um assunto. E, que toda obra deve ter
o respaldo desse tipo de pesquisa. O presente trabalho foi realizado no período de
janeiro a março de 2014. Assim, buscou-se investigar pelos livros, base de dados e
revistas especializadas informações publicadas sobre o tema. A busca dos artigos foi
realizada nas bases de dados eletrônicos como o Scientific Electronic Library Online –
Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde - Bireme. A busca dos artigos ocorreu mediante os
seguintes descritores: Acne, fisiopatologia da acne, tratamentos e ácidos. Foram
previamente selecionados 20 artigos na língua portuguesa publicados no período de
2000 a 2014 e utilizou-se todos para a construção do referencial teórico, cujo conteúdo,
atendia os critérios de inclusão determinados para alcançar o objetivo estabelecido.
5. Resultados e Discussão
A acne não possui perfil epidemiológico universal, é aceito que sua prevalência varie
entre 35% e 90% nos adolescentes, com incidência de 79% a 95% entre os adolescentes
do Ocidente (MENESES; BOUZAS, 2009).
A acne atinge em geral os adolescentes, 60% das mulheres e 70% dos homens passam
por isso na puberdade. Ocorre mais cedo na população feminina, por volta dos 14 anos,
já na masculina costuma surgir em torno dos 16 anos; em geral regride espontaneamente
após os 20 anos de idade. Costuma ser mais intensa nos homens, porém mais persistente
nas mulheres, devido à alta frequência de distúrbios endócrinos (AZULAY; AZULAY,
2008).
Na antiguidade, o homem notava que após abrasões ou esfoliações a pele tinha o poder
de se renovar, através das camadas profundas da pele, conservando-se sã e com
aparência jovial (DAL GOBBO, 2007). Os Peelings químicos são antigos na história,
rapidamente evoluíram e dentro do limite de suas aplicações podem ser utilizados em
diversas circunstâncias (DEPREZ, 2009).
Os Peelings químicos fazem uso da ação química de suas substâncias
(PIMENTEL, 2011). Classifica-se Peelings químicos em superficiais, médios ou
profundos (SOUZA, 2008). O peeling superficial é utilizado para corrigir
superficialmente alterações da pele, agindo na epiderme (PIMENTEL, 2011).
Os Peelings químicos geram uma destruição controlada da epiderme e, ou derme,
através da aplicação de agentes cáusticos, com posterior regeneração dos tecidos
(BAGATIN, TEIXEIRA, 2008). Realizam uma renovação celular, obtendo-se assim um
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refinamento na pele, agindo em diversas alterações estéticas dentre elas, atenuando
rugas superficiais, removendo comendões e reduzindo discromias (CARVALHO,
2006).
Os estudos de Teixeira (2012) apontam que pacientes que estão em tratamento com
isotretinoína oral podem ser submetidos, concomitantemente, a procedimentos tópicos,
como peelings físicos superficiais e químicos de baixa concentração, com bons
resultados terapêuticos.
De acordo com Padova & Varotti (2007),o termo AHA ou Alpha Hidroxy Acids é
utilizado dermatologicamente como sendo o ácido glicólico e ácido láctico, mas
pode ser usado também como ácido málico, cítrico e tartárico. O ácido láctico em
concentração de 70% causa epidermólise, lentamente sendo convertido em ácido
pirúvico, enquanto que o ácido glicólico, em 70% causa o mesmo efeito em bem
menos tempo. Sua principal indicação é para acnes e rugas.
Segundo Padova & Varottui (2007), o ácido salicílico é pouco solúvel em água e, em
solução alcoólica pode ser utilizado como peeling de forma superficial, em
concentração de 20% e 30%, sendo que, quando associado a outros tipos de ácidos
promove um melhor resultado. Apresenta ação queratolítica resultando em um rápido
rejuvenescimento do extrato germinativo da pele, não ocorrendo qualquer tipo de
inflamação ou degeneração do local tratado. Sua indicação para tratamento de acnes
comendônicas e pápulo-pastosas é frequente devido à grande capacidade em promover
turnover celular e ser de fácil uso.
A resorcina e o ácido salicílico, bem como o ácido láctico são princípios ativos
empregados em formulações esfoliantes para a execução de peelings químicos que
têm como objetivo produzir uma lesão controlada na pele. Estas substâncias são
utilizadas no tratamento das queratoses e rugas actínicas, discromias pigmentares,
acnes vulgar e rosácea(GUERRA, GUIMARÃES,2013).
Os peelings químicos geram uma destruição controlada da epiderme e, ou derme,
através da aplicação de agentes cáusticos, com posterior regeneração dos tecidos
(BAGATIN, TEIXEIRA, 2008). Realizam uma renovação celular, obtendo-se assim um
refinamento na pele, agindo em diversas alterações estéticas dentre elas, atenuando
rugas superficiais, removendo comendões e reduzindo discromias (CARVALHO,
2006).
O ácido mandélico é um Alfa-hidroxiácido (AHA) derivado do extrato de amêndoas
amargas e utilizado farmacologicamente em tratamentos de acne e hiperpigmentações.
Age no processo infeccioso da acne, combatendo e prevenindo a formação de novas
bactérias e acelerando o processo de cicatrização, cooperando para o tratamento de
sequelas eventuais (PIMENTEL, 2011). Dentre os Alfa-hidroxiácidos (AHA’S) é o
que tem maior peso molecular, promove um efeito uniforme para a pele e também
atenua transtornos decorrentes da aplicação de ácidos. É benéfico para tratamentos
de hiperpigmentações, acne inflamatória não-cística e no envelhecimento da pele. Atua
no processo infeccioso da acne, combatendo as bactérias, auxiliando na prevenção
de novas lesões e sendo um adjuvante no tratamento de possíveis sequelas
(JAHARA, 2006).
A acne necessita de tratamento adequado, e que evite o agravamento da doença para as
formas mais graves, com possíveis cicatrizes o que podem resultar em alterações
psicossociais, com efeitos prejudiciais que comprometam a qualidade de vida dos
indivíduos. O tratamento da acne deve prevenir e tratar cicatrizes e manchas, e atuar na
prevenção da reincidência da acne (PIMENTEL, 2011). O estudo da pele é de grande
importância, favorecendo a avaliação dos motivos que levam ao surgimento de doenças
10
de pele, com o propósito de prevenir, ou interferir de modo específico (LUDWIG et al,
2006).
De acordo com PIMENTEL(2011), aplicações de ácido mandélico podem favorecer
o tratamento da acne e também são de extrema eficácia na eliminação de
bactérias que causam outras infecções cutâneas. Os alfa-hidroxiácidos não apresentam
toxicidade para os melanócitos, assim sendo podem ser utilizados em todas as estações
do ano e em peles escuras desde que seja utilizada a proteção solar adequada e eficaz
(DEPREZ,2009).Os peelings superficiais repetidos e realizados com intervalos
pequenos de tempo geram bons resultados, sobretudo para tratamentos de manchas de
acne, já que proporcionam uma textura nova na pele (SOUZA, 2008).
A acne necessita de tratamento adequado, e que evite o agravamento da doença para as
formas mais graves, com possíveis cicatrizes o que podem resultar em alterações
psicossociais, com efeitos prejudiciais que comprometam a qualidade de vida dos
indivíduos. O tratamento da acne deve prevenir e tratar cicatrizes e manchas, e atuar na
prevenção da reincidência da acne (PIMENTEL, 2011). O estudo da pele é de grande
importância, favorecendo a avaliação dos motivos que levam ao surgimento de doenças
de pele, com o propósito de prevenir, ou interferir de modo específico (LUDWIG et al,
2006).
Nem todos os casos de acne terminam na adolescência podendo persistir até os quarenta
anos em média. A causa dessa patologia ainda é muito discutida, muitos estudos relatam
que o estresse é um dos grandes fatores de exacerbação. A acne não pode ser curada,
mas pode ser controlada (BRITO, 2010).
Considerações Finais
A acne é uma erupção polimorfa caracterizada pela presença de comendões, pápulas,
pústulas e lesões nodulocística, com grau variável de inflamação e cicatrizes, inicia-se
na adolescência e na maioria dos casos diminui após os vinte anos de idade. Esta pode
causar distúrbios emocionais, que consequentemente podem agravá-la. Se não for
tratada de maneira adequada pode evoluir para formas mais graves, com cicatrizes
profundas. Diversas opções terapêuticas estão disponíveis, desde os esfoliantes,
antibióticos tópicos e sistêmicos até a isotretinoína sistêmica. A opção terapêutica
depende da forma clínica da acne, sua gravidade e algumas características individuais.
O tratamento da acne incluí a prevenção dessas cicatrizes e o tratamento de possíveis
manchas. Os tratamentos químicos geram uma destruição controlada da epiderme e, ou
derme, através da aplicação de agentes cáusticos, com posterior regeneração dos
tecidos. São inúmeros os ácidos existentes para o tratamento da acne. Os peelings por
realizarem essa renovação celular, diminuir a secreção sebácea, agir no controle das
bactérias, ajudando na prevenção de novas lesões e tratando lesões presentes,
comprovam sua eficácia no e sua ação benéfica no tratamento da acne. Sendo de
escolha do profissional o tipo do ácido utilizado de acordo com a necessidade de cada
caso.
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