As Instituições e o Desenvolvimento Regional II Nilson Pimentel (*) Destarte, todos os percalços que passa as economias nacional e estadual, que a cada dia torna-se de mais larga incerteza, se vê que a paralisia da gestão governamental é prejudicial à economia estadual, mesmo entendendo que a escassez de recursos para investimentos em ações estruturantes que apoiem as raras ações votadas a processos de desenvolvimento regional são pontuais. Não obstante tantas barreiras impostas pela recessão econômica que assola todo o país e, no Estado do Amazonas não são diferentes, os governos estão de mãos atadas. Logo mais o ano calendário estará terminado e nada se fez para alterar a posição em termos de desenvolvimento e até o crescimento ficará totalmente prejudicado, com baixa na produção e no respectivo faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM). A gestão estadual em vista das dificuldades econômicas que atinge a economia amazonense levou basicamente o ano na reestruturação organizacional administrativa do Estado, que reduziu o numero de secretarias e outras Instituições afins, baixando substancialmente o custeio da máquina. No entanto, poucos foram os mecanismos dispostos pela gestão pública voltados às ações estruturantes que levassem aos objetivos de desenvolver a economia regional, mesmo a despeito do Programa – Plano Safra. No bojo da ‘economia institucional’, o papel a ser desempenhado pela gestão pública estadual é muito claro, levado à criação e ao aprimoramento das diversas formas e modalidades de produção, principalmente aquelas voltadas ao beneficiamento de insumos e matérias primas regionais, dispostas nas localidades das 9 (nove) subregiões que compõem o estado do Amazonas. O governo estadual pode e deve atuar em ações estruturantes de infraestrutura regional local como plataforma que possibilitem projetos e ações de desenvolvimento econômico, estabelecendo rede institucional em parcerias estratégicas, onde a sinergia induza às atividades econômicas empresariais. Mesmo enfrentando fortes restrições físicas e de recursos financeiros em relação à infraestrutura, o governo estadual deve se empenhar na remoção desses obstáculos, objetivando, dentro de Redes Institucionais possibilite induzir fluxos de financiamento privados e atração de investimentos estrangeiros diretos que fomentem o surgimento de produção endógena nas diversas sub-regiões do Amazonas, naquilo que mais tenham vantagens absolutas potenciais. Mais ainda, o governo estadual tende e deve assumir com suas diversas Instituições, dentro de parcerias estratégicas de Rede Institucional, variada gama de projetos e ações específicos necessários à implementação dos Programas de Desenvolvimento Econômico Regional. Por isso, nessa direção, sugere-se uma gama de ações que o governo estadual como indutor do desenvolvimento deve praticar ou influenciar, somo segue: a) a eliminação de barreiras burocráticas, fiscais, operacionais, logística e transporte, dentre outras, que levam à competição intra regional desnecessária; b) a implementação de atividades de desenvolvimento & pesquisa & inovação relacionadas com projetos de arranjos produtivos dentro da UFAM, UEA de demais IES estadual ou em Instituições públicas regionais locais; c) a Rede Institucional em parcerias estratégicas, tanto de Instituição pública estadual e/ou federal sediadas do Amazonas podem e devem atuar e concorrer á implementação de atividades produtivas de caráter endógeno; d) o estabelecimento de políticas públicas diferenciadas para a formação de capital intelectual voltada à demanda dessas atividades produtivas endógenas; e) o estabelecimento de sistema de dados e informações que levem a controles das atividades; f) umas das modalidades de albergar essas atividades produtivas endógenas são Parques Industriais Municipais, e; g) dentro dessas Redes institucionais que se podem formar no entorno de programas e projetos de desenvolvimento econômico sempre haverá possibilidades de criação de cadeias de valor aos produtos resultantes (criação de marcas, teste, certificações técnicas, embalagens especificas, etc). Isto é um tremendo desafio, haja vista, as características e especificações de insumos e matérias primas regionais, pois essa Indústria Dinâmica tecnológica do PIM, pode ser implementada em qualquer região do mundo, contudo, desenvolver a indústria endógena é uma questão desafiadora muita específica. Por isso, detecta-se e identifica-se o vazamento na economia regional local que deixa de aproveitar racionalmente, dentro de atividades produtivas endógenas todo potencial que se coloca á disposição desses investimentos produtivos diretos, o que representa grande valia ao desenvolvimento econômico regional. Dessa forma, como os especialistas identificam, a atração de investimentos produtivos externos para essas atividades é de primordial importância para o estado do Amazonas. Nessa modalidade de desenvolvimento há total sinergia, como dinamismo econômico que esses potenciais endógenos carregam e entrelaçam os atores institucionais, públicos e privados, nessas atividades possam ter relevância maior, como alternativas de desenvolvimento econômico regional. Entendemos que já existe no Amazonas um denominador estabelecido de conhecimentos necessários a por em marcha os Programas e Projetos assim direcionados, sabendo que a criação de riquezas decorrentes do aproveitamento racional desses potenciais endógenos, os quais também são riquezas latentes, a criação de mais conhecimentos a serem agregados ou associados, se tenha capacidade de absorção, de inovação como fatores relevantes aos processos de desenvolvimento econômico regional. Também, se entende que incentivos fiscais do Amazonas, como política pública indutora do desenvolvimento, pode ser até insuficiente à atração de investimentos produtivos externos, quando se aborda as questões endógenas isoladamente, pois a figura da renúncia fiscal não condiz com a importância regional das ações. Vejam o que acontece com a atual Política dos Incentivos Fiscais vigente, aplicada às atividades dinâmicas do Polo Industrial de Manaus, como está aplicado isoladamente ou, como dizem os economistas especialistas, essas atividades não possuem nenhuma aderência à economia regional local, mas, pelo contrário, utilizados exclusivamente, a renúncia fiscal proveniente dessa política pública, apenas criou um amontoado de indústrias montadoras sem ligações orgânicas entre si e com a economia regional local e quando desprovidas de equipamentos de infraestruturais, sistema logístico integrado desenvolvido, as externalidades produzidas são insuficientes para arrastar outros processos de desenvolvimento regional, podem facilmente desaparecer com o tempo, principalmente por falta de condições propícias à geração de aglomerações e de rendimentos crescentes no estado do Amazonas. (*) Economista, Engenheiro e Administrador de empresas, com pós-graduação: MBA in Management (FGV), Engenharia Econômica (UFRJ), Planejamento Estratégico (FGV), Consultoria Industrial (UNICAMP), Mestre em Economia (FGV), Doutorando na UNINI-Mx, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]