A Educação Física no campo da saúde V Encontro de Coordenadores de Cursos De Educação Física do Estado do Paraná “A atuação do profissional de Educação Física no Sistema Único de Saúde - SUS” Prof.Ms. Alexandre Machado Rosa Curitiba 27 de abril de 2013 Palavras Chave 1) SUS 2) Atenção básica (primária) em saúde 3) Práticas corporais e atividade física 4) Formação em saúde 5) Cuidado 7) Comunidade 8) Saúde ampliada 9) Nasf 10) Academia da Saúde Caracterização da formação em EF O curso de graduação em educação física é um dos maiores, em número de cursos, da área da saúde, com 893 cursos/habilitações em todo o Brasil. Sua distribuição pelos estados é bastante heterogênea, ocorrendo uma concentração significativa na região sudeste, particularmente no estado de São Paulo, com 231 cursos/habilitações, predominantemente em instituições privadas (INEP, 2009). Caracterização da formação em EF Atualmente, a abertura de novos cursos de educação física não passa por avaliação do Conselho Nacional de Saúde (CNS), apesar de a resolução nº 350, de 9 de junho de 2005, estabelecer que a abertura de cursos na área de saúde deva seguir uma série de critérios de necessidade social, projeto político pedagógico e relevância social. Caracterização da formação em EF 1) A educação física ganha relevância social no processo de higienização e mecanização dos corpos do século XIX. 2) Por meio dos métodos ginásticos europeus se escolarizou no início do século XX. 3) Foi esportivizada nos anos 1960. 4) Só em 1997 foi reconhecida formalmente, no Brasil, como uma das categorias profissionais da saúde de nível superior, pela resolução 218 do Conselho Nacional da Saúde (CNS); 5) No entanto, desde 1997, a formação profissional para a saúde segue majoritariamente centrada na: a) epidemiologia do risco, no b) modelo clínico/prescritivo e na c) visão biomédica do processo saúde-doença. Epidemiologia do risco As práticas, as políticas e os programas de saúde são subsidiados pelas análises obtidas a partir do conhecimento sistematizado (sistemas peritos), na perspectiva de propor ações para a promoção, a proteção, a prevenção e a recuperação da saúde – consideradas práticas voltadas para a gestão e gerenciamento de riscos. Portanto, identificar, minimizar e reduzir riscos tornou-se, na modernidade, o foco da saúde pública. O enfoque de risco ressignifica o processo saúde-doençacuidado pela necessidade de incorporar em suas abordagens o paradigma da promoção da saúde, como uma opção adequada para reorientar as estratégias de intervenção para o setor (Czeresnia, 2004; Spink, 2001). Caracterização da formação em EF Até meados da década de 1960, a formação de instrutores de ginástica com ênfase em saberes técnico-biológicos preponderava, mesmo nas escolas civis (Azevedo e Malina, 2004). A partir da década de 1960, o movimento de ‘esportivização’ da educação física ganha fôlego, insuflado pelo nacionalismo do regime militar, e sustenta a conformação de um perfil profissional híbrido: professor de educação física/técnico desportivo (Fraga et al., 2010). Currículo e processo ensinoaprendizagem na graduação e pósgraduação em saúde na EF A valorização da saúde coletiva, da integralidade e do trabalho interdisciplinar, voltada para o SUS, tem norteado as reformas curriculares atuais Para a EF o curriculo ainda é uma questão extremamente complexa, pois além da atuação na área ainda estar sustentada em pressupostos teóricos tradicionalmente bem distantes dos princípios do SUS, tal como acontece em boa parte dos cursos das demais áreas da saúde, a formação específica está demarcada pela disputa em torno das atribuições e limitações da atuação de licenciados fora da escola (atenção primária em saúde) e dos bacharéis em programas educacionais dentro da escola (Programa Saúde a Escola). (FRAGA, CARVALHO, & GOMES, 2012) Princípios do SUS 1) O SUS pode ser entendido como uma “Política de Estado” adotada pelo Congresso Nacional, em 1988, na chamada Constituição cidadã, que considera a Saúde como um “Direito e um dever do Estado”; 2) É resultado da ampla mobilização das forças sociais em torno do movimento pela Reforma Sanitária Brasileira; 3) o SUS é um projeto que consagra os princípios da Universalidade, Equidade e Integralidade da atenção à saúde e se ancora na Descentralização, na Regionalização, na Hierarquização e na Participação social. Profissões do “campo da saúde” de nível superior reconhecidas pelo CNS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. Assistentes Sociais Biólogos; Profissionais de Educação Física; Enfermeiros; Farmacêuticos; Fisioterapeutas; Fonoaudiólogos; Médicos; Médicos Veterinários; Nutricionistas; Odontólogos; Psicólogos; Terapeutas Ocupacionais e Biomédicos. Nasf como Porta de Entrada da EF no SUS - Portaria MS nº154/ 2008 cria os Núcleos de Apoio à Saúde Família (NASF). (REVOGADA) -Nova Política Nacional de Atenção Básica (Portaria MS nº2.488/ 2011), composição com possibilidade de 19 categorias Profissionais e especialidades, ampliação da cobertura dos NASF´s 2 e mudança nas cargas horárias. - Portaria MS nº 978/2012 define os valores financeiros do PAB (Piso da Atenção Básica) Variável para ESF, ES Bucal e NASF. -CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA - Diretrizes do NASF, 2010 Núcleo de Apoio à Saúde da Família São constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das ESF, compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade destas equipes, atuando diretamente no apoio matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território destas equipes. • Os NASF não se constituem porta de entrada do sistema – demandas identificadas no trabalho conjunto com as ESF Ações do Ministério da Saúde do Brasil: Atividade física I. Programa Academia da Saúde: Construção de espaços saudáveis que promovam ações de promoção da saúde e estimulem a atividade física/práticas corporais, o lazer e modos de vida saudáveis em articulação com a Atenção Básica em Saúde II. Programa Saúde na Escola: Universalização do acesso ao incentivo material e financeiro do PSE a todos os municípios brasileiros, com o compromisso de ações no âmbito da avaliação nutricional, avaliação antropométrica, detecção precoce de hipertensão arterial, sistêmica, promoção de atividades físicas e corporais, promoção da alimentação saudável e de segurança alimentar no ambiente escolar. NASF - Consolidado de Categorias Profissionais no Brasil - agosto/2012 Profissional Nº de Profissional FISIOTERAPEUTA GERAL /LUDOMOTRICISTA* 2.596 PSICOLOGO CLINICO / PSICOLOGO SOCIAL 1.707 NUTRICIONISTA 1.478 ASSISTENTE SOCIAL PROFESSOR DE EDUCACAO FISICA NO ENSINO SUPERIOR / PROFESSOR DE EDUCACAO FISICA NO ENSINO MEDIO / AVALIADOR FISICO / PREPARADOR FISICO / TECNICO DE DESPORTO INDIVIDUAL E COLETIVO (EXCETO FUTEBOL) /PREPARADOR DE ATLETA / TREINADOR PROFISSIONAL DE FUTEBOL 1.242 1.136 FONOAUDIOLOGO 841 FARMACEUTICO 716 TERAPEUTA OCUPACIONAL 535 MEDICO PEDIATRA 381 MEDICO GINECOLOGISTA E OBSTETRA 337 MEDICO PSIQUIATRA 139 MEDICO HOMEOPATA 16 MEDICO VETERINARIO 15 MEDICO CLINICO 13 MEDICO ACUPUNTURISTA 5 MEDICO GERIATRA 4 Diagnóstico das práticas e saberes em saúde da EF 1) Licenciatura de Graduação em Educação Física (“antiga”): Curso de formação profissional de professor, realizado sob a égide da Resolução CFE nº 3/1987, com duração de quatro anos. Licenciatura plena que habilitava para todos os nichos do mercado de trabalho para atuação do Profissional de Educação Física. 2) Licenciatura de Graduação em Educação Física (“nova”): Curso de formação profissional de professor que habilita unicamente para o Magistério do Ensino Básico, ou seja, aulas de Educação Física para o 1º e 2º Graus (Resolução CNE/CP nº. 1/2002), com tempo de duração de três anos e carga horária de 2.800 horas. 3) Bacharelado de Graduação em Educação Física: Curso de formação profissional de Educação Física que habilita para todos os segmentos do mercado de trabalho no campo das atividades físicas e esportivas, exceto no Magistério da Educação Física no Ensino Básico (Resolução CNE/CES 7/2004), por exemplo.. Com tempo de duração de 4 anos e carga horária de 2.880 horas – aguardando pela aprovação de Parecer que significaria alteração para 3.200 horas. As práticas e saberes em saúde da Educação Física se apoiam na 1) Tradição subalterna ao modelo médico hegemônico que estrutura as práticas educativas nas instituições de ensino; 2) Carência de formação interdisciplinar no nível de graduação orientada para a Saúde (e não pela doença); 3) Não capacita profissionais para atuar em promoção da saúde e sim na prevenção e tratamento de doenças. 4) Discurso sobre saúde desconectado do serviço em saúde; 5) Pouca presença nas equipes multiprofissionais do SUS Construindo o conceito de Clínica ampliada na Educação Física A clínica ampliada propõe que o profissional de saúde desenvolva a capacidade de resolubilidade, não só para combater as doenças, mas educar para a saúde, de forma que a doença, mesmo sendo um limite, não a impeça de viver outras coisas na sua vida de modo prazeroso. Ao se pensar a clínica, imagina-se um médico prescrevendo um remédio ou solicitando um exame para comprovar ou não a hipótese do paciente/sujeito ter saúde ou doença limitando o sujeito às doenças de que são portadoras ou não. Instrumentalizar as pessoas para o cuidado de si e da saúde coletiva. Construindo o conceito de Clínica ampliada na Educação Física · Assumir a RESPONSABILIDADE sobre os usuários dos serviços de saúde; · Buscar ajuda em outros setores, ao que se dá nome de INTERSETORIALIDADE; · RECONHECER OS LIMITES DO CONHECIMENTO dos profissionais de saúde e das TECNOLOGIAS por eles empregadas · Assumir um compromisso ÉTICO profundo. Construindo o conceito de Clínica ampliada na Educação Física · Criação disciplinas na graduação sobre promoção da saúde, epidemiologia, planejamento e gestão em saúde, saúde pública, SUS; · Estágios e residências em saúde; · Especialização,Mestrado acadêmico e profissional em saúde coletiva e saúde pública, além de doutorado; · Estimular a convivência, já na graduação, com equipes multiprofissionais em saúde. Participação nos Programas PET e Pró-Saúde em conjunto com outros cursos da área de saúde e secretarias de saúde Referências bibliográficas · Criação disciplinas na graduação sobre promoção da saúde, epidemiologia, planejamento e gestão em saúde, saúde pública, SUS; · Estágios e residências em saúde; · Especialização,Mestrado acadêmico e profissional em saúde coletiva e saúde pública, além de doutorado; · Estimular a convivência, já na graduação, com equipes multiprofissionais em saúde. Participação nos Programas PET e Pró-Saúde em conjunto com outros cursos da área de saúde e secretarias de saúde Obrigado a todas e todos! Prof.Ms. Alexandre Machado Rosa Consultor em saúde Blog: http://blog.cev.org.br/alexandre-rosa/ E-mail: [email protected] Twiter: @machado67 Fone: 011 986572544