UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS RELATÓRIO DE ESTÁDIO CURRICULAR II REALIZADO NA EMPRESA MONDIANA DO PERÍODO: 20/09/2010 a 24/12/2010 NATHÁLIA TURNES ROSA MATRICULA: 07237052 ORIENTADOR: ENG. ADI DAVID DA SILVA DE ACORDO COM O CONTEÚDO BIGUAÇU, DEZEMBRO DE 2010 2 Mondiana Indústria de Plástico Ltda. Rod. SC 408 – Km 1 – n◦: 2800 Bairro: Alto Biguaçu Biguaçu – SC, CEP: 88260-000 Telefone: (48) 3279-9800 Fax: (48) 3278-9830 www.mondiana.com.br 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Empresa Mondiana e a Universidade Federal de Santa Catarina pela oportunidade o qual enriquece o meu conhecimento. Aos proprietários da Mondiana, Sr. Paulo de Tarso e Sra. Christiane, por possibilitarem o acesso à empresa para a realização do estágio, que muito acrescentou ao meu aprendizado. Ao meu orientador, o Eng. Adi David da Silva, pelo apoio cedido nas atividades realizadas e pela disposição em compartilhar conhecimentos da área. Agradeço também aos meus colegas de trabalho, Gabriel Gaspar, Marcelo Santos, Nilson Fernandes, Ismael Correia, Marco Espezim, Roberto A. M. de Oliveira e a todos os demais que fizeram o ambiente de trabalho torna-se o melhor possível. Ao Professor Paulo Wendhausen pela dedicação ao curso de Engenharia de Materiais. Ao Doutorando Matheus Amorim pela atenção e auxílio na visita realizada. 4 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................5 2 - PROCESSO DE EXTRUSÃO..................................................................................6 2.1 – Objetivo.....................................................................................................,6 2.2 – Extrusão......................................................................................................6 2.3 - Co-Extrusão...............................................................................................11 2.4 – Problemas Encontrados no Processo de Extrusão de Materiais Poliméricos.....................................................................................................................12 3 – MATÉRIA-PRIMA..................................................................................................15 3.1 – ABS............................................................................................................16 3.2 – PS................................................................................................................16 3.3 – PE............................................................................................................... 17 3.4 – PP................................................................................................................17 3.5 – PVC.............................................................................................................18 3.6 – Teste de Chama...........................................................................................18 3.7 – Aditivos.......................................................................................................19 4 – ATIVIDADES DE ROTINA REALIZADAS NA EMPRESA................................20 5 – CONCLUSÃO...........................................................................................................22 6 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...........................................................................23 7 – ANEXOS...................................................................................................................24 5 1- INTRODUÇÃO O presente trabalho descreverá as atividades desenvolvidas na Empresa Mondiana Indústria de Plástico Ltda., referente ao segundo estágio curricular, que ocorreu no período de 20 de Setembro ao dia 24 de Dezembro do ano 2010. Válido pelo curso de graduação em Engenharia de Materiais oferecido pela Universidade Federal de Santa Catarina. O estágio ocorreu no Setor da Qualidade A Mondiana, localizada em Biguaçu, iniciou suas atividades em 1997, com a produção de copos plásticos. Atualmente, trabalha com processo de extrusão de materiais poliméricos termoplásticos para transformação em chapas e bobinas, que atuam em áreas da indústria alimentícia, comunicação visual, com foco na indústria automobilística. Este relatório tem como objetivo o estudo sobre extrusão, alguns defeitos mais freqüentes apresentados em materiais poliméricos extrudados, as possíveis causas e soluções destes defeitos. Serão relatados também sobre as principais atividades rotineiras, como inspeção de processos, auditoria interna, teste de fluidez. 6 2 – PROCESSO DE EXTRUSÃO 2.1 – Objetivo Nesta parte do relatório será reportado o processo produtivo da Empresa Mondiana. O processo de extrusão consiste em conformar a matéria-prima através de uma matriz com formato da peça e produzir produtos de perfil continuo. O polímero fundido é forçado para através da abertura de uma matriz metálica, resfriado gradativamente até permanecer sólido. 2.2 –Extrusão A máquina de extrusão de chapas e bobinas possui na sua composição alguns elementos fundamentais, como: Funil de Alimentação; Cilindro de Plastificação (Canhão); Rosca; Matriz. Funil de alimentação é uma estrutura feita em chapas de aço, alumínio ou aço inoxidável. Sua função é armazenar a matéria-prima e alimentar a rosca durante todo o processo. Cilindo de plastificação (canhão) tem como função alojar a rosca. Feito de aço SAE 8550 e possui uma camada de nitretação de 2mm, para resistir a abrasividade, altas temperaturas durante o processo e possíveis ataques químicos do material plástico. A parte interna deve possuir um bom acabamento para evitar acumulo de material degradado e quando o canhão é gasto, este é retificado internamente até a medida ficar uniforme e em seguida, é brunido. A folga entre a rosca e o canhão não deve ultrapassar três décimos de milímetro. O cilindro é divido por zonas de aquecimento, onde cada zona é aquecida por meio de resistências elétricas. A empresa Mondiana trabalha com, praticamente, cinco resinas (ABS, PS, PP, PE e PVC) e possui seis extrusoras, sendo uma delas de rosca dupla e o restante, rosca simples. A rosca é o principal elemento da extrusora, pois participa do processo de transporte, fusão e homogeneização com ajuda de filetes transversais dispostos helicoidalmente. As roscas são fabricadas de de aço SAE 8550, próprio para nitretação, proporcionando uma superfície lisa, facilitando a sua limpeza e gerando uma boa resistência a corrosão.A cada manutenção são feitas soldas dura com eletrodo nos filetes 7 ou é feito um revestimento bimetálico, onde a dureza varia entre 50-60HRC. Geralmente, uma rosca dura em média 2 anos, caso a camada de nitretação seja toda gasta, a vida útil a da rosca acaba. A extrusora de rosca dupla tem emprego voltado para extrusão de perfis de PVC. Esse tipo de extrusora apresenta duas roscas paralelas dentro de um único cilindro de aquecimento. O motivo de se utilizar uma extrusora de rosca dupla é para a melhor plastificação do polímero PVC, devido ao fato do PVC está em formato de pó, e não grânulos como as outras resinas. A rosca dupla aumenta significativamente a produtividade da extrusora. Uma rosca simples, para extrusão de PVC, não ultrapassa 50kg/hr. O cuidado deve ser redobrado para que não haja mistura do PVC com as outras resinas. A temperatura de trabalho do PVC é baixa comparada com ABS, PS, PP, em torno de 160◦C, com essa temperatura o cloro presente no polímero não é “liberado”. A temperatura de trabalho dos polímeros que foram citados é superior a 200◦C, liberando cloro que pode ocorrer a corrosão da rosca, matriz, calandras, danificando toda a máquina Para as resinas ABS, PS, PE e PP é utilizada uma extrusora de rosca simples de 2 estágios. Uma rosca de dois estágios se divide em seis seções, que se diferem pela profundidade dos filetes, são elas: zona de alimentação, duas zonas descompressão, zona de descompressão e duas zonas de homogeneização. (Figura 1). Zona de Alimentação: situada abaixo do funil de alimentação. Nesta zona, a profundidade dos filetes é maior e o material cai diretamente na rosca. Ocorre o transporte dos grãos para zona de compressão e o início da plastificação do material. Geralmente, quanto maior o comprimento dessa região, maior é a produtividade da máquina. A folga máxima entre rosca e canhão é de 2mm. Zona de Compressão: promove a compressão e a total plastificação do material, aquecendo os grânulos de matéria-prima através da condução e do atrito contra as paredes do cilindro. Isto ocorre pelo aumento do diâmetro da rosca que assim diminui a profundidade dos filetes e conseqüentemente o espaço disponível para o material. Zona de Homogeneização: ocorre a mistura do material, a homogeneização à temperatura e à distribuição de aditivos na massa polimérica, a matéria-prima é uma massa fundida. Nesta seção, a profundidade dos filetes é mínima e é mantida constante por todo comprimento da zona. É importante que a folga máxima nesta zona seja de 1 mm para que não haja refluxo do material. 8 Zona de Descompressão: o diâmetro da rosca diminui gradativamente até a metade desta zona, e em seguida, o diâmetro aumenta novamente. Esta geometria serve para assegurar o fluxo da matéria-prima. Nesta zona está aplicada a bomba de vácuo que é responsável pela retirada da umidade e gases voláteis, processo conhecido como degasagem. Figura 1: Rosca Simples de 2 estágios A matriz tem por objetivo receber o material plastificado e distribuir seu fluxo ao longo da seção desejada, conformando o material polimérico que é extrudado por sua abertura de maneira que a chapa tenha uma espessura uniforme. A Matriz é feita por um material especial chamado de Aço P-20 (aço indeformável), este aço suporta altas temperatura. Há uma camada de cromo depositada na superfície que fica em contato com material conforme esta camada vai desgastando, retira-se o cromo velho, faz-se o “desplacamento”, em seguida a matriz é polida e cromada novamente. Sua dureza chega a 55HRC. O modelo de matriz encontrado na Mondiana é flat-die do tipo cabide que, comparada aos outros modelos de matriz, proporciona uma velocidade do material mais uniforme por toda a largura da matriz, além de não oferecer possibilidade de estagnação do material. Figura 2: Matriz Flat-die do tipo Cabide 9 A estrutura interna da matriz pode ser dividida, basicamente, em duas partes: seção de distribuição e lábios. Na seção de distribuição, o material começa a adquirir o formato de chapa. Isto ocorre através de uma espécie de canal que leva o material até os lábios. Estes por sua vez, determinam a espessura inicial da chapa. A superfície interna que fica em contato com o material desde a entrada até a saída, na abertura dos lábios, deve ser completamente lisa e polida para facilitar a distribuição do material e evitar tensões internas. A espessura da chapa é obtida através da abertura dos lábios da matriz, os quais são móveis para possibilitar a regulagem. Os lábios das matrizes são ajustados de maneira a ficar com a espessura entre 10% e 20% superior a espessura final desejada para a chapa. A matriz é dividida em zonas de aquecimento, com controle de temperatura individual para cada zona. O aquecimento apropriado e equilíbrio da matriz são bastante importantes. Caso a matriz esteja fria, a superfície da chapa pode ficar áspera e porosa, enquanto um aquecimento excessivo pode gerar a formação de irregularidades na chapa. Após a matriz da extrusora, encontra-se, respectivamente, calandras, esteira de resfriamento, sistema de refiles e rolo puxador. As calandras consistem em um conjunto de cilindros, geralmente, na vertical. Esse sistema é responsável por determinar a espessura final, fazer o resfriamento primário e acabamento superficial das chapas. O aumento da temperatura dos rolos favorece um melhor brilho ao produto, razão pela qual o rolo está em contato com a superfície aparente da chapa. Material Rolo Superior Rolo Intermediário Rolo Inferior ABS 80-110 65-80 80-110 PS 45 - 100 45-80 65-95 Tabela 1: Temperatura das calandras A figura 3 ilustra um sistema de três calandras na vertical. Os rolos metálicos são retificados, tratados com cromo duro e espelhados. Suas temperaturas são controladas de acordo com a temperatura do material fundido, por circulação fechada de água ou óleo. 10 Figura 3: Sistema de Calandras As calandras são revestidas de material bi metálico com eletrodo de inox martensitico, essa camada chega a 5mm e é feita por solda arco submerso. A superfície das calandras é retificada para uniformizar. Aplica-se cromo duro no processo eletrolítico, a camada de cromo duro é de aproximadamente de 50microns. Em seguida as calandras são polidas e lapidadas (espelhadas). Devido à abertura do lábio da matriz ser maior que a abertura entre as calandras, ocorre o acumulo de material. Este acúmulo de material é chamado de cordão que garante o preenchimento das calandras com material ao longo da largura, compactar o material e eliminar porosidades. É o cordão que fornece pressão necessária para laminação do material, caso não haja cordão, a chapa não terá um bom acabamento. Figura 4: Formação do Cordão A esteira de resfriamento é um caminho, equipado por ventiladores, que liga as calandras a guilhotina. Consiste em uma série de cilindros alinhados que são 11 impulsionados pelo atrito com a chapa. Na parte final da esteira estão colocados os rolos puxadores e a guilhotina. Os rolos puxadores são dois rolos arranjados um sob o outro revestido com borracha que mantêm a chapa em movimento e força contra as facas de refile. A velocidade dos rolos puxadores deve sofrer um ajuste ligeiramente superior das calandras para manter uma pequena tensão nas chapas. Imediatamente após os rolos puxadores, encontra-se a guilhotina que determina o comprimento das chapas. 2.3 – Co-extrusão A co-extrusão é o processo onde se tem duas ou mais extrusoras conectadas a mesma matriz de saída, proporcionando a fabricação de produtos multi-camadas de acabamento, especificações, materiais e/ou parâmetros de extrusões diferentes. A principal vantagem em se fazer uma chapa co-extrudada é a redução de custo final para o cliente. Com a possibilidade de ser fazer uma chapa com duas camadas ou mais, na camada aparente usa-se material virgem para um melhor acabamento e na camada inferior, usa-se material reciclado. Os cuidados para se fazer um material coextrudado são: a diferença de fluidez entre o material virgem e reciclado, e as possíveis contaminações encontradas no material reciclado. Figura 5: Extrusora Principal e Co-extrusoras 12 Como o material reciclado possui índice de fluidez mais elevado que a matériaprima virgem, isso pode causar o problema chamado “estrias”, que são linhas parabólicas no sentido da extrusão, parecidas com “marcas de areia”. A contaminação pode gerar formação de gases na extrusora quente, resultando depressões, pelo gás retido, e pintas pretas (carbonização do particulado fino na zona de alimentação da rosca). 2.4 - Problemas Encontrados no Processo de Extrusão de Materiais Poliméricos Linhas parabólicas no sentido da extrusão (Excesso) Ilustração 1 Figura 6: Marcas de Excesso nas Chapas Motivo: as marcas de excesso aparecem devido ao cordão irregular, neste caso estava muito espesso. Quando o material fundido sai do lábio e acumula nas calandras, ocorre a formação do cordão, porém quando a espessura do cordão é excessiva, o material dobra nas calandras formando as marcas de excesso assim que é laminado. Solução: Para que o cordão seja regulado, varia-se a velocidade sincronizada das calandras, no caso de cordão espesso, aumenta-se. Caso o cordão estivesse muito fino, a solução seria diminuir as velocidades das calandras. 13 Marca branca na chapa de PEAD Figura 7: PEAD com macha branca no meio da chapa Motivo: Problema do próprio material que deposita uma espécie de cera na calandra que gruda na chapa deixando-a branca. Solução: Para que o problema não ocorra mais, coloca-se um bico de ar diretamente na calandra. Acumulo de material no lábio Figura 8: Acumulo de material na saída da matriz 14 Motivo: Operador não ajustou corretamente o calço, vazou material fundido e em seguida, este solidificou dificultando a saída de material do lábio. Umidade Chapas com umidade apresentam depressões, defeitos como pequenos “buracos”. Às vezes, essas depressões podem aparecer somente após a moldagem, como se pode observar nas figuras 9 e 10 A causa possível dessa umidade pode ser devido ao tempo de “estufagem” ser insuficiente ou até mesmo problema na bomba de vácuo da extrusora que tem como função “sugar” os possíveis gases que são liberados pelo material. 2 Figura 9: Chapa com textura antes da moldagem Figura 10: Chapas após moldagem com umidade. 15 Problemas com Textura - Textura Rasa: a origem deste problema pode estar relacionada com a alta temperatura do rolo de textura. A temperatura ideal, para que não haja problemas de textura rasa, é de, aproximadamente, 15◦C. Outro fator que pode fazer com que a textura da chapa fique rasa é a espessura da chapa, quanto maior a espessura, mais rasa a textura fica. - Textura Áspera: dependendo do percentual de aditivo para diminuir brilho, a chapa pode ficar com aspecto de “efeito purpurina”. Este efeito pode afetar na cor da chapa, deixando-a clara. Riscos na direção da extrusão Defeitos de riscos nas chapas podem ser gerados por vários motivos, os principais são: -Imperfeições na matriz, como riscos nos lábios da matriz ou qualquer outra imperfeição superficial. Esse tipo de defeito pode ser mais evidente após a moldagem. Para uma possível solução é sugerido que se faça um polimento e em seguida, recromar a matriz. - Material retido na barra de restrição da matriz (régua) também pode gerar riscos a chapa. Para a solução deste problema, o ideal é limpeza da matriz para remoção deste material. - Umidade também é uma causa comum que gera riscos nas chapas, em formato de linhas descontinuas, são linhas finas que variam de acordo com o grau de umidade que poderão ser acompanhadas pelo aparecimento de marcas tipo “pés de galinha”. A utilização de um desgaseificador, pode ajudar a solucionar este tipo de problema. 3 - Matéria-Prima Na empresa Mondiana são processados 5 diferentes classes de polímeros termoplásticos. 16 Polímero é uma macromolécula composta por muitas unidades de repetição (mero), ligados por ligação covalente. A matéria-prima para a produção de um polímero é o monômetro (unidade de repetição). Os polímeros termoplásticos são aqueles que possuem a capacidade de amolecer e fluir quando sujeitados a um aumento de temperatura e pressão. Quando retirado desse processo, o polímero solidifica em um produto com forma definida. Essa alteração é uma transformação física, reversível. Esses materiais são fusíveis, solúveis e recicláveis. 3.1 - ABS (Acrilonitrila-Butadieno-Estireno) O polímero ABS é composto por três monômeros diferentes: acrilonitrila, butadieno e estireno. Cada um deles contribui separadamente para as propriedades do material. Em termos gerais, o acrilonitrila contribui para a resistência química, resistência ao calor, dureza superficial e aumento da resistência a flexão. O butadieno confere a uma melhor resistência ao impacto e tenacidade. E o estireno é responsável pela rigidez, brilho e processabilidade. Característica do material: * Boa combinação de propriedades mecânicas e térmicas; * Facilidade de processamento; * Alta resistência ao impacto; 3.2 - PS (Poliestireno) 17 Características do material: * Baixo custo; * Fácil processamento por moldagem; * Baixa absorção de umidade; * Baixa resistência a intempéries, solventes orgânicos e a calor; O Poliestireno pode se dividir em vários tipos dependendo da sua aplicação, os mais básicos são: Poliestireno Cristal, Poliestireno de Alto Impacto (PSAI), Poliestireno Resistente ao Calor e Poliestireno Expandido (Isopor). Os mais utilizados no processo de extrusão visando a termoformagem são o PS Cristal e o PSAI. O PS Cristal é utilizado na forma comum, não modificado, caracterizado por uma transparência cristalina. É processado como complemento, para gerar brilho a chapa através de uma fina camada de revestimento. É um material muito quebradiço. O PSAI (Poliestireno de Alto Impacto) possui uma boa resistência ao impacto, fácil processabilidade. O PSAI apresenta bons resultados em aplicação de termoformagem. 3.3 - PE (Polietileno) Por apresentar inúmeras aplicações é considerado um dos polímeros mais encontrados no mercado, como embalagens, brinquedos, cabos elétricos, entre outros. O PE pode se dividir em PEAD (Polietileno de alta densidade) PEBD (polietileno de baixa densidade). PEAD: É o resultado da polimerização do etileno em pressões e temperaturas baixas. É mais rígido e mais opaco que o PEBD e amolece entre 130º e 140ºC. Possui boa resistência a choque térmico e a baixas temperaturas. PEBD: É o resultado da polimerização do em pressões e temperaturas altas. Se funde a uma temperatura entre 104º e 120ºC, e se queima a 300ºC. Tem aspecto translúcido, opaco, de alta espessura e um toque parafínico. Não é tóxico, e é totalmente insolúvel na água. Possui boa tenacidade, alta resistência ao impacto, alta flexibilidade. 3.4 - PP (Polipropileno) 18 O PP é produzido a partir do propeno em processo catalítico. Têm propriedades semelhantes às do polietileno, mas com menor densidade, melhor resistência ao calor, rigidez e dureza. Usado em uma variedade de produtos (embalagens rígidas, utensílios domésticos, brinquedos, baterias). Para baratear, melhorar propriedades física, químicas e de processamento, é adicionado ao PP o talco (carga mineral). As funções básicas da carga mineral são estratégicas e econômicas, substituindo parcialmente a resina. Geralmente, o percentual de carga adicionada é de 20% a 40%. 3.5 - PVC (Cloreto de Polivinila) Material composto por 57% cloro e 43% de petróleo altamente resistente aos agentes climáticos, possui excelentes propriedades elétricas, boa resistência a umidade e agentes químicos. A Mondiana trabalha com 2 tipos de chapas de PVC: Rígido e Expandido. O PVC Rígido possui alta resistência a choque, baixa sensibilidade à fissura sob tensão, permeabilidade aos gases e vapor d’água. Ele é utilizado em larga escala na engenharia civil e em comunicação visual, devido à ótima aceitação de tinta serigráfica e vinil adesivo. Para sua transformação necessita de uma série de cargas e aditivos, estes adicionados ao polímero básico. PVC Expandido possui quase as mesmas características da madeiras, porém sua boa resistência a água e umidade são as vantagens em relação à madeira. O PVC expandido é produzido a partir da adição de um agente expansor ao composto de PVC e posterior aquecimento desta mistura. Suas principais aplicações são: letreiros, displays, móveis para áreas úmidas. 3.6 – Teste de Chama Uma prática comum, para a identificação das resinas, é o teste de chama. Consiste em aquecer o material, gerando chama, fumaça e odor. Com essas três características, o método pode fornecer uma idéia do material analisado, porém não é uma análise precisa. Abaixo segue a tabela 2 com os principais resultados da caracterização pelo teste de chama. 19 Resina Coloração da Chama Flamabilidade Odor Parafina queimada Parafina queimada PE Amarela com base azul Incendeia PP Amarela com base azul Incendeia ABS Amarela com base azul Incendeia Adocicado PS Amarela com base azul Incendeia Adocicado PVC Amarela com base azul Outras Características Funde, escorre e goteja Características do PE, porém não goteja Muita fuligem, carboniza bastante Muita fuligem, carboniza bastante AutoAcre Amolece e Carboniza Extinguível Tabela 2: Identificação dos materiais através do teste de chamas. 3.7 - Aditivos Todo material adicionado a um polímero visando modificar uma propriedade específica. Abaixo estão listados alguns dos principais aditivos: Plastificantes Utilizado para aumentar a flexibilidade, ductilidade, tenacidade e a distensibilidade do composto. O aditivo age entre as cadeias poliméricas e diminuindo o número de ligações intermoleculares. Lubrificantes Sua função é reduzir a viscosidade durante o processamento pela lubrificação das cadeias, aumentando a facilidade com que as moléculas deslizam uma sobre as outras. Pigmentos Usado para colorir os polímeros que aceitam uma extensa gama de cores. Geralmente, o transformador adquire o chamado “masterbatch”, que são grãos de resina plástica a ser processada com alta concentração de pigmento. Retardadores de chama À exceção dos polímeros que possuem cloro ou flúor na sua composição, os polímeros costumam ser inflamáveis. Os agentes retardadores de chama interferem no processo de combustão através da fase gasosa ou por iniciarem uma reação química que refrigera a região da combustão. 20 4- ATIVIDADES DE ROTINA REALIZADAS NA EMPRESA Nesta seção do trabalho serão relatadas algumas funções que a estagiária recebia diariamente. Auditoria: Durante todo o estágio, foram feitas, diariamente, auditorias internas de processo. As áreas auditadas eram mapeadas e separadas por seção: Moinho, Mistura e Extrusão. Eram avaliados itens como: identificação de material, seguimento da especificação, uso dos EPI’s. Com o resultado das auditorias, toda semana as nãoconformidades eram relatadas e enviadas para os Supervisores de cada turno e eles respondiam as ações corretivas de acordo com as não-conformidades. Teste de Fluidez: Definição Conforme Norma ASTM D-1238: “Este método destina-se à medida da taxa de extrusão de resinas fundidas através de uma matriz de comprimento e diâmetro padronizado, sob condições pré-estabelecidas de temperatura, carga, posição do pistão e tempo.” O índice de fluidez (MFI) tem como objetivo medir a viscosidade do polímero fundido. Em geral, os materiais que são mais resistentes ao fluxo são aqueles com maior peso molecular ou aqueles que são mais fortemente reticulados. Portanto, através do índice de fluidez, é possível avaliar qualitativamente o peso molecular de um polímero. Para medir o MFI, cada polímero possui uma temperatura de ensaio e uma carga aplicada (tabela 1), de acordo com a Norma ASTM D-1238. Em seguida, mede-se o tempo necessário para escoar certa quantidade de massa, a qual é determinada por uma balança. . Resina Temperatura Kg PS 200◦C 5 ABS 220◦C 10 PE 190◦C 2,16 PP 230◦C 2,16 Tabela 1: Relação de temperatura e carga aplicada 21 Colorímetro: O Colorímetro é um aparelho no qual “mede”4 a cor através da reflexão da luz branca. O equipamento fornece o “deltaE” (valor que é comparado com uma cor padrão), o valor deverá variar de 0 a 1, caso o deltaE não esteja neste intervalo, a cor está fora do padrão e será reprovada ISO 9001 No mês de Dezembro ocorreu a auditoria de Manutenção da ISO 9001-2008 na Empresa Mondiana. Um certificado da ISO 9001, é a prova para os consumidores de que o sistema de gerenciamento da qualidade está aprovado, passando confiança aos seus clientes. A função da estagiária era, junto com o Coordenador da Qualidade, gerar uma ação corretiva como resposta para a reclamação que vinha de um cliente, para que essa não se repita. Eram verificadas as causas das não-conformidades, determinadas as ações corretivas e acompanhas as execuções, assegurando que a mesma estava sendo empregada e efetiva. 22 5 - CONCLUSÃO A oportunidade oferecida para estagiar em uma empresa dinâmica como a Mondiana proporcionou um bom aprendizado na área de polímeros, e principalmente, no processo de extrusão. O trabalho de estágio foi realizado no Setor da Qualidade, permitindo total aproximação com a transformação da matéria-prima em produto. Além do aprendizado gerado, o atual estágio possibilitou o convívio com problemas enfrentados e eventuais soluções que proporcionaram um estímulo para um futuro voltado ao empreendedorismo. 23 6 - REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - HARADA, Júlio; Introdução a Polímeros: Extrusão de Chapas e Bobinas ; - CANEVALORO JR; Sebastião V.; Ciência dos Polímeros – 2002- Artliber Editora; - Autor desconhecido – Apostila Mondiana, arquivo interno da empresa; - CIMINELLI; Renato Ribeiro; Caracterização das propriedades físicas, químicas e estruturais de carga em composto termoplásticos; - Autor Desconhecido - Apostila sobre Polímeros; Disciplina Química Tecnológica; Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos; Universidade Federal de Santa Catarina; 7 – ANEXOS 24 Anexo A – Histórico da Empresa A Empresa Mondiana Indústria de Plástico Ltda. instalada na Rodovia SC 408, Km 01 no bairro Alto Biguaçu Santa Catarina Brasil, foi fundada dia 15 de julho de 1996, pela proprietária Christiane Ely Câmera da Silva. Deu início as suas atividades em um espaço físico de três mil metros quadrados. Quando no início de suas atividades, executava a fabricação de descartáveis plásticos. Atualmente, a Mondiana é uma indústria de plásticos especializada em transformação de resinas plásticas em chapas e bobinas com os mais diversos tipos de acabamento. A Empresa está preparada para garantir o fornecimento de bobinas e chapas de alta qualidade, para todos os tipos de aplicações. Com resultado da combinação de inúmeras resinas plásticas, texturas, cores e acabamentos, uma gama quase infinita de produtos pode ser processada, capaz de satisfazer qualquer exigência técnica, em prazos competitivos. Com um parque fabril em ininterrupto crescimento e aprimoração, a Mondiana conta com modernas máquinas operadas por uma equipe capacitada a prestar o suporte necessário para o desenvolvimento de novos produtos com maior valor agregado. Atualmente, a Empresa trabalha com os segmentos de mercado automotivo, refrigeração, alimentício, comunicação visual e outros. Tem uma infra-estrutura de revendedores internos e externos para atender regiões Sul e Sudeste do País. A Empresa continua em crescimento e está expandindo os seus negócios para áreas de construção civil, noveleira e automotiva. A Empresa tem a preocupação de transmitir aos seus clientes a qualidade por meio de produtos submetidos a um rígido controle quanto ao processo e matérias-primas. Visão: Ser excelência no que faz, onde as pessoas tenham orgulho e prazer de trabalhar. 25 Missão: Fornecer seu negócio com ética e profissionalismo, satisfazendo com excelência as necessidades dos clientes, gerando desenvolvimento social. Valores: Comprometimento e responsabilidade; Valorização do ser humano e desenvolvimento social; Agilidade e qualidade; Ética e credibilidade; Sucesso financeiro; Política da Qualidade: Cumprir nossa missão por meio da melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade. 26 Anexo B – Cronograma de Estágio