Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 ESCOLA & UNIVERSIDADE: PARCERIA DE PROFISSIONAIS HARACEMIV, Sônia Maria Chaves ([email protected]) Universidade Federal do Paraná - Brasil CASTRO, Ana Paula Pádua Pires de ([email protected]) Universidade Federal do Paraná - Brasil WALGER, Américo Agostinho Rodrigues ([email protected]) Universidade Federal do Paraná - Brasil RESUMO O presente trabalho visa apresentar a proposta de qualificação dos profissionais da educação pertencentes à carreira pública do município de Curitiba, consolidada no Projeto “Escola & Universidade” que visa a mediação entre a pesquisa educacional, a educação por projetos nas escolas e a ação reflexiva docente. Este projeto é desenvolvido através da parceria da Secretaria Municipal da Educação e diversas Instituições de Ensino Superior sediadas na cidade de Curitiba (PR), entre elas a Universidade Federal do Paraná, articulando a realidade das escolas municipais e a orientação de projetos propostos pelos professores da Rede Municipal de Ensino, oferecendo-lhes o devido apoio teórico-metodológico. A iniciativa permite oportunidades de análise e intervenção pedagógica de ambas as partes: aos profissionais de ensino municipais competem refletir sobre sua prática, buscando formas de solucionar problemas e melhorar a qualidade da educação ofertada na unidade escolar onde trabalha; aos professores parceiros e orientadores, o Projeto enseja a transformação qualitativa da educação em Curitiba, por mobilizar teorias e metodologias estudas e discutidas no meio acadêmico. PALAVRAS-CHAVE Formação Continuada do Educador; Projetos Educacionais; Parceria. Introdução O Projeto “Escola & Universidade” reflete a experiência direta vivida pela equipe da Universidade Federal do Paraná, no aprimoramento do trabalho docente dos profissionais da educação da Rede Municipal de Ensino da cidade de Curitiba, Estado Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 do Paraná, e o contato direto com a realidade escolar, aproximando a pesquisa educacional realizada na Universidade com a prática da sala de aula. Quando se trata de pesquisa educacional, Charlot (2005) em suas reflexões anuncia certo afastamento da pesquisa e as práticas escolares, por justamente essa não conseguir abranger a totalidade da situação educacional e oferecer inteligibilidade para todas as atividades docentes exercidas em sala de aula. Com isso, o Projeto “Escola & Universidade” objetivou as parcerias com as Instituições de Ensino Superior, a qualificação continuada e assessoramento acadêmico-científico, instrumentalizando o professor para a ação profissional fundamentada e consistente e a busca pela superação deste distanciamento entre a teoria e a prática. Ao intercambiar saberes e experiências, temos a partir do chão da escola, o aprofundamento teórico-metodológico no desenvolvimento de projetos pedagógicos propostos em conformidade com o currículo, com o contexto social, político, econômico e familiar da comunidade e que atendessem a unidade escolar em suas necessidades educativas para solução de problemas da prática cotidiana. O Projeto foi desenvolvido com intuito de atingir os seguintes objetivos específicos: • Incentivar a busca contínua da melhoria da qualidade de ensino da Rede Pública de Ensino Municipal de Curitiba; • Refletir em parceria, escola & universidade, a relação concreta teoria e prática docente com professores em serviço; • Orientar os projetos elaborados pelos Profissionais da escola, visando o aperfeiçoamento pedagógico permanente; • Estimular o trabalho cooperativo e interdependente da escola fundamental e universidade no desenvolvimento de projetos na linha de pesquisa-ação. A Rede Municipal da Educação de Curitiba conta 135.000 alunos atendidos em 172 Unidades Escolares – Escolas de Ensino Fundamental –, 8 Centros Municipais de Atendimento Especializado (CMAEs), 162 Centros Municipais de Educação Infantil e anexos como os Faróis do Saber, que são bibliotecas e espaços de contra-turno escolar. Para participar do Projeto, no início do ano letivo, professores e pedagogos de uma Unidade Escolar reuniram-se em grupo de dois ou três profissionais e elaboraram Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 2 Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 um projeto pedagógico dentro de uma área temática. Estes projetos pedagógicos deviam conter: • Identificação com título do projeto pedagógico contendo: nome da unidade escolar e do Núcleo Regional ao qual pertence, endereço e nome dos participantes (grupo); • Introdução e Formulação do Problema, indicando a área de interesse a ser investigada; • Justificativa apresentando as contribuições que este estudo irá proporcionar à escola e aos alunos; • Objetivos: geral e específico; • Referencial teórico; • Procedimentos metodológicos, delimitando bem o universo em que se pretende desenvolver o projeto; • Recursos materiais e humanos; • Cronograma com a descriminação do tempo a ser despendido com cada etapa do projeto proposto; • Os Referências que foram utilizadas na elaboração da proposta. projetos pedagógicos elaborados foram aprovados pela Equipe pedagógico-administrativa (EPAs) das Unidades Escolares e pelos Conselhos de Escola, e encaminhados em duas vias, uma impressa e outra em CD, juntamente com uma ficha de inscrição, aos Núcleos Regionais de Ensino correspondente à área de localização da escola, para validar a proposta. Somente após este percurso, os projetos inscritos e aceitos foram remetidos à Secretaria Municipal da Educação. Nem todos os profissionais da educação da Rede Municipal participaram, pois não há obrigação de trabalharem nas escolas mediante a execução de projetos. Para aqueles profissionais que se inscreveram e participaram houve o incentivo no soldo salarial de uma bolsa-auxílio, referente a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) pagas em 5 parcelas de R$ 240,00 (duzentos e quarenta) reais, no período de agosto a dezembro. Em função do Projeto “Escola & Universidade” não ser compulsório, pode-se destacar em 2007, num universo de 9.335 profissionais de ensino (professores e pedagogos), 4.998 inscritos e 1.640 projetos inscritos. Destes, foram aprovados 1.083 Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 3 Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 projetos e participaram 2.944 profissionais de ensino, denominados pela Secretaria Municipal da Educação como “bolsistas”. A seleção dos projetos pelas EPAs, pelos Conselhos Escolares e pelos Núcleos Regionais seguiu os critérios de Inovação Pedagógica da proposta, Criatividade, Relevância para escola, Coerência teórica-prática e conformidade com as Diretrizes Curriculares da Secretaria Municipal da Educação. Além desses fatores, foi observado também o número de bolsas disponíveis para pagamento dos participantes. Nas Instituições de Ensino Superior, os critérios utilizados pelos avaliadores, para classificação dos projetos propostos, requereram a observação de: formatação na padronização indicada; coerência entre título, objetivos e justificativa definidos em relação ás estratégias propostas; embasamento teórico; proposição inovadora para a melhoria da qualidade do ensino; e, por fim, a coerência com a área de atuação dos proponentes. Os profissionais escolhidos das Instituições de Ensino Superior, para serem avaliadores e pareceristas na classificação dos projetos, geralmente são os mesmos que posteriormente orientaram os projetos. Os professores-orientadores escolheram seus projetos pela área de conhecimento, obedecendo a critérios internos de cada IES, com relação à quantidade e distribuição dos projetos a serem orientados. As áreas de conhecimento, indicadas pelos proponentes dos projetos pedagógicos, foram assim definidas: EDUCAÇÃO INFANTIL Inclusão; Jogos e brincadeiras; Infância e natureza; Ação educativa compartilhada com as famílias; Organização dos espaços e tempo; Linguagem artística; Linguagem corporal; Oralidade/leitura/escrita; Pensamento lógico-matemático; Avaliação na Educação Infantil; Educação e diversidade Étnico-Racial; Criança Saudável e Nutrição Infantil, Segurança, Higiene e Sinais de Alerta. ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) Gestão escolar; Organização do trabalho pedagógico; Educação para a sustentabilidade; Educação pela filosofia; Avaliação da aprendizagem; Educação inclusiva; Tecnologias da informação e comunicação aplicadas à educação; Relação escola e comunidade; Currículo e organização escolar; Metodologias de ensino: Língua Portuguesa, Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 4 Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 Matemática, História, Geografia, Ciências, Língua Estrangeira Moderna, Educação Física, Ensino Religioso, Artes; Prevenção: drogas, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência; Educação e diversidade Étnico-Racial; Educação inclusiva e não sexista; Alfabetização; Educação em tempo integral; Xadrez. EDUCAÇÃO ESPECIAL Psicomotricidade; Inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular; Desenvolvimento infantil; Habilidades cognitivas; Consciência fonológica; Educação física adaptada; Tecnologias de apoio à aprendizagem; Artes; Família; Parceria com a comunidade; Adaptações curriculares para alunos com necessidades educacionais especiais; Inclusão e o mercado de trabalho para pessoas com necessidades educacionais especiais; Alfabetização para pessoas com necessidades educacionais especiais. Além dos procedimentos acima dispostos, sobre a classificação dos projetos, vale mencionar quais as competências das Instituições de Ensino Superior conveniadas com a Secretaria Municipal da Educação. Nesse sentido, destaca-se a responsabilidade pela efetivação do Convênio e indicação dos professores para a prestação de serviços de análise, seleção, classificação e orientação dos projetos. Cada IES deve ainda escolher entre os professores integrantes de seu quadro funcional, um coordenador e vice (opcional) para acompanhamento da execução do Projeto. A Coordenação escolhida pela IES teve a responsabilidade: • Indicar professores do corpo docente efetivo da instituição, com titulação de mestrado e doutorado, e também professores substitutos que possuem vínculo de contrato temporário, para a orientação dos projetos; • Se responsabilizar pelos relatórios, informações e cumprimento dos prazos estabelecidos no convênio com a Secretaria Municipal da Educação (SME); • Coordenar o processo de análise, seleção e classificação dos projetos recebidos, de acordo com a quantidade de bolsas-auxílio disponibilizadas pela SME; • Organizar os procedimentos necessários para que seja efetuado o pagamento aos orientadores pelo serviço prestado; Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 5 Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 • Oferecer orientação para a elaboração do relatório final e da síntese do projeto; • Incentivar os professores executantes dos projetos a se instrumentalizarem teoricamente e a divulgarem seus trabalhos, seja por meio de participação em seminários/congressos e/ou escrevendo artigos destinados a serem publicados em revistas científicas; • Organizar o Seminário Final. Com relação às competências dos professores-orientadores destaca-se: • A análise, seleção e classificação criteriosa dos projetos, realizada em julho; • Orientação pedagógica mensal dos bolsistas para o desenvolvimento qualitativo dos projetos, no período de agosto a novembro; • Orientação teórico-metodológica para a fundamentação dos projetos; • Orientação bibliográfica; • Disponibilidade de horário para um encontro mensal com os bolsistas, sendo que dos quatro encontros previstos, o primeiro e o último devem obrigatoriamente ocorrer na unidade escolar; • Definição juntamente com os bolsistas de cronograma para orientação pedagógica com os horários de atendimento; • Participação no Seminário Final, realizado no mês de dezembro. Sobre o desenvolvimento do Projeto “Escola & Universidade” em 2007, registramos a participação de 10 Instituições de Ensino Superior na constituição da parceria prevista para orientação e qualificação da Rede Municipal de Ensino. Dentre as 10 IES, tivemos 2 Universidades privadas, 5 Faculdades privadas, 1 Faculdade pública estadual e 2 Universidades Federais, sendo uma delas a Universidade Federal do Paraná – UFPR. Na UFPR, participaram 40 professores do Setor de Educação como orientadores e 2 professores na Coordenação. Foram selecionados 166 projetos e orientados 460 profissionais de ensino da Rede Municipal. Entre os projetos selecionados houve a distribuição nas seguintes áreas: • 26 projetos de língua portuguesa • 23 de jogos e brincadeiras Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 6 Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 • 20 de educação pela filosofia • 17 de ciências • 17 de educação para a sustentabilidade • 12 de xadrez • 9 de educação e diversidade étnico-racial • 7 de alfabetização • 6 de educação inclusiva • 5 de geografia • 4 de história • 4 de linguagem corporal • 3 de língua estrangeira moderna • 2 de habilidades cognitivas • 1 de inclusão • 1 de psicomotricidade • 1 de inclusão e o mercado de trabalho para pessoas com necessidades educacionais especiais • 1 de prevenção – drogas • 1 de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular • 1 de criança saudável e nutrição infantil, segurança, higiene e sinais de alerta • 1 de educação inclusiva • 1 de relação escola e comunidade • 1 de desenvolvimento infantil • 1 de tecnologias da informação e comunicação aplicadas à educação No Seminário Final foi socializada a produção do conhecimento gerado pela execução destes projetos pedagógicos, tendo em vista que os “bolsistas”, por serem de diversas escolas, não possuiam oportunidades de se encontrarem durante o tempo em que receberam a orientação dos professores da UFPR. Essa dinâmica dos encontros realizados entre orientadores e bolsistas, ficou determinada por cada orientador, sem haver qualquer ingerência por parte da Coordenação do Projeto. Contudo, três professores-orientadores realizaram encontros coletivos com todos os bolsistas, permitindo a troca de experiências entre projetos com temas correlatos, porém executadas em escolas distintas. Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 7 Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 Registra-se ainda que dos 40 orientadores da UFPR, 18 realizaram os quatro encontros mensais nas Escolas, independente da determinação colocada pela Secretaria Municipal da Educação, do primeiro e último encontro serem nas Escolas e os outros dois, em local previamente combinado com os bolsistas. A média de orientação, em horas dispensadas nos encontros pelos 40 orientadores, também superou as expectativas, ultrapassando às 2 horas previstas e geralmente aplicadas pelas outras IES no processo de acompanhamento dos projetos desenvolvidos nas escolas. Estes dados indicam o interesse do corpo docente da carreira de magistério superior, em acompanhar as práticas existentes nas escolas e ampliar o conhecimento na área educacional, o que proporciona novos olhares sobre o que foi orientado e observado e futuras pesquisas. REPENSANDO A PARCERIA... É necessário repensar alguns itens para a aplicação do Projeto “Escola & Universidade”, versão 2008, ou até mesmo para continuidade da proposta de qualificação por projetos. A evolução da sociedade em nível social, cultural e tecnológico exige, por parte dos professores, o exercício de tarefas cada vez mais diversificadas. A escola é pressionada a se adequar às novas demandas de construção ou transmissão do conhecimento, bem como necessita reorganizar-se frente às questões sociais postas pela globalização da economia, da cultura e das novas tecnologias da comunicação e informação. A formação de professores é a área de conhecimentos, investigação e de propostas teóricas e práticas que no âmbito da Didática e da Organização Escolar, estuda os processos através dos quais os professores – em formação ou em exercício – se implicam individualmente ou em equipa, em experiências de aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimentos, competências e disposições, e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação que os alunos recebem (GARCIA, 1999, p.26). Deste modo, a formação contínua dos professores, se faz necessária para garantir sua atualização a fim de atuarem com competência frente a estas exigências. No caso do Brasil, onde a demanda ainda é grande para os cursos de formação de professores, surge como uma cultura docente e discente, inserindo-se no processo de formação do educador em serviço, de forma continuada e permanente. No Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 8 Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 trabalho em parceria, o espaço e o tempo passam a serem transformados adquirindo uma nova forma de processo de aprendizagem onde a relação professor – orientador e professor-aluno transpõem o conceito de espaço e tempo. “A educação superior rompe as barreiras tempo espaciais, as psicológicas e sociológicas e se propõem chegar a todos, facilitando a aprendizagem autônoma” (CASTRO, 2001, p. 167). Sabendo que a práxis educativa caracteriza-se pela ação intencional e reflexiva sobre a prática escolar, temos que apontar questões para superar no chão de escola o saber-fazer prático-intuitivo pelo sabe-fazer científico e intencional. Para tanto é preciso repensar: • A formação dos orientadores das IES segundo as orientações da SME para que haja o conhecimento atualizado da Rede Municipal de Ensino; • Orientação antecipada em Metodologia Científica, para os profissionais de ensino que venham elaborar os projetos e se inscreverem no início de cada ano letivo, dando oportunidades àqueles que possuem dificuldades em redigir suas propostas; • Aprofundamento em Pedagogia de Projetos; • Maior integração entre a SME, Coordenação e professores-orientadores na resolução dos conflitos de orientação; • Intercâmbio entre as IESs conveniadas e participantes da “Escola & Universidade” para discussão do atendimento ao Projeto; • Ampliação no quantitativo de projetos classificados, permitindo maior abrangência de atendimento da Rede Municipal de Ensino; • Acompanhamento pela Secretaria Municipal da Educação e as IESs conveniadas, dos projetos pedagógicos já executados em anos anteriores, para verificação da melhoria no ensino e continuidade de aplicação das propostas, independente do auxílio-bolsa ofertado aos profissionais participantes. Essas sugestões visam cientifizar a prática educativa, para que o professor e o pedagogo que atuam na Educação Infantil e no Ensino Fundamental venham objetivála, compreendê-la e dessa forma, transformá-la, num processo de reapropriação da responsabilidade social docente e do compromisso profissional com a melhoria da educação no município e no país. Muito se fala sobre o pensamento dialético e a práxis pedagógica no âmbito educacional, mas esta aproximação da Universidade – e seu corpo docente – escola da Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 9 Tutoria e Mediação em Educação: Novos Desafios à Investigação Educacional XVI Colóquio AFIRSE/AIPELF 2008 realidade, num olhar fenomenológico que implique em atitudes problematizadoras e contextutalizadoras das circunstâncias sociais, políticas, econômicas e culturais presentes na prática educativa. A postura fenomenológica é essencial para que o professor-orientador efetivamente reconheça e domine as situações educativas, percebendo as exigências de cada realidade educacional e o papel ativo do professor da Rede Municipal que, por meio da orientação e da reflexão, adquirirá conhecimento crítico de sua ação docente. Bibliografia CASTRO, A. D. (org.) (2001). Ensinar a Ensinar: didática para escola fundamental e média. São Paulo, SP: Pioneira Thomson Learning. CHARLOT, Bernard (2005). Formação de professores: a pesquisa e a política educacional. In Selma Garrido PIMENTA & Evandro GHEDIN (orgs.). Professor Reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 3. Ed. São Paulo: Cortez. GARCIA, C. M. (1999). Formação de Professores: para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora. CURITIBA (2007). Manual de Orientação “Escola & Universidade”. Secretaria Municipal da Educação. CURITIBA (2007). Plano de Trabalho “Escola & Universidade”. Universidade Federal do Paraná. Sônia Maria Chaves Haracemiv & Ana Paula Pádua Pires de Castro & Américo Agostinho Rodrigues Walger “Escola & universidade: parceria de profissionais” 10