Iluminismo
1
Aspectos gerais da ciência iluminista

“As
elites
intelectuais
apoiadas
na
razão
e
no
experimentalismo pretendiam, com o progresso da ciência e
da técnica, contribuir para dignificar as condições de vida e
aumentar o domínio sobre a própria natureza”.

No domínio cientifico houve o desenvolvimento da matemática
(cálculo infinitesimal), da física, da astronomia, das ciências
naturais, da química e das ciências médicas
2
Caso: Ciências Naturais

Carlos Lineu (1707 - 1778)
–
principal protagonista da botânica do séc. XVIII
–
Escreveu Systema naturae (1735) e Philosophia botanica (1751)
–
o sistema taxonómico que desenvolveu proporcionou avanços na
medicina e na farmácia
–
a sua obra possibilitou uma organização mais rigorosa da matéria
médica e consequente avanço na pesquisa de propriedades
medicinais
3
A revolução Química
Questões que se levantaram em torno do nascimento da química
científica nos finais do séc. XVIII são os seguintes:
4
1.
Conceito de elemento químico
2.
Problema de combustão
3.
Nomenclatura química
4.
Conservação da matéria
5.
Leis ponderais
Conceito de elemento químico

(1731-1810) Henry Cavendish: estabeleceu a proporção de oxigénio (“ar livre”) e
de hidrogénio (“ar inflamável”) na água. Contudo defendia que a água era um
elemento, mantendo-se fiel à ideia dos quatro elementos terra, água, ar e fogo.

(1733-1804) Joseph Priestley: isolou “ar ácido marinho” (ácido clorídrico), o “ar
alcalino” (amoníaco) descobriu o “ar desflogisticado” (azoto);

(1742-1786) Carl Wilhelm Scheele: descobriu o magnésio, o cloro, o fósforo e uma
série de ácidos orgânicos. Isolou a lactose, a glicerina e a caseína.

(1743-1794) Antoine-Laurent Lavoisier: decompôs a água, combinando o oxigénio
libertado com o fero para formar um óxido, tendo recolhido o hidrogénio. Realizou
a síntese da água. Provou que a água não era um elemento, pelo que abalou o
poder dos 4 elementos da natureza.
5
Problema de combustão

1776
Lavoisier
ao
trabalhar
na
calcinação
de
metais
(combustão do mercúrio) verificou havia uma combinação de ar
(oxigénio) com o metal, originando-se um aumento de peso
desse mesmo metal (óxido)

Para Lavoisier o rigor quantitativo permitia explicar fenómenos
químicos até então inexplicáveis. Teoria defendida e explicada
no livro Traité élémentaire de chimie, 1789.
6
Nomenclatura química

Lavoisier + Guyton de Morveau (1737-1816) + AntoineFrançois Fourcroy (1755-1809) + Claude-Louis Bertholet
(1748-1822) lançaram as bases de nova nomenclatura no livro
Méthode
de
nomenclature
chimique
(1787);
onde
as
designações das substâncias está directamente relacionada
com a sua composição.

7
Exs:
–
Ácido vitriólico = ácido sulfúrico
–
Flores de zinco = óxido de zinco sublimado
Conservação da matéria

Lavoisier introduziu a balança no laboratório

Lei da conservação da matéria: em qualquer
reacção química a quantidade de matéria
éigual antes e depois da reacção.
8
Lei ponderal

Deve-se Jean-Louis Proust (1754-1826) que estabeleceu em
1805 a Lei das proporções definidas.

Segundo esta lei, sempre que uma reacção química é
efectuada
em
condições
semelhantes,
constituintes reagem sempre do mesmo modo.
9
os
diferentes
A farmácia nos finais do séc. XVIII
“É um período em que coexistem partidários do
galenismo e das modernas correntes químico-
farmacêuticas
e
onde
a
própria
literatura
farmacêuticas, nomeadamente as farmacopeias,
fazem amálgamas de um conhecimento antigo com
novas orientações do saber científico.”
10
Aspectos a ter em conta na farmácia
nos finais do séc. XVIII
11

A designada “herança galénica” permaneceu até finais do séc. XVIII

A revolução científica de Lavoisier e Botânica lineana

Medicina preventiva: vacina anti-variola e o sistema homeopático (Hahnemann)

Textos utilizados
–
Pharmacopea Hispana (com nomenclatura Lavoisiana)
–
Antoine Baumé (1728-1804): técnica farmacêutica e utensílios necessários às operações
farmacêuticas
–
Antoine Parmentier (1737-1813): Bromatologia; estudos na batata, milho, castanha leite, etc
–
Johannes Bartholomaeus Trommsdorff (1770-1837); autor de várias obras de cariz
farmacêtico
–
Karl Hagen (1749-1829): autor de obras onde se descreve medicamentos simples e
medicamentos compostos, tecnologia medicamentosa
–
Louis-Nicolas Vauquelin (1763-1829): descobriu a ureia juntamente com Fourcroy
–
Pierre Joseph Macquer (1718-1784): trabalhou sobre o arsénio e a azul da Prússia
A revolução científica de Lavoisier e
Botânica lineana

A nomenclatura química veio aumentar o rigor da farmácia,
simplificar o formulário e objectivar melhor a terapêutica; a 1ª a
implementar a nomenclatura foi a Pharmacopea Hispana (1794);

A química introduziu um rigor laboratorial

Séc. XIX alguns princípios activos foram isolados a partir de
drogas vegetais.

Botânica lineana: permitiu uma organização mais rigorosa da
matéria
12
médica
e
consequente
propriedades medicinais
avanço
na
pesquisa
de
Antoine Baumé (1728-1804)

Farmacêutico estabelecido em Paris

Autor de Elements de Pharmacie Théorique et
Pratique

Obra que refere com pormenor aspectos relacionados
com
a
técnica
farmacêutica
e
com
necessários às operações farmacêuticas
13
utensílios
A farmácia em Portugal nos finais do
séc. XVIII

Três aspectos têm importância
1.
O ensino farmacêutico e a investigação
científica
2.
Literatura farmacêutica, nomeadamente
farmacopeias
3.
14
Exercício da prática profissional
O ensino farmacêutico e a
investigação científica

Reforma Pombalina
–
1772 o ensino na Universidade de Coimbra foi reformado por
iniciativa do Marquês de Pombal: Abriu a faculdade de Matemática e
de Filosofia e para fomentar o ensino das ciências experimentais
foram fundados locais destinados à investigação e ao ensino como o
Hospital Escolar, Teatro Anatómico, Dispensatório Farmacêutico,
Laboratório Químico, Gabinete de Física, Gabinete de História
Natural, O jardim Botânico e Observatório Astronómico.
–
15
Dispensatório Farmacêutico era a botica do hospital. Destinava-se
ao ensino farmacêutico e à produção de medicamentos
Funcionamento do Dispensatório
Farmacêutico
16

O curso de boticários constava de 4 anos: nos 2 primeiros anos
os alunos frequentavam o Laboratório Químico aprendendo as
operações químicas; seguia-se 2 anos de prática no
Dispensatório Farmacêutico. O ensino era fundamentalmente
prático.

Dispensatório estava na dependência directa da Faculdade de
Medicina, era seu director, o responsável pela cadeira da
Matéria Médica e Farmácia. José Francisco Leal (1744-1786),
Francisco Tavares (1750-1812) foram dois desses directores.
Directores do Dispensatório

José Francisco Leal (1744-1786) autor de
–

Instituições ou elementos de Farmácia
Francisco Tavares (1750-1812) autor de
–
De pharmacologia libellus (1786)
–
Medicamentorum sylloge (1787)
–
Advertências sobre os abusos, e legitimo uso das aguas minerais das
Caldas da Rainha (1791)
–
Observações e reflexões sobre o uso proveitoso e saudável da quina na
gôta (1802)
–
17
Etc.
Literatura farmacêutica,
nomeadamente farmacopeias

Todo o Séc XVIII foram publicadas em Portugal diversas farmacopeias, que
deveriam ser afastadas após a publicação da farmacopeia oficial.

1794 - Foi publicada a primeira farmacopeia Oficial: a Pharmacopeia Geral

A Farmacopeia deveria atingir os seguintes objectivos, segundo os estatutos
pombalinos de 1772
1.
Conferir a formação farmacêutica conveniente aos futuros boticários
2.
Orientar no exercício da prática profissional todo o boticário que preparasse os
medicamentos devidos. Obrigatoriedade de existência de um exemplar nas diversas
boticas do país
3.
Ficou proibida a preparação de medicamentos por outra farmacopeia que não aquela
aprovada oficialmente.
18
Farmacopeias portuguesas que se publicaram em
Portugal na segunda metade do século XVIII

1704 – Pharmacopea Lusitana de D. Caetano de santo António (outras edições
em 1711, 1725 e 1754)

1713 – Pharmacopea Bateana de Jorge Bateo

1716 – Pharmacopea Ulyssiponenese de João Vigier

1735 – Pharmacopea Tubalense (outras edições em 1751 e 1760)

1766 – Pharmacopea Portuense de António Rodrigues Portugal

1768 - Pharmacopea Meadiana de Ricardo Mead

1772 – Pharmacopea Dogmática de João de Jesus Maria

1785 – Farmacopéa Lisbonense (outra edição 1802) de João de Jesus Maria
que em 1791 traduziu e adaptou a Pharmacopoeia Colegii Regalis Medicorum
Londinensis.
19
Exercício da prática profissional

Os boticários podiam-se formar na Universidade de Coimbra (um
curso muito prático) ou podiam obter o titulo após exame tutelado
pelo físico-mor.

1794 - Foi fundado na Casa Pia de Lisboa um curso para
boticários

1782 - Criou-se a Junta do Proto-Medicato extinguido os lugares
de físico-mor e de cirurgião-mor.
–
Era responsável pela saúde pública; fiscalizava se médico,
boticários e cirurgiões tinham títulos, visitava as boticas, etc.
20
–
1809 – é abolida
Fim
21
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