Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Supervisão Pedagógica no centro da Reforma Educativa em Angola BIEF-INFQ (Com a colaboração de Elisa Araya, Alexia Peyser, e Xavier Roegiers) Janeiro 2011 1 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Sr. Justino Jerónimo, Director do Instituto Nacional de Formação de Quadros Sr. Viriato Neto da Costa, Director Adjunto do Instituto Nacional de Formação de Quadros Antecedentes: Fizemos a entrega deste documento técnico às autoridades do Instituto Nacional de Formação de Quadros, quem nos têm confiado a tarefa de acompanhar a reflexão e estruturação de uma política nacional no âmbito da Supervisão docente em Angola. O presente documento reúne as diferentes reflexões do grupo técnico de apoio metodológico do BIEF sobre o assunto, ideias que se baseiam na experiência e nos avanços alcançados nos 5 anos de colaboração ao Instituto Nacional de Formação de Quadros no desenvolvimento de uma parte importante de suas atividades de planeamento, formação e avaliação em Angola. Tenta responder à necessidade de estruturação articulada e coerente de uma política nacional de Supervisão docente que se encarregue dos referentes técnicos de base da Reforma Educativa em curso. Esses antecedentes técnicos e estratégicos dão profundidade e justificam as atividades propostas do ponto de vista metodológico (que fortalece e aprofunda o enfoque pedagógico escolhido) e permitem entender o desenvolvimento dessa política como resultado de um processo, dando estabilidade aos actores do sistema, assim como às instituições que os apóiam. Essa política se baseia em uma série de êxitos do INFQ já demonstrados por meio de resultados frutíferos de parcerias técnicas anteriores, sobretudo no desenvolvimento de capacidades técnicas locais adquiridas, mas, além disso, torna-se possível graças a alianças financeiras estratégicas obtidas com parceiros do mundo privado. Em outras palavras, trata-se de potencializar de maneira eficaz e coerente uma série de resultados e sucessos já obtidos e de convertê-los em ações concretas e viáveis a curto e médio prazos. Entre os antecedentes metodológicos e técnicos que regem as atividades do INFQ está o Plano Mestre de formação de professores (PMFP), documento de base cujo eixo 4 visa à formação técnica, pedagógica e metodológica dos formadores e dos supervisores que os acompanham em campo. Uma parte importante do eixo 4 orienta o desenvolvimento do perfil de supervisor, sua validação em nível nacional e a implementação das competências de base necessárias para exercer o papel de supervisor (experiência na abordagem por competências e na avaliação de êxitos de aprendizagem de acordo com essa abordagem). Como se pode observar no esquema-resumo N°1, graças à estruturação coerente e articulada de atividades de formação e de planeamento no seio do INFQ, uma parte importante da base técnica necessária desses objectivos (acções 4.1.1.1, 4.1.1.2 e 4.1.1.3) tais como elaboração do perfil, validações e aprovações em nível nacional e ministerial já foi alcançada. Desde 2009, os esforços foram orientados de forma a concluir o trabalho desse eixo, através de uma série de formações de alto nível técnico (300h) para criar uma equipe nacional e estadual ou provincial de supervisores que possuem tais competências e podem aplicá-las na prática (acções 4.1.2, 4.1.3 e 4.1.4). 2 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Nesse sentido, no fim de 2009 essa prioridade foi concretizada com a assinatura de um acordo de colaboração financeira entre o BIEF e a empresa CabGoc-Chevron por três anos (extensíveis a 5) para apoiar, entre outras acções, o desenvolvimento de um corpo de supervisores pedagógicos em nível nacional. A primeira etapa desse projecto se cristalizou com a 1ª. Formação em Nível Nacional de Supervisores Pedagógicos, realizada em Lubango entre 15 de novembro e 10 de dezembro de 2010, cujo relatório técnico encontra-se nos anexos deste documento. A avaliação final desse primeiro grupo será em março de 2011, de onde surgirão os 20 participantes para conformar uma equipa central de base de supervisores (e formadores de supervisores) em nível nacional. A segunda etapa dessas formações está programada em três diferentes ZIPs para 2011, da seguinte maneira: Actividade 1° formação ZIP 1: Supervisão Pedagógica E° final 1° formação 2° formação ZIP 2: Supervisão pedagógica E° final 2° formação 3° formação ZIP 3: Supervisão pedagógica E° final de 3° formação Data Responsável da equipe técnica em terreno 2.05-28.05.11 E. Araya 8.08-12.08.11 Resultados/comentários 90 formandos com apoio da Sub equipa 1 Supervisores centrais 13.06-8.07.11 12.09-16.09.11 E. Araya 90 formandos com apoio da Sub equipa 2 E. Araya 90 formandos com apoio da Sub equipa 3 Supervisores centrais 17.10-10.11.11 Março 2012 Supervisores centrais Entre os objectivos dessas formações certificadas em Gestão e Supervisão Pedagógica nas quatro ZIP escolhidas, espera-se formar e estabelecer, ao final de 2011, um corpo de 90 supervisores/gestores por ZIP 3 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola (360 no total mais os 45 em nível nacional). Esse corpo de supervisores pedagógicos de terreno permitirá alimentar e operacionalizar a dimensão territorial da política de supervisão nacional que parece ser o ponto chave da estratégia que será explicada com mais detalhes nas secções técnicas que se apresentam a seguir. Outros objectivos perseguidos por este plano de formação vigente para 2011 são: • • • • • • • • • • Aprofundar a definição e especificidade da nova figura da Supervisão pedagógica frente aos desafios das melhoras educativas na sala de aula. Reforçar a distinção entre os papeis de Supervisor e Inspector surgidos no Plano Mestre e nas discussões do Grupo de Alto Nível no ano 2009, criando uma linguagem técnica comum baseada na APC. Criar uma equipa nacional sólida de especialistas em metodologias que actuem como supervisores pedagógicos formados na abordagem sobre competências, administrando e transferindo essas especificidades técnicas e pedagógicas para o campo. Fortalecer a estructura das ZIP com conteúdos e actividades específicas referentes à Supervisão e Gestão educativa. Fortalecer as capacidades de formação dessa equipa central de supervisores, com vistas a reproduzir e continuar posteriormente o trabalho em efeito cascata. Formar uma importante massa crítica de Supervisores especialistas em metodologia e de gestores educativos nas 4 ZIP seleccionadas, capazes de levar a abordagem por competências à sala de aula e melhorar as práticas pedagógicas do corpo docente em um processo participativo de “baixo para cima”. Analisar, melhorar e contextualizar os materiais de apoio elaborados para a supervisão pedagógica (manuais didácticos e guias metodológicos) a fim de operacionalizar e generalizar seu uso. Fortalecer o conhecimento e a implementação do Plano Mestre na Comunidade educativa das 4 ZIP implicadas, especialmente os eixos 4 a 8, referentes à formação de equipas centrais e melhora dos programas curriculares em apoio à reforma educativa. Acompanhar mudanças simples, reais e concretas nas práticas docentes e gestão das equipas educativas em favor de uma maior eficácia. Apoiar o trabalho técnico eficaz na implementação da abordagem por competências dos docentes (aprendizagens de recursos, momentos e situações de integração, avaliação da integração e remediação dos recursos e de integração). Cabe destacar que percebemos a necessidade de buscar um mínimo de coerência técnica e articulação de conteúdos com outros esforços de formação e de apoio técnico à Reforma Educativa1 de forma a maximizar o impacto e a transversalidade dos fundamentos metodológicos que a sustentam. Esperando poder colaborar com nossa equipa de especialistas as inquietudes e necessidades de vossa instituição e agradecendo à confiança depositada, atenciosamente, Xavier Roegiers Presidente do BIEF - Profesor de Universidad católica de Lovaina Lovaina, Janeiro 2011. 1 Esforços na área da formação de Inspecção apoiados pelo projecto PAEP careceram de referenciais metodológicos adequados à abordagem por competências, o que debilita sua pertinência técnica no momento de ser implementada no terreno. 4 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Tabela de Conteúdos Antecedentes: ........................................................................................................................... 2 1. A Supervisão Pedagógica no centro da Reforma .................................................................. 6 Apresentação: ........................................................................................................................... 6 2. A supervisão Educativa Pedagógica ....................................................................................... 10 2.1. Princípios da Supervisão Pedagógica Ministerial ........................................................ 11 2.2. A prática da supervisão ............................................................................................... 15 3. Níveis e organização do modelo de supervisão pedagógica ministerial................................. 23 4. Conclusões............................................................................................................................... 24 Bibliografia técnica.................................................................................................................. 27 Otros documentos de trabajo consultados............................................................................. 27 Anexos ..................................................................................................................................... 28 5 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola 1. A Supervisão Pedagógica no centro da Reforma Apresentação: A Supervisão pedagógica pode ser definida como um serviço de apoio metodológico e pedagógico aos estabelecimentos educativos. Mais especificamente trata-se do apoio aos docentes na concretização dos objectivos de aprendizagem do enfoque por competências estabelecido no currículo nacional e descrito nos programas de estudo por parte de todos os estudantes de Angola. A Supervisão Pedagógica deve fazer parte de todo o sistema de garantia da qualidade educativa, em que as formas e responsabilidades pelo assessoramento pedagógico e monitoramento da qualidade dos resultados de aprendizagem se distribuem dentro de uma estructura (com níveis distintos) coerente e funcional. O papel de um Sistema Nacional de Supervisão Pedagógica é apoiar o melhoramento da qualidade de ensino de acordo com as políticas e directrizes escolhidos. Oferecer apoio a cada estabelecimento supõe reconhecer as necessidades específicas, a própria identidade e as características que os determinam (projecto educativo, localização geográficocultural, resultados escolares, problemáticas, etc.). Na prática, isso implica a definição de apoios diferenciados que reúnam essas particularidades e necessidades de cada instituição escolar e das realidades provinciais de Angola. Ao entender a necessidade de gerar apoios adequados, que levem em conta as características institucionais, técnico-pedagógicas e estructurais dos estabelecimentos educacionais, garante-se que uma supervisão diferenciada (em termos metodológicos e técnicos) e de qualidade que apóie a introducção paulatina do enfoque por competências em campo. Particularmente, esse esforço deve estar orientado a apoiar seus professores através das mudanças concretas, paulatinas e realistas2 das práticas de ensino que o país requer em apoio às políticas e ao projecto de sociedade almejado. Nesse sentido, a supervisão pedagógica tem por finalidade: - Apoiar a institucionalização da abordagem por competências assumida em nível Nacional como referencial metodológico da Reforma Educativa de Angola. - Fortalecer o processo de profissionalização do professor/mestre do Ensino Básico Angolano. Isso implica que a tarefa de supervisão centra-se fundamentalmente no apoio ao desenvolvimento de competências pedagógicas em docentes, conforme claramente estabelecido no Plano Mestre de Formação de Professores (PMFP). - A criação de uma estructura nacional de perenização e desenvolvimento de reflexão e fundamentos pedagógicos e metodológicos próprios que sustente a Reforma Educativa. - Apoiar a vontade ministerial de diferenciar o papel pedagógico-metodológico do avaliativo no momento de acompanhar o corpo docente. Nesse sentido, o papel de Supervisor(a) pedagógico difere em seus objectivos do Inspector(a), que tem um papel mais avaliativo e certificativo, o qual foi colocado em evidência nas associações de formação contempladas no PMFP em vigência. 2 Roegiers, Xavier (2008): “Uma pedagogia de la integraçâo” 2ª edição, Artmed. 6 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Um esquema resumo dos principais aspectos que diferenciam ambos actores seria3: INSPECÇÃO SUPERVISÃO 1- Controla a aplicação dos normativos Educacionais; 2- Presta assistência pedagógica, mediante diagnóstico, intervenções pontuais e recomendações às práticas dos docentes; 3- Acompanha a aplicação das orientações metodológicas nas escolas. 1- Garantir mediante a formação a implementação das orientações metodológicas escogidas (APC); 2- Formação contínua em serviço; 3- Implementação de recomendações da inspecção relativas a assistência pedagógica. Convergência de tarefas • Apoio a avaliação das práticas docentes e do sistema, junto com outros actores. • implementa dispositivos de mejora das prácticas docentes e avalia logros TAREFAS ESPECÍFICAS INSPECÇÃO • Aspecto legal: controle Fiscalização Auditoria Estruturas de gestão • Apoio a avaliação: Pessoal, Sistema Educativo (Estructura, organização) • Assistência pedagógica aos professores (diagnostico, intervenção pontual e recomendações) • Prestação de Informação (Comunidade, Órgãos de decisão) SUPERVISÃO • Formação metodologica • Apoio continuado da gestão pedagógico e práticas dos docentes • Analisar a praticas dos docentes • Implementação e orientação metodológicas aos docentes. • Acompanhamento no terreno • Comunicação Nesse sentido, o componente metodológico do perfil de Supervisor é inquestionável, enquanto é o componente docimológico do perfil do Inspector que se sobressai. Parece lógico, então, que seja uma entidade como o Instituto Nacional de Formação de Quadros, responsável pela formação dos 3 Uma das conclusões de trabalho do Grupo de Alto Nivel (GTAN), 2010. 7 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola docentes e de implementar as orientações metodológicas nacionais, a responsável por formar e estructurar o corpo de Supervisores Nacionais. Em outras palavras, a Supervisão Pedagógica em Angola deve ter uma sustentação metodológica clara, baseada no desenvolvimento das competências técnicas, não pode ser desenvolvida no vazio, ou com referenciais técnico-pedagógicos ambíguos ou muito gerais, tais como “supervisão baseada na escola”, já que isso não significa nada desde um ponto de vista técnico, dando abertura para a existência de cacofonia de formações sem marco metodológico válido. Essa debilidade na tomada de decisões metodológicas é a que levou o Ministério da Educação a buscar a implantação de um Plano Mestre de Formação de Professores em Angola e é o que se quer corrigir com ações articuladas e coerentes. Em nível sistémico e de maneira sintética, propomos no esquema seguinte a visão global de um Sistema de Supervisão Nacional correspondente a essa perspectiva: 8 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Figura 2: Estructura e Níveis do Sistema Nacional de Supervisão Pedagógica Sistema Nacional de Supervisão Reforma Educativa Inspecção educativa POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO (Operacionalização do Plano Mestre) Supervisão Pedagógica Escola e municipal às escolas Novas demandas para a escola (PMFP) Apoio Territorial: provincial Cidadãos/ãs para o Século XXI Direcção Provincial de Educacão Município Escola Escola Equipa Supervisão Provincial Dessa maneira, as políticas de supervisão pedagógica devem orientar suas práticas por meio de: a) Um enfoque territorial. Um olhar territorial (nacional, provincial e municipal) do sistema educativo e suas necessidades para a melhoria de suas escolas e liceus implica tanto o desenvolvimento de competências técnicas locais como maiores atribuições das Direcções provinciais na escolha de estratégias de apoio às escolas de seu território. b) Um compromisso com cada escola e seus professores. Responder e concretizar da forma mais eficiente a demanda real de cada unidade com os dispositivos de apoio que o Ministério oferece, buscando os suportes mais pertinentes a cada realidade escolar (nível do professorado, problemas do alunado, disponibilidade de recursos etc.). c) Uma avaliação qualitativa permanente das aprendizagens do corpo docente em APC. Seguimento e avaliação do melhoramento metodológico e pedagógico do corpo docente contínuo em cada território contextualizadas. Nesse contexto, distinguem-se duas funções globais para o desenvolvimento de uma política coerente de supervisão pedagógica: 9 Educação de qualidade para todos e todas Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola 1. Função de Apoio e Assessoria Educativa, correspondente ao desenvolvimento e fortalecimento dos distintos actores do sistema (directores, docentes, outros actores chave). Além disso, busca assistir e apoiar o desenvolvimento de capacidades em todo tipo de estabelecimentos educacionais, na perspectiva de melhorar o desempenho global do sistema educativo angolano, em seus distintos níveis e modalidades (escolas especiais, escolas primárias, escolas secundárias etc.). Esse tipo de assessoria implica que se deve possuir conhecimento e capacidade de transmissão dos horizontes de sentido e das lógicas da política educativa nacional em seu conjunto. A capacidade de criar, no sistema educativo, uma cultura de trabalho colaborativo para o alcance dos objectivos nacionais, que serão abordados a partir das realidades locais. 2. Função de Apoio metodológico ao processo de ensino-aprendizagem, prolongamento em salas de aulas das sessões de formação ou de formação em serviço de conteúdos e do enfoque por competências abordadas nas escolas de formação de magistérios. Isso implica o apoio aos professores e a efetivação das mudanças nas práticas fortemente mencionadas nas pesquisas educativas actuais e na reflexão sobre as próprias práticas pedagógicas. Nesse marco geral, a supervisão pedagógica constitui uma função crítica e estratégica para o desenvolvimento da Reforma Educativa e do sistema educativo em seu conjunto. Este documento tem como finalidade apresentar o modelo de assessoria educativa ministerial coerente com o enfoque curricular por competências adotado em um conjunto de países assessorados pelo BIEF nas últimas décadas4. Para isso, aborda-se a definição de Supervisão Educativa Ministerial, os Princípios de Actuação, as Estratégias e Modalidades da Supervisão. 2. A supervisão Educativa Pedagógica A supervisão pode ser definida como uma relação ou vínculo de escuta e acção entre o supervisor e o/a docente. Supervisionar é acompanhar sistematicamente e de maneira programada no desenvolvimento das competências requeridas dos professores e das escolas, em temas e campos de competência institucional que lhes são próprios. A supervisão é entendida como um processo no qual se presta assistência5 e apoio concreto mediante a proposta de um plano que tenha sido discutido e aprovado em conjunto com os docentes e as instituições escolares em busca da melhora. A supervisão pedagógica consiste em oferecer apoio, orientação e guia à busca global e específica de soluções ou na apresentação de distinções conceituais que permitam as melhores decisões por parte dos professores e dos estabelecimentos educacionais na realização de sua tarefa de ensino. Ou seja, a supervisão implica “uma transferência de competências (saberes, saber fazer e saber ser) para a organização escolar a partir da qual se gera mudanças significativas de certa 4 Mauritania (2004), Madagascar (2005), Líbano (2006), Marruecos (2008) entre outros. A palavra “asistir” vem do latim assitere, originalmente formada pelo prefixo ad (proximidade) e o verbo stare (estar estacionado, colocado ou parado). Então entendemos como “estar sentado perto de”. Estando perto podemos tomar uma actitude passiva (estar presente, acompanhar) o activa (servir, ajudar ou atender alguém). Por isso assistir tem esses dois significados (www.etimologías.dechile.net). Para o caso da supervisão, a assistência em termos de assessoria de acompanhamento ou de apoio activo está dado pelas necessidades que as comunidades educativas manifestam em seus diagnósticos. 5 10 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola permanência. Transferir competências e incrementar seus recursos (cognitivos, actitudinais, culturais, sociais, simbólicos etc.) na resolução de situações-problema, em prol da melhora dos resultados escolares de cada estudante” 6. O propósito da supervisão pedagógica é mobilizar dinâmicas de transformação de práticas baseadas na reflexão, análise e tomada de decisões pedagógicas tomadas pelos docentes. Essas ações de desenvolvimento e mudança implicam para os professores e a escola a apropriação dos sentidos de suas práticas, das ferramentas teóricas e práticas e da modificação das condições de trabalho para que realmente se empreenda a melhora esperada. Seus objectivos específicos são: Colaborar para o alcance das condições institucionais que se requerem para implementar os processos de mudança e desenvolvimento organizacional que os estabelecimento educacionais buscam com a Reforma. Isso é, apoiar o surgimento das condições de gestão internas e de sua viabilidade. Colaborar com o desenvolvimento de competências de base técnicas e críticas para os actores institucionais chave, responsáveis pelo desenvolvimento da Reforma. Monitorar e avaliar o desenvolvimento da proposta de mudança e os resultados esperados a partir dos objectivos que o Ministério se propôs a alcançar. Reunir, registrar e fornecer informação relevante e pertinente a propósito dos processos e productos da experiência de cada estabelecimento educacional que permita construir conhecimentos utilizáveis para a elaboração de políticas públicas para o sector. 2.1. Princípios da Supervisão Pedagógica Ministerial Para concretizar as ideias expostas acima, a Supervisão Pedagógica Ministerial se concretiza em 9 princípios de acção7. Tanto em nível operacional (ou seja, seu instrumental técnico), como a percepção da função profissional do supervisor, estão permeados pelos seguintes princípios: 1. Princípio de “conhecer para actuar” 2. Princípio de “olhar integral” 3. Princípio de “respeitar a diferença” 4. Princípio do “equilíbrio entre apoio y exigência” 5. Princípio de “neutralidade-transparência” 6. Princípio de “reconhecimento profissional mútuo” 7. Princípio de “trabalho em rede” 8. Princípio de “informação clara, precisa e oportuna” 9. Princípio de “simplificação para a pronta acção” 6 (2008) Roegiers, Xavier, p.108. 7 Alguns desses princípios têm sido tomados e adaptados da experiência de tutoria do Projecto Montegrande. Gestão da Diferença. Uma modalidade de Supervisão técnico-pedagógica a processos de mudança e desenvolvimento institucional em escolas e liceus. Ministério da Educação do Chile, 2004. 11 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Princípio de “conhecer para actuar” A supervisão supõe conhecer onde estão as fortalezas e as debilidades de um docente e do estabelecimento educativo em particular, como também suas problemáticas específicas, de modo que a partir desse conhecimento se estabeleça um plano de trabalho consensuado com os actores chave, que responda a suas reais necessidades. Deve responder a um diagnóstico compartilhado e actualizado dos factores específicos que podem interferir na tarefa educativa do estabelecimento, como também do processo de desenvolvimento e mudança organizacional que está sendo levado à cabo. Esse diagnóstico é a base e insumo principal para o desenho e implementação de um plano de supervisão ministerial com objectivos a médio e longo prazos, e uma estratégia que se actualiza anualmente. Em nível provincial, esse princípio se traduz na posse actualização permanente de diagnósticos do sector educacional que permitam às autoridades gerar planos de desenvolvimento coerentes e coordenados nos distintos níveis de concretização do sistema. Princípio de “olhar integral” O enfoque sobre a melhora escolar considera a mudança educativa como um processo institucional que envolve todo estabelecimento educativo. A escola como organização dinâmica mobiliza e coloca em acção todas as dimensões que a constituem para que a proposta de mudança tenha êxito. As distintas dimensões ou ámbito institucionais estão relacionadas e actuam reciprocamente umas com as outras, de modo que a gestão institucional, a liderança, a gestão dos recursos, o clima escolar, as redes de apoio, a participação da comunidade podem mover-se sinergicamente rumo à melhora, deve ser intencional. A supervisão, segundo esse princípio, deve considerar a globalidade da instituição educativa e focalizar sua acção nos aspectos da sala de aula que surjam como obstáculos ou déficits para o processo de melhora. No nível provincial, o olhar para o sistema em seu conjunto permite entender, por exemplo, o papel técnico político que autoridades podem chegar a ter frente a directores de escola ou outras autoridades nas exigências de condições institucionais internas das escolas que dêem sustentabilidade à Reforma. Princípio de “respeitar a diferença” Os estabelecimentos educacionais (escolas, liceus etc.) são instituições com contextos, visões, projectos educativos, problemáticas, níveis de desenvolvimento, história institucional e maneiras de realizar a tarefa educativa que lhes são próprias e que os diferenciam uns dos outros. 12 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Recuperar a tradição e a heterogeneidade para realizar a assessoria a partir dessas realidades diversas significa “conectar-se” com o conteúdo do projecto e a proposta de mudança de cada estabelecimento. Valorar a “visão pedagógica” dos docentes, que são quem levarão adiante as melhoras necessárias. Estar informados sobre suas condições sociais, quem são seus professores e directores, qual é sua história, suas fortalezas e suas debilidades e conhecer de perto, por meio de visitas a campo, torna possível implementar estratégias de supervisão e acompanhamento diferenciados que respeitem a identidade de cada escola. Principio do “equilíbrio entre apoio e exigência” A literatura especializada sobre as experiências práticas põe em evidência a necessidade de apoio e exigência para alcançar os desenvolvimentos organizacionais internos para a mudança. Isso implica apoiar e acompanhar os processos em andamento, além de exigir evidências sobre os resultados pedagógicos obtidos, os recursos utilizados e a relação entre ambos. A supervisão dos estabelecimentos educacionais sobre os próprios processos de mudança, junto com estimular a reflexão pedagógica e a reflexão permanente da evolução dos resultados educativos de seus estudantes, deve velar pelo cumprimento das acções e metas comprometidas com a reforma. Assim, deve-se exigir dos responsáveis a correspondência entre o planificado e o realizado e a relação disso com os resultados de aprendizagem dos estudantes. Princípio de “neutralidade-transparência” O critério profissional na formulação de avaliações é um elemento fundamental da supervisão. Esse princípio estabelece que, para que tenham legitimidade frente à comunidade educativa e a opinião pública em geral, ditos julgamentos devem surgir de um processo que resguarde a neutralidade e a transparência e que assegure ao estabelecimento que seu projecto institucional ou plano de melhora será valorado com objectividade profissional. Os supervisores têm a capacidade de fazer um distanciamento afectivo, valorativo, ideológico e político a respeito do estabelecimento educativo para que suas opiniões não sejam afectadas por suas próprias concepções teórico-práticas ou por sua maior ou menor aproximação afectiva com o tipo de estabelecimento assessorado. “Objectivar” as “leituras institucionais” que são realizadas, apoiando-se nos diagnósticos e avaliações institucionais, os relatórios de visita, visitas de avaliação, que constituirão no histórico de supervisão ao estabelecimento e se tornarão informação pública conhecida pelos actores envolvidos. 13 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Princípio de “reconhecimento profissional mútuo” Os docentes e directores que trabalham nas escolas e liceus têm um preparo ou um saber fazer prático que deve ser reconhecido e respeitado. A partir daí deve ser construído o argumento de mudança e de melhora. O supervisor deve ser reconhecido por sua experiência particular e sua “boa vontade” e capacidade para apoiar a escola e seus docentes no processo de mudança. O respeito profissional mútuo garante o diálogo aberto e sincero. Principio de “trabalho em rede” Trabalho colaborativo e sinérgico do sistema de supervisão em todos os seus níveis. Buscar intencionadamente rotinas e equipas de trabalho que actuem sistematicamente em conjunto para realizar a tarefa de assessoria em suas distintas modalidades. A gestão do conhecimento, através dos novos processos de comunicação, não apenas é favorecida pelo uso de redes tecnológicas e dos canais de informação digitais, mas sim por meio da organização em escala local dos trabalhos habituais. Substituindo as usuais cadeias de comandos lineares e centralizados por coordenações e trabalho colaborativo em torno de tarefas comuns e interesses profissionais (ZIP). Dessa forma, o princípio de trabalho em rede pode se concretizar em acções de supervisão tais como: • Manter ruma relação fluida com os estabelecimentos educacionais, sobre a base das TICs, quando as condições assim o permitirem • Uso de plataformas e novos suportes de comunicação e informação para vincular distintos níveis comprometidos com a assessoria (Central, provincial, municipall) • Estabelecer redes locais de actores-chave: escolas do magistério, directores, docentes, comunidade educativa • Privilegiar o trabalho em ZIP onde existem Princípio de “informação clara, precisa e oportuna” Para que a informação seja útil, deve chegar ao emissor de maneira clara, sem ambiguidades e no momento necessário. “Depois” é tarde demais. A informação deve estar a serviço da acção de Reforma e não de outros propósitos. Por seu papel, o supervisor possui mais informações que o professor de sala de aula. Não deve utilizar isso como instrumento de poder, mas como uma responsabilidade de fazer com que a educação mude para melhor. 14 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Princípio de “simplificação para acção imediata” A tarefa central e o trabalho de “ensino-aprendizagem” que o professor conduz em sala de aula em termos de desenvolvimento de competências do alunado. O supervisor deve desenvolver estratégias que apóiem e dêem o máximo de condições para que isso ocorra bem. Permitir que os processos se simplifiquem, actuar de maneira diligente e activa para entregar essas facilidades ao professor é uma prioridade do Supervisor. Actuar com sentido de urgência, sobretudo no marco das múltiplas necessidades das escolas em Angola. 2.2. A prática da supervisão A supervisão pedagógica como apoio e acompanhamento a cada escola do território nacional pode ser realizada por um supervisor(a) ou por um grupo deles, a depender das características das escolas e das modalidades de trabalho que se tenha estabelecido nas Direcções Provinciais de cada Província. Em qualquer das modalidades estabelecidas, o processo de supervisão se inicia de acordo com uma estratégia (com base no diagnóstico institucional) desenhada com base nos actores envolvidos (inspectores, directores, docentes), estabelecendo desde o início o papel que cada um terá que desempenhar para realizar o plano de supervisão. O desenvolvimento da supervisão, a recolha de informação e sua análise completam a prática regular dessa função que pode ser representada pelo esquema seguinte: 15 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Diagnósticos Institucionais (EE) Figura 3: Organização da Supervisão Planificação Supervisão Desenvolvimento da Supervisão Análise Colegiada Direcção Provincial de Educação Planos Provinciais: da Equipas de supervisão Cronograma da supervisión Visitas regulares Trabalhos em redes locais Painéis de Avaliação dos Alcances Outras modalidades Monitoramento da supervisão Recolha de Información: Relatórios de visitas Relatórios de paneles de avaliação Relatórios redes Desenvolvimento Institucional Mudança e melhora escolar Análise de factores de melhora Diagnóstico e Planificação da Supervisão Para sua planificação e organização prática, a Supervisão Pedagógica se alimenta a partir dos distintos instrumentos de Planificação Ministerial, tanto nacional como provincial, assim como da informação de diagnósticos recolhida a partir da análise dos diagnósticos institucionais realizados pelos próprios estabelecimentos educacionais. No caso do Nível Provincial – nível chave para a organização da supervisão, o trabalho será planificado a partir de dois dispositivos específicos que terão carácter orientador da política de supervisão de cada território. Essa planificação será feita com base: 1. Na classificação dos estabelecimentos educacionais a partir de critérios de distribuição socio-demográfica, resultados de aprendizagem obtidos em avaliações anuais e indicadores de eficiência interna, entre outras variáveis. 16 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola 2. Revisão e análise dos diagnósticos dos estabelecimentos educacionais. Esses dois conjuntos de variáveis de classificação permitirão estabelecer os níveis (ver ponto 3) e a modalidade de assessoria, como está representado no esquema seguinte: Esquema 4: A cada estabelecimento a assessoria de que precisa: Processo de Diagnóstico Plano de Supervisão (Modalidades de supervisão) Mesas Classificação técnico políticas dos con Estabelecimentos autoridades educativas locales: Mesas técnico-políticas com autoridades educativas locais: Condições de viabilidade dos projectos educativos. Educacionais, segundo: de viabilidad de los Condiciones proyectos Localização geográfica Nível socioeconómico Tamanho Competências docentes (acreditação) Resultados exames anuais Indicadores de eficiência interna Existência de redes apoyo Redes profissionais locais de actores chave: Equipa Supervisora: Análisis de los diagnósticos Educacionales, según: Nivel Nacional Nivel Provincial Nivel Municipal Gestión pedagógica Resultados de aprendizaje Otras ámbitos de gestión Directores, coordenadores de ciclos, de disciplinas etc. Docentes Escolas formadoras Visitas regulares: Individuais Duplas de supervisores ou equipas concertados Paneles Evaluativos Equipas integradas supervisão e inspecção Implementação da supervisão Uma vez realizada a planificação sobre a base dos elementos que acabam de ser enunciados, a implementação da supervisão consiste em colocar em acção o plano desenhado. Deve-se dar ênfase especial para: - acompanhar o conjunto dos estabelecimentos do sistema; - dar atenção especial àqueles estabelecimentos que mais requeiram (priorizar) e, 17 de Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola - actuar como sistema de acompanhamento de modo de usar sinergicamente os recursos que o Ministério possui. A supervisão em campo não deve ser abandonada dado que é uma maneira privilegiada de actuação e uma fonte de informação directa dos processos que as escolas estão a desenvolver. Sem prejuízo ao que foi dito, a supervisão pode flexibilizar suas modalidades, se se trata de estabelecimentos com maiores capacidades organizacionais instaladas para levar a cabo os processos de mudança. Essas modalidades são: Mesas técnico-políticas provinciais e municipais Visitas regulares Trabalho em redes Visitas de paineis avaliativos Criação de ZIP Outras modalidades definidas na Provincia Mesa técnico-políticas provinciais e municipais É responsabilidade do Ministério da Educação acompanhar e assessorar o surgimento de capacidades institucionais que consigam dar cumprimento ao mandato da Reforma de prover uma educação de qualidade para todos e todas. Além da forma final que tenha a estructura territorial de administração da educação, importa gerar capacidade de gestão educativa para o avanço e sustentabilidade de projectos educativos locais robustos e conectados com as tarefas de desenvolvimento dos territórios. Para isso, a visão estratégica das autoridades locais competentes e a capacidade de articulação e convocatória que tenham ditos projectos serão uma tarefa a ser abordada a partir de níveis provinciais e municipais. A supervisão pedagógica deverá, nesses casos, apoiar as autoridades políticas em distintos níveis para realizar diagnósticos provinciais e para planificar estratégias locais globais. Alguns exemplos correspondentes a essa modalidade de supervisão poderiam ser: o desenho e implementação de políticas locais de desenvolvimento profissional docente em relação com as necessidades de dotação de professores das escolas de um determinado território, as dificuldades de infraestructura e sua relação com o desenvolvimento democráfico, econômico e social de uma localidade, a relação com escolas de magistério ou outras agências com projectos ou estudo sobre a qualidade ou cobertura da educação na região etc. Nessa modalidade de supervisão, a responsabilidade principal recai sobre as Equipas Técnicas das Direcciones Provinciais, que respondem: • • • • Objectivos provinciais Planos Anuais Provinciais Alianças estratégicas Recursos e apoios requeridos 18 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola • Modalidade de resolução de conflictos ou crises A partir desses insumos e como um dos resultados esperados das mesas técnico-políticas, espera-se que os actores locais, com especial ênfase nos directores das escolas, possuam crescentes níveis de informação para a acção, assim como o desenvolvimento de competências técnico-administrativas para responder aos deveres e obrigações estipulados para o exercício de sua função na Lei. Será propiciada a criação de equipas técnica-pedagógicas (GIA) para as escolas de um território (ZIP) que possam gerar políticas comunais de educação, permitindo gerir o conjunto de estabelecimentos com perspectiva sinérgica e economia de escala. A supervisão pedagógica consistirá em apoiar essas equipas e realizar processos participativos de formulação de políticas sociais, articular os planos de melhora com dita política, a olhar com lógica de sustentabilidade a melhora educativa para cada um dos estabelecimentos educativos, assim como a geração de competências técnicas locais que permitam crescentes níveis de autonomia na gestão. Visitas Regulares Constituem uma modalidade chave da supervisão tanto em relação directa com os estabelecimentos educacionais, como uma fonte privilegiada de seguimento e recolha de informação sobre os processos de implementação do APC em que se encontram as escolas. A necessidade de integralidade na supervisão implica considerar a unidade educativa como um todo, cuidando para que as distintas acções confluam para o alcance das metas pedagógicas que a própria instituição (escola, província...). E é a sala de aula o cenário e o centro nevrálgico do trabalho de acompanhamento dos supervisores. Os objectivos das visitas regulares dependem do plano de supervisão formulado sobre a base de diagnóstico. Nesse sentido, as visitas surgem das necessidades do estabelecimento e seus docentes frente aos desafios e os alcances de acordo com a Reforma. A regularidade e tempos dedicados a essas visitas deveriam ser fixados de acordo com a classificação que se obtenha na província ao realizar o plano provincial de supervisão. Na prática, dependerá dos recursos humanos e logísticos com que se conte. As actividades de uma visita regular de supervisão implicam um início, um desenvolvimento e um encerramento o retroalimentação de acordo com as falhas encontradas e a aplicação do APC pelos professores. 1. O início está marcado por uma reunião entre o director e s equipa pedagógica, oportunidade para compartilhar informações sobre a Reforma, as etapas que estão sendo desenvolvidas, os resultados alcançados e alguma revisão metodológica, se for necessário (sobretudo nas etapas iniciais). 2. O segundo momento de desenvolvimento será levado a cabo segundo o programa e ênfase do apoio pedagógico específico e a formação de competências entre os professores que se planificou centralmente. O supervisor poderá ter reuniões com o chefe coordenador acadêmico, equipas de coordenadores, conselho de professores, a depender dos temas que devem ser examinados. Discute-se, por exemplo, os níveis de avanços das aprendizagens da lectoescritura no primeiro 19 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola ciclo, revisa e discute os planos de aula, problematiza o trabalho de coordenação de disciplinas, propõe e orienta o uso de recursos didácticos, revisa ou corrige a qualidade e a utilização das apostilas de integração. Se o programa se estabelece dessa forma, como deveria ser, faz a observação das práticas de sala e/ou desenvolve reuniões ou oficinas com alguns professores, por exemplo, o avance nos resultados de aprendizagem da programação anual (fluidez leitora); análise dos resultados em matemáticas; lógicas e sentidos da avaliação contínua e formativa; como usar textos escolares etc. O mais relevante nessas visitas de supervisão é resguardar o tratamento das áreas mais frágeis do processo de ensino e aprendizagem e das práticas mais inovadoras solicitadas pela Reforma, pelo que se dá preferência a que se faça durante os módulos de integração. Isso permite avaliar a qualidade da integração que se propõe (tanto em situações, como em sua avaliação e, sobretudo, a implementação de uma lógica de remediação dos recursos ausentes. 3. Finalmente, um terceiro momento será dedicado à retroalimentação do director e da equipa pedagógica – enquanto líderes e gestores institucionais. É importante deixar claramente assinalado as principais impressões e directrizes, estabelecendo compromissos, prazos e responsabilidades em torno daqueles aspectos que precisam ser melhorados. Essa visita é registrada, assim como as outras modalidades de revisão, e uma cópia do acordo deve ser entregue ao estabelecimento. Para que a visita seja de máximo proveito, deve ser acordada com o estabelecimento, de maneira que o supervisor se acople às actividades regulares ou as instâncias de reflexões técnicas do estabelecimento. Dessa maneira, poderá “ver o cotidiano” do trabalho da instituição, dando ênfase aos momentos de integração e de remediação em um primeiro momento, como estratégia de apoio claro às mudanças mais inovadoras que a abordagem por competências requer. Esquematicamente, essa articulação metodológica poderia ser resumia assim: Esquema 5. Estrutura da APC Aprendizagem da integração Aprendizagens pontuais de recursos Avaliação dos recursos Avaliação da integração 20 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Onde os módulos de integração são os momentos verde-amarelos (prática-avaliação de integração e remediação). Trabalho em redes Trabalho em redes possui um duplo significado. Por uma parte implica o uso ativo de novas tecnologias da informação e da comunicação para compartilhar de forma instantânea dados, análises, resultados, métodos, informação que apoiem a assessoria a estabelecimentos (vídeoconferência, portais, email, etc.) e, por outra parte o estabelecimento de grupos de trabalho permanente no território com atores chave, de maneira a envolvê-los e comprometê-los, no que corresponda a seu papel, na melhora do sistema. Uso de plataformas e suportes de informática? Tanto as plataformas como outros suportes de informática possibilitam conectar-se e estar virtualmente presentes de maneira simultânea em diversos lugares, com pessoas e grupos distintos por vez, por exemplo: Vídeo-Conferências; permitem realizar tanto reuniões de informação à distância, como participar em conferências com especialistas e conhecer alguma prática de interesse, entre outros usos. Portais institucionais e portais educativos; cuja reconhecida qualidade técnica permita comunicação via e-mail quando possível. Redes de actores chaves Territorialmente os diagnósticos levantados tanto por províncias como por instituições educacionais permitirão desenhar “um mapa” de problemas comuns e específicos de cada escola. Da mesma maneira as potencialidades e aprendizagens poderão permitir o compartilhamento de estratégias, recursos, métodos e conhecimentos. Para isto o trabalho em redes: programado, sistemático e com finalidade estabelecida e conhecida por todos, constitui a possibilidade de considerar o sistema em seu conjunto. Alguns exemplos de rede são: Redes de Directores; líderes institucionais que revisam temas de gestão e condução de equipas, centrados na aprendizagem de seus estudantes, que põem as aprendizagens e dificuldades à serviço da rede para guiar o processo de mudança nas escolas. Redes de Coordenadores Pedagógicos; líderes técnicos que revisem temas de gestão curricular e condução de processos de planeamento e avaliação do ensino, que põem as aprendizagens e as dificuldades à serviço da rede para guiar processos de desenvolvimento profissional docente em escolas que se comprometeram com a aprendizagem de todos os seus estudantes. 21 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Redes de docentes ou comunidades de práticas docentes; profissionais de aprendizagem que revisam temas de planeamento de aula e condução de processos de aprendizagem de todos os seus estudantes, que põem as aprendizagens e as dificuldades à serviço da rede para guiar processos de ensino-aprendizagem diferenciada e exigente para que todos os estudantes alcancem as metas estabelecidas no currículo nacional. Micro centros rurais; profissionais de aprendizagem que revisam temas de planeamento e condução de processos de escolas multiseriadas, que põem as aprendizagens e as dificuldades à serviço da rede para guiar processos de ensino – aprendizagem para cursos combinados, em diversos setores de aprendizagem, em condições rurais e em condições de afastamento geográfico. Redes de pais, mães e responsáveis; atores da comunidade escolar que revisam temas de participação e colaboração da família e da comunidade na tarefa formadora da escola, que põem as aprendizagens e as dificuldades à serviço da rede para acompanhar seus filhos e filhas em uma trajetória escolar satisfatória. Outras redes locais; com as instituições de assistência técnica externa, com universidades e outros organismos os quais colaborem com as instituições escolares na melhora contínua. Visitas de painéis de avaliação A visita dos Painéis de Avaliação Externos é um dispositivo de avaliação intensiva e em profundidade realizado por uma equipa integrada por pelo menos 3 profissionais que após um processo de autoavaliação realizado pela respectiva escola, realizam uma visita de validação e retroalimentação de tal autoavaliação. Uma vez conhecido o Painel Externo, a escola que o possui, se for necessário, está em condições de orientar redirecionar ações que permitem abordar as falências institucionais detectadas. Outra modalidade desta visita pode ser realizada a partir de um Painel que pode ser constituído por diferentes profissionais dos ministérios responsáveis pelo nível provincial (inspetores e supervisores). Um programa de trabalho pactuado com o estabelecimento, que poderia consistir em; • • • • • Reuniões da equipa avaliadora com distintos actores educativos (equipa directiva, docentes, pais e responsáveis, alunos, etc.); Observação do estabelecimento e visualização dos recursos disponíveis (infraestrutura, centro de recursos, laboratórios, informática, etc.); Observação de salas de aula com pauta conversada com os docentes; Reuniões de devolução do observado em cada equipa responsável das tarefas específicas, reunião com o sustentador e equipa directiva de devolução e tomada de acordos relacionados com o apoio que o estabelecimento necessita para a melhora; Finalmente elaboração de informe público com acordos, responsáveis e prazos para o cumprimento de tarefas específicas de melhora em aspectos considerados com dificuldade. 22 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Estas duas modalidades de trabalho, assim como outras possíveis adaptações, constituem para a supervisão de recursos metodológicos maneiras possíveis de serem utilizadas dependendo dos diagnósticos compartilhados, por isso a necessidade e pertinência de realizá-las nos estabelecimentos do território. Cabe assinalar que ambas as experiências, tanto o Painel Externo, como a Visita Avaliadora, devem estar concebidos como mecanismos de formação de capacidades técnicas nas equipas a cargo e nas escolas que a partir de uma prática reflexiva que favorece o desenvolvimento da capacidade de compreensão sobre uma nova forma de assessoria desde a supervisão. 3. Níveis e organização do modelo de supervisão pedagógica ministerial O sistema de supervisão é estruturado e organizado em três níveis: central, provincial e municipal. Cada um destes níveis coordena acções e estratégias para realizar o papel de assessoria, sem prejuízo de que cada um deles desenvolve e cumpre funções e tarefas específicas, no desenvolvimento da política educativa em seu conjunto e no acompanhamento aos diferentes estabelecimentos educativos, o que podemos representar como segue: Esquema 6: Niveis do modelo Instituto Nacional de Formação de quadros: NÍVEL CENTRAL • • NÍVEL PROVINCIAL Coordenações internas Plano Mestre DIRECÇÃO PROVINCIAL DE EDUCAÇÃO • • • • • NÍVEL MUNICIPAL GIAS, constituídos por equipas de profissionais da educação • (directores de escolas, coordenadores acadêmicos, supervisores) • • 23 Desenho e planificação de estratégias de supervisão para a melhora. Acompanhamento e Avaliação Diagnóstico realidade educativa provincial Contextualização de políticas e estratégias nacionais segundo as necessidades provinciais Gestão da supervisão provincial Diagnóstico realidade educativa municipal. Relação com cada escola Assesoria a docentes Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola No modelo de Supervisão Pedagógica, o nível provincial cumpre funções técnico políticas de ordem estratégica e de contextualização da política educacional 4. Conclusões Qualquer que seja a estrutura dada a um sistema de supervisão, as diversas experiências internacionais demonstram uma crescente tendência de concentrar o trabalho da supervisão pedagógica no apoio de processos de melhoramento educativo nas escolas e de responsabilização das mesmas por resultados de aprendizagem dos estudantes. Assim a supervisão estaria encarregada de apoiar a escola na elaboração de autodiagnósticos e a elaboração de planos de superação e melhorias mais exigentes. Em alguns casos de maiores dificuldades a supervisão seria constituída a partir de “uma assistência técnica” especializada em apoio a professores que demonstrem maiores debilidades no seu ensino. A experiência nos países onde o BIEF já colaborou, prioriza a supervisão nos primeiros anos de educação primária em áreas de língua materna e matemática. Isto, sem deixar de lado as artes e a motricidade, de modo a garantir os equilíbrios tão necessários a esta etapa da vida. Em educação secundária, de maneira mais geral, foi propiciada uma supervisão de apoio à instalação de trabalhos de intercâmbio e de colaboração entre docentes. Reflexão em torno dos planeamentos de sala da aula, dos resultados da avaliação, da incorporação das TIC´s em aula, etc. Os governos aumentaram cada vez mais os requerimentos à supervisão insistindo em um duplo rol de acompanhadores das escolas, mas também de avaliadores externos dos processos de mudanças e melhoras. Para evitar a falta de transparência nas avaliações e melhorar os maiores níveis de objetividade, em alguns países foram criadas as Agências de Qualidade – organismos independentes dos ministérios da educação, mas que são orientados em suas diretrizes para que realizem sem compromisso algum suas avaliações intensivas à toda a escola estabelecendo metas exigentes, que logo a supervisão ajudará a cumprir. Em outros sistemas, ambas as funções estão na mão da supervisão que é realizada por profissionais altamente qualificados “no ensino”. No caso de Angola, uma primeira etapa da supervisão deveria, em nossa opinião, estar centrada na “normalização do funcionamento das escolas”, em outras palavras, no horário das aulas, na assistência regular aos professores, no cumprimento com os programas de estudo que irão progressivamente refletir a abordagem por competências assumida (cobertura curricular), na alfabetização efetiva dos estudantes nas idades e nos cursos correspondentes, entre outras tarefas chave. Inclusive se as mudanças metodológicas e pedagógicas são paulatinas, deve-se ter claro em mente que o desafio é duplo: introduzir inovações metodológicas no corpo docente e ao mesmo tempo estruturar um sistema de acompanhamento desta prática. Tudo isto, em um importante contexto de carência de efetivos capacitados no conteúdo e forma da Reforma. 24 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Em um momento posterior, uma vez criadas as equipas de supervisão centrais, provinciais e municipais, no final de 2012 e 2013, este novo pessoal formado deve ser alocado exclusivamente a este trabalho de supervisão enquanto funcionários do Ministério da Educação de Angola. Em um processo de reorganização do organograma do INFQ em vigor atualmente, e de acordo com o Plano Mestre de Formação de Professores, estes três níveis de funcionários (Centrais, Provinciais e Municipais) que irão aparecendo nos próximos 2 anos deveriam ser considerados. Isto daria lugar a uma direcção nacional de Supervisão dependente do INFQ com o desdobramento nos três níveis geográficos de efetivos que realizem o trabalho de estruturação das políticas educativas (de um ponto de vista metodológico) e de sua implementação em prática. É por isso que nos parece capital fundar este trabalho nos sucessos e resultados já obtidos de acções empreendidas anteriormente, maximizando seu efeito por meio de um trabalho de monitoramento, multiplicação e difusão dos resultados do plano de formação de Supervisores 2010-2011. Neste sentido, a nossa proposta é baseada em um trabalho em três etapas: - Primeira etapa => Março 2011: Monitoramento e identificação da equipa Nacional de Supervisores: Estabelecer um dispositivo de avaliação de qualidade e de gestão de competências de cada um dos efetivos graduados destas formações, começando por um grupo Nacional que finalizará sua formação. Este monitoramento e avaliação detalhada permitirá identificar os efetivos com maiores potencialidades para confirmar uma equipa Nacional de Supervisores. Resultado: Equipa Nacional de Supervisores (15-20 efectivos). - Segunda etapa => Abril-Novembro 2011: Transferências de competências, monitoramento de resultados e multiplicação de equipas provinciais de Supervisores: Réplica de formações em Supervisão a 3 novas ZIP de acordo com o programa de formações estabelecido. Trabalho de co-formação (no sentido de formação-acção) entre o grupo técnico do BIEF e a equipa Nacional de Supervisores. Esta etapa tem um duplo objetivo: transferir as competências técnicas e de formação em Supervisão à equipa Nacional de Supervisores, assim como ampliar a base de Supervisores em nível territorial com a incorporação de 3 novas ZIP e a criação de equipas provinciais. Seria lógico esperar que no terceiro ano do programa de formações, 2012, esta lógica de multiplicação e de cobertura territorial continue em outras ZIPs. Resultado: 270 Supervisores formados em três ZIPs em 2011 - Tercera etapa => Março 2012: a. Finalização da formação da primeira geração de Supervisores provinciais e início do dispositivo Provincial: Avaliação dos resultados globais do programa, de sua difusão e estruturação de modalidades de trabalho de equipas de Supervisão Provinciais das ZIPs atingidas de acordo com as modalidades definidas pelo MINED. 25 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola b. Abril-Novembro 2012: Continuação da acção de formação e de aquisição de competências de um segundo grupo de equipes Provinciais em outas ZIP (e/ou reforço das equipes existentes em algumas ZIP de acordo com as necessidades demográficas e/ou territoriais) Resultados: 3 ZIPs com equipas provinciais de Supervisores em campo Continuidade do dispositivo de formação em outras 2-3 ZIPs em 2012 (perenidade do mecanismo) Reforço da equipa Nacional de Supervisores pela multiplicação de formações, elaboração de materiais próprios, etc. Início de um dispositivo de prática e modalidades de implementação da Supervisão piloto nas ZIPs que estão melhor preparadas. Os custos associados a esta proposta referem-se isoladamente à um reforço do mecanismo de monitoramento e de recolecção de dados dos resultados das formações, em vista a uma melhor identificação dos efetivos e a gestão das competências adquiridas pelos formandos. Dado que uma parte importante das formações já estão orçamentadas (2011 e 2012) graças ao convênio de colaboração entre Chevron e BIEF, os custos adicionais são marginais ao trabalho em andamento. Poderia ser criado uma Célula técnica de apoio à Supervisão (CTAS) com o apoio do BIEF onde se articulem, estruturem e ajustem os instrumentos de acompanhamento, de monitoramento e de avaliação do corpo de Supervisores. Esta célula terá como objetivo no final de 2011 propor modalidades de implementação da Supervisão Provincial nas ZIPs mais adequadas a partir de 2012. Esta seria também uma oportunidade de reforçar as competências de avaliação de competências profissionais em um grupo de técnicos locais em nível central. Todo o anterior permitirá possuir um claro e estrito monitoramento técnico em termos de: - perfil de saída dos formandos-supervisores, - avaliação de competências (técnicas, administrativas e metodológicas adquiridas e - desenvolvimento institucional em paralelo das estruturas e modalidades de implementação da Supervisão a partir de 2012-2013. Na vasta experiência do BIEF nesta matéria, nos parece o mecanismo de trabalho em matéria de Supervisão mais adequado e pertinente, já que é fundamentado em resultados objectivos já obtidos, projectando-se à uma institucionalização da mudança mais realista e pragmática. Em outras palavras, propomos maximizar e potenciar o já obtido, a favor de resultados pertinentes e concretos em matéria do necessário e estratégico apoio docente para a realização da Reforma Educativa que Angola precisa. 26 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola Bibliografia técnica 1. Abrile de Vollmer, M. I. Nuevas demandas a la educación y a la institución escolar, y la profesionalización de los docentes. http://caldofre.tripod.com/doc/vollmer.pdf 2. Dorado, C. (2006). El trabajo en red como fuete de aprendizaje: posibilidades y límites para la creación de conocimiento. Una visión crítica. En Educar 37, 11-24. 3. Fullan, M. (2002). Las Fuerzas del Cambio con creces. Madrid: Akal. 4. Hopkins, D. (2009). Mi escuela, una gran escuela. Cambio escolar para el mejoramiento de los aprendizajes. Santiago: LOM ediciones/Ministerio de Educación. 5. Ministerio de Educación Chile/Proyecto Montegrande (2004). Gestión de la diferencia. Una Modalidad de Supervisión Técnico-Pedagógica a procesos de cambio y desarrollo institucional en escuelas y liceos. Santiago. 6. Ministerio de Educación de Chile (2006). Experiencias Internacionales en Supervisión Escolar. Análisis Comparado. 7. Ministerio de Educación Chile/Coordinación Nacional de Supervisión (2007). Redes de Trabajo de la Supervisión Escolar en Chile. Análisis comparado en cinco Departamentos Provinciales de Educación. Santiago 8. Poblete Ruiz, Manuel y García Olalla, Ana: Perfil directivo de competencias para la gestión del cambio en centros educativos. Evaluación y formación para un modelo de desarrollo profesional. U. Deusto. 9. Roegiers, Xavier (2008) : “Uma pedagogia de a integraçao”, Artmed, Sao Paulo. 10. Tedesco, J.C. (1995). El nuevo pacto educativo: Educación, competitividad y ciudadanía en la sociedad moderna: Madrid: Anaya. 11. UNICEF (2004) ¿Quién dijo que no se puede? Escuelas Efectivas en sectores de pobreza. Bajo la coordinación de Dagmar Raczynsky y Cristián Bellei. 12. Wiles, K. (1973). Técnicas de supervisión para mejores escuelas. México: editorial Trillas, segunda edición en español. Outros documentos de trabalho consultados 13. INFQ (2008): “Plano Mestre de Formación de Professores”, UNICEF, Luanda. 14. INFQ (2007): “Guía do Supervisor Pedagógico”, Luanda. 15. Araya, Elisa (2010): Relatoría da 1° formación de cuadros en Supervisión Escolar, NovDic, Lubango. 27 Fundamentos para uma Política Nacional de Supervisão- Angola 16. CabGoc-Chevron/BIEF (2009): Technical and financial agreement to support the “Teachers Training Master Plan of Angola (TTMP)”: Guidelines and objectives, Luanda. 17. BIEF (2010): Proposta de Programa de formaciones BIEF-INFQ 2011 – Objetivos e actividades nacionales. Documento de trabajo, Luanda. Anexos: - Perfil de Supervisor Pedagógico: Plano Mestre de Formação de Professores - Relatório de 1° Formação Nacional de Supervisores, Novembro-Dezembro 2010 - Guia do Supervisor Pedagógico, INFQ. - Proposta técnica de actividades de formação 2011, projeto de apoio ao Plano Mestre CabGocChevron. 28