UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA LICENCIATURA EM HISTÓRIA JULIANA VIEIRA MARQUES RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRI I JUSSARA-GO 2014 2 JULIANA VIEIRA MARQUES RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO I Trabalho elaborado para fins de avaliação parcial da disciplina de Estágio Supervisionado I do 3° ano do curso de licenciatura em História, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Jussara, Sob. Orientação da professora: ME. Roberta do Carmo Ribeiro. JUSSARA-GO 2014 3 SUMÁRIO: INTRODUÇÃO 04 CAPÍTULO 1 - DIAGNÓSTICO ESCOLAR: 06 CAPÍTULO 2 - DOCÊNCIA PARTICIPATIVA: 17 2.1 - Docência participativa – auxílio ao professor titular: 18 2.2 - Docência participativa – micro aulas: 24 CAPÍTULO 3 - PROJETOS E/OU OFICINAS: 27 CAPÍTULO 4 - REGÊNCIA: 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS: 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 45 ANEXOS: 46 4 INTRODUÇÃO No terceiro ano do Curso de licenciatura plena em História da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Jussara, é a fase em que nós acadêmicos começamos a colocar em prática tudo o que aprendemos teoricamente nos outros anos. Essa etapa da graduação iniciou pela Disciplina de Estágio Supervisionado Obrigatório I, que é aquele momento em que os futuros professores ingressam no mundo escolar, como aprendizes. È claro que o professor também aprende e se forma diante de seu trabalho, na sala de aula como profissional titular, mais é neste momento na academia que iremos conseguir alguma experiência, no futuro âmbito de trabalho. Além do caráter educativo da disciplina de estágio supervisionado obrigatório I, não podemos esquecer que em certa medida esta disciplina também funciona como uma certa seletividade de bons professores para o mundo escolar, posto que o “ser professor” é representar um grande papel na sociedade, dessa forma não podemos deixar que se formem profissionais desqualificados para este mercado de trabalho. A principal proposta do estágio supervisionado obrigatório I é a formação do acadêmico estagiário sempre vinculado à formação plena do homem, sempre voltada para a capacitação teórica, metodológica e prática do aluno. Assim a finalidade dessa disciplina é vincular os formandos nos futuros ambientes profissionais, que neste caso é o mundo escolar. Possibilitando assim a formação de um profissional habilitado para as experiências e imprevistos profissionais que surgiram em seu momento de trabalho. O Estágio compreende algumas etapas que são imprescindíveis para uma boa formação. A Primeira etapa diz respeito a o Diagnóstico Escolar, que corresponde aquele momento de conhecimento por parte do acadêmico, dos documentos que regem a escola que são (PPP) Projeto Político Pedagógico da Escola, (PDE) Plano de Desenvolvimento da Escola e Regimento Interno. Neste momento os acadêmicos analisam também textos que falam sobre esses regimentos da escola, sobre o que eles articulam e sobre os impactos deles na escola. Dessa forma se conhece o aparelho burocrático da escola campo, à qual se trabalhará. 5 A segunda etapa do trabalho é a Docência Participativa, onde nós acadêmicos ingressamos na escola para conseguirmos vivenciar as experiências dos professores, suas metodologias, suas formas de lidar com os alunos e com as questões escolares. Essa etapa da Docência participativa é dividida em dois momentos esse da experiência na sala de aula e o da realização de uma micro aula que se realiza na acadêmica com todos os alunos da turma do estágio e com o professor titular da disciplina. A terceira etapa do estágio é composta pela parte de elaboração e realização dos Projetos Didáticos e/ou Oficinas, na qual os acadêmicos reunidos entre si tem o dever de organizarem uma oficina, e aplica-la na escola campo, simbolizando assim o primeiro contado do acadêmico com a postura do professor na sala de aula. A quarta fase do estágio é a Regência em que os acadêmicos tem que dar duas aulas na escola campo, nesta fase ele deve também elaborar todo o material de um professor titular, plano de aula, atividades, recursos áudio visuais, e tudo que um professor precisa para dar uma boa aula. Dessa forma todas essas fases do estágio são para dar um bom suporte aos profissionais que entraram no mercado de trabalho, como professores e que serão formadores de novas mentalidades. E o trabalho que se segue é o resultado de todas as realizações desta disciplina durante o ano, à qual nós relatamos todas as experiências para melhor compreender o sentido de todas as atividades. 6 CAPÍTULO 1 - DIAGNÓSTICO ESCOLAR Os cursos de licenciatura oferecidos pela Universidade Estadual de Goiás, unidade Universitária de Jussara oferece em sua grade curricular disciplinas que contemplam a aprendizagem do aluno com embasamentos teóricos e práticos. Com isso ao ingressar no terceiro ano do curso de licenciatura em História começamos a nossa experiência prática pela disciplina de Estágio Supervisionado I, que pretende oferecer um reconhecimento do acadêmico no seu futuro âmbito de trabalho. A disciplina compreende várias fases de organização e contato com o ambiente escolar em que futuros professores pretendem ingressar. Iniciamos o reconhecimento e trabalho da escola- campo em que será feito a análise dos documentos que regem a instituição como um todo, e a visita e reconhecimento do aspecto físico do Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos. O Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos oferta o Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano nos turnos matutino, vespertino e noturno e Educação de Jovens e Adultos (EJA) 3ª Etapa que corresponde ao Ensino Médio, possui 07 salas de aulas, cantina, depósito, sala pedagógica, banheiro feminino e masculino, biblioteca, sala de professores, coordenação, secretaria e diretoria. Localiza-se na Praça Goiás – Bairro Goiás na cidade de Jussara. Foi a escola-campo selecionada para a realização do estágio do terceiro ano do curso de licenciatura em História na turma da professora Me. Roberta do Carmo Ribeiro. Na disciplina de estágio supervisionado as análises propostas serão realizadas pelos documentos como o, Regimento Interno da Escola, Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE), Projeto Político Pedagógico (PPP) na qual faço uma análise entre as organizações teóricas da escola e a proposta do PDE para cada instituição relacionando-as com as experiências alcançadas nas visitas escolares iniciadas no dia 17 de março de 2014. O Colégio possui seu quadro de 46 funcionários assim distribuídos: 01 diretor, 01 vice-diretor, 01 secretário, 03 coordenadores pedagógicos, 01 professor de recursos, 02 auxiliar de secretaria, 08 executores de serviços gerais, 02 vigia, 01 gerente de merenda escolar, 02 bibliotecário, 24 professores, sendo 21 efetivos e 03 em contrato temporário. O grupo gestor, coordenadores e professores, são todos pós-graduados e o gestor, concluinte do curso de mestrado na área da educação. O corpo docente da nossa escola é composto de professores graduados e pós-graduados nas seguintes áreas: 06 professoras formadas em Letras e Pós-graduadas em Português e Literatura Brasileira, 02 professores formados em História, 01 professora formadas em Geografia, 06 professores formados em Matemática, 01 professora formada em Arte, 08 professores licenciados em Pedagogia. Essa qualificação universitária tem contribuído 7 significantemente para uma formação crítica, participativa e democrática do educando no processo ensino aprendizagem (PPP, 2014, p. 6 ) O currículo de educação oferecido pela instituição compreende a formação para o ensino fundamental de nove anos, que tem sido segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica de 2010, o foco nos últimos anos para se pensar em uma expectativa melhor de aprendizagem, formação, organização escolar. Tem o intuito de melhorar a capacitação de professores e profissionais da escola. Posto que este período de ensino aprendizagem é muito importante para a continua formação do aluno podendo ser considerado, o alicerce de toda sua vida acadêmica. Segundo o regimento do Colégio Jandira o ensino fundamental fica instituído desta forma: O Ensino fundamental, com duração mínima de nove anos, conforme a Resolução CEE 258/05 obrigatório e gratuito na Escola pública terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I- O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II- A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III- O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV- O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (REGIMENTO, 2011, P. 5). Inserir esta modalidade de ensino pode realmente ser considerado como um grande ganho na educação com qualidade social que por muito tempo o ensino fundamental foi a única forma de escolarização na qual a maioria da população teve acesso, que só foi instituída a educação obrigatória nestes parâmetros em 1934 com a duração de quatro anos, e prolongada a nove anos no período do golpe militar de 1964.(Cf. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. p. 108). Outro programa educacional oferecido pela instituição, e o (EJA) Educação de Jovens e Adultos que corresponde ao ensino médio e que se refere a uma oportunidade de estudos para aqueles que não conseguiram estudar na idade certa e/ou estipulada para a grade curricular, compreendendo a idade mínima de 15 anos para se ingressar no programa, que ficará a critério de Projeto Político-Pedagógico e do Regimento Interno de cada escola estipular a duração e as etapas para cada programa. No caso da instituição Jandira Ponciano dos Passos fica estabelecido em seu Regimento que está divido em três etapas: A primeira etapa será desenvolvida em 4 semestres, com conteúdo correspondente do 1º ao 5º ano do ensino fundamental de 9 anos. § 2º A segunda etapa, com conteúdo correspondente àquele ministrado do 6º ao 8 9º ano do ensino fundamental de 9 anos e será ministrada em 6 semestres. § 3º A terceira etapa corresponde ao ensino médio, compreendendo a matriz curricular e todo o conteúdo determinado para este nível, e será desenvolvido em 4 semestres(REGIMENTO, 2011, p. 27). Dessa forma a disciplina de estágio curricular supervisionado obrigatório propõe estabelecer o contato entre as relações subjetivas no convívio com a escola e com a organização burocrática de qual a sociedade depende para colocar em pleno funcionamento uma instituição de ensino de baixo ou alto nível. Viabiliza para o acadêmico suporte teórico, metodológico, e prático, quando em suas expectativas insere visitas de reconhecimento do âmbito escolar, que futuramente será o campo profissional. Segundo Marília Fonseca (2004) no plano burocrático existem novas perspectivas de organização escolar que remetem à uma nova modalidade de gerência e cunho educativo. O Fundescola é um programa que estabelece rendas para as escolas nas regiões mais pobres como Norte-Nordeste e Centro-Oeste, tem como principal projeto de gerenciamento das escolas o PDE que “(...) Visa a modernização da gestão e fortalecimento do planejamento escolar, pela adoção de um modelo de ‘planejamento estático’ que se apoia na racionalização e na eficiência administrativa (FONSECA, 2004, p. 136)”. O comprometimento com a educação de qualidade se depara com modelos de organização escolar que, direcionam uma modalidade funcional estática deixando de lado essas questões subjetivas que estão inseridas no funcionamento social e escolar que também é uma preocupação da instituição analisada neste diagnostico e diz que: O Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, conta com uma equipe institucional, capacitada e compromissada com o fazer pedagógico e social da comunidade educacional, somos uma equipe que soma esforços numa perspectiva de multiplicar os resultados positivos (PPP, 2014, p. 13). A perspectiva inovadora do PDE abre grandes questionamentos, referente ao que se estabelece para este programa como uma educação de qualidade e conjuntamente às melhorias trazidas para a escola com todos os seus recursos e organizações. Essas relações subjetivas à qual se deparam todos ao lidar no âmbito escolar são essenciais quando pensamos na organização de expectativas a serem alcançadas em nossas escolas. Leandro Karnal afirma em seu livro Conversas com um Jovem Professor que “Existem fichas de avaliação, padrões, tabelas e até notas para se dar ao professor. A mais importante sempre esteve bem diante de mim: o olhar dos alunos. Eles dizem, com absoluta naturalidade, sobre o andamento de tudo (KARNAL, 2012, p. 22)”. 9 Segundo Fonseca em O trabalho do professor na sala de aula: relações entre sujeitos, saberes e práticas. Mostra que as experiências na sala de aula faz com que o professor aprenda e se forma gradualmente de uma forma permanente e complexa. Assim o Plano de Desenvolvimento da Escola pretende uma organização estática, que por sua vez, pode falhar no quesito subjetivo da vivência escolar, é claro que cada uma tem o direito de adaptá-lo aos critérios de importância na aprendizagem que condiz a cada realidade e é isso que se pretende neste momento estabelecer diálogos entre o PDE imposto pela Fundescola e o PDE reorganizado pela escola-campo. No primeiro contato com a Escola Jandira Ponciano dos Passos posso descrevê-la em uma única palavra como readaptada. Vários desencadeamentos sociais fizeram graves mudanças na estrutura pedagógica da mesma. “A constituição de 1988, em seu capítulo dedicado à educação, estabelece a igualdade de condições de acesso à escola e a garantia de padrão de qualidade como princípios orientadores da gestão democrática dos sistemas de ensino público (FONSECA, 2004, p. 138)”. No entanto com o fechamento de outras escolas que se encontravam inadimplentes em relação a estrutura exigida para o seu funcionamento , e problemas relacionados aos transportes escolares, a mesma teve que abarcar toda a massa de estudantes que ingressavam nessas outras instituições de ensino. Dessa forma os improvisos ocorreram, laboratórios foram transformados em sala de aula, as salas foram lotadas de alunos em todos os turnos de funcionamento. Os questionamentos se estabelecem novamente. Qual será o padrão de aprendizagem dessas crianças e adolescentes nas salas lotadas? Já que a lei propõe garantia de padrão de qualidade a todos. Qual será a transformação ocorrida no PDE desta escola devido a tantos imprevistos? A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) regulamenta a gestão democrática da escola. Estabelecendo orientações para a integração entre a escola e a comunidade, para a organização do espaço físico, do trabalho pedagógico e a participação dos atores escolares na gestão escolar (FONSECA, 2004, p. 138, grifo meu). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) regulamenta a organização do espaço físico que delibere uma melhor execução do trabalho pedagógico e indiscutivelmente a melhora na qualidade de ensino. Consecutivamente o programa político pedagógico da escola campo reflete essa mesma realidade e discute questões de melhoramento da forma de aprendizagem dos alunos como fica claro abaixo: Diante dessas mudanças o Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos é provocado a repensar o seu papel, e buscar um ensino de qualidade que 10 objetive transformar e resgatar a essência do verdadeiro sentido do saber e a questionar o seu valor e o seu papel na sociedade, agindo como protagonista da aprendizagem (PPP, 2014, p. 4). A Escola conta com muitos instrumentos que a fazem representar uma modalidade grande de oportunidades. Na visita pude notar a grande quantidade de alunos, e também os cursos profissionalizantes oferecidos aos estudantes do ensino médio, como técnico em vendas e agronegócios, que por ela se localizar em um local de menor favorecimento econômico é um quesito muito especial sendo a única na cidade de Jussara a oferecer essas especialidades, no entanto se encontra em seu PDE que a ênfase é “Melhorar o desempenho acadêmico dos alunos e alcançar as metas propostas pela Seduc (PDE, 2013, p. 17)”. Essa ideia de qualidade imposta as escolas como foi descrito acima denota um progresso que às vezes pode não significar verdadeiramente um avanço na aprendizagem. Fonseca (2004) diz que no mesmo momento que o PDE favorece com a implantação de recursos e organizações de serviços burocráticos, ele também desfavorece o desenvolvimento ensino aprendizagem quando tira autonomia da escola para organização de práticas que propõe melhorias de cunho pedagógico, que é um eixo fundamental para se estabelecer uma educação de melhor capacidade para os alunos. O PDE da escola indica que as suas metas são: Melhorar a fluência leitora, a produção textual e a expressão oral dos alunos, prepará-los para as avaliações externas e mostrar a importância da leitura para as pessoas, Ampliar o universo de conhecimento literatura e consequentemente a expressão por meio da escrita de textos. Ampliar os conhecimentos lógico-Matemáticos dos alunos para que possam participar de forma efetiva do concurso Olimpíada de Matemática e das atividades cotidianas dos alunos e das avaliações internas e externas (PDE, 2013, 18). O ambiente da escola-campo se mostra muito produtivo no ano letivo de 2014 no qual iniciei a minha pesquisa referente ao estágio supervisionado obrigatório I, notei que os avanços tecnológicos trazidos para a escola são muito importantes para pensarmos em um ambiente de aprendizagem, foram implantados aparelhos de refrigeração em todas as salas, levando em conta que o corpo burocrático recebeu em segundo lugar o que denota a ênfase para os estudantes que é um grande incentivo da escola para os alunos. A estrutura dos banheiros demonstra uma ótima qualidade de funcionamento, organização e conservadorismo. Um bebedouro foi instalado este ano, mostrando assim que os recursos na escola não estão congelados e sim em constante movimento para a melhoria desse 11 ambiente como mostra o Projeto político pedagógico no quesito de recursos financeiros recebidos pela escola: Anualmente por meio do Conselho Escolar, recebemos recursos do Governo estadual e federal destinados à manutenção e desenvolvimento de atividades pedagógicas da escola. Do Governo Estadual somos assistidos pelo PROESCOLA, o qual repassa dois recursos anuais, tendo como base para cálculo os alunos matriculados e constantes no Sige no ano em curso. Do Governo Federal recebemos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), uma parcela anual baseado no número de alunos do Censo do ano anterior. Também recebemos recursos para atendimento da Merenda Escolar numa parceria dos governos estadual e federal PNAE e TE. No atendimento à merenda escolar contamos também com uma parceria com a Prefeitura Municipal por meio do PA, que nos envia alimentos adquiridos por meio do Programa Agricultura Familiar (PPP, 2014, p. 7). No entanto um aspecto que precisa ser também levado em conta é a presença e relação estabelecida pelos pais e professores na escola que por sua vez representa a organização do ambiente escolar e mobilização do aprendizado do aluno, que envolve variações como o papel da escola na sociedade e que tenha como foco a noção de famílias e escolas em uma plena união que haja o entrelaçamento, de eventos, comemorações, debates culturais e sociais e que inicie uma proposta que possa interagir a comunidade como um todo para o melhoramento nas expectativas de aprendizagem. A esse respeito o PDE informa que: Ainda é pouca a participação dos pais nas atividades pedagógicas, porém, já melhoramos em muito a participação nos eventos. Citamos as reuniões na Escola, para a entrega de resultados dos alunos, o “Dia das Mães”, o “Dia dos Pais”. No ultimo bimestre de 2012, o gestor realizou uma palestra com os pais para tratar de assuntos relacionados à responsabilidade de cada um e responsabilização pelos seus filhos, cujo evento lotou o salão da igreja ao lado da escola, que foi cedido para a realização dessa reunião. Isso são exemplos da melhoria da participação dos pais na escola cuja presença tem aumentado a cada ano (PDE, 2013, p19). Nos fundamentos metodológicos do PDE desenvolvidos por Oliveira está em primeiro ponto a organização estabelecida por uma noção de objetivos aos quais devem ser lançados e alcançados para melhorar a qualidade educacional da qual foram observados a ineficiência do programa existente anterior ao PDE. Essas observações foram feitas em relação a problemas enfrentados pela escola como o alto índice de repetência, de evasão e do baixo nível de escolaridade. No Projeto Político Pedagógico, as metas estabelecidas mostram que na teoria a escola não enfrenta grandes problemas, pois descreve que: 12 Apesar de não ter sido elevado, o índice de reprovação será sempre um referencial para a melhoria do nosso trabalho e é meta da unidade escolar zerar a reprovação em disciplinas críticas e amenizar a evasão escolar, haja visto, que esse requisito depende também da colaboração da família (PPP, 2014, p. 11). A ideia central do PDE é melhorar o funcionamento da escola por meio de uma distribuição melhor de renda, de uma organização funcional da educação que prevê uma mudança radical das normas e técnicas elaboradas para uma administração forte e que consiga realizar os objetivos estabelecidos. No tocante as expectativas pedagógicas fica referente ao PDE para segundo plano, e que é considerado simplesmente como um fator que também faz parte do andamento escolar como mostra Oliveira. Assim o fundescola, para ser eficaz, define suas ações como produtos que, se empregados corretamente, irão satisfazer as necessidades dos pais e alunos –clientes da escola - no que tange a qualidade de ensino. Para ser eficiente, racionaliza a gestão e a aplicação dos recursos como ação de controle dos meios, para buscar a excelência nos resultados (OLIVEIRA, 2006, p. 62). Os fundamentos estabelecidos pelo regimento interno da escola de certa forma batem com os direcionamentos no PDE organizado pela mesma, que compensa as ideias preponderantes como o direito de ensinar, divulgar outra cultura como a do aluno surdo que por sua vez tem acesso garantido na escola e tem com toda certeza o professor de apoio. A instituição também foi a primeira a organizar o passeio ecológico na cidade de Jussara que será realizado no dia 27 de abril de 2014 e garante em seu regimento que: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III- Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IVRespeito à liberdade e apreço à tolerância; V- Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI- Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII- Valorização do profissional da educação escolar; VIII- Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX- Garantia de padrão de qualidade; X- Valorização da experiência extra -escolar; XIVinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (REGIMENTO, 2014, p. 4). As respostas apresentadas no diagnóstico escolar mostram que a escola campo recebe alunos dos bairros próximos a ela, e também alunos da zona rural, que no ano de 2014 ela recebeu cerca de cento e vinte alunos a mais que os outros anos, que foram distribuídos nos turnos matutino e vespertino. A escola Jandira de cor azul claro conta com três pavilhões e cada pavilhão com três salas organizadas para ministrar aulas. Se posiciona 13 perante a sociedade como uma escola inclusiva a partir do inicio de seu funcionamento no dia 29 de dezembro de 1997. Bom como um todo a instituição apresenta bom aspecto de funcionamento assim como estabelece o Regimento Escolar: Deve ser assegurada ampla participação dos profissionais da escola, da família, dos alunos e da comunidade local na definição das orientações imprimida aos processos educativos e nas ações de modo a assegurar a distribuição social do conhecimento e contribuir para a construção de uma sociedade democrática e igualitária (CALLEGARI, 2010, p. 117). A relevância dos conteúdos a serem ministrados nas salas de aula é uma preocupação pedagógica que deve ser lembrada neste relatório para estabelecer como a escola lida com essa questão. Para esta explicação procurei trazer elementos que formam o PPP da instituição para indicar o ponto abordado por ela e relacionar à visão dos autores sobre este quesito. Assim o Projeto Político Pedagógico diz que: Esse Projeto quer responder as exigências do momento histórico e pretende nortear as ações dessa escola rumo à coletividade, ao ensino de qualidade e aprendizagem efetiva e uma prática pedagógica que estimule o questionamento, a visão crítica, a criatividade e o respeito (PPP, 2014, p. 4). Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica há uma necessidade de organização neste ramo da escola para se pensar em uma educação coesa e coerente que deixe de lado o aspecto fragmentário que enfrenta a escola diante de livros didáticos mal estabelecidos e mal organizados, que em certos casos representam erros para a aprendizagem dos alunos. As questões das fronteiras disciplinares apresentam um grande problema em que teóricos questionam sobre a extinção deste tipo de aprendizado no âmbito escolar, que na realidade uma matéria deve ajudar a outra sempre como uma discussão interdisciplinar que pode ser levado a sala de aula pelo professor de uma forma adaptada para cada turma. Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento, relacionados a um projeto educativo de longo prazo, como deve ser a Educação Básica, concorrem de maneira decisiva para assegurar uma sistematização do conhecimento imprescindível no ensino fundamental de 9 anos, garantindo-lhes continuidade e consistência (Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica , 2010 p. 119). As consequências de utilização de bons conteúdos em sala de aula ficaram claras acima. A escola-campo diz que, para essa organização de conteúdos se reúnem os professores a pesquisarem livros didáticos que contemplem o Currículo Referência de Rede Estadual, que em minha concepção poderia ser mais amplamente discutida e melhor 14 atribuída a concepções escolares como a disponibilização de material novo para os professores no decorrer do ano letivo, que incrementasse a grade curricular de forma a inserir um estudo dialético com a vivência social dos alunos da escola. A resolução de n° 7 de 14 de dezembro de 2010 prevê para as escolas: (...) O cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; da valorização das diferentes manifestações culturais; especialmente a da cultura Brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias (Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica, 2010, p. 131). No quesito da sensibilidade como posto acima as escolas juntamente com o PDE deixam muito a desejar, partindo do ponto que a experiência do aluno compreende a sua expectativa referente ao estudo, às escolas estão agindo objetivamente para um caminho maravilhoso da exatidão do cumprimento de metas de qualidade, e estão deixando de lado as questões que influenciam a criatividade do aluno, e consequentemente o seu aprendizado e comportamento em sala da aula como consta no PDE: Atmosfera geral da escola, liderança, ordem, disciplina, segurança e compromisso, ambiente propício à aprendizagem. Participação e cooperação institucional dos pais e comunidade na escola, contribuição dos pais e de outros parceiros para o sucesso acadêmico dos alunos e para o melhor desempenho da escola. Excelência da equipe para o desempenho das funções com profissionais habilitados e capacitados. Clara compreensão da missão da escola, objetivos claros e amplamente difundidos, planejamento estratégico, método gerencial definido, gerenciamento da rotina, trabalho em equipe (PDE, 2013, p. 30). A organização burocrática da unidade de ensino como dito acima denota uma objetividade que se bem estabelecida pela equipe que compõe o corpo administrativo, pode sim com toda certeza ser muito produtivo no processo de ensino aprendizagem. A implantação do PDE nas escolas mostra isso com toda clareza quando dizia Fonseca “Na maioria das escolas estudadas, o PDE valoriza, principalmente, aspectos burocráticos do planejamento da escola, como o preenchimento de formulários, fichas de prestação de contas e de avaliação da escola (2004, p.142)” No entanto, a escola-campo também demonstra a falta de incentivo em projetos que estabeleçam a socialização necessária para os alunos no mundo acadêmico. As atividades extraclasses são uma fase do processo de ensino aprendizagem muito importante e que por falta de transporte para os alunos são impedidas de acontecer, e posteriormente remetem a um problema enfrentado pela escola, que é o desinteresse dos acadêmicos. Este problema como já foi indicado vem da falta de exercício da criatividade e de formas de expressão. Se 15 os alunos de uma escola se sentem desvalorizados em relação aos incentivos de visitação do meio ambiente, competições, gincanas notadamente chegarão à conclusão de que seus estudos não podem os auxiliar no seu dia a dia, sendo somente uma exigência do mercado capitalista. A disciplina de didática influencia os professores a entender melhor o seu campo de trabalho, e claro, poderia nortear a ideia dos coordenadores de escolas que se esquecem da importância dessas questões, como reflete Santos no texto Convergências e Tensões no campo da Formação e do trabalho Docente. A prática como objeto de investigação teoricamente fundamentadas certamente nos ajuda a compreender problemas e impasses e identificar alternativas de inovação ou permanências que se mostrem relevantes, realizadas por seus atores e que precisam ser divulgadas e promovidas em dialogo profícuo não somente entre pesquisadores dos dois campos mas também com os professores e gestores educacionais envolvidos na prática educativa (SANTOS, 2010 p. 482) Dessa maneira Santos propõe uma busca por valores que se mesclam com as necessidades dos alunos da escola, que reconheça a especificidade científica do conhecimento produzido no âmbito cultural escolar. O diagnóstico respondido mostra que a contínua especialização dos professores e técnicos da escola é realizada periodicamente por oferecimento da subsecretaria de educação que por sua vez oferece a formação aos docentes duas vezes ao ano, aos coordenadores pedagógicos é oferecida formação mensal para o estabelecimento de assuntos pedagógicos, que mediante reunião escolar é transmitido para os outros funcionários da escola visando os seguintes objetivos. A escola desenvolverá um trabalho didático pedagógico de qualidade, visando construir conhecimentos científicos e não científicos a partir de sua prática docente, contemplando o desenvolvimento intelectual, a formação humana, respeitando e valorizando a diversidade e a cultura. A instituição proporcionará ao discente vivenciar momentos de estudo, reflexões, trocas de experiências com o intuito de prepará-lo para o campo de estudo/trabalho e o exercício da cidadania com ética, autonomia e pensamento crítico (PPP, 2014, p. 16) Os argumentos, critérios, responsabilidades e expectativas desenvolvidas neste meio são expostos e bem trabalhados pelo PDE, PPP, e Regimento Interno da instituição e condizem com a realidade da mesma. É muito importante quando nos deparamos, com um modelo escolar como este, que serve como base para sabermos como a união administrativa dos funcionários da escola e as funções burocráticas do governo podem fazer uma boa parceria. Dessa forma no tocante ao ensino de História pude perceber que em relação às outras modalidades de ensino oferecidos na grade da instituição, ele é menos 16 favorecido pela escola, pois esta desempenha o interesse em estimular o raciocínio crítico dos alunos em primeiro lugar. O interesse em diminuir a repetência dos alunos em disciplinas que contemplem uma modalidade crítica como foi exposto no PDE também faz com que o ensino de história se veja novamente em desvantagem, posto que dessa forma a escola não mostra o seu interesse em aumentar o conhecimento ou diversificar a forma de aplica-lo e sim facilitar a sua avaliação para diminuir a reprovação. Outra nova modalidade inserida na grade curricular da escola campo e o ensino instituído pela lei 10.639 de nove de janeiro de 2003, que institui a obrigatoriedade do ensino de História e cultura Afro-Brasileira que por muito tempo foi deixado de lado mais que agora entra na grade curricular das instituições de ensino. Esse novo desafio proposto para a escola campo é muito importante e será melhor desenvolvido na segunda etapa do relatório, ao ingressarmos mais profundamente nas vivências dos professores e alunos ao ministrarem as suas aulas de História. 17 CAPÍTULO 2 - DOCÊNCIA PARTICIPATIVA No Regimento de Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório do Curso Regular em vigor a partir do ano de 2014, está prevista a organização das etapas que devem ser cumpridas, na disciplina de Estagio obrigatório I. A primeira fase é composta pela análise dos documentos da Escola como o Projeto Político Pedagógico (PPP), Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) e Regimento Interno (RI), que por sua vez já foram efetuados no primeiro capítulo deste trabalho. A segundo etapa do Estágio Supervisionado Obrigatório I se refere à docência participativa, que no primeiro momento corresponde à entrada do aluno estagiário na dia-a-dia do professor. O aluno além de conhecer o interior da Escola produzirá também trabalhos relacionados ao que os professores fazem, como elaboração do plano de aula, assessorar o professor em suas atividades pedagógicas, auxiliar na elaboração de aulas e material didático. Após serem realizadas as participações na sala de aula da escola-Campo, a próxima etapa da Docência Participativa é a elaboração e participação das micro-aulas que será realizada na sala de aula com a participação de todos os alunos com acompanhamento da professora titular-ME. Roberta do Carmo Ribeiro que terá peso decisivo para iniciarmos as regências que compõe as próximas atividades do 3° bimestre. Assim consta no regimento de estágio que essa segunda parte do trabalho é responsável pela experiência prática de contato com a aula, material didático, elaboração do plano de aula, estratégias de ensino, metodologia que em um parecer do CNE/CP 9/2001 no item 3.2.2. Sem a mediação da transposição didática, a aprendizagem e a aplicação de estratégias e procedimentos de ensino tornam-se abstratas, dissociando teoria e prática. Essa aprendizagem é imprescindível para que, no futuro, o professor seja capaz tanto de selecionar conteúdos como de eleger as estratégias mais adequadas para a aprendizagem dos alunos, considerando sua diversidade e as diferentes faixas etárias. [...] É preciso indicar com clareza para o aluno qual a relação do que esta aprendendo na licenciatura e o currículo que ensinará no segundo seguimento do ensino fundamental e ensino médio. Neste segundo caso, é preciso identificar, entre outros aspectos, obstáculos etimológicos, obstáculos didáticos, relação desses conteúdos com o mundo real, sua aplicação em outras disciplinas, sua inserção histórica. Esses dois níveis de apropriação do conteúdo devem 18 estar presentes na formação do professor (parecer CNE/CP 9/2001 p. 20/21).1 A minha experiência no âmbito escolar e consecutivamente na sala de aula exigida pelo Estagio Supervisionado Obrigatório I teve início no dia 20/05/2014 na Escola Estadual Jandira Ponciano dos Passos na qual presenciei três aulas de História com a professora titular Maria do Socorro Alves. 2.1 - Docência Participativa – auxílio ao Professor Titular A primeira aula assistida foi no 7° ano do ensino Fundamental, em que pude perceber o quanto os alunos da sala são agitados na presença da professora e é claro mais ainda sem ela. Ao observar a postura didática da professora referente ao controle da sala de aula notei que ele só consegue o domínio da sala por meio da repreensão e dos gritos. Uma estratégia que também foi muito utilizada para controlar os alunos foi as avaliações do bimestre, em que a professora sempre se referia a ela para fazer com que os alunos permanecessem em silêncio. Neste momento me lembrei das descrições de Karnal em seu livro Conversas Com Um Jovem Professor. Vai começar. Você estudou anos para isso. Preparou aquela aula. Leu e debateu autores que tratam do tema. Porém nada no planeta pode substituir a experiência de enfrentar uma turma pela primeira vez. Uso do verbo enfrentar por que é esta a sensação: dezenas de olhos colocados sobre você. Um pouco mais de silêncio se for uma turma que não se conhece... muito barulho se for uma turma que se reencontra depois das férias(KARNAL, 2012, p.14 ) Como se refere Karnal a experiência do professor a primeira vez não pode ser substituído, no entanto essa busca pelo contato com a sala de aula, essas observações que nós futuros professores somos propiciados a fazer nos oferece um requisito a mais para pensarmos qual seria o modelo ideal de uma aula e como então em uma primeira impressão conquistar o respeito dos meus alunos. A professora Socorro me parece ter preferido se portar de maneira mais rígida para conseguir impor o respeito para com os 1 Regimento de Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório do Curso Regular de Licenciatura em História da Unidade Universitária de Jussara – Matriz em Vigor a partir do ano 2014, p. 6/7. 19 alunos do 7° ano. Neste mesmo dia as atividades realizadas nesta turma foram à correção das tarefas de casa e o início de um novo conteúdo. Após algum tempo que a professora estava em sala de aula ela conseguiu o silêncio dos alunos, ela faz a relação de quem fez a tarefa de casa, em que apenas três de vinte e nove alunos havia feito o exercício. Como medida de correção para que isso não voltasse a acontecer ela deixou todos os vinte e seis alunos sem intervalo. Ao refletir sobre aquela medida que me deixou preocupada, afinal é um ponto positivo ou negativo? É uma estratégia de aprendizagem ou não? No começo pensei que aquela forma de tratar os alunos poderia fazer com que eles perdessem o interesse, no entanto percebi também a grande dificuldade em fazer os alunos desenvolverem leituras, assim aquela repreensão que pareceu no começo, muito autoritária foi se transformando em uma alternativa de incentivo a leitura. O PDE da Escola-Campo tem como objetivo diminuir cada vez mais o índice de reprovação, que não pode acontecer se os alunos não alcançarem o nível de aprendizagem exigido para cada ano letivo, com isso é preciso organizar formas que incentivem a leitura, é claro não acredito que essa seja a melhor delas, mais na falta de criatividade dos professores essa já valei para eles se lembrarem do exercício de casa. A disciplina de História tem todo um aparato para formar cidadãos críticos e bons leitores, na verdade só a leitura pode auxiliar na obtenção do ensino de qualidade, no entanto, Marcos Antônio da Silva e Selva Guimarães Fonseca, descrevem em seu artigo Ensino de História Hoje: Errâncias, Conquistas e Perdas que: Os currículos prescritos pelas secretárias Estaduais e Municipais de diversas regiões do Brasil, a partir da década de 1970, pós-lei 5.692/71, contribuíram de forma marcante para a diluição dos objetos de ensino de História e Geografia, com forte tempero de moral e civismo ditatoriais na fusão “Estudos Sociais” apresentado nos livros didáticos (SILVA, FONSECA, 2010, p. 25). Esses fatores que fazem limitar o estudo da disciplina de História como aborda Silva e Fonseca limitam também uma ferramenta que ajuda os novos cidadãos a pensar, a ser crítico e a ter um incentivo para a leitura, dessa forma fica nas mãos dos futuros e atuais professores que devem pensar na forma como ministra suas aulas, e como pode aproveitar o máximo do tempo que é atribuído ao professor de História. A Aliança entre o Rei e a Burguesia foi o tema abordado no 7° ano em que realizei a primeira aula da Docência Participativa, os alunos estavam bem interessados no conteúdo, e bastante participativos, a professora se portou a maioria do tempo sentada em sua cadeira, na qual fez leituras com os alunos, analisou a imagem do livro didático, usou 20 também vários exemplos do cotidiano dos alunos para explicar o conteúdo e relacionar com o que eles aprenderam no início do ano letivo. Ficou claro também como os alunos que sentam perto da professora são mais privilegiados no sentido de estarem sempre dialogando com ela. Com o início da docência participativa pude relacionar a minha experiência com as descrições de Selva Guimarães Fonseca no seu texto o trabalho do Professor na Sala de Aula Relações entre Sujeitos, Saberes e Práticas. No exercício da profissão, na prática, na experiência da sala de aula, o professor também aprende e se forma. A formação é permanente ecomplexa. A identidade profissional docente é definida social e historicamente. Como é bastante obvio não se nasce professor, torna-se professor. É um processo inacabado. O “ser professor” é construído na história de vida, no terreno da experiência pessoal e coletiva em determinados espaços e tempos históricos (FONSECA, 2010, p. 393). Com a descrição de Fonseca podemos refletir melhor sobre como observar os momentos da nossa docência participativa, para aprendermos como é importante sermos sempre abertos as mudanças que vem ocorrendo no âmbito tecnológico que afetam às vivências na sala de aula. A experiência subjetiva neste momento tem influência decisiva para podermos a cada dia ter uma formação contínua diante dos nossos alunos, dos funcionários da escola, do exercício de organização da mesma e também diante das nossas próprias ações, que devem ser repensadas a todo o momento. Repensar as nossas ações como formadores de cidadãos aptos para interagir na sociedade requer que todos tenham sempre um sentimento de “insatisfação” e que esse sentimento seja bom ao ponto de nos levar a melhorar cada dia mais na profissão de educadores e formadores de mentalidades. A experiência na docência nos diversos níveis de ensino e na pesquisa sobre o ensino autoriza-nos a preconizar a valorização do diálogo entre as áreas, entre lugares, sujeitos e saberes. Consideramos fundamental uma preparação sólida do professor dos anos iniciais e finais de ensino fundamental, e, para isto, a nosso ver, é imprescindível repensar o lugar dos conteúdos e das metodologias de ensino específicas nesses cursos. Do mesmo modo, imprescindível repensar o lugar dos conhecimentos pedagógicos, das metodologias de ensino específicas nos cursos de licenciatura. A nossa proposta reiterada em outros espaços, é articular ensino, pesquisa e pratica pedagógica na graduação tornando o ensino objeto de investigação nos diversos cursos de licenciatura em parceria com as escolas, campos de estágios e práticas (FONSECA, 2010, p. 398). A partir da reflexão de Fonseca o sentido da experiência em que participamos no Estágio Supervisionado Obrigatório I. O 9° ano foi a segunda sala a ser visitada no dia 20/05/2014, com a professora Socorro, na qual pude perceber que a estratégia de ensino e 21 de falar com os alunos são totalmente diferentes. Presenciei duas aulas nesta turma que aconteceram no quarto e quinto horário matutino. Como os alunos são adolescentes ela não pode falar no mesmo tom que ela utilizou no 7° ano. A professora trabalhou o filme O Menino do Pijama Listrado, para contextualizar com o tema das aulas que era 2° Guerra Mundial. Foi perceptível neste momento também que o aparato burocrático da escola pode às vezes falhar e não consegue atender o planejamento do professor, no caso da aula da professora Socorro, ocorreu um imprevisto ao colocar em funcionamento o filme que de nenhuma maneira dava certo, mesmo com a ajuda do técnico da escola, o que acarretou na perca da metade da aula. Com isso podemos ver como diz Fonseca (2010) que o ambiente escolar é um local de formação e de produção de conhecimento, tanto como experiência do que já foi feito como do que está sendo feito. Somos sujeitos enredados em um trabalho coletivo de ensino e pesquisa em territórios de formação de professores. Concordamos com Burke (2003, p. 18), para quem, quando produzimos conhecimento e o situamos socialmente, devemos reconhecer que “alguns dos [nossos] vieses, resultados de classe, gênero, nação, e geração. Sem dúvida ficarão logo aparentes”. Logo esta narrativa contém as marcas de uma experiência pessoal, profissional e acadêmica tecida em um determinado lugar social de produção individual e coletiva (FONSECA, 2010, p. 392). Às oito horas restantes exigidas pela docência participativa, realizei na Escola Estadual José Dilma Maciel localizada na Cidade de Montes Claros de Goiás, com o professor de História Epitácio Peres. Por ser uma escola de tempo integral, pude perceber várias diferenças na convivência dos alunos em sala de aula. Percebi que eles se posicionam com mais responsabilidade, trazem suas atividades, são mais obedientes em sala e mais participativos. As primeiras aulas assistidas foram dias de avaliação onde pude notar que o professor por meio da avaliação busca incentivar os alunos a leitura. Na avaliação foi utilizado como metodologia de incentivo a leitura um texto de apoio que se os alunos lessem conseguiriam responder toda a prova. No entanto, esse é um grande problema conseguir fazer com que os alunos leiam. Durante a aplicação das provas percebi que os alunos fazem perguntas constantemente, tentando responder as sua avaliações pela resposta do professor e não pela leitura que estava disponível para eles. Dessa forma podemos perceber que essas experiências de aprendizagem referente ao “ser professor” podem ser vistas nos mais variados contextos e locais como foi o caso dessa experiência em um dia de 22 prova e mesmo naquele momento que nos encontramos realizando processos burocráticos da escola. Partilhamos as concepções de formação docente, amplamente defendidas nos cenários nacional e internacional, como processo educativo que se desenvolve ao longo da vida dos sujeitos e transcende os limites da escolaridade formal- logo, não se inicia nem termina na educação superior (nos curso de graduação, pós-graduação e aprimoramento). Processual, permanente, como o processo de aprender e ensinar desenvolve-se na experiência cotidiana, em diferentes tempos e espaços educativos, como nos espaços de lazer, teatros, cinemas e meios de comunicação, em diferentes lugares de memória, museus e bibliotecas, em igrejas e sindicatos e nos espaços de atividades formais e informais (FONSECA, 2010, p. 393). No aparato burocrático da Escola, o professor também enfrenta vários problemas, como foi o caso neste dia com a perda de tempo para realizar a impressão das provas, que a secretaria havia se esquecido. No oitavo ano encontramos mais um “desafio”, existe a presença de um aluno surdo. Este aluno tem uma intérprete, a professora Ana Cristina, eu digo um “desafio” por que mesmo que este aluno tenha a presença da intérprete, é preciso que o professor titular da sala consiga manter com esse aluno uma relação onde haja a interação professor aluno. Como estabelecer este contato? O professor Epitácio Peres respondeu a minha pergunta não com palavras, mas com gestos, ele se mostrava a todo o momento preocupado com o aluno que apresentava essa necessidade especial, trabalhava sempre de forma mais dinâmica, onde a professora Ana Cristina passava para o aluno tudo que o professor dizia. Para que isso ocorra é necessário que o professor tenha absorvido o máximo de conhecimento das disciplinas pedagógicas, que são as que ensina lidar com os diversos tipos de situação que encontraremos no âmbito escolar. A experiência na docência nos diversos níveis de ensino e na pesquisa sobre o ensino nos autoriza-nos a preconizar a valorização do dialogo entre as áreas, entre lugares, sujitos e saberes. Consideramos fundamental uma preparação sólida do professor nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, e, para isto, a nosso ver, é imprescindível repensar o lugar dos conteúdos e das metodologias de ensino específicas nesses cursos. Do mesmo modo, avaliamos imprescindível repensar o lugar dos conhecimentos pedagógicos, das metodologias de ensino específicas nos curso de licenciatura (FONSECA, 2010, p. 398). O professor Epitácio Peres é muito dinâmico, com isso consegue o respeito dos alunos e ao mesmo tempo existe uma cumplicidade entre eles que me deixou surpreendida. Como existe certa pressão no professor para que ele não reprove os alunos, o Epitácio deixou claro como ele lida com essa questão, ele faz um aproveitamento da nota dos alunos 23 que são mais aplicados na sala em detrimento daqueles que não fazem nada. Dessa forma aumentar a nota dos alunos bons mesmo sem ter atingido aquele resultado se torna necessário, para assim não atribuir nota muito baixa ou mesmo zero para aqueles que não estudam e não conseguem atingir as metas e notas da escola. Com isso além de pensarmos em um professor desse modo mecânico que usualmente é encontrado, temos que atribuir a ele um caráter de subjetivismo que consecutivamente vai operar na experiência subjetiva de cada indivíduo que com ele mantém contato no âmbito escolar. O professor não opera no vazio – é óbvio. Mas o que isso significa? A sala de aula é um espaço pleno de experiência. Os saberes, os valores culturais e políticos e os hábitos são transmitidos e reconstruídos na escola por sujeitos históricos, que trazem consigo um conjunto de crenças, significados, valores, atitudes e comportamentos construídos nos vários espaços de vivência, antes e durante o processo de escolarização (FONSECA, 2010, p. 400). No dia 23/05/2014 iniciei um novo ciclo de presença nas aulas do ensino fundamental 8° ano, o tema desta aula era “Reforma e Contrarreforma” na qual percebi que neste momento da aula o professor está sempre voltando às explicações para orientar os alunos em sua vida prática, ele faz ligações entre o conteúdo estudado e os acontecimentos da atualidade ou mesmo do dia-a-dia. A experiência no 9° ano é mais complexa, os alunos são mais maduros que em minha opinião fica mais difícil de lidar com eles. O tema da aula era Segunda Guerra Mundial. Neste mesmo dia assisti também a uma aula no 7°ano, o conteúdo era “Independências: Haiti e America Espanhola” em que pude notar que os alunos eram ainda mais participativos e faziam umas perguntas muito difíceis, o professor respondia a todas com muita segurança. Dessa forma como reflete Fonseca acerca desta descrição de Paulo Freire, preparar-se é o primeiro passo para uma aula excelente, o professor ao qual presenciei suas aulas se mostrou sempre bem preparado, acredito ser o que faz de suas aulas tão produtivas. O fato, porém, de que ensinar, ensina o ensinante a ensinar um certo conteúdo não deve significar, de modo algum, que o ensinante se aventure a ensinar sem competência para fazê-lo. Não o autoriza a ensinar o que não sabe. A responsabilidade, ética, política e profissional do ensinante lhe coloca o dever de se preparar, de se capacitar, de se formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente. Essa atividade exige que sua preparação, sua capacitação, sua formação se tornem processos permanentes. Sua experiência docente, se bem percebida e bem vivida, vai deixando claro que ela requer uma formação permanente do ensino. Formação que se funda na análise crítica de sua prática (PAULO FREIRE in: FONSECA, 2010, p. 399). 24 No geral pude perceber que o Professor Epitácio é muito didático, traz conteúdos além do livro didático da escola, que ele apresenta com muita clareza, tem muito domínio de conteúdo e sempre traz um diferencial para suas aulas, como assuntos atuais relacionados ao tema, filmes que podem ajudar na compreensão. Assim, na atualidade, os desafios da formação, da profissionalização e da ação docente constituem problemas complexos e, neste sentido, demandam políticas sistêmicas, capazes de enfrentar as múltiplas dimensões, pois “ser professor”, “tornar-se professor” “constituir-se professor” e exercer o ofício é viver a ambiguidade, é exercitar a luta, enfrentar a heterogeneidade, as diferenças sociais e culturais no cotidiano dos diferentes espaços educativos (FONSECA, 2010, p. 402). 2.2 - Docência Participativa – Micro Aulas Nesta etapa do Estágio Supervisionado Obrigatório I, após as experiências na docência participativa ainda é necessário à apresentação de uma micro-aula, que deve ser apresentada como forma de avaliar a nossa postura didática perante os alunos, e também nos colocar nesse contexto de experiências que é o dia a dia na sala de aula. As aulas foram elaboradas por cada acadêmico com a orientação da professora orientadora do Estágio. Nesse sentido elaboramos um plano de aula e material didático o qual será anexado também no relatório. Santos (2010) descreve muito bem sobre a importância da prática no ensino e pensar essa prática também como objeto de estudo e de análise, que pode orientar os professores na sua luta diária pela melhoria da qualidade de ensino. A prática como objeto de investigação teoricamente fundamentadas certamente nos ajuda a compreender problemas e impasses, e identificar alternativas de inovação, ou permanências que se mostram relevantes, realizadas por seus atores e que precisam ser divulgadas e promovidas em diálogo profícuo não somente entre pesquisadores dos dois campos, mais também com os professores e gestores educacionais envolvidos na prática educativa (SANTOS, 2010, p. 482). No dia 09/06/2014 foram iniciadas as apresentações das micro-aulas no período vespertino e noturno. Para ser mais precisa as aulas tinham a duração de 40 minutos cada, e começamos a apresentar as 15:00 Hrs do dia nove de junho com o intervalo às 17:30 Hrs e começamos novamente às 19:00 horas que se seguiu até às 21:00 Hrs da noite. A primeira apresentação foi realizada pela aluna Késsia Aparecida com o tema “Goiás transição da economia mineradora para agropastoril” ela utilizou slide para fazer a apresentação de 25 imagens e de textos para ficar mais claro o conteúdo a ser apresentado. A postura da acadêmica foi muito boa ela conseguiu surpreender todos que assistiram a sua aula. Falou com uma boa tonalidade de voz, fez movimentações com as mãos para chamar atenção do aluno, além das perguntas que tinham muita coerência com o que estava sendo apresentado. A segunda aula assistida foi da Jeniffer Amaral de Oliveira, que falou sobre o tema “Republica Velha o federalismo” ela fez um recorte muito interessante, mostrando para os alunos como a história pode ter um viés tão especifico que pode ser explicado pelo viés político, econômico, ideológico ou cultural, que no caso dela escolheu falar para os alunos qual era o contexto social daquele período, como as pessoas eram entendidas enquanto cidadãos. Ela mostrou um bom domínio de conteúdo e também um ótimo domínio de sala, pois ao que parece tem a voz adequada ao cargo de professora. Utilizou Data show para mostrar imagens e seguir com a aula. A terceira aluna a se apresentar já no período noturno foi Tayana da Silva Souza Martins, que trabalhou o tema “1° Guerra Mundial”. A acadêmica mostrou domínio de conteúdo, movimentou-se durante a apresentação de sua aula o que é muito importante. A sua aula foi muito interessante, pois além de utilizar o data show ele utilizou também o quadro negro que é muito importante quando pensamos que seremos futuros professores, afinal quantas escolas tem esse recurso para ser utilizado? Pensando que todos os dias as suas aulas são de 50 minutos e que na escola não temos técnicos para nós auxiliar com essa tecnologia. Quanto tempo perderia para instalar esse recurso? A nossa aula estaria perdida apenas no tempo de colocar o notebook para funcionar, então a utilização do quadro negro é imprescindível para se ter uma experiência do dia-a-dia na sala de aula. A quarta aula que foi apresentada foi a minha, na qual apresentei sobre o tema “Brasil Império” como é perceptível esse tema é bem grande e não dá para falar tudo em uma só aula, então tentei levar para a minha micro-aula a introdução desse conteúdo que seria trabalhado durante quase todo um bimestre. Quando elaborei a minha aula pensei que deveria realmente fazer uma simulação de uma aula no colégio então preferi trazer esse contato direto com os alunos, na utilização do quadro e do contato professor aluno, apresentei utilizando o data show apenas para mostrar uma imagem que não consegui ampliar para que todos pudessem ver. Após todos os estudos e organizações para apresentar a aula, chegou a hora de colocar tudo em prática. No começo fiquei muito 26 nervosa, mas acredito que consegui passar bem o que estava previsto para a aula, assim como a postura, o tom da voz e esses detalhes técnicos. A quinta e ultima aula foi apresentada pela acadêmica Daiana da Silva Sousa que apresentou a sua micro-aula com o tema “Revolução Industrial” que foi muito interessante, ela conseguiu mostrar muito bem as mudanças que ocorreram após a Revolução Industrial, tinha domínio de conteúdo, postura na sala de aula e conseguiu também chamar a atenção dos alunos para sua aula. É preciso considerar que não basta dominar conteúdos, mas ter clareza de que o ensino, ao ser realizado, tem como horizonte a possibilidade de aprendizagem pelos estudantes, o que implica atribuição de sentidos aos temas e processos em estudo. É preciso aprender a se comunicar, a negociar distâncias entre si e seus alunos, o que envolve processos culturais de relativa complexidade (SANTOS, 2010, p. 493). Penso que as apresentações foram boas e proveitosas para a nossa experiência, todos conseguiram atingir seus objetivos com a realização das micro-aulas, e como cada uma utilizou uma metodologia, pude aprender uma dinâmica de apresentação de aula com cada acadêmica. Percebi também como descreve Santos 2010, que além do domínio de conteúdo é preciso saber como ensinar, para quem ensinar e que o foco seria a possibilidade de aprendizagem dos estudantes. Nesse sentido, as contribuições da didática, do currículo, da teoria da história se mesclam para a análise de situações de ensino aprendizagem em seus múltiplos desafios e para a proposição de alternativas para atender aos diferentes grupos atendidos. A formação de professores é, assim, espaço tempo de produção de conhecimento sobre a docência, elaboração complexa que acontece em lugar de fronteira, com interferências deliberadas para tornar significativos os processos em estudo (SANTOS, 2010, p. 493 grifos do autor). Nessa perspectiva Santos nos mostra como é importante a didática e a prática do ensino que esse dialogo entre matérias específicas pode nos proporcionar. Pensar na profissão, nos impasses e nos resultados do dia a dia do ser professor e do constituir-se professor, para poder sempre dialogar com o tempo e o momento do seu trabalho docente. A profissão de professor não nos permite parar no tempo, parar de aprender significa parar de ensinar, portanto é preciso repensar a minha experiência docente todos os dias para não cometer os mesmos erros. 27 CAPÍTULO 3 – PROJETOS E/OU OFICINAS Ao iniciarmos a terceira etapa da disciplina de Estagio Supervisionado obrigatório I, partimos para a elaboração, organização e aplicação de uma Oficina, como fica estabelecido no Texto organizado pela Universidade que estabelece as etapas do Estagio, Proposta Pedagógica de Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório do Curso Regular de Licenciatura em História da Unidade Universitária de Jussara para o ano de 2014. Está etapa então abarca a construção de uma oficina que será aplicada na Escola Campo, nesta construção organizamos desde fatores técnicos como a elaboração das atividades, organização do material, distribuição das atividades entre os acadêmicos e também os fatores pedagógicos, que dizem respeito a postura na sala de aula, conteúdo adequado à turma escolhida para a aplicação da oficina e a forma como será transmitido esse conteúdo. O Projeto foi desenvolvido para ser aplicado na Escola Jandira Ponciano dos Passos em que ao final será desenvolvido um produto deste trabalho, esse produto seria o presente trabalho com o objetivo de auxiliar os futuros estagiários na elaboração de seus futuros trabalhos. À esse respeito o Regimento de Estágio Curricular Obrigatório do Curso Regular de Licenciatura em História da Unidade Universitária de Jussara – Matriz em Vigor a partir de 2014 estabelece que : Em tempo e espaço específico, aqui chamado de coordenação da dimensão prática. As atividades deste espaço curricular de atuação coletiva e integrada dos formadores transcendem o estágio e têm como finalidade promover a articulação das diferentes práticas numa perspectiva interdisciplinar, com ênfase nos procedimentos de observação e reflexão para compreender e atuar em situações contextualizadas, tais como o registro de observações realizadas e a resolução de situaçõesproblemas características do cotidiano profissional. Esse contato com a prática profissional, não depende apenas da observação direta: a prática contextualizada pode ‘vir’ até a escola de formação por meio das tecnologias de informação – como computador e vídeo -, de narrativas orais e escritas de professores, de produções dos alunos de situações simuladas e estudos de caso (Parecer CNE/CP 9/2001 p.57 in: apud, p.7). Dessa forma essa etapa do trabalho corresponde a vivência da sala de aula com o intuito de adquirir experiências acerca das situações sejam elas situações problemas ou não. A experiência subjetiva da qual fala Leandro Karnal perpassa por todas as fases da pesquisa do estágio em que os futures professores podem promover um maior contato com 28 o âmbito de trabalho. Essa experiência é fundamental para pensarmos em bons profissionais que exercerão o trabalho de educar e formar mentalidades da sociedade que vai emergir das nossas atuais crianças. O livro de Leandro Karnal descreve em seu livro que “[...] nada no planeta pode substituir a experiência de enfrentar uma turma pela primeira vez. Dezenas de olhos colocados dobre você (KARNAL, 2012, p. 15).” Karnal nos mostra como essa experiência só pode ser propiciado pelo verdadeiro contato com a sala de aula e com o olhar entre o professor e seu aluno. Segundo ele “A faculdade antecipa pouco essa experiência real. Onde eu enfio Piaget e Vigotsky quando vou fazer a chamada? Dúvidas banais substituem os grandes temas da psicopedagogia (KARNAL, 2012, p. 15)”. As indagações de Karnal levam a frente questões de maior importância para os estudantes de licenciatura, que pretendem ingressar mo ambiente que englobe a relação entre professor, aluno e aprendizagem. A oficina em si além de trazer essas percepções em relação à sala de aula, ela abrange ainda um momento importantíssimo no exercício docente que é o trabalho em equipe. A oficina foi realizada por um grupo composto por quatro acadêmicas, essa especifica determinação de um trabalho em grupo dentro da escola, e mais especificamente dentro da sala de aula, nos coloca diante de uma premissa muito importante que é o trabalho em grupo, trabalho esse que é realizado diariamente dentro da escola. Esse trabalho é continuo, pois é a partir dele que os agentes organizadores do âmbito escolar conseguem pensar as estratégias de melhoramento do ensino em especifico no caso de seu local de trabalho, pensar qual é o problema dos alunos, o que propicia um local mais agradável, como eles se adaptam às metodologias de ensino que estão sendo aplicadas. A respeito disso descreve Karnal: Do ponto de vista prático, uma boa aula é um cruzamento de quatro linhas de força. A primeira diz respeito a você. A segunda é o conteúdo em si. A terceira está nas condições externas (ambiente, barulho externo, iluminação, calor, conforto da sala e etc.). A quarta é mais importante diz respeito aos alunos (2012, p. 18). Essas questões são inevitáveis ao se colocar diante da postura profissional de um professor, existem várias profissões algumas lidam com maquinas, outras com animais, com remédios, corpo humano, plantações, essas profissões são organizadas a partir de métodos e formulas exatas que cabem em qualquer contexto são coisas imutáveis com processos que podem ser designados como início, meio e fim. A profissão de (Professor) ela exige algo mais do que existe no objetivo, ela lida com o subjetivo, ela exige que você 29 conheça todos os seus 99 alunos se for somente para essa quantidade que você leciona, ela exige que você tenha jogo de cintura diante das situações que não saíram como o programado, o plano “B” vai virar sempre como uma alternativa ao inevitável em nossos dias de trabalho. Por isso é tão importante conhecer a escola, a vivência com os alunos e com o corpo discente antes de engessarmos na sala de aula, e é nessa perspectiva que o planejamento da oficina foi pensado, articulado, organizado e aplicado. Segundo Selva Guimarães Fonseca: O aluno é um ser social completo, não é uma tábua rasa. Ele não apenas estuda e aprende, mas faz história, participa da história, tem concepções prévias dos fatos históricos. Tem vida própria fora da escola, participa de outras organizações além da escolar, com as quais convive e aprende, ou seja, possui conhecimentos prévios, e esse saber já construído deve ser o início do caminho a percorrer. Isso é obvio entretanto os alunos nem sempre tem esse espaço para manifestar esse saber que deve ser organizado e listado pelo professor, com a preocupação de manter o registro fiel à fala dos alunos para posteriores análises e interpretação no grupo (2003, p. 111, 112). È preciso entender também que a organização de uma oficina não é tão subjetiva como a sua aplicação, Fonseca em seu texto Didática e Prática de Ensino de História: Experiência, Reflexões e Aprendizado, no capítulo 2 Projetos de Trabalho Teoria e Prática, descreve sobre as etapas da elaboração de um projeto ou oficina, os quais foram utilizados na elaboração da oficina executada na Escola Estadual Jandira Ponciano do Passos. O desenvolvimento de um projeto, em linhas gerais, é composto de três etapas ou fases: a primeira refere-se à identificação e formulação do problema e à formulação do problema, ao planejamento, às discussões, à elaboração do projeto, à formulação de grupos. A segunda etapa é a da construção do desenvolvimento do trabalho – são as atividades, as aulas, a discussão dos resultados. A terceira fase é a da apresentação do resultados, da globalização, da socialização do saberes produzidos, da avaliação final do projeto em sua totalidade (FONSECA, 2003, p. 109, 110). A turma escolhida para a realização da Oficina foi o 8° ano B, e por sugestão da professora titular da disciplina, o tema foi história de Goiás que por conseguinte alguns alunos apresentaram dificuldades sobre o tema. A partir da escolha do tema nós Jeniffer Amaral, Daiane dos Santos, Késsia Aparecida e eu fizemos uma reunião para organizarmos de que forma seria trabalhada a oficina, com quais atividades, de forma expositiva e dialogada com os alunos. O problema, a justificativa, a metodologia, os objetivos, os 30 conceitos o cronograma, todos foram organizados por toda a turma nos momentos que marcamos para discussão. A respeito disso Fonseca descreve que: Na elaboração de um projeto, ou seja, de uma ação pedagógica com vistas a construção da aprendizagem, devem ser delineadas: o tema, os problemas, a justificativas, os objetivos, a metodologia de desenvolvimento (as disciplinas, os conteúdos, as atividades, os passos do trabalho) o cronograma de execução (o tempo e as ações ), os recursos humanos e materiais necessários ao projeto, as fontes, à bibliografia e a avaliação. Em outras palavras, o que vão estudar/aprender, por que estudar, pra quê, como construir a aprendizagem, quando, o que é necessário para desenvolver o trabalho, onde investigar e as formas de avaliação (2003, p. 110). Toda essa organização posta por Fonseca foi trabalhada durante as aulas de orientação do estágio, pensamos qual seria a nossa forma de trabalhar e dinamizar a aprendizagem, como poderia ser organizado as formas de avaliação, a organização dos alunos em sala de aula. Chegamos a conclusão que queríamos dinamizar o ensino de História, mostrar para os alunos que a história e a construção do conhecimento não precisa ser tão estático. Com isso pensamos nos jogos no ensino História posto que era uma aula de reforço sobre a história de Goiás. E nesse ponto acerca da escolha da metodologia Fonseca diz que: As justificativas fundamentam a escolha do tema do projeto de trabalho. Aqui se localizam o detonador do projeto e a ação mediadora do professor, tendo em vista a importância das questões para seu grupo de alunos e a proposta curricular da Escola. O projeto pedagógico as diretrizes curriculares, antecedem e norteiam a elaboração do projeto de trabalho, que não só se justificam na medida em que garantem a significação dos conteúdos curriculares, como também se traduzem na ampliação nas adaptações e na seleção do que deve ser ensinado. Ao definir o tema, o professor está operando uma seleção no interior de uma seleção cultural, de conteúdos já operada nos outros níveis de ação curricular (Fonseca, 2003, p. 110). Analisara a importância da didática em sala de aula a partir da organização do oficina, pensar com serias os jogos foi muito interessante para compreendermos como pode existir tantos obstáculos no processo de ensino aprendizagem e que por sua vez precisam ser quebrados. Os jogos então foram elegidos por nós acadêmicos da UEG por promover uma melhor ação no âmbito escolar, em que tire o aluno daquela rotina, diversifique as metodologias de ensino e possa proporcionar um maior entendimento do conteúdo. 31 Nas últimas décadas educadores e teóricos da educação têm dedicado grande atenção às potencialidades dos jogos, brinquedos educativos e atividades lúdicas para auxiliar e tornar possíveis as condições de aprendizado de crianças em idade escolar. Apesar dos jogos existirem como recurso ou instrumento pedagógico desde o Romantismo, os estudos sobre seu significado e importância se intensificaram no século XX, Autores como Brougere, Huizinga, Caillois, MontessorL Vygostsky, entre outros deram importantes contribuições, identificando a função dos brinquedos e jogos na psicologia infantil e no desenvolvimento cognitivo (ANDRADE, 2007, p. 91). Na organização dos jogos pensamos inicialmente para a oficina trabalhar com três tipos de jogos diferentes, O primeiro a ser aplicado foi a dinâmica do balão, o segundo foi a montagem de um quebra cabeça temático, era um mapa do estado de Goiás que continha as primeiras cidades a serem formadas no Estado de Goiás, e o terceiro foi a torta na cara. No cotidiano das salas de aula, diversas formas de jogos e competições são empregadas e reconhecidas como meio de estimular o desenvolvimento de crianças e jovens, Jogos e brinquedos educativos são elaborados para portadores de necessidades especiais, para desenvolver o raciocínio lógico nas aula; de matemática, para facilitar a compreensão escrita e oral e incentivar a relação e a solidariedade de grupo e o trabalho em equipe (ANDRADE, 2007, p. 91 e 92). Foi com esse caráter de desenvolver as habilidades dos alunos referentes ao aprendizado e ao conteúdo que pensamos as dinâmicas dos jogos na sala de aula. Inicialmente o Oficina foi aberta com a apresentação dos acadêmicos e do objetivos a serem realizados durante as aulas, o nosso cronograma foi organizado de forma a abarcar as cinco aulas do período matutino, cerca de cinco horas, no qual abrimos o intervalo somente para o lanche. Após as apresentações dos acadêmicos passamos um vídeo aula contendo os aspectos mais importantes sobre o descobrimento, povoamento e urbanização do estado de Goiás. O Processo de desenvolvimento – a construção da aprendizagem – permeia todo o desenrolar do projeto. A nosso ver devem ser usadas todas as estratégias necessárias para atingir os objetivos propostos: aulas expositivas, debates leituras, vídeos, pesquisas, entrevistas e outras. O conhecimento construído vai sendo sistematizado no decorrer das ações, assim como as habilidades vão sendo desenvolvidas. As crenças, os valores, e as representações vão sendo ressignificados (FONSECA, 2003, p. 113). Nesta visão de Fonseca podemos entender melhor como ocorre esse processo de ensino aprendizagem por meio de uma oficina ou projeto. Após então os alunos terem assistido o vídeo com duração de dezessete minutos, iniciamos a primeira dinâmica, a do 32 balão que funcionava basicamente assim: colocamos uma pergunta dentro de cada balão tínhamos os balões vermelho e azul, por que dividimos a turma em dois grupos que eram representados pelas cores vermelha e azul. Um integrante do grupo vinha a frente estourava um balão e respondia a pergunta com a ajuda de seu grupo, se a resposta estivesse certa ele ganharia um premio e seu grupo ganhava um ponto para concorrer ao prêmio final que seria entregue no fim da oficina. O jogo se caracteriza corno livre, no sentido que a adesão a ele deve ser espontânea, é delimitado porque requer definições combinadas de tempo e espaço, é incerto, pois é possível prever resultados, improdutivo já que enquanto atividade não produz riqueza, regulamentado porque sujeita os participantes a regras próprias do jogo e é fictícia porque opera em um contexto de simulação e irrealidade em relação à vida normal (MACEDO, 2006, p.l8, apud, ANDRADE, 2007 p. 93). Nesse sentido que descreve Andrade nós organizamos os jogos, referente as perguntas que os alunos não conseguissem responder, essas foram expostas na sala de aula com toda uma explicação para que eles não ficassem com nenhuma dúvida. Já que o principal objetivo da dinâmica é conseguir passar de forma mais facilitada o conhecimento para os alunos. Como descreve Fonseca: Finalmente devemos considerar, que o trabalho por projetos constitui uma possibilidade metodológica, que potencializa o desenvolvimento de estudos e pesquisas, numa perspectiva inter e multidisciplinar, capaz de redimensionar a gestão do processo de ensino e resignificar a concepção de aprendizagem em história ( 2003, p. 116). A segunda dinâmica apresentada foi a do quebra cabeças, onde os alunos deveriam conseguir montar um mapa de Goiás que continha as principais cidades do estado. Com essa dinâmica pensamos em ajudar os alunos a conseguirem se localizar no mapa e localizar as cidades e distancia entre elas, as divisas e todas as ajudas que um mapa pode trazer, da mesma forma que a dinâmica anterior o grupo que terminasse primeiro o mapa ganharia pontos para concorrerem ao prêmio final. O jogo é entendido como uma função significante que confere sentido à ação e se baseia na manipulação de imagens, de certa imaginação da real idade. De acordo com o autor, o jogo se destaca da vida comum posto que é uma atividade temporária e de duração limitada, situando-se fora da satisfação imediata das necessidades. É atividade livre em que os participantes entram espontaneamente, mas embora seja tomada como "não séria", efetua-se sempre no maior espírito de seriedade. No jogo há beleza, harmonia, ritmo, que inspiram fascínio, tensão, alegria e divertimento, mas há também ordem e as regras estabelecidas devem ser seguidas por todos. Uma vez quebradas as regras, destrói-se a ilusão do jogo. (HUIZINGA, 1998, p.l4, apud, ANDRADE, 2007, p. 92) 33 Esse caráter espontâneo do jogo e serio ao mesmo tempo transforma o ambiente escolar em um local mais chamativo no qual os alunos despertam maior interesse. Dessa forma a terceira e ultima dinâmica apresentada na oficina foi a torta na cara, na qual organizamos os alunos em forma de um quadrado dentro da sala de aula e deixamos o centro da sala livre para que os participantes dessa dinâmica pudessem ficar com mais espaço. Na efetivação colocamos duas mesas no centro da sala e fazíamos a pergunta, o aluno que batia primeiro na mesa tinha o direito de responder se ele acertasse ganhava mais pontos se ele errasse levava uma torta na cara. Após a aplicação da ultima dinâmica demos encerramento à oficina com as devidas explicações e agradecimentos. Posso inteirar ainda que a dinâmica foi muito proveitosa tanto para nós acadêmicos quanto para os alunos que aparentemente gostaram muito de participarem das atividades. 34 CAPÍTULO 4- REGÊNCIA Após as três etapas do estágio que correspondem às analises dos documentos da escola campo como o Regimento Interno, Projeto Político Pedagógico, e Plano de Desenvolvimento da Escola, a docência participativa e a oficina, iniciamos a ultima etapa que foi a regência como está previsto no Regimento de Estágio Supervisionado Obrigatório I. Ao iniciarmos as organizações para a elaboração do material para a regência, nos deparamos com mais um grande desafio, conseguir agora nesta ultima etapa que é faz necessário todas as experiências apreendidas no decorrer dos tramites do estagio e juntar todas em uma única prática, a aula. O tema para regência foi Brasil o Nascimento de uma Nação, a turma 8° ano A, ministradas o equivalente à 2 aulas no período do quarto e quinto horário do dia 30 de outubro de 2014. Bom a partir da indicação do tema a ser trabalhado na regência o próximo passo a seguir é o planejamento. A grande importância do planejamento consiste em dar um norte a aula, às ações que serão realizadas durante a aula precisam ser organizadas antecipadamente. A educação é algo muito importante e que não pode acontecer simplesmente com improvisos. De fato o planejamento sempre foi uma necessidade básica e necessária em qualquer hora de trabalho do ser humano. E dentro das unidades escolares o ato de planejar tem grande importância, pois é através dos planejamentos que o professor se organizar e ministra suas aulas diárias (GOMES, 2001, p. 3). Assim como descreve Gomes a respeito da importância do planejamento, nós acadêmicos também nós organizamos, planejamos as aulas, o conteúdo, os materiais a serem utilizados, e elaboramos o plano de aula que é o resultado de todo o planejamento e responsável por dar um norte a todas as aulas. Neste sentido após todas as orientações e organizações de planejamento partimos para compreender outro ponto que também é de suma importância para os professores. Inicialmente a organização da aula envolve todas as etapas do estágio por que diz respeitos aos conhecimentos externos e internos que foram transmitidos no decorrer do ano na universidade e dentro da escola campo. Primeiramente pensar esses aspectos externos diz respeito à estrutura da escola, ao modo como a escola encara seus alunos e quais são as 35 expectativas em relação ao seu aprendizado, comportamento, vestimenta. Vejamos o que Karnal nos fala sobre o ambiente: A terceira linha de força de uma aula diz respeito ao ambiente. Pode parecer muito estranho para quem começa, mais o ambiente da aula funciona como um cenário de uma peça: não e central, mais reforça o texto e cria “clima”. Assim tente observar se o cenário é adequado. Há coisas que você pode fazer e outras estão longe de seu alcance. Você pode e deve estabelecer alguns minutos para colocar ordem antes da aula. Lixo pelo chão ou cadeiras amontoadas podem ser resolvidas. Não dê aula com o quadro cheio com a matéria do outro professor. Explique sempre aos alunos a importância de preparar o ambiente (2012, p. 20). E os aspectos internos que são imprescindíveis para a aula e podem ser destacados aqui como, a metodologia mais adequada para ligar com a turma, pensando que cada turma mesmo que seja de um mesmo ano agem de diferentes formas, pois a aula é uma experiência subjetiva, outro aspecto bem observado a organização do conteúdo, a elaboração do plano de aula, os recursos a serem utilizados, como por exemplo as imagens trabalhadas a linha do tempo para sempre situá-los de que período estávamos falando. Leandro Karnal em seu Livro Conversas com um Jovem Professor descreve como a aula tem esse caráter subjetivo e que parece muito com um teatro, onde o professor está em constante experiência, que com uma mesma turma as aulas podem acontecer por estágios, a primeira é sempre aquele impacto do novo é basicamente o teste pra ver é nela que você descobre o que pode dar certo com aquela turma e o que pode não dar certo. Na segunda aula o professor já consegue lidar melhor com aquela situação de forma perceber o que seria viável ou não viável a falar e assim por diante. Para Karnal: A última linha de força de uma aula é o aluno. É a linha mais importante. O aluno e para o professor o que o paciente é para o médico. É objetivo da sua existência profissional. Há uma inversão tradicional da função pedagógica: considerar o aluno um problema para a escola. O comportamento do aluno pode ser um problema: ele não é um problema (KARNAL, 2012, p. 22). A partir das descrições de Karnal podemos perceber que o ambiente escolar pode ser mais complexo do que parece, eis ai uma das principais funções da disciplina de estagio e didática preparar o professor para situações que ele ainda não pensava existir na sala de aula. Observadas todas essas colocações a regência foi um grande desafio a ser cumprido e que contribuiu fortemente para a nossa formação como profissionais. A elaboração da atividade de avaliação do aprendizado também foi muito interessante organizamos 36 orientações para discutirmos sobre o assunto e também observamos alguns textos teóricos que lidam com essa questão: Existem questões relacionadas com a pratica de avaliação que devem ser consideradas quando se trata de avaliar a aprendizagem da História. Uma delas é a de entender o significado do ato de avaliar, isto é, insistir que avaliação é sempre um julgamento de valor, o qual pressupõe a explicitação das finalidades dos objetivos e dos critérios de quem avalia a quem será avaliado (Avaliação em História). As técnicas de avaliação devem ser pensadas não somente como funções de medição do aprendizado, devem ser sempre interligadas com a forma com que esse conteúdo foi exposto e também sempre deixar claro qual é a forma de avaliação que será empregada para as respostas. “A avaliação tem que ser pensada como um diagnóstico contínuo e sistemático, o qual procurará analisar a relevância do conhecimento a ser ensinado, o significado do conhecimento ensinado, e a eficácia do conhecimento apreendido (Avaliação de História).” O olhar deve ser baseado principalmente nas finalidades, qual a finalidade daquele conteúdo, quando pensamos em avaliar temos que pensar além e olhar para a orientação do conteúdo para a vida prática, e dessa mesma forma deve ser as avaliações que empreendem um novo olhar sobre o que os alunos pensam da realidade e dos acontecimentos passados. O ato de ensinar pressupõe uma intenção consciente do professor no sentido de ajudar o aluno a adquirir conhecimentos, conceitos, ideias e habilidades; daí ser fundamental que o professor se perceba responsável por garantir que a aprendizagem do aluno se realize. Nesse sentido a avaliação do professor e do aluno é uma maneira de estabelecer o grau de eficácia do ensino e da aprendizagem (Avaliação de História). Percebe-se então que o ato de avaliação está inteiramente ligado com a avaliação do conteúdo que o professor realiza antes e depois da aula, para o melhor aproveitamento do aprendizado. A organização de uma avaliação está interligada com a aula, com as expectativas de aprendizagem, atividades, metodologia, cronograma e recursos para exposição de aula. Na elaboração do material para regência, foram pensadas formas e organizações que sucedesse uma boa avaliação e que por sua vez pudesse aumentar a eficácia do aprendizado. Algumas propostas de atividades também foram discutidas em sala para percebermos como é importante inovar no campo da educação. No livro Ensino de História: fundamentos metodológicos de Circe Maria Fernandes Bittencourt foram 37 evidenciadas novas formas de avaliações e de metodologias em sala de aula, e uma muito importante citada por ela é a inovação que traz para a sala de aula o trabalho com músicas: A música tem-se tornado objeto de pesquisa de historiadores muito recentemente e sido utilizada como material didático com certa frequência nas aulas de história. Entre os “tipos” de música que atraem tanto pesquisadores brasileiros como professores, a “música popular” sobressai. Segundo Marcos Napolitano historiador especializado nessa área, a música popular emergiu do sistema musical acidental tal como foi consagrado pela burguesia no início do século XIX, e a dicotomia “popular” e “erudito” nasceu mais em função das próprias tensões sociais e lutas culturais da sociedade burguesa do que por um desenvolvimento “natural” do gosto coletivo, em torno de formas musicais fixas (BITTENCOURT, 2004, p. 380). Bittencourt descreve como se deu o surgimento da modalidade musical como forma de avaliação na sala de aula. É importante entender que o professor ao elaborar sua aula ele se depara com um mundo de possibilidades que podem ser seguidos, músicas, imagens, jogos, dinâmicas, poemas, charges e etc. As formas alternativas de ensino incubem uma nova exigência aos professores, competência para utiliza-las da forma correta, para que sempre aumente a capacidade de criatividade e de senso crítico dos alunos. “O uso da música é importante por situar os jovens diante de um meio de comunicação próximo de sua vivência, mediante o qual o professor pode identificar o gosto, a estética da nova geração (BITTENCOURT, 2004, p. 379).” Assim podemos pensar como de várias maneiros os recursos como imagens, músicas e jogos podem nós ajudar na hora da aula, são mecanismos de ensino aprendizagem que instigam a pensar a falar e a tentar entender melhor o que aquilo representa. O ensino da disciplina de História entra neste momento como fator determinante, mostrar mesmo que ilustradamente que aquilo ocorreu em determinado momento histórico e que por sua vez ocorreu de forma parecida ao que está representado nas imagens. Discute-se a possibilidade do mentir da imagem fotográfica. A revolução digital provocada pelos avanços da informática torna cada vez maior essa possibilidade. Permitindo até que os mortos resujam para tomar mais um choque, tal qual a publicidade já mostrou. Não importa se a imagem mente; o importante é saber por que mentiu e como mentiu. O desenvolvimento do recurso tecnológico demandará do historiador uma nova crítica que envolva o conhecimento das tecnologias feitas para mentir (BITTENCOURT, 2004, p. 384). 38 Na elaboração da regência e na execução também foram utilizadas várias imagens para facilitar o aprendizado, essas imagens foram explicadas na sala de aula fazendo sempre um paralelo entre o que esta escrito referente ao processo histórico que foi explicado e a imagem o que os alunos poderiam visualizar para entender melhor esse processo da vinda da corte portuguesa para o Brasil. Duas imagens em especifico foram mais trabalhadas durante a exposição das aulas sendo a primeira que demonstrava a família real se organizando em Portugal para sua partida em direção ao Rio de Janeiro, que considerei fundamental para que os alunos compreendessem como foi essa “fuga” como vários autores trabalham e de forma que eles pudessem compreender que nessa vinda seria modificado toda uma organização que se tinha aqui no Brasil pois ele deixaria de Colônia de Portugal para sediar a família Real e todo seu aparato burocrático necessário a gerir a organização portuguesa. 2 A imagem acima demonstra toda essa organização da Família Real para vir para o Brasil, e mostra a quantidade de pessoas, a quantidade de coisas, eles levariam desde talheres, roupas, vasilhas, utensílios domésticos e etc. A segunda imagem que também foi muito trabalhada durante a aula foi a imagem que demonstra a chegada da família real no Brasil, com todas as pessoas ao seu redor. E o mais interessante nesta imagem é que ela foi interpretada de várias formas, por exemplo a primeira diz respeito à uma questão ideológica quando mostra que o primeiro local a visitar na chegada ao Rio de Janeiro foi a cede da Igreja católica para uma missa comemorativa. 2 Imagem que representa o embarque para o Brasil do príncipe regente de Portugal, Dom João, e de toda a família real, no porto de Belém, em 29 de novembro de 1807. Óleo sobre tela de cerca de 1808, feito por Nicolas Delariva. 39 Outra representação desta imagem foi uma boa forma de mostrar como a cidade do Rio de Janeiro ficou lotada coma chegada de tantas pessoas e que daí em diante passaria por grandes mudanças em sua estrutura para se tornar digna da monarquia. 3 Fica acima a segunda imagem trabalhada na regência como forma de facilitar o aprendizado. Acredito que a partir das ilustrações os alunos conseguiram materializar como tudo estava ocorrendo e assim perceber como ocorreu esse processo histórico. Assim sobre isso descreve Bittencourt, 2004: Toda imagem é histórica. O marco de sua produção e o momento de sua execução estão decalcados na superfície da foto, do quadro, da escultura, da fachada do edifício. A história embrenha as imagens, nas opções realizadas por quem escolhe uma expressão e um conteúdo, compondo através de signos, natureza não verbal, objetos de civilização, significados de cultura (p.384). Nesta perspectiva as imagens como fonte histórica pode sim sempre ajudar na compreensão dos textos, e principalmente devem ser vistas como um momento de reflexão do conteúdo, que ajuda na fixação e memorização. Representa uma pausa com um grande leque de possibilidades. No livro Ensino de História Hoje: errâncias, conquistas e perdas de Marcos Antonio da Silva e Selva Guimarães Fonseca fica evidente a situação do ensino de história na educação básica e refletem também sobre a organização dos livros didáticos que são de suma importância para a construção do aprendizado. Sabemos que é dever do professor ser fonte de novos conhecimentos para seus alunos, mas sabemos também que o livro didático 3 Imagem que representa a Chegada do príncipe regente Dom João à igreja do Rosário, Óleo sobre tela de Armando de Martins Vianna (1897-1991) que representa a chegada da família real ao Rio de Janeiro, em março de 1808, para missa comemorativa. 40 é a limitação do aluno, é o único acessório que o aluno tem para realizar o suas leituras e buscas por conhecimento. Sendo assim esses livros precisam serem melhor escolhidos para atender as demandas de aprendizagem que os nossos alunos precisam. Ao ensino de História cabe um papel educativo, formativo, cultural e político, e sua relação com a construção da cidadania perpassa diferentes espaços de produção de saberem históricos. Desse modo, no atual debate da área, fica evidente a preocupação em localizar, no campo da história, questões problematizadoras que remetem ao tempo em que vivemos e a outros tempo, num dialogo crítico entre a multiplicidade de sujeitos, tempos, lugares e culturas. Portanto, a(s) configuração (ões) da(s) história (s) vivida (s) ensinada (s) pelos professores, entre as quatro paredes da sala e, também, fora dos limites dos territórios escolares, bem como das histórias que os alunos aprendem nesses e noutros espaços, é bem mais complexa do que muitos supõem (SILVA, FONSECA, 2010, p. 24). Ao pensar na forma como seriam ministradas as aulas da regência, principalmente ao perceber essa relação entre a formação dos alunos na sala de aula e a sua relação complexa com o mundo atual, com o formação de conceitos como cidadania, cultura, política, ou seja, é na disciplina de história que podemos colocar os alunos diante da realidade da sociedade, por isso é preciso que a cada passo na sala de aula seja um ponto de reflexão e contextualização com a realidade de cada tempo, são vários os debates para tentar melhorar a qualidade do ensino no campo da História. “Tantas décadas de debate permitiram um alargamento infinito de temas, problemas e materiais para realização do ensino de História. Agora precisamos garantir sujeitos e recursos clássicos para serem aliados aquela liberdade (SILVA, FONSECA, 2010, p. 31)” O olhar para a importância da história na sala de aula, nos mostra também como as perspectivas e as expectativas também devem ser modificadas, como pensar o ensino de historia hoje? Vincular a vinda da corte portuguesa para o Brasil com o regime republicano que vivemos hoje, mostrar como é importante não ignorar a política como algo chato sem importância se ela foi uma grande conquista da sociedade e do povo Brasileiro que foi o único País das Américas há passar tanto tempo em um regime monárquico. É nas relações entre professores, alunos, saberes, materiais, fontes e suportes que os currículos são, de fato, reconstruídos. Assim, devemos valorizar, permanentemente, na ação curricular, as vozes dos diferentes sujeitos, o dialogo, o respeito à diferença e o exercício da cidadania. Professores e alunos fazem história. (SILVA, FONSECA, 2010, p. 31). Em outro livro de Selva Guimarães Fonseca que ela descreve sobre a prática do professor na sala de aula O Trabalho do Professor na Sala de Aula: relações entre 41 Sujeitos, Saberes e Práticas, ela nós mostra como esse ambiente é diferente e de grande complexidade, para ela é o palco no qual, alunos e professores estão envolvidos em uma teia de aprendizagens, os professores aprendendo com a experiência dos alunos e os alunos aprendendo com a convivência do professor. Ao defendermos, no ensino de história – reconhecidamente um lugar de fronteira – as relações entre sujeitos, saberes e práticas, não estamos pensando apenas na pesquisa sobre a formação docente, mais, sobretudo, nas relações entre a formação, a pesquisa, os saberes e as práticas em sala de aula. Estamos ousando pensar nas relações que se estabelecem na sala de aula. A nossa opção é caminhar na intersecção, dialogando com os dois campos: Educação e História (FONSECA, 2010, p. 393). Fonseca estabelece este contato com a formação de professores e o ensino de história para que possamos entender e formar indivíduos que não pensem na singularidade dos acontecimentos, tudo na vida está de certa forma, interligado e para ser um professor que sabe lidar com os acontecimentos do dia a dia e consecutivamente os acontecimentos da sociedade é preciso ligar essa prática do ensino de história e a vivência na sala de aula. A visão de Fonseca nos permite evidenciar, por exemplo, os principais problemas e dificuldades que passam os professores, formando assim políticas educacionais que sejam condizentes com a realidade vivida no âmbito escolar. E segundo Fonseca 2010: Consideramos fundamental uma preparação sólida do professor dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, e, para isto, a nosso ver, é imprescindível, repensar o lugar dos conteúdos e das metodologias de ensino específicas nesses cursos. Do mesmo modo, avaliamos imprescindível repensar o lugar dos conhecimentos pedagógicos, das metodologias de ensino específicas nos curso de licenciatura. A nossa proposta, reiterada em outros espaços, é articular ensino, pesquisa e prática pedagógica na graduação, tornando o ensino objeto de investigação nos diversos cursos de licenciatura em parceria com as escolas, campos de estágios e práticas (FONSECA, 2010, p. 398). Esta citação de Fonseca nos mostra a sua proposta para o que podemos dizer de mudança nas organizações educacionais, e principalmente no ambiente escolar, reflete também acerca da possibilidade de o professor conseguir abarcar as três modalidades mais importantes como um profissional da educação, que é o ensino, pesquisa e prática educacional. Relaciona ainda a importância do estágio para a formação dos professores, que é o primeiro ponto de organização para o que podemos chamar de educação de qualidade. E essa educação de qualidade não partiria somente daquele professor dotado de conteúdo e sim do professor que consegue ensinar e ao mesmo tempo ser ensinado. 42 A nosso ver, os processos e as relações estabelecidas no interior da universidade, como analisados anteriormente, se expressam, de algum modo, no interior da sala de aula, no trabalho do professor, formado em nível superior, em determinados contextos e condições. Em nossas temos buscado investigar as relações entre a formação e as práticas, os sujeitos e os saberes (FONSECA, 2010, p. 399). Podemos então perceber como o estágio pode influenciar na dinâmica do aprendizado dos futuros professores e ainda mais, coloca-os em conhecimento da importância da experiência na sala de aula e que nos ajuda a formar melhores mentalidades para a sociedade à qual estamos vivendo. A regência por sua vez é a fase do estágio que nós podemos nos encontrar nesse mundo de experiências que formam os professores a cada dia de trabalho, a cada estudo de uma nova metodologia, a cada nova dinâmica e a cada novo momento vivenciado no interior da sala de aula. 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS Fica evidente durante tudo que já foi escrito e trabalhado, a importância da disciplina de Estágio Supervisionado Obrigatório I, mais cabe aqui relembrar algumas de suas principais características como formadoras de um bom profissional. A sua bagagem é complexa pois carrega uma carga teórica, prática e metodológica para interferir na formação dos futuros professores, e deixa-los capacitados para o âmbito de trabalho ao qual ingressarão. Como carga teórica essa disciplina além de nós trazer várias discussões a respeito, da organização da escola, plano de desenvolvimento escolar, metodologias de aprendizagem, falamos também sobre os desafios que o professor tem a enfrentar em seu dia a dia de trabalho, sobre as políticas educacionais e suas mudanças nas formas de organização escolar, no que tendem à conteúdo, livro didático, formas de avaliação. Neste mesmo momento discutimos também à respeito da elaboração do livro didático, como esse livro é escolhido e quais são as formas de repensar essa seleção do livro didático que é de suma importância para o aluno posto que ele é basicamente o único material que este tem para estudar em casa, para estudar na escola, para tirar suas dúvidas. Outro ponto teórico que abordamos durante as etapas do estágio, e que é muito importante é a respeito dos debates que acontecem atualmente referentes à África e aos africanos, e pensar como eles estão sendo representados no livro didático, e pensar que o professor é o responsável pela dissolução de qualquer pensamento racista que surja durante um debate como este, sempre influenciar seu aluno para o exercício a cidadania, e ações contrarias ao desrespeito e racismo. Este debate é muito importante por que muitas vezes o livro traz informações equivocadas, ou mesmo pobres que podem se transformar em estereótipos racistas, como é o caso de todas as vezes que falamos sobre África sempre nos lembrarmos da fome, seca, doenças. Sabemos que isso é um erro e que o Continente africano tem locais pobres, mais também tem locais lindos com Países muito bem desenvolvidos. A bagagem teórica é grande, aprendemos também sobre formas e formas de se fazer planejamento, aprendemos a importância do planejamento para o professor e para a escola, assim lemos vários textos que pode nos elucidar essa ideia. Tivemos um contato 44 com o Plano de referencia da educação no qual estão estipulados todas as expectativas de aprendizagem que devem ser pensadas para cada ano e cada conteúdo na educação básica. No quesito metodologia podemos rever todo o nosso aporte teórico para pensar diferentes metodologias para serem aplicadas na escola. Pensamos também como em cada turma a aula deve ser pensada de forma diferente mesmo que fossem duas turmas de uma mesmo ano, existe na escola uma experiência subjetiva que predomina durante todo o tempo em que pertencemos a ela e que aplicamos as nossas aulas, por isso a metodologia é tão importante. Com a aplicação da oficina na escola campo colocamos em prática varias formas metodológicas de aplicação do conteúdo e conseguimos perceber como cada uma progrediu de um jeito e como algumas geraram bastante dificuldade. E na prática que é o principal objetivo da disciplina, conseguimos realizar, analise dos documentos da escola, participação na sala para observarmos o dia a dia do professor, realização das micro aulas na unidade universitária, oficina e a regências que foram as duas aulas aplicadas na escola campo. Foi na prática que conseguimos vivenciar essas experiências desafiadoras que traz o dia a dia na escola, como professores titulares de uma disciplina. Na prática juntamos teoria e metodologia em uma só ação, para podermos sempre entrar para os portões de uma escola e oferecer a excelência para os nossos alunos, nós como formadores de opiniões e ações sociais, somos responsáveis por grande parte do futuro de nossos alunos e por isso temos que estar capacitados e cientes de nossa realidade, que é a grande importância da disciplina de Estágio Supervisionado Obrigatório I. 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRADE, Débora EI-jaick. O Lúdico e o Sério: Experiências com Jogos no Ensino de História. Londrina: 2007. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. In: Brasil. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doe_download&gid=1344 8&Itemid> Acesso em 07/02/2014. FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História: Experiências, Reflexões e Aprendizados. Campinas SP: 2003. FONSECA, Marília. Impactos do Plano de Desenvolvimento da Escola na Gestão do Ensino Fundamental em Goiás. Brasília: Linhas Críticas. Vol. 10, 2004. FONSECA, Selva Guimarães. O trabalho do professor na sala de aula: relações entre sujeitos; saberes e práticas. R. Bras. Pedag., Brasília, v. 9, n. 228, p.390-407, maio/ago. 2010. GOMES, Édula Maria Fonseca. A importância do planejamento para o sucesso escolar. Porto Nacional: UFT-TO – TO, 2011. KARNAL, Leandro. Conversas com um jovem professor. São Paulo: Contexto, 2012 MARCOS, Antonio da Silva. FONSECA, Selva Guimarães. Ensino de História Hoje: errâncias, conquistas e perdas. São Paulo: Revista Brasileira de História. Vol. 31, 2010. OLIVEIRA, Sônia Maria. Borges de. – Fundamentos teórico-metodológicos do plano de Desenvolvimento da Escola – PDE. Inter-Ação: Rev. Fac. Edu. UFG, 31 (1): 55-80, jan./jun 2006. PPP- Projeto Político Pedagógico, da Escola Jandira Ponciano dos passos, 2014. PDE- Plano de Desenvolvimento Escolar, da Escola Jandira Ponciano dos Passos, 2013. RE- Regimento Escolar, da Escola Jandira Ponciano dos Passos, 2011. SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004. 46 CAPÍTULO IX DOS ANEXO 47 1. DECLARAÇÃO 48 1. QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO ESCOLAR 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 2. FICHA DE HORAS DA DOCÊNCIA PARTICIPATIVA 59 60 61 62 3. PLANO DE AULA DA MOCRO-AULA UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PLANO DE AULA Escola: Escola Estadual Jandira Ponciano dos Passos Turma: 8° ano Disciplina: História Data: 09/06/2014 Professora: Juliana Vieira Marques Título – Brasil Império. Objetivo Geral – Caracterizar as mudanças políticas e econômicas decorrentes da transferência da Família Real Portuguesa para o Brasil e identificar como a Interiorização da Metrópole foi o inicio do processo de independência do Brasil. Objetivos Específicos: Compreender a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil como um leque de interesses econômicos e de enraizamento dos interesses mercantis no Centro-Sul. . Identificar como a colônia passa por mudanças estruturais para conseguir abarcar os grandes gastos da corte portuguesa. Avaliar e discutir a introdução de novos aspectos sociais e culturais, decorrentes da transferência da Corte portuguesa para o Brasil. Compreender a dinâmica das relações econômicas no processo de transformação da realidade histórica. Conteúdo: A Corte Portuguesa no Brasil; 63 Conceitos: Independência; Metrópole; Emancipação política; Procedimentos Metodológicos: Aula expositiva e dialogada Recurso: Quadro, Giz, Imagens, Texto impresso, Mapa. Recurso Humano: Professor, aluno; Mecanismos de avaliação: Avaliação será contínua levando em consideração a observação e participação do aluno durante a aula, bem como a realização da atividade proposta a partir do conteúdo exposto. Cronograma: 40 minutos; Referências: BASILE, Marcelo Otavio N. de C. História Geral do Brasil: O Império Brasileiro: Panorama Político. 9° ed. Rio de Janeiro: 1990. BOULOS, Junior Alfredo. História Sociedade e cidadania. Edição Reformulada, 8° ano. 2° Ed. São Paulo: 2012. . 64 4. MATERIAL DIDÁTICO ELABORADO PARA MICRO-AULA UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA LICENCIATURA EM HISTÓRIA Professora: Juliana Vieira Marques ROTEIRO DE AULA Conteúdo Complementar Tema: Brasil Império A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL Linha do tempo: Colônia (1800). Corte Portuguesa no Brasil (1808). Fico de Dom Pedro (1822). Regência (1831). Segundo Reinado (1840). Fim do Brasil Império e inicio da República (1889). Vinculo entre os conteúdos anteriores: O Brasil que conhecemos hoje não era assim nos anos de 1800, ele era denominado como Colônia, que servia exclusivamente para abastecer a Metrópole. Existia neste momento o “pacto colonial” como já foi estudado na aula passada, esse pacto colonial foi quebrado e, por conseguinte afetou a nova administração do Brasil. Levantamento prévio de conhecimento: 65 O que vocês entendem por Império? Quem já ouviu falar sobre a vinda da Corte Portuguesa no Brasil? Conteúdo: A transmissão da Corte Portuguesa para o Brasil e/ou Colônia, foi o inicio de sua mudança em seu estado de colônia para monarquia ou Império. Dom João veio para o Brasil e se instalou em Rio de Janeiro, local que se torna importante Capital de um vasto Império mundial, pois controlava Portugal, Brasil, e dois continentes África e Ásia. A interiorização da Metrópole deve ser entendida como o inicio do processo de Independência da colônia e do enraizamento dos interesses mercantis portugueses no Centro-Sul. Dessa forma a vinda da família Real para o Brasil acarretou no surgimento de vários problemas: Grande quantidade de pessoas gerou: Crise de abastecimento; Carência de moradias; Aumento dos aluguéis e de gêneros de subsistência; Dom João trouxe também para o Brasil um novo incremento no quesito cultural que afetou no modo de vida das pessoas: Instituições políticas de administração do estado português; Instituição cientifica culturais; Biblioteca Real; Museu Real; Imprensa Régia; Jardim botânico; Academias médicos - cirúrgicas; Dessa forma com tantas mudanças se tornou necessário mudar o aparelho burocrático existente na colônia para que o governo português pudesse ser implantado. O primeiro passo seria por um fim ao “monopólio” comercial que em 1808 com a chegada de Dom João foi realizada a abertura dos portos comerciais para as nações amigas, que representou uma grande mudança na administração da colônia. Ainda com a abertura do comercio para os portos e nações amigas não ficaram de lado os impostos que representavam o aumento da riqueza ou mesmo a manutenção dos 66 gastos da coroa. No entanto os Ingleses não ficaram satisfeitos e pediam mais vantagens para a Inglaterra. Dom João então faz o tratado de comércio e navegação com a Inglaterra em 1810 que garantia 25% de desconto no valor dos impostos. Esse período da administração de Dom João no Brasil é conhecido como o período Joanino, que não foi de tudo amigável. Travou batalhas com a Guiana Francesa e Montevidéu, para conquistar as cidades e conseguir mais controle territorial, político e econômico. Após muitas lutas toda a banda oriental foi anexada ao Brasil com o nome de província Cisplatina em 1821. Neste momento pesava uma grande carga fiscal sobre os brasileiros que além de abastecerem a corte no Rio de Janeiro, com os autos gastos com a elite brasileira tinha também que ajudar na recuperação de Portugal. Revolta de Pernambuco Todos esses impostos e o controle dos portugueses sobre o comercio varejista e a preferência dada aos militares levou Pernambuco ao grande estagio de insatisfação. Em maio de 1817, um grupo de rebeldes pernambucanos tomou o poder, proclamou uma “republica” e formou um governo provisório que dizia representar todas as classes. Esse grupo liderado por Domingo José Martins, Miguel Joaquim de Castro e Domingos Teotônio Jorge, defendiam a liberdade de religião, de imprensa e fim do domínio português, mas não o fim da escravidão. Dom João quando soube da revolta mandou soldados e navios de guerra que sufocaram o movimento. A Revolta do Porto Dom João desfrutava de muitos privilégios no Brasil, que levou a insatisfação dos portugueses que haviam ficado em Portugal. Em 1820 fizeram a revolução Liberal do Porto, na qual decidiram que Dom João deveria voltar a Portugal. Neste momento existia no Brasil dois partidos o “partido Português” que queria a volta de Dom João à Portugal, e o “partido brasileiro” que queria que Dom João permanecesse no Brasil. Pressionado Dom João resolve voltar a Portugal, no entanto deixa seu filho Dom Pedro no Brasil como Príncipe regente. O Fico e a Independência política do Brasil As Cortes Portuguesas continuaram insatisfeitas e não aceitaram a permanência de um herdeiro ao trono de rei no Brasil. O partido brasileiro ao saber da decisão das cortes em levar Dom Pedro para Portugal resolver fazer movimentos com a tentativa de 67 convencê-lo a ficar no Brasil. Em 9 de Janeiro de 1822 Dom Pedro recebe um manifesto com mais de 8 mil assinaturas pedindo a sua permanência e ele concordou, episodio conhecido como o dia do Fico, que representa a independência política do Brasil. Referências: BASILE, Marcelo Otavio N. de C. História Geral do Brasil: O Império Brasileiro: Panorama Político. 9° ed. Rio de Janeiro: 1990. 68 5. FICHAS DE AVALIAÇÃO DAS MICRO-AULAS DOS COLEGAS 69 70 71 72 73 6. PROJETOS DAS OFICINAS E /OU PROJETOS CAMPUS JUSSARA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA ACADÊMICAS: Daiane dos Santos Jeniffer Amaral de Oliveira Juliana Vieira Marques Késsia Aparecida Professora: ME. Roberta do Carmo Ribeiro PROJETO DA OFICINA O USO DE JOGOS COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM SOBRE A HISTÓRIA DE GOIÁS. JUSTIFICATIVA Diante de todas as preocupações e necessidades de nossos alunos de conhecer a história do próprio estado onde residem se faz interessante um estudo sobre este, só se encontra um pequeno limite no caminho diante da falta de conteúdo no livro didático, desta forma já que é de suma importância o estudo e como nós professores aprendemos à encarar de frente todos estes limites e descobrimos que podemos criar nosso próprio material, decidimos aplicar uma oficina sobre a história de Goiás no Colégio Estadual Jandira 74 Ponciano dos Passos para poder mostrar para nossos alunos como é importante conhecer a nossa própria história antes de querer conhecer todos as outras histórias de desbravações. Desta forma após muitos estudos teóricos e com muito conhecimento acumulado decidimos aplicar uma oficina de História diferente, para provar aos alunos que o estudo da História não é uma coisa pronta e acabada com somente o livro didático, assim iremos fazer uma oficina com jogos voltados para o ensino de história, utilizando a criatividade iremos mostrar para os alunos que aprender também pode ser uma coisa divertida e não a sempre mesmice de ler textos quilométricos que podem acabar com o interesse do aluno pela aprendizagem da disciplina. Como sabemos que lidar com alunos que estão em fase de crescimento com os hormônios a flor da pele e a euforia de inquietação é muito forte, optamos por fazer algo divertido e educativo ao mesmo tempo, por exemplo, uma dinâmica de torta na cara assim os alunos poderão fixar o conteúdo brincando, pois com perguntas um tanto objetivas conseguimos que eles aprendam pelo menos 75% de todo conteúdo aplicado em sala, e por falar em sala também não precisamos de um espaço diferente para aplicar estas dinâmicas a própria sala de aula é um bom lugar, pois assim o aluno descobre que ir para a escola é também uma coisa divertida onde todos podem aprender com alegria e contentamento, desta forma deixando ambas as partes contentes com o desempenho, primeiro o professor por ir para casa com o sentimento de dever cumprido sabendo que fez um bom trabalho com seus alunos e depois o aluno por ir para casa com o contentamento de ter feito a descoberta de tantas coisas novas com um conteúdo interessante com uma metodologia diferente e muito boa de participar. Desta forma este aluno não se sente preso a uma única metodologia de ensino onde ele sempre vai achar que esta sendo chato aprender, pois todos sabemos que quando o aluno gosta do método do professor ele se sente mais motivado e aprende mais. Objetivos. Os objetivos dessa oficina são desenvolver junto com os alunos uma diferente metodologia para o ensino de história de Goiás. Nesse sentido, o trabalho com jogos possibilita o professor a desenvolver o caráter lúdico de saberes e conhecimento necessários para a formação intelectual e social dos alunos. Conteúdo 75 O conteúdo a ser trabalhado com os alunos é basicamente a história de Goiás e suas estruturas, desde sua origem e também seu crescimento. Abordando como era Goiás, antes de ser descoberta, o motivo dessa descoberta que era assim o interesse pelas minas de ouro, que impulsionavam o crescimento da vida urbana no local de exploração do ouro, também a decadência da exploração do ouro, onde a população se volta para o campo. O período republicano em Goiás, marcado pelo governo de José Leopoldo, identifica-se também pela arrecadação de impostos, que garantisse investimentos, o estado demonstrava uma forte autonomia. Abordando o desenvolvimento de Goiás em meio à construção de ferrovias, o que ocasionava um grande fluxo de transportes em Goiás, também a intensificação da agricultura e pecuária, que se desenvolveu visando suprir a produção alimentícia nacional, beneficiaria também à exportação de produtos, onde o primeiro produto a ser exportado foi o arroz. As necessidades de infraestrutura para o desenvolvimento da cidade de Goiás, e garantir melhores condições para os moradores, como serviços básicos, água, luz, que beneficiassem a população. “Discutir, contexto social, político econômico, do crescimento de Goiás, através de uma dinâmica diferente que são os jogos. Jogar na aula de História é um belo exercício amoroso. Uma vez que o jogo pressupõe uma entrega ao movimento absoluto da brincadeira e que jogar implica um deslocamento. (Org. Marcelo Paniz. Nilton Mullet. 2013. P.19).” ” Os jogos tornam as aulas de história uma maneira dinâmica, contribuindo para o conhecimento do aluno que desenvolve os conhecimentos através das dinâmicas ocorridas na sala de aula, uma maneira menos teórica de demonstrar o conhecimento em relação às aulas teóricas. METODOLOGIA Introdução: 76 No dia 22 de Setembro de 2014 será realizada a oficina de Estágio Supervisionado Obrigatório I no colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, organizada pelos acadêmicos do 3° ano do curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Jussara, sob. Orientação da professora Roberta do Carmo Ribeiro titular da disciplina de Estágio Supervisionado Obrigatório à qual nos conduz a realização das atividades que relacione os acadêmicos à prática docente. A metodologia que será trabalhada presa à importância da dinâmica na sala de aula, dessa forma foi estabelecido os jogos como quesito de aprimoramento na compreensão dos conteúdos, melhoras nas formas escritas e orais dos alunos. O desenvolvimento de um projeto, em linhas gerais, é composto de três grandes etapas ou fases: a primeira fase do projeto refere-se à identificação e à formulação do problema, ao planejamento, às discussões à elaboração do projeto à formação de grupo. A segunda etapa é a da construção do desenvolvimento do trabalho- são as atividades, as aulas as discussões, dos resultados. A terceira fase do projeto é a da apresentação dos resultados, da globalização, da socialização dos saberes produzidos, da avaliação final do projeto em sua totalidade (FONSECA, 2003, p. 110). Assim como estabelece Fonseca as três fases do projeto são imprescindíveis. O problema pensado para esse trabalho foi como trabalhar os jogos em sala de aula na disciplina de História? Pensamos que dinamizar a apresentação do tema traria mais entusiasmo por parte dos alunos possibilitando uma maior aprendizagem. O tema da oficina é História de Goiás, que por sua vez será trabalhado como um reforço oferecido pelos acadêmicos da UEG, pois este conteúdo já foi trabalhado e deixou grandes dúvidas que serão esclarecidas na realização da oficina que será dividida em cinco momentos. Primeiro Momento: Para o primeiro momento será reservada à apresentação da turma de acadêmicos que é composta por, Daiana dos Santos, Jeniffer Amaral de Oliveira, Juliana Vieira Marques, Késsia Aparecida. Nesta fase será também apresentado o tema da oficina, como forma de deixa-los familiarizados com as atividades. Já que para melhor aproveitamento dos jogos na sala de aula o tempo deve ser determinado assim como as regras que serão estipuladas no decorrer da dinâmica em sala. Nesta fase também será transmitido um vídeo 77 contendo um curta metragem sobre história de Goiás na qual será apresentado também a importância dos jogos na disciplina de história. Fonseca nos diz como deve ser pensada essa organização à luz do processo de ensino aprendizagem: O processo de desenvolvimento – a construção da aprendizagem – permeia todo o desenrolar do projeto. A nosso ver devem ser usadas todas as estratégias necessárias para atingir os objetivos propostos: aulas expositivas, debates, leituras, vídeos, pesquisas, entrevistas e outras (2003, p. 113). Após a apresentação das acadêmicas, do tema e da forma com que será trabalhado partiremos para a organização da turma, que será dividida em dois grupos em que competirão entre se nos jogos. Marcaremos os grupos em vermelho e azul, com uma fita que percorrerá todo o tempo da oficina. Organizados as modalidades dos grupos o ambiente da sala de aula também será programado de forma a adaptar-se melhor com os jogos e com a oficina em si. Para Andrade: Assim, é no caráter ao mesmo tempo lúdico e educativo que reside o ‘paradoxo do jogo’, Suas qualidades o tornam um recurso eficaz para o educador criar e organizar as condições para a aprendizagem ou maximizar a construção de saberes e noções anteriormente trabalhados, (KISH1MOTO, 2005, p, 37, apud, ANDRADE, 2007, p. 3) Dessa forma percebe-se qual importância dos jogos na sala de aula a partir das descrições de Andrade, que nos possibilita entender como as duvidas existentes sobre a história de Goiás podem ser supridas. Um bom exemplo é que os jogos ajudaram a fixar essa compreensão dos conteúdos que serão levados para a sala de aula. Segundo Momento No segundo momento daremos inicio aos jogos, que serão divididos em grupos de dois acadêmicos, em que o restante ficará responsável pelas fotos e filmagem da oficina assim também como também fornecer qualquer ajuda técnica à qual for necessária na realização da oficina. O primeiro jogo é a dinâmica dos balões que será trabalhado por Daiane dos Santos e Késsia Aparecida. Fonseca nos diz que: Combinar as ações necessárias e seu processo de efetivação. Essa inserção dos alunos nas tarefas a realizar ressignifica o trabalho coletivo, os conteúdos trabalhados por meio do estabelecimento de vínculos reais entre o processo pessoal de construção do conhecimento e o objeto a ser conhecido (FONSECA, 2003, p. 114). 78 Essa dinâmica tem como objetivo instigar os alunos a responderem perguntas a respeito da história de Goiás, que é o tema da oficina. Serão levados cerca de dez balões para a sala em que cinco será do grupo azul e cinco do grupo vermelho. Os balões serão colados no quadro onde os alunos irão estourar em suas respectivas ordens e responder, no caso de algum aluno não conseguir responder a questão será transferido ao outro grupo que poderá por meio dela adquirir mais pontos para ganhar o prêmio final. Se nenhum dos alunos conseguirem responder a questão será anulada e respondida por uma das acadêmicas que estão aplicando o jogo. Ao finalizar cada jogo o grupo vencedor é premiado com uma trouxinha de guloseimas. Terceiro Momento: O terceiro momento trabalhado pelas quatro acadêmicas será aplicado um quebra cabeças temático da história de Goiás e principalmente relacionado às divisões políticas do Estado como forma de compreender localização do Estado em detrimento das outras regiões, as divisões políticas, a quantidade de municípios nesse Estado, os rios, e as distâncias entre as divisas estaduais. Quarto Momento: Nesta fase da oficina será realizada pelas acadêmicas Jeniffer Amaral e Juliana Vieira o jogo torta na cara, onde serão realizadas perguntas para os alunos se responderem corretamente ganharão um prêmio e incorretamente levaram uma torta na cara. As perguntas elaboradas serão todas relacionadas com o tema de história de Goiás conforme também o grau de aprendizagem dos alunos. A quantidade das perguntas serão feitas mediante as que já foram elaboradas para a dinâmica do balão o total de dez questões que serão divididas em cinco perguntas para cada grupo. Se por acaso algum aluno não conseguir responder a pergunta, levará uma torta na cara, é claro de forma cuidadosa e depois a pergunta será respondida pelas acadêmicas de forma clara e diferenciada para que haja uma boa compreensão do conteúdo. Quinto Momento: 79 O quinto momento fica estabelecido o fechamento da oficina, com todos os alunos e os acadêmicos da Universidade, este fechamento caberá à indicação do grupo vencedor que levará um prêmio de forma simplista somente para simbolizar o desfecho das atividades realizadas. Dessa fora devemos sempre entender o nosso trabalho na escola como uma grande contribuição para o conhecimento como fica claro na citação abaixo. Finalmente devemos considerar que trabalho por projetos constitui uma possibilidade metodológica que potencializa o desenvolvimento de estudos e pesquisas, numa perspectiva inter e multidisciplinar capaz de redimensionar a gestão do processo de ensino e resignificar a concepção de aprendizagem em história (FONSECA, 2003, p.116). As dinâmicas formam na oficina o ponto principal posto que facilitam o aprendizado do aluno. Os conhecimentos então podem com toda certeza serem transmitidos de forma correta, compreensiva e de forma a se fixar na mentalidade dos alunos que poderão promover uma nova ideia da produção de conhecimento em história. Conclusão: A história de Goiás é um tema muito interessante e importante, principalmente para nós que somos originários dessa região. Porém o livro didático que é um dos mais importantes instrumentos utilizado pelo professor na sala de aula não traz muita coisa a respeito desse tema. Fica a cargo de o professor estar buscando, mais conhecimentos e formas de trabalhar esse conteúdo em suas aulas. Dessa forma Andrade nos diz que os jogos podem: A partir destas atividades e experiências os jovens constroem noções de temporalidades, comparações, noções de processos e transformações, operações de identificação e diferenciação que lhes permitem conhecer diferentes realidades históricas e refletir sobre sua própria realidade (ANDRADE, 2007, p. 5). Portanto a contribuição dos jogos e da dinâmica em sala de aula é imprescindível para se ministrar esses conteúdos que apresentam mais dificuldades de entendimento. Por isso essa foi a nossa escolha para descontrair o ambiente da sala de aula e deixa-lo pertencer a um cenário de diversas perspectivas assim como o ensino de história. Recursos Humanos: Alunos do 8º ano A 80 Professora de estágio: Roberta do Carmo Ribeiro Professora titular: Maria do Socorro Alves Candolini Estagiários: Dayana de Souza Santos, Késsia Aparecida Camelo, Juliana Vieira Marques, e Jeniffer Amaral. Didáticos: Imagens, vídeo; Balões coloridos Caixas de som Notebook, data show. Publico Alvo Alunos do 8° ano Matutino (36 alunos) do Ensino Fundamental 2ª fase do Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, situada na Praça Goiás, Bairro Goiás. Cronograma: Este projeto começou a ser organizado no dia 11 de agosto de 2014, na UEG, unidade universitária de Jussara, onde os alunos estagiários se reuniram para planejar os momentos a serem trabalhados na oficina que terá como tema ‘’História de Goiás’’, onde os mesmos terão que aplicar no Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos para alunos de 8°ano onde o tema foi escolhido pela professora regente de acordo com a necessidade dos alunos em sala. No dia 01/09/2014 nos encontramos na UEG Jussara, para podermos decidir entre os estagiários o que seria trabalhado no Colégio com a turma do 8°ano, e ficarem firmado as dinâmicas e as metodologias usadas em sala onde ficaram definidas as seguintes dinâmicas: Balão com perguntas, Torta na Cara, Quebras Cabeças dos mapas e também quem seria responsável pelos registros das atividades em forma de vídeos e de fotografias. Já no dia 15/09/2014 nos encontramos novamente para fazermos uma rápida apresentação sobre como iremos trabalhar em cada momento e o que iríamos levar para sala de aula, onde a professora estava disponível para tirar nossas dúvidas e nos ajudar a melhorar nosso conteúdo para que nossa oficina se torne algo interessante. A oficina será realizada no dia 22/09/2014 no Colégio Estadual Jandira Ponciano dos Passos, onde o grupo apresentará das 7:00 Hrs as 11:00 Hrs. 81 Considerações Finais De acordo com os textos lidos foi possível destacar que os jogos estimulam a socialização, e funciona como uma forma de exploração da realidade vivida, em que os mesmos exigem planejamento, explicitação prévia dos objetivos e reflexão posterior. Esse foi o motivo pelo qual optamos na temática jogos para serem trabalhados em nossa oficina. “O lúdico aplicado á prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais práticas, dinâmicas e prazerosas. (GARCEZ, p.22, s/n). ” Referências Bibliográficas: ANDRADE, Débora EI-jaick. O Lúdico e o Sério: Experiências com Jogos no Ensino de História. Londrina: 2007. FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História: Experiências, Reflexões e Aprendizados. Campinas SP: 2003. KARNAL, Leandro. Conversas com um jovem professor. São Paulo: Contexto, 2012. 82 7. PRODUTOS DAS OFICINAS E/OU PROJETOS 83 84 8. PLANO E/OU SEQUENCIA DE AULA DA REGÊNCIA UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PLANO DE AULA Escola: Escola Estadual Jandira Ponciano dos Passos Turma: 8° ano Disciplina: História Data: 27/10/2014 Professora: Juliana Vieira Marques Título – História do Brasil Imperial. Objetivo Geral – Perceber as mudanças políticas e econômicas decorrentes da transferência da corte portuguesa para o Brasil e do Governo de Dom Pedro I. Objetivos Específicos: Compreender a vinda da Corte portuguesa para o Brasil como um leque de interesses econômicos e de enraizamento de interesses mercantis no Centro-Sul. Identificar como a colônia passa por mudanças estruturais para conseguir abarcar os grandes gastos da corte. Avaliar a introdução de novos aspectos sociais, culturais e econômicos, decorrentes da transferência da corte portuguesa para o Brasil. Discutir a dinâmica das relações econômicas no processo de transformação da realidade histórica. Conteúdo: A Corte Portuguesa no Brasil. 85 Conceitos: Colônia, Império, Dependência, independência. Procedimentos Metodológicos: Aula expositiva e dialogada; Recurso: Quadro, Giz, Imagens, Slides, Mapa. Recurso Humano: Professor, alunos da turma do 8° ano matutino Mecanismos de avaliação: Avaliação será contínua levando em consideração a observação e participação do aluno durante a aula, bem como a realização da atividade proposta a partir do conteúdo exposto. Cronograma: 1 Hora e 40 minutos; Referências: BASILE, Marcelo Otavio N. de C. História Geral do Brasil: O Império Brasileiro: Panorama Político. 9° ed. Rio de Janeiro: 1990. BOULOS, Junior Alfredo. História Sociedade e cidadania. Edição Reformulada, 8° ano. 2° Ed. São Paulo: 2012. AZEVEDO, Gislane Campos. Projeto Teláris / História. 8° ano. 1° Ed. Ática: São Paulo, 2012. 86 9. MATERIAL DIDÁTICO ELABORADO PARA REGÊNCIA UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Tema: A Vinda da Corte Portuguesa para o Brasil. Professora: Juliana Vieira Marques Aluno (a): _____________________________ Atividades Avaliativas 1) A Vinda da familia Real para o Brasil não foi um fato isolado. Pelo contrário foi reflexo da situação política européia do começo do século XIX. Descreva essa situação. R______________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________ 2)No começo do século XIX a viagem de Lisboa ao Rio de Janeiro não era simples nem facil. As pessoas que vieram com Dom João ea familia Real tiveram que enfrentar muitas dificuldades. Assinale os principais problemas do percurso. R)______________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 87 ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _________________________ 3)Com base no texto, cite alguns problemas observados na cidade do Rio de Janeiro na época da chegada da corte portuguesa. R)______________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________ 4) A instalação da corte promoveu uma série de mudanças no Rio de Janeiro, desde transformações urbanisticas até a instalação de novos orgãos e instituições. Cite seis mudanças provocadas pela chegada de D. João e sua corte. ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ____________________ 5) Produza um texto descrevendo sobre a chegada da corte portuguesa no Brasil e sua importancia para a formação da nação. ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 88 ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 89 10. FICHA DE HORAS DA REGÊNCIA 90 11. FICHA DE AVALIAÇÃO DA AULA PROVA DA REGÊNCIA 91 12. FICHA DE HORAS DAS ORINTAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS