Política 14 DIÁRIO DE NOTÍCIAS Quinta-feira, 21 de Outubro de 2010 PSD 3,9 milhões de euros PSD-M vai receber menos do que o JM JORGE FREITAS SOUSA [email protected] Em ano de eleições regionais, a Assembleia Legislativa da Madeira prevê transferir para o PSD-M um total de 3.870.900 euros de um total de mais de 5,5 milhões a serem entregues aos sete partidos com representação parlamentar. Uma verba elevada, superior em 5% à do ano anterior e que já traduz um aumento do salário mínimo regional para 510 euros. O PSD-M, que tem 33 deputados no hemiciclo, vai receber 3,9 milhões de euros, um valor que, mesmo assim, é inferior, por exemplo, às transferências anuais feitas pelo Governo Regional para a Empresa Jornal da Madeira, a título de suprimentos. No ordenamento das despesas da Região, o ‘JM’, a manter a média dos últimos anos, ficará à frente do partido que sustenta o Governo Regional. Salário mínimo sobe? No entanto, as contas das transferências para os grupos parlamentares e subvenções para as actividades dos deputados, o famoso ‘jackpot’ do parlamento regional, apresentadas pelo conselho de administração da Assembleia Legislativa na proposta de Orçamento da ALM para 2011, têm por base um valor que poderá não ser real. Os acordos estabelecidos entre o Governo da República e as centrais ‘JACKPOT’ JÁ TEM POR BASE UM SALÁRIO MÍNIMO REGIONAL DE 510 EUROS NO PRÓXIMO ANO sindicais previam que, no próximo ano, o salário mínimo nacional atingisse os 500 euros, mas a situação de crise que o País atravessa poderá obrigar a repensar o calendário da evolução da retribuição mínima. Se o salário mínimo subir para 500 euros, é admissível que, na Região, onde desde a década de 1980 é aprovado um acréscimo de 2%, atinja os 510 euros. A lei orgânica da ALM prevê que cada partido receba o equivalente a 15 salários mínimos regionais, por cada deputado eleito. Esta parcela é paga 14 vezes ao ano. Além desta verba, um outro artigo da lei orgânica estabelece o pagamento, anual, de 20 salários mínimos, por cada deputado, como subvenção para actividades parlamentares. O que permite concluir que cada deputado valerá, para o seu partido, no próximo ano, 117.300 euros. Precisamente o que recebem BE, MPT e PND que têm um único parlamentar. Ao todo, a Assembleia Legislativa da Madeira vai transferir, para os sete partidos, 5,5 milhões de euros. CDS e BE cortavam dois milhões Antes da actual lei orgânica, que estabelece que todos os deputados representam o mesmo valor nas trans- PS 821 PCP ferências para os grupos parlamentares, a distribuição era inversamente proporcional ao número de mandatos de cada partido. Os grupos mais pequenos tinham deputados ‘mais valiosos’. É precisamente essa discriminação positiva, associada a uma redução significativa das verbas a gastar, que CDS-PP e BE defendem e traduziram em dois diplomas que aguardam discussão no plenário da Assembleia Legislativa. O CDS-PP começa por substituir o salário mínimo pelo indexante de apoios sociais (IAS) na base de cálculo das transferências. O IAS está, desde 2008, nos 419,22 euros e deverá manter-se no próximo ano. Aos deputados únicos e grupos parlamentares com dois deputados, são atribuídos 15 IAS, por cada deputado e 14 vezes ao ano. Para grupos entre três e dez deputados, o factor de multiplicação é 11 e para grupos entre 11 e 20 desce para nove. Acima de 20 deputados, o factor de multiplicação é oito. Feitas as contas, pela proposta do CDS, em 2011 a distribuição de verbas seria a seguinte: PSD (1,83 milhões), PS (510 mil euros), PCP (192 mil), CDS (192 mil) e MPT, BE e PND, 96 mil euros cada. No total, seriam gastos três milhões de euros, menos 2,5 milhões do que na lei actual. A proposta do BE também reduz o factor de multiplicação em função ao aumento do número de deputados do grupo, mas mantém como base o salário mínimo. A distribuição ficaria da seguinte forma: PSD (2,22 milhões), PS (571 mil), PCP (191 mil), CDS (191 mil) e BE, MPT e PND com 110 mil euros cada. Neste caso, eram gastos 3,5 milhões de euros. CDS mil euros BE MPT PND 234 234 mil euros mil euros 117 mil euros As transferências para os grupos parlamentares, que são um financiamento aos partidos, continuam a ser motivo de contestação do Tribunal de Contas que considera que essas verbas se destinam, apenas, a actividades dos deputados. 117 mil euros 117 mil euros