Segunda-feira
12 de janeiro de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Economia
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AVIAÇÃO
Gol prevê aumento da ocupação
Empresa já ampliou em 11% o número de passageiros no primeiro semestre de 2014
Jefferson Klein
Um dos objetivos da companhia Gol,
para não onerar tarifas, sem deixar de
elevar a lucratividade, é aumentar a
ocupação das aeronaves. A taxa de ocupação da Gol avançou de 67,7%, no segundo trimestre de 2013, para 75,2% no
mesmo período de 2014. A empresa evoluiu de 15.340 passageiros registrados no
primeiro semestre de 2013 para 17.096 de
janeiro a junho de 2014, um incremento
de 11%. Já o segmento da aviação civil
como um todo passou de 42.831 para
46.185 usuários no mesmo período. Em
2013, o preço médio da passagem da Gol
foi de R$ 239,00 no mercado doméstico,
contra os R$ 327,00 verificados no setor.
O presidente da Gol, Paulo Kakinoff,
acrescenta que as compras antecipadas
de passagens diminuem o custo para o
consumidor e permitem ao grupo um
melhor planejamento quanto à ocupação. A companhia abre a venda das passagens 330 dias antes da data do voo. “O
avião só produz receita quando está voando, quando está no chão é custo”, enfatiza o executivo. No Brasil, o dirigente
comenta que o público de passageiros é
formado por 40% de clientes que viajam
a lazer e por 60% que tem como motivação os negócios. O primeiro leva em
conta, na hora de adquirir as passagens,
principalmente, o fator preço. Já o segundo considera a pontualidade.
Kakinoff recorda que, em 2003, com
MARCELO G. RIBEIRO/JC
[email protected]
Presidente da companhia destaca que a evolução de receitas depende de aviões em voo
relação a viagens superiores a 75 quilômetros de distância, das cerca de 98
milhões de pessoas que viajaram naquele ano no País por ônibus e avião, 72%
escolheram a primeira opção e 28% a
segundo. Porém, em 2013, houve uma inversão, dos 140 milhões de passageiros,
59% optaram pelo modal aéreo e 41%
pelo rodoviário. Entre os anos de 2001 e
2014, a Gol emitiu aproximadamente 300
milhões de passagens aéreas.
Uma das novidades da empresa para
2015 será a expansão do Bagagem Expressa. A iniciativa permite que o passageiro faça a pesagem e a etiquetagem da
sua própria bagagem. Depois de realizar
a ação por um totem de autoatendimento
no aeroporto, que possui uma balança
acoplada, basta encaminhar a mala pelo
balcão de entrega do Bagagem Expressa.
O serviço, que já está disponível no aeroporto de Congonhas, São Paulo, deve
chegar ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, em 2015.
Aeroportos do País
melhoraram após
a Copa do Mundo
O desenvolvimento dos aeródromos
no País tem evoluído nos últimos anos e
,em particular, em 2014, conforme atesta
o diretor de operações da Gol, Carlos Junqueira. “Temos visto uma melhora nos
grandes aeroportos, é claro que muitos deles ainda passam por obras, por um aparelhamento, mas já notamos que, depois
da Copa, obtivemos um aprimoramento”,
aponta o comandante.
No caso de Porto Alegre, Junqueira
considera que os instrumentos de aproximação do aeroporto Salgado Filho, para
uma nação tropical como o Brasil, têm
uma condição muito boa (trata-se de um
ILS categoria 2 - aparelho antineblina).
“Acho que a quantidade de vezes que tem
fechamento por neblina é coerente com a
condição meteorológica da região”, diz.
O diretor de operações da Gol comenta também que a preparação para
o treinamento dos pilotos, no âmbito de
aeroclubes, também melhorou. “Tivemos
uma explosão quanto à necessidade de
profissionais há alguns anos e, com isso,
as escolas se aperfeiçoaram”, aponta. O
especialista diz que o nível de exigência de algumas instituições de ensino do
Brasil pode ser comparado ao das norte-americanas. O comandante enfatiza que
a demanda da área é diretamente proporcional à atividade econômica. Ou seja,
com um incremento da economia, haverá
necessidade de mais pilotos. Ele afirma
que, no Brasil, ainda há muitas pessoas
buscando a atividade, diferentemente, dos
Estados Unidos e dos países europeus.
Futuro do Salgado Filho ainda depende de decisão de Dilma Rousseff
A decisão final sobre a conclusão das reformas previstas
no aeroporto Salgado Filho ou
a construção de um novo terminal entre os municípios de Nova
Santa Rita e Portão, o 20 de Setembro, deve ser tomada pela
presidente Dilma Rousseff até o
final do semestre. Antes, no entanto, a União depende de uma
posição do governo do Rio Grande do Sul para que haja negociações. Na tarde de sexta-feira,
em encontro com o governador
José Ivo Sartori (PMDB), no Palácio Piratini, o recém empossado
ministro-chefe da Secretaria de
Aviação Civil (SAC), Eliseu Padilha (PMDB), defendeu a construção do novo aeroporto, por meio
de concessões privadas.
Durante o encontro, o ministro apresentou duas propostas,
uma para atuação conjunta entre
os governos federal e estadual e
que permita concluir todas as
obras previstas para o Salgado
Filho, até que o aeroporto
esgote sua capacidade, ou
iniciar a construção do aeroporto 20 de Setembro e
interromper o projeto atual de ampliação da pista
e criação do terminal de
cargas. “Se depender do
ministério, vamos fazer o
20 de Setembro. Mas precisamos da concordância
da presidente e temos que
ouvir a sociedade gaúcha”, afirmou Padilha.
Na reunião, o ministro também apresentou
um novo modelo de concessão, em que a administração do aeroporto Em reunião com Sartori (d), Padilha defendeu um novo aeroporto para o Estado
da Capital ficaria nas
mãos da iniciativa privada. Neste caso, a empresa con- Ainda caberia aos concessioná- mente a ampliação do terminal
cessionária seria a responsável, rios definir o custo da constru- de passageiros e do sistema de
também pela construção do 20 ção do novo terminal. O gover- pátios e pistas de táxi do Salgade Setembro e controlaria os nador José Ivo Sartori defendeu do Filho seria concluída. O esdois espaços. “Se eu não preci- as parcerias público-privadas tudo da SAC prevê que o 20 de
so gastar, por que vou gastar? O para o transporte aéreo.
Setembro tenha quatro pistas
mercado quer o aeroporto, então
No entanto, se o futuro dos de quatro quilômetros e capavamos entregá-lo à iniciativa aeroportos no Estado for a cons- cidade para receber aviões de
privada”, manifestou o ministro. trução do 20 de Setembro, so- cargas. A construção demoraria
até dois anos para começar
e, mesmo depois de pronta,
o Salgado Filho deve prosseguir em operação.
Por outro lado, se a opção escolhida for concluir todas as obras previstas para o
Salgado Filho, mesmo assim
a capacidade do aeroporto
seria esgotada em menos
de dez anos. Além disso, a
conclusão de todas as obras
custaria R$ 1,1 bilhão para o
governo, segundo Padilha.
“A decisão será rápida, porque a presidente tem pressa.
Tenho convicção que o Estado é um dos que mais necessita dessa aviação regional”,
projetou o ministro.
Sobre os aeroportos regionais, Padilha afirmou que o
poder público pretende investir
em 15 obras de modernização,
com recursos do Fundo Nacional
de Aviação Civil (Fnac). O ministro citou as melhorias previstas
para o município de Alegrete,
como a ampliação do terminal
de passageiros e da pista.
JONATHAN HECKLER/JC
Júlia Lewgoy
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Economia - Comitê Aeroporto Internacional 20 Setembro