- 2006 - GRUPO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO EQUIPE TÉCNICA COORDENAÇÃO Cláudio Antônio Andrade Lima, Geral Francisco José Cardoso, Técnico EXECUTORES Cadmila Arislene Pereira, Arquiteta e Urbanista Demes Nunes da Mota, Engº Agrônomo José Roberto da Cunha Nobre, Engenheiro Arquiteto Maria Fabiana Lansac, Arquiteta Urbanista Mayra Mucha, Engenheira Ambiental Rosani Azevedo Fonseca, Arquiteta e Urbanista Samantha Ramos Pereira, Arquiteta e Urbanista Estagiários Erison Nunes Siqueira, Informática Fernanda Andrade Pereira, Enfermagem Frederico Nestor Carvalho Rosa, Direito Larissa de Souza Pereira, Ciências Biológicas CONSULTORES Maria Cristina Weyland Vieira, Geógrafa Soraya Helena Coelho Leite, Direito Éricles Pimenta Freire, Geologia COLABORADORES Marcelo Pólo, Ciências Biológicas NÚCLEO GESTOR EXECUTIVO José Marcos Fernandes, Titular LEGISLATIVO José Aparecido de Souza, Titular Entidade de Classe: José Pimenta Santos (Comunidade religiosa) , Titular Geraldo José Rodrigues ( EMATER) , Suplente Antônio Lago Leal Filho ACIPA (Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Fama), Titular Miguel Ângelo B. de Oliveira, Fundação Terra sem Males, Suplente COMUNIDADE: Antônio de Pádua Alves, Titular Maria José Moreira Suplente, Suplente Maria José da Silva, Titular Fabiano Francisco Dias, Suplente Pedro Lúcio da Silveira, Titular Daniela da Silva Suplente, Suplente Maria Aparecida de Souza, Titular Antônio Abel Ferreira, Suplente Antônio Marcos de Carvalho, Titular Ana Maria Alves, Suplente SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 1 2 ASPECTOS GERAIS-FAMA .............................................................................................. 2 2.1 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO E SUAS LIGAÇÕES COM A REGIÃO ......................................... 2 2.2 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO .............................................................................................. 4 3 REPRESA DE FURNAS ................................................................................................... 11 4 CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA ............................................................................ 18 5 6 7 8 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS ........................................................................................... 18 4.2 CRESCIMENTO POPULACIONAL ..................................................................................... 19 4.3 INDICADORES DE RENDA E EMPREGO ........................................................................... 20 4.4 ÍNDICE GINI................................................................................................................. 22 CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA DO MUNICÍPIO ...................................................... 27 5.1 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) – REPRESENTATIVIDADE POR SETORES ...................... 27 5.2 SETOR PRIMÁRIO ......................................................................................................... 30 5.3 SETOR SECUNDÁRIO .................................................................................................... 34 5.4 SETOR TERCIÁRIO ........................................................................................................ 34 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO- AMBIENTAL .................................................................... 36 6.1 ASPECTOS GEOLÓGICOS DO MUNICÍPIO ......................................................................... 36 6.2 GEOMORFOLOGIA ........................................................................................................ 36 6.3 PEDOLOGIA ................................................................................................................. 38 6.4 CLIMA ......................................................................................................................... 39 COBERTURA VEGETAL DO MUNICÍPIO ....................................................................... 39 7.1 FLORA E FAUNA ........................................................................................................... 40 7.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO....................................................................................... 40 7.3 COBERTURA VEGETAL DO MUNICÍPIO............................................................................ 41 7.4 TIPOS DE VEGETAÇÃO DE FAMA ................................................................................... 41 7.5 FLORA E FAUNA ........................................................................................................... 43 7.6 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO....................................................................................... 44 7.7 HIDROGRAFIA E MACRODRENAGEM PLUVIAL ................................................................. 44 7.8 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE MACRODRENAGEM ........................................................ 46 SANEAMENTO AMBIENTAL........................................................................................... 48 Leitura Técnica de Fama I 8.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E OPERACIONAL DOS SIST. DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ....... 48 8.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ........................................................................................... 52 8.3 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................... 56 8.4 SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL .................................................................................. 60 9 FATORES AMBIENTAIS RELEVANTES DO MUNICÍPIO .............................................. 62 10 ORGANIZAÇÃO URBANA DOS USOS E OCUPAÇÃO DO SOLO ........................... 64 11 EVOLUÇÃO HISTÓRICA URBANA E RURAL ........................................................... 68 12 ATIVIDADES IMPACTANTES DO SISTEMA URBANO E RURAL ............................ 78 12.1 ÁREA URBANA ............................................................................................................. 79 12.2 ÁREA RURAL ............................................................................................................... 80 13 13.1 SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS SOCIAIS .................................................................. 82 ESCOLAS RURAIS ........................................................................................................ 85 14 DINÂMICA IMOBILIÁRIA ............................................................................................. 88 15 SISTEMA VIÁRIO E DE TRANSPORTE COLETIVO .................................................. 90 16 ASPECTOS INSTITUCIONAIS..................................................................................... 92 16.1 17 ADMINISTRAÇÃO 2005/2008 ........................................................................................ 92 CONSIDERAÇÕES FINAIS: LEITURA DA REALIDADE E FORMULAÇÃO DA PROPOSTA DE LEI DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO .............................................. 93 17.1 ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL . ...... 95 17.2 ELABORAÇÃO DE PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E AMBIENTAL ......................... 102 17.3 RACIONALIZAÇÃO DO USO DA BORDA DA REPRESA E OUTRAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO . 104 18 ATA DA AUDIENCIA DE APRESENTAÇÃO DA LEITURA TECNICA .................... 116 19 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 121 20 ANEXOS ..................................................................................................................... 126 21 GLOSSÁRIO ............................................................................................................... 141 Leitura Técnica de Fama II INDICE DE MAPAS Mapa 1 : Localização de Fama. .............................................................................................................. 3 Mapa 2: Vias de acesso .......................................................................................................................... 4 Mapa 3 - Bacia Hidrográfica do Rio Grande. ........................................................................................ 46 Mapa 4 - Rede de Distribuição de Água ............................................................................................... 49 Mapa 5 - Esgotamento sanitário ........................................................................................................... 55 Mapa 6: Resíduos Sólidos, Localização do Aterro. .............................................................................. 58 Mapa 7 - Áreas de Vulnerabilidade ....................................................................................................... 63 Mapa 8 - Verticalização......................................................................................................................... 65 Mapa 9 - Padrões Habitacionais ........................................................................................................... 66 Mapa 10: Uso do Solo........................................................................................................................... 67 Mapa 11: Vazios Urbanos ..................................................................................................................... 68 Mapa 12: Núcleo Original do Município, Séc. XIX ................................................................................ 70 Mapa 13: Consolidação......................................................................................................................... 71 Mapa 14: Meados do Século XX........................................................................................................... 73 Mapa 15 - década de 70 ....................................................................................................................... 74 Mapa 16 - Meados década de 70.......................................................................................................... 75 Mapa 17 - Final década de 70............................................................................................................... 76 Mapa 18 – Final década de 70.............................................................................................................. 77 Mapa 19 – década de 90....................................................................................................................... 78 Mapa 20 - Área Rural ............................................................................................................................ 81 Mapa 21: Esporte e Lazer ..................................................................................................................... 83 Mapa 22: Escolas Públicas ................................................................................................................... 84 Mapa 23: Escolas Rurais ...................................................................................................................... 86 Mapa 24: Saúde .................................................................................................................................... 87 Mapa 25: Iluminação Pública ................................................................................................................ 88 Mapa 26: Valor Venal............................................................................................................................ 89 Mapa 27: Sistema Viário 2006 .............................................................................................................. 91 INDICE DE GRAFICOS Gráfico 1 - Divisão da população por faixas etárias – 2001 ................................................................. 18 Gráfico 2: População total no município em Fama ............................................................................... 20 Gráfico 3: Taxa de Urbanização de Fama ............................................................................................ 20 Gráfico 4: População Economicamente Ativa - Setor de Atividade, 1996............................................ 21 Gráfico 5: População Economicamente Ativa – Por Salário, IBGE, Censo 2000................................. 22 Gráfico 6: Índices................................................................................................................................... 26 Gráfico 7: Arrecadação Total de ICMS ................................................................................................. 28 Gráfico 8: PIB e PIB Per Capita – Fama............................................................................................... 28 Gráfico 9: VAF – (Valor Adicionado Fiscal)........................................................................................... 29 Gráfico 10- Cultivos agrícolas no município de Fama em área (hectare) ............................................ 30 Gráfico 11: Utilização da Terra em Fama em hectare .......................................................................... 30 Gráfico 12- Área Cultivada na Agricultura e Produtos .......................................................................... 31 Gráfico 13- Predominância de Produção Agrícola................................................................................ 31 Gráfico 14: Rendimento da Cultura por Área Cultivada........................................................................ 31 Gráfico 15- Rendimento do Café em 1998. .......................................................................................... 32 Gráfico 16: Percentual de Domicílios Segundo o Acesso à Água, 2000.............................................. 50 Gráfico 17: Esgotamento Sanitário ....................................................................................................... 54 Gráfico 18: Total e Percentual de Domicílios Segundo a Forma de Coleta de Lixo, 2000................... 57 Leitura Técnica de Fama III INDICE DE FOTOS Foto 1 - Vista Aérea Cidade Antiga......................................................................................................... 9 Foto 2 - Vista da Praça............................................................................................................................ 9 Foto 3 - Antiga Estação Ferroviária......................................................................................................... 9 Foto 4 - Centro Antigo ............................................................................................................................. 9 Foto 5 - Centro Antigo ........................................................................................................................... 10 Foto 6 - Centro Antigo ........................................................................................................................... 10 Foto 7 - Antiga Estação Ferroviária....................................................................................................... 10 Foto 8 - Antiga Estação Ferroviária....................................................................................................... 10 Foto 9 - Antiga da Igreja........................................................................................................................ 10 Foto 10 - Hidrelétrica Municipal............................................................................................................. 10 Foto 11 - Margens do Rio Sapucaí ....................................................................................................... 11 Foto 12 - Margens do Rio Sapucaí ....................................................................................................... 11 Foto 13 - Local da Antiga Linha Ferroviária ......................................................................................... 11 Foto 14 - Ruína da Linha Ferroviária .................................................................................................... 11 Foto 15 - Represa em Época de Seca ................................................................................................ 11 Foto 16 - Represa em Época de Cheia................................................................................................. 11 Foto 17: Hidrelétrica de Furnas............................................................................................................. 14 Foto 18: Represa de Furnas ................................................................................................................. 14 Foto 19: . Manancial de captação. ........................................................................................................ 51 Foto 20: Vertedor, chegada da água bruta. .......................................................................................... 51 Foto 21: . Manancial de captação. ........................................................................................................ 52 Foto 22: . Decantadores........................................................................................................................ 52 Foto 23: ETA pré-fabrica. ...................................................................................................................... 52 Foto 24: Reservatório............................................................................................................................ 52 Foto 25: Calha com grade..................................................................................................................... 56 Foto 26 : Local de destino do esgoto .................................................................................................... 56 Foto 27: Poço de coleta ........................................................................................................................ 56 Foto 28: placa........................................................................................................................................ 56 Foto 29: Local de destino. ..................................................................................................................... 59 Foto 30: Presença de animais............................................................................................................... 59 Foto 31: Caminhão utilizado para coleta............................................................................................... 59 Foto 32 : Despejo dos resíduos. ........................................................................................................... 59 Foto 33 : Presença de moradias na área do lixão. ............................................................................... 60 Foto 34- Dispositivo de drenagem. ....................................................................................................... 62 Foto 35- Dispositivo de drenagem em rua inclinada............................................................................. 62 Foto 36- Dispositivo de drenagem. ....................................................................................................... 62 Foto 37- Rua sem pavimentação. ......................................................................................................... 62 Foto 38- Dispositivo de drenagem danificado....................................................................................... 62 Foto 39- Dispositivo de captação de drenagem.................................................................................... 62 Leitura Técnica de Fama IV INDICE DE TABELAS Tabela 1: municípios do lago de Furnas e áreas inundadas ................................................................ 13 Tabela 2 - Divisão da população de Fama por faixas etárias em 2001................................................ 19 Tabela 3 - População Total no Município.............................................................................................. 19 Tabela 4 - População Economicamente Ativa - Setor de Atividade, 1996. .......................................... 21 Tabela 5 - População Economicamente Ativa – Por Salário, IBGE, Censo 2000. ............................... 22 Tabela 6 - Índice GINI ........................................................................................................................... 22 Tabela 7- Os indicadores coletados seguem com seus respectivos índices. ...................................... 23 Tabela 8- Alfabetização......................................................................................................................... 25 Tabela 9- Renda.................................................................................................................................... 25 Tabela 10- Habitação ............................................................................................................................ 25 Tabela 11- Ambiental ............................................................................................................................ 25 Tabela 12- Saúde.................................................................................................................................. 26 Tabela 13- Qualidade de Vida............................................................................................................... 26 Tabela 14 - Índices................................................................................................................................ 26 Tabela 15- Arrecadação de ICMS......................................................................................................... 28 Tabela 16 - PIB e PIB per capita - Fama .............................................................................................. 28 Tabela 17- VAF- (Valor Adicionado Fiscal)........................................................................................... 29 Tabela 18 - Cultivos agrícolas no município de Fama em área (hectare) ............................................ 30 Tabela 19- Utilização da Terra em Fama em hectare .......................................................................... 30 Tabela 20 - Área Cultivada na Agricultura e Produtos.......................................................................... 31 Tabela 21 - Rendimento do Café em 1998. .......................................................................................... 32 Tabela 22 - Números de Efetivos de Mamíferos................................................................................... 33 Tabela 23 - Número Efetivos de Aves .................................................................................................. 33 Tabela 24 - Produção de Ovos/Leite de vaca/Mel de Abelha............................................................... 33 Tabela 25 - Extrativismo – 2000............................................................................................................ 34 Tabela 26 - Número de Indústrias......................................................................................................... 34 Tabela 27 - Número de Comércios, Funcionários e Salários. .............................................................. 35 Tabela 28 - Infra-estrutura hoteleira...................................................................................................... 35 Tabela 29 - Composição topográfica da cidade de Fama. ................................................................... 37 Tabela 30 - Percentual de Domicílios Segundo o Acesso à Água, 2000 ............................................. 49 Tabela 31 - Descrição da Situação dos Sistemas de Abastecimento .................................................. 50 Tabela 32 - Esgotamento Sanitário....................................................................................................... 53 Tabela 33 - Destino do Lixo Gerado ..................................................................................................... 57 Tabela 34 - Total e Percentual de Domicílios 2º a Forma de Coleta de Lixo, 2000 ............................. 57 Tabela 35 - Festas Culturais ................................................................................................................. 83 Tabela 36 - Número de Alunos / Escolaridade e Tipo de Instituições .................................................. 85 Tabela 37 - Classificação Viária............................................................................................................ 92 Leitura Técnica de Fama V 1 APRESENTAÇÃO ALAGO – Associação dos Municípios do Lago de Furnas - firmou A convênio com Furnas Centrais Elétricas S.A., tendo como interveniente o Ministério das Cidades, com o objetivo de viabilizar a elaboração ou a revisão dos planos diretores dos municípios associados. Em decorrência do convênio, a ALAGO realizou licitação para a contratação dos serviços de fundações universitárias para a feitura dos planos diretores. Desta forma, a Fundação de Apoio a Cultura, Ensino, Pesquisa e Extensão de Alfenas – FACEPE – foi contratada em junho de 2006 para integrar as equipes de Acompanhamento, Coordenação e Elaboração / Revisão dos Planos Diretores Participativos dos Municípios da Região do Lago de Furnas, conforme Termo de Cooperação Técnica firmado entre Furnas / Ministério dos Cidades / ALAGO / SEDRU (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e Urbano) / Fórum Lago, com intuito de apoiar as Prefeituras Municipais no planejamento físico-territorial, de forma democrática e participativa. A metodologia usada para garantir a harmonização e a compatibilidade dos trabalhos foi agrupar os municípios em nove micro-regiões, denominadas Grupos, ficando sob responsabilidade da FACEPE vinculada à Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL, conveniada pelo Comitê Técnico do Ministério das Cidades, o Grupo VI, composto pelos municípios de Alfenas, Areado, Divisa Nova, Campo do Meio, Fama e Serrania. Em cumprimento do Estatuto da Cidade, Lei Federal Nº 10.257, de 2001, estas informações foram elaboradas conforme Termo de Referência disposto pelas resoluções complementares: Resolução Nº 25, 18 de março de 2005 – DOU seção 1, edição Nº 60, pág.102, de 30/03/05 e Resolução Nº 34, 01 de julho de 2005 - DOU seção 1, edição Nº 60, pág.89, de 14/07/2005. Este volume compreende a Leitura Técnica da realidade do Município de Fama, complementando à Leitura Comunitária (reuniões participativas da comunidade)para ser considerado na formulação da proposta de projeto de Lei do Plano Diretor Participativo a ser submetido ao Poder Executivo e Poder Legislativo. Proposta de Lei que buscará atentar às particularidades de Fama e corresponder à vontade popular. Leitura Técnica de Fama 1 2 2.1 ASPECTOS GERAIS-FAMA LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO E SUAS LIGAÇÕES COM A REGIÃO O município de Fama situa-se no sul do Estado de Minas Gerais e pertence, conforme classificação adotada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), à mesorregião do Sudoeste Mineiro e microrregião de Furnas. Localiza-se a uma altitude média de 776 metros acima do nível do mar, ocupando uma área de 87,9 km² de extensão, com uma densidade demográfica de 26,7 hab/km². A sede de Fama situa-se segundo as coordenadas geográficas, a 21º24’23”latitude sul e 45º49’42” longitude oeste. (Plano Plurianual-PPA, 2002). A cidade tem como municípios limítrofes: ao Norte Campos Gerais, ao Sul Machado, a Leste Paraguaçu e Oeste Alfenas. (vide Mapa 01). O município é constituído pela sede e pelos distritos de Rochas, Armazém, Coqueiros, Pontinha e Tobias. Fama apresenta uma localização privilegiada, não só por estar inserida em uma rede urbana formada por prósperas cidades de porte médio, mas também devido à sua localização estratégica em relação aos grandes centros de produção e consumo: Belo Horizonte (360 Km) , São Paulo (340 Km) e Rio de Janeiro (450 km) (vide Mapa 02). E ainda a represa de Furnas, que banha a zona urbana, oferecendo belas paisagens, e oportunidades de turismo local. Leitura Técnica de Fama 2 Mapa 1 : Localização de Fama. Fonte: Alago, 2006 Leitura Técnica de Fama 3 Mapa 2: Vias de acesso Fonte: Guia 4 Rodas, 2006:1 2.2 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO O texto a seguir foi cedido pela Prefeitura Municipal de Fama: O povoamento do território atualmente pertencente a paróquia e ao Município de Fama remonta desde o século XIX, quando da vinda de numerosas famílias do interior das Minas Gerais e também imigrantes europeus para estas partes do Sul, em busca das novas minas de ouro de Cabo Verde e Santa Ana do Sapucaí, entre outras, que rapidamente se esgotaram. A busca pelo ouro sucedeu-se a corrida pelas pastagens, para a criação de gado. Assim a população foi se estabelecendo com suas fazendas de criar e com as práticas agrícolas de subsistência. Com a cultura cafeeira na região, a população do local onde hoje se situa a cidade de Fama já se constituía em vila, a ”Vila da Fome”, nome primitivo desta localidade. Em torno do “porto”, no rio Sapucaí, onde se passava em balsas, foram se estabelecendo diversos habitantes, motivados pela movimentação de viajantes, que caçoava do nome do local, quando o Capitão Thomas Alves de Figueiredo respondeu, indignado: “Não senhor, esta aqui é a Vila da Fama”. 1 Guia 4 Rodas, site oficial: < http: // guia4rodas.abril.com.br > acessado em novembro de 2006. Leitura Técnica de Fama 4 O povo queria mudar o nome do lugar para Thomazina (em homenagem a sua pessoa), mas o capitão Thomas Alves de Figueiredo não aceitou, permanecendo ”Vila da Fama´”. Em 1° de maio de 1896, era inaugurada a estação da Fama, da Estrada de Ferro Muzambinho, posteriormente vendida à Rede Mineira de Viação. Além do sucesso desta estação ferroviária veio contribuir também para o progresso da localidade o serviço de navegação no rio Sapucaí, ligando Fama a Carmo do Rio Claro. Fama tornava-se, destaque, a passagem obrigatória de muitas pessoas e mercadorias. Seu desenvolvimento, é claro, ascendeu-se rapidamente. Em 1897 já estava funcionando um ´´oratório´´ no local,onde o vigário de Alfenas administrava periodicamente os sacramentos da religião aos seus paroquianos da Estação de Fama. Com a chegada de novos habitantes o oratório tornou-se pequeno e, então, fez-se necessária a edificação de uma capela. Para tal, o então vigário de Alfenas, Cônego José Carlos Matins, solicitou a Diocese de São Paulo- a qual estava circunscrita a sua paróquia. A provisão necessária, foi expedida na data de 07 de janeiro de 1898, pelo Cônego Tesoureiro-mor, Ezequias Galvão da Fontoura, então vigário capitular do Bispado em sede vacante. Na mesma data foi nomeada pelo mesmo vigário capitular a primeira comissão das obras da primeira capela a ser erguida em Fama, que ficou assim constituída: Presidente = O pároco de Alfenas, Cônego José Carlos Martins; Procurador = Capitão Thomas Alves de Figueiredo; Tesoureiro = Amâncio da Silva Lemos; Zelador = José Inácio da Silva; Secretário = Olinto Pereira de Magalhães. A inauguração dessa Capela verificou-se, muito provavelmente, no dia 25 de junho de 1899, dia em que, segundo consta dos livros paroquiais de Alfenas, foram realizados os primeiros batizados na Capela da Fama. Segundo, ainda, pesquisas que realizamos em Alfenas, nos referidos livros, a inauguração dessa capela revestiu-se de grande solenidade, tendo comparecido à missa inaugural os seguintes padres: Cônego José Carlos Martins, pároco de Alfenas, Cônego Francisco de Paula Victor, pároco venerado de Três Pontas, e o Padre João de Almeida Leitura Técnica de Fama 5 Ferrão, então pároco de Carmo da Escaramuça (Paraguaçu), depois primeiro Bispo da Campanha. A escolha do Sagrado Coração de Jesus, para padroeiro da Capela, deveu-se ao desejo de Dona Maria Cândida de Figueiredo, esposa do Capitão Thomas Alves de Figueiredo, um dos fundadores de Fama, que era zeladora do Apostolado da Oração. Fama se beneficiou também, a partir de 1915, da assistência espiritual dos Padres Missionários do Sagrado Coração de Jesus que, naquela data, passaram a dirigir a Paróquia de Alfenas, da qual Fama era filial. Sob seus cuidados, em 1916, deu-se a segunda reforma e aumento na Capela de Fama. No ano seguinte,1917, a 1° de fevereiro, a família do saudoso Capitão Thomas Alves de Figueiredo doou à Capela, meio alqueire de terra para patrimônio da mesma igreja, por escritura particular registrada em Alfenas. Em 1933 a Capela do Sagrado Coração passou por uma grande reconstrução. Por decreto de 08 de dezembro de 1948, o então bispo de Guaxupé. Dom Hugo Bressane de Araújo, criava a Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Graças (este segundo título foi influência dos Padres holandeses do Sagrado Coração). O primeiro pároco dessa paróquia, Padre José Nasser, tomou posse a 30 de outubro do ano seguinte. A Capela de São José, de Fama, foi edificada no ano de 1920, por algumas famílias devotas do Santo patriarca. Pela lei estadual número 556, de 30 de agosto de 1911 Fama foi elevada, á categoria de Distrito do Município de Alfenas. Pela lei estadual número 843,de 07 de setembro de 1923, o Distrito de Fama foi transferido para o município de Paraguaçu. Por outro lado, pela lei estadual número 336 de 27 de dezembro de 1948, Fama era elevada à categoria de Município, independente do de Paraguaçu. Trabalharam para esse feito os Senhores: − Pedro Pinto Filho − José Saksida Filho − Manoel Cambraia Leitura Técnica de Fama 6 − Manoel Pinto Sobrinho − Waldemar Paulo da Silva − Célio Fonseca − Deputado Synval Siqueira − Homero Paiva Tavares A instalação do Município deu-se a 1º de Janeiro de 1949. No dia 19 de março do mesmo ano foi também instalada a Primeira Câmara Municipal e tendo como o primeiro presidente o Senhor Manoel Cambraia. Foram empossados no Grupo Escolar Olinto Magalhães no dia 10 de Abril de 1949 como primeiro prefeito municipal o: Sr. Alfredo de Paiva Tavares e como vice-prefeito o Sr. Ivo Thomaz de Oliveira no período de 1949 a 1952. Posteriormente, ocuparam o cargo de prefeito municipal os Senhores: − Plínio Leite da Silva de 1953 a 1954 − Pedro Pinto Filho de 1955 a 1958 − Izidro Pinto Fernandes Junior de 1959 a 1962 − João Teixeira de Castro Miranda de 1963 a 1966 − Pedro Pinto Filho de 1967 a 1970 − José França de Moraes de 1971 a 1972 − João Fagundes de 1973 a 1976 − José Pinto Fernandes de 12/1967 à 01/1968, e, 12/1976 à 01/1977 − José França de Moraes de 1977 a 1982 − Omir de Augusto de Nazeth 1983 − Antônio Quintino da Silva de 1984 a 1988 − José Rogério Pinto de 1989 a 1992 − Dr. Ângelo Henrique Saksida de 1993 a 1996 − José Rogério Pinto de 1997 a 2000 Leitura Técnica de Fama 7 − Dr. Ângelo Henrique Saksida de 2001 a 2004 A cidade caminhava em franco progresso: Água encanada por volta de 1928. Fornecimento de energia, primeira a vapor e depois helétrica por volta de 1924. Constavam de fábricas de macarrão, farinha, móveis, laticínios, ladrilhos, serrania, máquinas de beneficiar o arroz, lojas de tecidos, grandes depósitos de alho, cinema (mudo e falado), banda e centro telefônico. Em sua época áurea, foi o maior produtor de alho do Brasil, o que movimentava a economia local. Em 1962, foi construída a gigantesca Usina Hidrelétrica de Furnas, cujo lago, imenso, deixou submersa grande parte da antiga cidade de Fama. Um grande êxodo sobreveio a então progressista cidade. Houve muito sofrimento da população que, inconformada, assistia imóvel a inundação de suas residências, de seus sítios, fazendas e demais bens. Todavia, o caráter decidido e o espírito de fé dos famenses fizeram com que as dificuldades fossem pouco a pouco sendo superadas. Assim a cidade se refez do duro golpe que lhe causaram as águas de Furnas. As águas que, no início trouxeram dor e sofrimento, passaram a ser fator de desenvolvimento para a cidade, pois dotaram Fama de um potencial turístico que cada vez mais vai sendo explorado. As comunidades rurais ficam distante da zona urbana: Armazém, a 21 quilômetros; Coqueiros, a 25 quilômetros; Pontinha, a 19 quilômetros; Rochas, a 18 quilômetros; Tobias, a 14 quilômetros. Segundo a estimativa a população do município de Fama, no ano de 2004, é de 4.500 habitantes. Festas que promovem o nome de Fama tornando-a conhecida no âmbito nacional e internacional: − Carnaval − Semana Santa (ao vivo) − Festa de São Pedro (Procissão Fluvial) Leitura Técnica de Fama 8 − Festa de Nossa Senhora Aparecida (Procissão Fluvial) − Réveillon O poder executivo de Fama é chefiado, presentemente, pelo Dr. Ângelo Henrique Saksida. Fama, Sul de Minas Gerais. Pequena de tamanho, mas grande de coração. Cidade fácil de ser amada, acolhedora, bonita e muito bem cuidada, é um convite à tranqüilidade, ao descanso e à contemplação das belezas naturais, dons de Deus ao homem. Algumas fotos da historia de Fama pode ser contempladas a seguir, nas fotos 1 a 16. Foto 1 - Vista Aérea Cidade Antiga Foto 2 - Vista da Praça Foto 3 - Antiga Estação Ferroviária Foto 4 - Centro Antigo Leitura Técnica de Fama 9 Foto 5 - Centro Antigo Foto 6 - Centro Antigo Foto 7 - Antiga Estação Ferroviária Foto 8 - Antiga Estação Ferroviária Foto 9 - Antiga da Igreja Foto 10 - Hidrelétrica Municipal Leitura Técnica de Fama 10 3 Foto 11 - Margens do Rio Sapucaí Foto 12 - Margens do Rio Sapucaí Foto 13 - Local da Antiga Linha Ferroviária Aterro em Construção Foto 14 - Ruína da Linha Ferroviária Foto 15 - Represa em Época de Seca Vista do Local da Antiga Estação Ferroviária Foto 16 - Represa em Época de Cheia REPRESA DE FURNAS Historicamente a região que abrange o Lago de Furnas guarda a memória das tribos indígenas que ali habitaram, das trilhas bandeirantes em busca de ouro, das fazendas seculares e dos quilombos rebeldes. Muito dessa história submergiu em fevereiro de 1963, quando foi iniciado o enchimento do reservatório, inundando casas, plantações e até mesmo cidades, transformando definitivamente a região. (CERNE, 2006) Leitura Técnica de Fama 11 Furnas foi a primeira usina hidrelétrica construída pela empresa Furnas Centrais Elétricas S.A, através do Decreto nº 41.066 de 28 de fevereiro de 1957, sendo que a primeira unidade entrou em operação comercial em setembro de 1963. As duas últimas máquinas entraram em operação em 1974, completando a capacidade de 1.216 MW para um total de oito unidades. (CERNE, 2006) A UHE ( Usina Hidrelétrica) Furnas ( foi implantada com o desafio de auxiliar o país a superar a crise de suprimento de energia elétrica, que no final da década de 50, ameaçava os três principais centros sócio-econômicos brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. (CERNE, 2006) Este empreendimento hidrelétrico, um dos maiores da América Latina, é o principal reservatório de regularização da Bacia Hidrográfica do Paraná. Na sua cota máxima normal (768 m), o reservatório possui volume útil de 17.217 hm³, área alagada de 1.442 km², e perímetro de aproximadamente 3.500 km, correspondente à metade da costa brasileira. Tais dimensões tornam o reservatório de Furnas como o de maior impacto social do Brasil, influenciando diretamente 31 municípios do Estado de Minas Gerais. (CERNE, 2006) O reservatório da UHE Furnas encontra-se na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, a qual possui uma área total de 143.000 km² dos quais 86.500 km² se localiza em território mineiro, o que equivale a 17,8% da área do estado. Nesta bacia é gerada cerca de 67% de toda energia hidrelétrica produzida em Minas Gerais. (CERNE, 2006) Localizado na parte sul do estado de Minas Gerais, situando-se a 355 km de Belo Horizonte, 580 km do Rio de Janeiro e 492 km de São Paulo. O reservatório de Furnas é considerado hoje como o "Mar de Minas” por possuir a maior extensão de água no Estado de Minas Gerais e ser um dos maiores lagos artificiais do mundo. (CERNE, 2006) Sua relevância no tema de conflito pela água se dá devido aos seus impactos sintetizarem posições que contrapõem o interesse energético com os interesses de abrangência local e regional, tais como lazer e turismo, agricultura entre outros. A UHE Furnas está localizada na unidade de planejamento de recursos hídricos (UPGRH) denominada GD-3. As unidades de planejamento são unidades físico-territoriais, identificadas dentro das bacias hidrográficas do Estado e apresentam uma identidade regional caracterizada por aspectos físicos, sócio-culturais, econômicos e políticos. O GD-3 possui 52 municípios, dos quais 31 são lindeiros ao reservatório de Furnas. Leitura Técnica de Fama 12 Tabela 1: municípios do lago de Furnas e áreas inundadas A usina Hidrelétrica de Furnas (vide foto 21 e 22) está localizada no curso médio do Rio Grande, local denominado “Corredeiras das Furnas”, município de São José da Barra, Minas Gerais, na “garganta” do Rio Grande a jusante da confluência do Rio Grande e Rio Sapucaí, possuindo 127 metros de altura e 550 m de comprimento de crista. Leitura Técnica de Fama 13 Foto 17: Hidrelétrica de Furnas2. Foto 18: Represa de Furnas3 O Lago inundou terras de 31 municípios, inclusive de Fama, o que alterou substancialmente o perfil geo-econômico da região, além da própria mudança na configuração da paisagem regional. A superfície total destes municípios totaliza 15.155 Km², variando a afetação do lago em cada um dos municípios. Este oscila de 212,18 km² em Carmo do Rio Claro até os 0,02 Km² do município de Ilicínea e Serrania. Alguns municípios como Boa Esperança, Campo do Meio, Fama e Guapé têm a sede do município à beira do lago. Esta alteração trouxe conseqüências diversas em cada município da região, já que o processo de alagamento não foi homogêneo em todo o território. Foram alagados áreas do tecido urbano, povoados, áreas rurais e o sistema de comunicação primária. Na maior parte dos municípios, a atividade agrícola sofreu um impacto considerável com o alagamento das terras baixas, férteis e produtivas. A estrutura agrária já consolidada da região foi alterada com a eliminação da agricultura de várzea, sobretudo as lavouras de arroz, localizadas na área sul do lago, cultura que representava o segundo lugar em área cultivada (IBGE, 1996). Além deste impacto, tem-se que o sistema de transporte, antes articulado por ferrovias, passou a ser calcado em sistemas rodoviários, o que alterou tanto o acesso como a estrutura de escoamento da produção agrícola dos municípios. Contudo, a despeito dos impactos negativos no contexto sócio-econômico da região, percebe-se que o lago possui, hoje, um grande potencial turístico. Isso pode ser observado 2 3 Fonte: Furnas Centrais Elétricas , site oficial <www.furnas.com.br> acessado em novembro de 2006. Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, site oficial <www.alfenas.mg.gov.br> acessado em Julho de 2006. Leitura Técnica de Fama 14 devido a características como: o estabelecimento de um sistema aquático lêntico (águas paradas) propício a navegação e recreação; a tranqüilidade em grande parte da sua superfície e entorno das terras que contornam as margens do lago; a ausência de elementos distorçantes e impactantes; a grande qualidade paisagística de determinados lugares do perímetro do lago (canions, cachoeiras); a simbiose do lago com o cenário natural; a proximidade e a acessibilidade a partir dos principais focos emissores de turistas (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte). Atualmente, o cenário mundial para o turismo é favorável, e esta atividade é vista como capaz de atenuar conflitos sócio-econômicos e ambientais em áreas já impactadas, justamente por gerar recursos econômicos firmes. Esse potencial pode ser observado na afirmação a seguir: ´´o turismo ocupa hoje papel relevante na economia mundial, situandose entre os três maiores produtos geradores de riqueza - 6% do PIB global - só perdendo para indústria de armamentos e de petróleo´´(Rodrigues, 1997). E dentre as ações realizadas a nível regional podemos destacar o “Plano de Desenvolvimento do Lago de Furnas” de 1975 e o “Plano de Desenvolvimento Turístico Integrado para o Lago de Furnas” de 1996. Estes planos tem como objetivo básico a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentado da região do lago de Furnas, integrando os 31 municípios da região em um modelo único de gestão. No entanto, o que se denota na prática, é que o potencial turístico tem sido subutilizado de maneira que a maioria das infra-estruturas são feitas por pequenos investidores privados e de maneira incipiente. Além disso, a degradação ambiental do lago é um fato preocupante. Se não controlados, o uso de fertilizantes nas terras cultivadas e o carregamento destes para dentro do lago podem produzir crescimento excessivo de algas e vegetação no lago (eutrofia), como já vem sendo observado em diversos pontos. A eutrofização, aliada à erosão marginal e ao assoreamento, devido à supressão das matas ciliares, podem vir a comprometer o funcionamento da hidrelétrica e o tempo de vida útil da represa. A represa de Furnas constitui o principal manancial de água para os municípios pertencentes a sua bacia. Ao mesmo tempo em que a poluição de suas águas compromete a saúde pública, também inviabiliza a utilização de seu potencial turístico a médio e a longo prazo. Leitura Técnica de Fama 15 Por isso, para recuperar a qualidade ambiental, grande atenção deve ser dada à proteção ambiental como também do saneamento e aos tipos de uso e ocupação da região de entorno ao lago. É nesse contexto que se inserem, as organizações não governamentais que têm o lago como seu tema central, como por exemplo a PRÓ-FURNAS e a ALAGO – Associação dos Municípios do Lago de Furnas. Dentre a pauta de discussão destas entidades a preservação ambiental e o planejamento territorial urbano tem sido os temas centrais de atuação e incentivo. Uma das conquistas destas organizações foi o recebimento dos royalties, que são destinados aos municípios que tiveram parte de suas terras submersas pelo lago, para compensar perdas econômicas. Porém, estes recursos financeiros estão sendo revertidos em folhas de pagamento ou obras urbanas. Alguns investidores, ao perceber a potencialidade turística para a obtenção de lucros, têm realizado empreendimentos com infra-estrutura de melhor qualidade, como clubes e loteamentos. No entanto, muitas vezes estas obras não possuem regulamentação e controle necessários o que acaba por gerar mais impactos ao ambiente. Como citado anteriormente, nas últimas décadas houve um grande esforço no sentido de elaborar planos de desenvolvimento para as regiões submersas pela represa de Furnas. Na análise desses planos regionais, podem se perceber duas formas de pensar o planejamento regional, que possuem posições conceituais das quais refletem o período inserido (Cardoso, 2003). O primeiro plano, de 1975, intitulado “Plano de Desenvolvimento do Lago de Furnas”, está inserido no contexto da ditadura militar, onde a política no território é caracterizada por intervenções tecnocráticas. Este período é marcado pelo desenvolvimentismo econômico apoiado na industrialização e pelo chamado “milagre econômico”. O referido plano tem uma visão principalmente econômica, de modo que os recursos obtidos por grandes financiamentos, tem o poder público como fiador. Anos após a inundação da região, a população continua agredida pela mesma política que sob a tônica do desenvolvimento econômico tenta implantar um plano em nível regional, procurando transformar as estruturas urbanas e a sua utilização. Leitura Técnica de Fama 16 No plano de 1996, chamado “Plano de Desenvolvimento Turístico Integrado para o Lago de Furnas”, verifica-se o fortalecimento e a hegemonia crescente das forças políticas ligadas ao neoliberarismo, redefinindo o papel econômico do Estado e trazendo nova legitimidade ao mercado, e por outro lado, um crescimento da importância da questão ambiental, que passa a ser o marco referencial também para os debates em torno da questão social (Cardoso, 2003). Neste plano não foi avaliado a questão do controle do mercado imobiliário. Em suas propostas apenas controla o crescimento, onde o mercado é livre, e regulado através de retrações ao uso e a ocupação do solo. A questão social da propriedade, que consta na constituinte de 1988, não é considerada (Cardoso, 2003). Apesar das visões de desenvolvimento, a ocupação equilibrada do território é proposta com uso de recursos e de participação na iniciativa privada, onde o principal aspecto na competição entre outras regiões é a garantia da qualidade ambiental, um forte atrativo para investidores que seriam canalizados a partir de uma estrutura de Marketing bem definida. Ambos os planos trabalham com a questão da renda proporcionada pelo monopólio da terra urbana pelo setor privado. É uma visão de produto, em que o valor da terra gera custos sociais conforme a localização. Este valor se baseia na especulação, uma forma de atração de investimentos que se baseia no potencial de valorização. O crescimento especulativo, não racional, com ciclos de altos e baixos, converte a terra em renda, o que é diferente da busca pelo lucro. Os planos reforçam estas questões. Este processo pode trazer altos custos, levando em conta que os municípios não possuem habilidade e não planejam adequadamente. Em vista do exposto, conclui-se que para políticas de desenvolvimento regional, o mercado é realmente o principal realizador e investidor. É preciso entender a forma como este opera, e as motivações dos atores dentro dele. Nesse ponto, o plano canaliza as áreas de atuação do mercado de forma precisa, preocupando apenas em atingir usuários em potencial, ou seja, criar uma demanda, e ao mesmo tempo, implantar a infra-estrutura necessária. Não se efetivam, no entanto, os mecanismos que deveriam promover a redistribuição territorial e social, obtida através da valorização imobiliária, nem o controle de todas as questões fisico-territoriais. Leitura Técnica de Fama 17 É por isso também que se valida o Plano Diretor dos municípios do entorno do lago de Furnas como definidor de instrumentos reguladores da ocupação e balizadores do desenvolvimento da região. 4 CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS Atualmente, com uma população estimada em 2006 de 2.529 habitantes, distribuídos em uma área de 87,9 Km2, Fama tem uma densidade demográfica de aproximadamente 26,7 hab/Km2. A divisão da população de Fama por faixas etárias é apresentada na tabela 02, abaixo, demonstrando que a maioria da população famense possui idade entre 10 e 65 anos. Fama Divisão da População por Faixas Etárias - 2001 18% 16% 16% Nº de Habitantes 14% 13% 12% 10% 9% 9% 8% 8% 7% 6% 6% 6% 5% 5% 4% 4% 3% 3% 2% 2% 2% 2% 1% 0% 0-3 4 5-6 7-9 10-14 15-17 18-19 20-24 25-29 30-39 40-49 50-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80Mais Idade Gráfico 1 - Divisão da população por faixas etárias – 2001 Fonte: Censo demográfico IBGE, 2001 Leitura Técnica de Fama 18 Tabela 2 - Divisão da população de Fama por faixas etárias em 2001. Divisão da População de Fama por Faixas Etárias em 2001 Idade Nº de % em Habitantes Relação à População Total 0-3 134 6,00 4 26 1,00 5-6 87 4,00 7-9 123 5,00 10-14 211 9,00 15-17 139 6,00 18-19 71 3,00 20-24 186 8,00 25-29 167 7,00 30-39 376 16,00 40-49 311 13,00 50-59 204 9,00 60-64 106 5,00 65-69 63 3,00 70-74 48 2,00 75-79 45 2,00 80- Mais 56 2,00 Total 2353 100,00 Fonte: Censo demográfico IBGE, 2001. 4.2 CRESCIMENTO POPULACIONAL A evolução populacional em Fama é caracterizada por um crescimento constante e espontâneo que pode ser observado na taxa de crescimento populacional ao longo das últimas décadas. A tabela 03 e o gráfico 03, a seguir, apresentam os dados de população ao longo do tempo. Tabela 3 - População Total no Município População Masculina Feminina Urbana Rural Total Taxa de Urbanização Leitura Técnica de Fama População Total no Município 1970 1980 1991 1.042 1.022 1.096 986 954 1.019 663 879 1.236 1.365 1.097 879 2.028 1.976 2.115 32,69% 44,48% 58,44% 2000 2006 1.212 1.141 1.442 911 2.353 2.529 61,28% 19 Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos, 2000. FAMA/MG População Total no Município FAMA/MG Taxa de Urbanização 3000 75,00% 70,00% 2500 Nº de Habitntes 65,00% 2000 58,44% 61,28% 60,00% 55,00% 1500 50,00% 1000 44,48% 45,00% 40,00% 500 32,69% 35,00% 0 30,00% 1970 1980 1991 2000 2006 Ano Masculina Feminina Urbana 1980 1991 2000 Total Gráfico 2: População total no município em Fama Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos. 4.3 25,00% 1970 Rural Gráfico 3: Taxa de Urbanização de Fama Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos. INDICADORES DE RENDA E EMPREGO A População Economicamente Ativa (PEA), é composta pelas pessoas que exercem trabalho remunerado em dinheiro e / ou produtos ou mercadorias, inclusive as licenciadas por remuneração, por doença, com bolsa de estudo, etc., e as sem remuneração que trabalham habitualmente 15 horas ou mais por semana numa atividade econômica, ajudando a pessoa com quem reside ou a instituição de caridade, beneficiamento ou de cooperativismo ou, ainda, como aprendizes, estagiárias, etc. Também são consideradas as pessoas de 10 anos ou mais que tomaram alguma providência para encontrar trabalho. O PEA de Fama, segundo o censo, possui o maior número de pessoas na Administração Pública, Defesa e Seguridade Social. Este setor conta com 105 pessoas em 1996, e é considerado como principal ramo de atividade (vide tabela 04 e gráfico 04). O comércio, turismo, alimentação, transporte e comunicação é o segundo ramo de maior número de pessoas, com 65 em 1996. Possuem destaque, em ordem decrescente em 1996, a produção e distribuição de Eletricidade, Gás e Água com 4 pessoas e os serviços sociais, saúde, educação com atividades financeiras, imobiliárias e outros serviços com 4 pessoas respectivamente. Ao analisar os números de pessoas ativas de acordo com todas faixas salariais, do ano de 2000 (vide tabela 5 e gráfico 5), pode-se afirmar que nesta década o maior número de pessoas está entre os que ganham até um salário mínimo e os ganham de um a dois salários mínimos. O maior número de pessoas economicamente ativas em Fama são Leitura Técnica de Fama 20 enquadrados como sem rendimento. E com rendimento se sobressai as pessoas que ganham até dois salários mínimos. Tabela 4 - População Economicamente Ativa - Setor de Atividade, 1996. Setor Administração Pública, Defesa e Seguridade Social Comércio, Turismo, Alimentação, Transporte e Comunicação Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e Água Educação, Saúde e Serviços Sociais Financeiras, Imobiliárias e Outros Serviços Prestados Agropecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Pesca4 Indústria Extrativa, de Transformação e Construção5 Total Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos. % 58,30 36,10 2,20 1,70 1,70 0,00 0,00 100,00 FAMA/MG População Economicamente Ativa por Setor de Atividade, 1996 2,20% 36,10% 1,70% 1,70% Administração Pública, Defesa e Seguridade Social Comércio, Turismo, Alimentação, Transporte e Comunicação Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e Água Educação, Saúde e Serviços Sociais Financeiras, Imobiliárias e Outros Serviços Prestados 0,00% 58,30% Agropecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Pesca Indústria Extrativa, de Tranformação e Construção 0,00% Gráfico 4: População Economicamente Ativa - Setor de Atividade, 1996. Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos 5 Os dados refere ao Setor Agropecuário, Silvicultura, Exploração Florestal e Pesca e Setor de Indústria Extrativa, de Transformação e Construção estão de acordo com informações do IBGE, Site Oficial < http://www.ibge.gov.br/ > acessado em novembro de 2006, onde tem-se a referência dos setores citados, mas não tem a indicação do número de pessoas empregadas. Leitura Técnica de Fama 21 Tabela 5 - População Economicamente Ativa – Por Salário, IBGE, Censo 2000. FAMA/MG População Economicamente Ativa – Por Salário, IBGE, Censo 2000 40,00% Salário Mínimo Até 1 1–2 2–3 3–5 5 – 10 10 – 20 Acima de 20 Sem Rendimento Total 4.4 PEA (%) 22,4% 25,7% 7,0% 4,7% 3,6% 1,2% 0,6% 34,8% 100,0% 34,80% 35,00% 30,00% 25,00% 25,72% 22,39% 20,00% 15,00% 10,00% 7,01% 4,69% 5,00% 3,58% 1,21% 0,61% 10 – 20 Acima de 20 0,00% Até 1 1–2 2–3 3–5 5 – 10 Sem Rendimento Salários Mínimos Gráfico 5: População Economicamente Ativa – Por Salário, IBGE, Censo 2000. Fonte: Censo demográfico IBGE, 2000 Fonte: Censo demográfico IBGE, 2000 ÍNDICE GINI O índice GINI é elaborado para obter o grau de concentração média da distribuição de renda, variando entre 0 (zero) e 1, correspondendo a mínima e máxima desigualdade (vide tabela 06). O índice GINI de Fama em 1991, data do último levantamento feito pelo IBGE foi de 0,6557 demonstrando a existência da desigualdade. Tabela 6 - Índice GINI Município Índice GINI Fama 0,6557 Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991 Indicadores e índices de qualidade de vida, conforme Base de metodologia do Núcleo de Gestão Municipal do Instituto Pólis, são números que procuram descrever um determinado aspecto da realidade, ou apresentam uma relação entre vários aspectos. Sabese que estes indicadores estão sujeitos a questionamento, pois a escolha dos aspectos da realidade a serem considerados (vide tabela 07) é influenciada por opções políticas e distintas visões da realidade. Leitura Técnica de Fama 22 Para que o índice seja válido, necessita-se fazer comparação com outros municípios, sendo feito levantamento das mesmas informações em cada um deles e posteriormente feito a ponderação dos valores. O município com melhor desempenho recebe o valor 1 e o de pior 0 (zero). Tabela 7- Os indicadores coletados seguem com seus respectivos índices. INDICE Alfabetização Renda Habitação Ambiental Saúde INDICADORES Analfabetos maiores de 15 anos % de chefes analfabetos Renda média Chefes até 3 salários mínimos Nº médio de cômodos por domicílio % de domicílios com até 3 cômodos Habitantes por domicílio % de domicílios c/ abastecimento inadequado % de domicílios c/ coleta de lixo inadequado % de domicílios c/ esgoto inadequado Coeficiente de mortalidade infantil até 1 ano Nascidos mortos nos últimos 12 meses Assim que analisados, percebe-se evoluções e capacidades de alguns municípios da região. As cidades escolhidas foram selecionadas conforme o (PIB) e desenvolvimento apresentado nos últimos anos. Os dados coletados foram fornecidos pelo censo demográfico de 1991 do IBGE. Nota-se que em cada um dos cinco índices analisados, houve uma diversidade muito grande dos percentuais encontrados em cada cidade, consolidando o conceito de capacidades existentes em cada uma delas. Entre as cidades relacionadas, pode-se fazer parâmetros entre alguns índices analisados, onde se conclui que esses índices estão interligados entre si. Pegando como base o índice de renda e habitação, nota-se que quanto maior a cidade, maior será o índice de renda e inversamente estará o índice de habitação. Tal fato acontece em comparações feitas nas cidades de maiores diferenças, como Poços de Caldas, Itajubá, Carmo do Rio Claro e Fama, sendo classificadas pelas condições de vida oferecida por cada uma, pois, sendo a cidade pequena, sem rendas muito altas, torna-se insatisfatória a presença de habitações com preço muito elevados, vez que a população não teria condições de adquiri-las. Sendo assim, consegue-se morar melhor onde o índice de renda for mais baixo; ou inversamente citando, os índices de habitação menos favoráveis encontram-se em cidades de maiores índices de renda. Leitura Técnica de Fama 23 Outro parâmetro interessante feito entre o índice ambiental e de saúde, mostra a importância de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo) existentes nas cidades. Quando se tem todo este serviço prestado pela prefeitura, pode-se perceber que o índice de mortalidade infantil tende a diminuir, ocasionando um aumento no índice de saúde; elevando assim, seu potencial. Como é o caso das cidades de Varginha, Alterosa, Pouso Alegre e Alfenas. As tabelas e gráficos que se seguem, apresentarão o posicionamento dos municípios analisados, em relação a cada índice, separadamente. Logo após, será fornecido o resultado, dos mesmos municípios, porém com os índices generalizados (agrupados), tendo-se o posicionamento dos mesmos. Leitura Técnica de Fama 24 Os Indicadores coletados seguem com seus respectivos índices: Tabela 8- Alfabetização Tabela 9- Renda Indice de Alfabetização Indice de Renda Itajubá Poços de Caldas Varginha Pouso Alegre Alfenas Fama Passos Guaxupé Paraquaçu Machado Areado Carvalhópolis Carmo do Rio Claro Monte Sião Alterosa 0,9849 0,9806 0,9089 0,8593 0,7138 0,6341 0,6309 0,6113 0,5494 0,4520 0,3166 0,2672 0,2228 0,1566 0,0000 Poços de Caldas Pouso Alegre Itajubá Varginha Alfenas Paraquaçu Guaxupé Machado Monte Sião Areado Carvalhópolis Fama Passos Alterosa Carmo do Rio Claro 1,0000 0,8780 0,8430 0,8150 0,6470 0,6000 0,4940 0,3960 0,3600 0,2630 0,2220 0,1990 0,1620 0,0310 0,0070 Tabela 10- Habitação Tabela 11- Ambiental Indice de Habitação Indice Ambiental Fama Areado Carmo do Rio Claro Carvalhópolis Varginha Machado Paraquaçu Guaxupé Alterosa Pouso Alegre Itajubá Passos Poços de Caldas Alfenas Monte Sião Leitura Técnica de Fama 0,845 0,825 0,74 0,729 0,618 0,604 0,56 0,549 0,521 0,52 0,455 0,4 0,38 0,349 0,119 Varginha Poços de Caldas Pouso Alegre Alfenas Guaxupé Itajubá Passos Areado Paraquaçu Machado Carvalhópolis Carmo do Rio Claro Monte Sião Fama Alterosa 0,9807 0,9682 0,8884 0,8726 0,8512 0,8363 0,8155 0,5187 0,4797 0,4653 0,3249 0,3152 0,2394 0,1921 0,1041 25 Tabela 12- Saúde Tabela 13- Qualidade de Vida Indice de Saúde Indice de Qualidade de Vida Pouso Alegre Monte Sião Varginha Areado Passos Alfenas Carmo do Rio Claro Itajubá Poços de Caldas Paraquaçu Machado Fama Guaxupé Alterosa Carvalhópolis Tabela 14 - Índices Índices do Município de Fama Índices Valor Posição Região Alfabetização 0,6341 6ª Renda 0,199 12ª Habitação 0,845 1ª Ambiental 0,1921 14ª Saúde 0,3641 12ª Qualidade de Vida 0,4469 11ª 0,8175 0,8128 0,7547 0,7230 0,6246 0,5657 0,5246 0,5140 0,5096 0,4590 0,4469 0,3592 0,3335 0,3307 0,1686 Pouso Alegre Varginha Poços de Caldas Itajuba Alfenas Guaxupe Paraquaçu Passos Areado Machado Fama Carmo do Rio Claro Monte Sião Carvalhopolis Alterosa 0,9416 0,7926 0,7413 0,6245 0,5617 0,5407 0,5109 0,4956 0,4447 0,4337 0,3778 0,3641 0,3230 0,1870 0,1106 Índices do Município de Fama 0,9 0,845 0,8 0,7 0,6341 0,6 0,4469 0,5 0,3641 0,4 0,3 0,199 0,1921 0,2 0,1 0 Alfabetização Renda Habitação Ambiental Saúde Qualidade de Vida Gráfico 6: Índices Com base no estudo das tabelas de 8 a 13, Fama em relação aos municípios regionais: 6º lugar em alfabetização (0,63),12º lugar em renda (0,19), 1º lugar em habitação (0,84), 14º lugar em índice ambiental (0,19), 12º lugar em saúde (0,36) e 11º lugar em qualidade de vida (0,44). Leitura Técnica de Fama 26 5 5.1 CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA DO MUNICÍPIO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) – REPRESENTATIVIDADE POR SETORES O ICMS (Imposto sobre as operações relativas a Circulação de Mercadoria e prestação de Serviço, de transportes interestaduais e intermunicipais, e de comunicação) de acordo com a Constituição Federal de 1988, determina que 25% do total arrecadado pelo estado é destinado aos municípios. Deste montante, 75% do valor é distribuído com base no VAF (Valor Adicionado Fiscal) e os 25% do mesmo é distribuído de acordo com lei estadual. Pode-se observar em Fama, segundo dados levantados sobre a arrecadação do ICMS, a gradação ascendente que parte do ano de 2000 com 282.463 (duzentos e oitenta e dois mil e quatrocentos e sessenta e três reais), e chega ao ano de 2005 com 529.483,53(quinhentos e vinte e nove mil e quatrocentos e oitenta e três reais e cinqüenta e três centavos). (vide gráfico 07 e tabela15). A arrecadação anual de Fama continuou aumentando no ano de 2001, de 352.996,90 (trezentos e cinqüenta e dois mil, novecentos e noventa e seis reais e noventa centavos), em 2002, para 363.283,47 (trezentos e sessenta e três mil duzentos e oitenta e três reais quarenta e sete centavos), e já no primeiro semestre de 2006 está com 384.492,40 (trezentos e oitenta e quatro mil quatrocentos e noventa e dois reais e quarenta centavos, o que representa um aumento de 23% (vinte e três por cento) em relação ao mesmo período do ano passado, já ultrapassando a média anual do mesmo período que seria de 264.726,76 (duzentos e sessenta e qua tro mil setecentos e vinte e seis reais e setenta e seis centavos ) refletindo no PIB ao longo dos anos (tabela 16). Leitura Técnica de Fama 27 Tabela 15- Arrecadação de ICMS FAMA/MG Arrecadação Total de ICMS Arrecadação Total de ICMS Ano Valor (Reais) 282.463,00 2001 352.996,90 2002 363.283,47 2003 415.440,43 2004 468.200,10 2005 529.453,53 2006 (até Agosto) 384.492,40 Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda 529.453,53 550.000,00 468.200,10 500.000,00 To ta l A nu a l (R $ ) 2000 600.000,00 450.000,00 415.440,43 384.492,40 400.000,00 352.996,90 363.283,47 350.000,00 300.000,00 282.463,00 250.000,00 200.000,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 (até Agosto) ANO Gráfico 7: Arrecadação Total de ICMS Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda FAMA/MG Produto Interno Bruto (PIB) Tabela 16 - PIB e PIB per capita - Fama 12000 PIB e PIB Per Capita – Fama PIB Per Ano PIB (US$ mil) Capita (US$) 1980 6.750,00 3.416,00 1985 6.793,00 3.333,00 1990 8.381,00 4.009,00 1996 6.388,00 2.851,00 2003 9.973,00 4.073,00 Fonte: SNIU, 2002. 9973 10000 8381 8000 6750 6793 6388 6000 3416 4000 4073 4009 3333 2851 2000 0 1980 1985 1990 1996 2003 Ano PIB (US$ mil) PIB Per Capita (US$) Gráfico 8: PIB e PIB Per Capita – Fama Fonte: SNIU, 2002. O VAF (valor adicionado fiscal) é o movimento econômico do município das saídas e entradas de mercadorias e serviços. É distribuição significativa da arrecadação do município. Este corresponde à soma do valor das mercadorias de saídas, mais o valor da prestação de serviço deduzido do valor das mercadorias e serviços recebidos em cada ano civil de cada contribuinte. O VAF é dividido em VAF A, (Indústria e ao Comércio), VAF B, (produtor rural) e o Crédito Externo, (empresas que atuam na cidade, mas fazem suas contabilidades nas Matrizes, como a TELEMAR, a CEMIG, o correio a Cooxupé, entre outras). A importância do VAF para o município se dá pela apuração do índice de participação na arrecadação do ICMS e no IPI (imposto sobre os produtos industrializados). Fama possui grande parte de sua arrecadação de acordo com o VAF A, pois o setor que mais tem empregado na cidade é o Administrativo ou seja a Prefeitura, seguido pelo Leitura Técnica de Fama 28 Comércio e Turismo, devido a Represa de Furnas que banha a cidade e se transforma em um grade potencial turístico para cidade e região. Este valor poderia ser maior, pois o município ainda tem muito a aprimorar no turismo da região, capacitando e treinando sua população, investindo em áreas públicas de lazer e tratando seu esgoto e lixo. A projeção do VAF de Fama nos últimos anos tem tido aumento significativos. Inicialmente de R$ 3.833.762 (três milhões, oitocentos e trinta e três mil e setecentos e sessenta e dois reais) em 2001, com aumento de 95% para R$ 7.480.258 (sete milhões, quatrocentos e oitenta mil e duzentos e cinqüenta e oito reais) no ano de 2004. (vide gráfico 09 e tabela 17) FAMA/MG Valor Adicionado Fiscal (VAF) Tabela 17- VAF- (Valor Adicionado Fiscal) 8.000.000 7.480.258 7.000.000 6.000.000 4.923.118 5.000.000 R$ VAF- (Valor Adicionado Fiscal) Ano Valor 3.833.762 2001 4.923.118 2002 4.215.026 2003 7.480.258 2004 Fonte: Secretaria do Estado da Fazenda, 2006.6 4.000.000 4.215.026 3.833.762 3.000.000 2.000.000 1.000.000 0 2001 2002 2003 2004 Ano Gráfico 9: VAF – (Valor Adicionado Fiscal) Fonte: Secretaria do Estado da Fazenda, 20067 O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma do valor dos produtos da economia, sendo eles a agropecuária, indústria, construção, comércio e prestação de serviços. O estimativo do PIB até 1985 foi feito a partir dos dados do IBGE. De 1990 em diante, a equipe do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômicas Anual) tem também acompanhado toda atualização do PIB, revertendo os valores em dólar, para comparação e controle (vide gráfico 08). 6 Secretaria do Estado da Fazenda, Site Oficial : < http://www.fazenda.mg.gov.br/ >, acessado em novembro de 2006. 7 Secretaria do Estado da Fazenda, Site Oficial : < http://www.fazenda.mg.gov.br/ >, acessado em novembro de 2006. Leitura Técnica de Fama 29 5.2 SETOR PRIMÁRIO De tradição agrícola, Fama manteve, até meados do ultimo século, a base de sua economia centrada na cultura cafeeira, não só em termos de produção como também em área cultivada. E percebe-se hoje ainda a forte tendência agrícola na região, que mantém a sua base de desenvolvimento na atividade. Sendo o turismo um forte potencial regional, mas que ainda necessita de melhoramentos em infra-estrutura, investimentos financeiros e estudos de potencialidades municipais e micro-regionais, para que o município possa desenvolver-se e aproveitar melhor o seu potencial turístico. (vide tabela 18). Tabela 18 - Cultivos agrícolas no município de Fama em área (hectare) Cultivos Agrícolas no Município de Fama Produtos Área (ha) Café 1.200 Feijão 450 Milho 450 Arroz 26 Tomate 6 Mandioca 3 Cana-de- Açúcar 3 Alho 2 Fonte: Censo Agropecuário, IBGE, 2003, Produção Agrícola Municipal, 2003. Cultivos Agrícolas no Município de Fama Feijão; 21,03% Arroz; 1,21% Tomate; 0,28% Cana-de- Açúcar; 0,14% Café; 56,07% 8 Mandioca; 0,14% Alho; 0,09% Gráfico 10- Cultivos agrícolas no município de Fama em área (hectare) Fonte: Censo Agropecuário, IBGE, 2003, Produção Agrícola Municipal, 2003. Tabela 19- Utilização da Terra em Fama em hectare Cultivos Agrícolas em 2003 Produtos Área (ha) Pastagens 3.686 Café 1.200 Matas 341 Outros 706 Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal, 2003; ProBrasil, 20068. Milho; 21,03% Município de Fama Uso do Solo Café; 20,23% Matas; 5,75% Outros; 11,90% Pastagens; 62,13% Gráfico 11: Utilização da Terra em Fama em hectare Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2003; ProBrasil, 2006. Pro Brasil, site acessado <http://www.fama.mg.probrasil.com.br> em novembro de 2006. Leitura Técnica de Fama 30 Tabela 20 - Área Cultivada na Agricultura e Produtos Rendimento (Kg/ha) Quantidade Valor Área Plantada Área Colhida Produzida (Ton) (mil/R$) (ha) (ha) 648 1620,00 1.200 1.200 2.340 756,00 450 450 473 610,00 450 444 63 38,00 26 26 300 233,00 6 6 10 10,00 2 2 45 11,00 3 3 240 5,00 3 3 4.119 3283,00 2.140 2.134 Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2003. Produtos Café Milho Feijão Arroz Tomate Alho Mandioca Cana Total Rendimento Kg/ha 540 5.200 1.065 2.423 50.000 5.000 15.000 80.000 159.228 FAMA/MG Produção Agrícola Cana Área Colhida (ha) Mandioca Alho Tomate Arroz Área Plantada (ha) Feijão Milho Café Valor (mil/R$) Quantidade Produzida (Ton) 0 300 600 900 1.200 1.500 1.800 2.100 2.400 2.700 Gráfico 12- Área Cultivada na Agricultura e Produtos Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2003. FAMA/MG Produção Agrícola Fama/MG Predominância de Produção Agrícola Cana; 0,14% Leitura Técnica de Fama a an C an di oc a M To m Produto Área Colhida (ha) Gráfico 13- Predominância de Produção Agrícola Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2003. Al ho at e oz é af C Café; 56,07% Milho; 21,03% Ar r Arroz; 1,21% Feijão; 21,03% Fe i jã o Tomate; 0,28% 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 0 ilh o Área (ha) Alho; 0,09% M Mandioca; 0,14% Área Plantada (ha) Gráfico 14: Rendimento da Cultura por Área Cultivada. Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2003. 31 Fama ocupa posição de destaque na região quanto ao rendimento na produção de café. O gráfico 15 e Tabela 21 abaixo ilustram o afirmado, mostrando que Fama obteve o sexto lugar na região no ano de 1998. Tabela 21 - Rendimento do Café em 1998. Rendimento do Café em 1998 4000 3500 T o n elad as 3000 2500 2000 1500 1000 Varginha Itajubá Paraguaç u Pous o Alegre Pas s os M onte Sião G uax upé C arv alhópolis F am a Alteros a Poç os de C aldas Areado M ac hado Alfenas 0 C arm o do R io C laro 500 Gráfico 15- Rendimento do Café em 1998. Fonte: Produção Agrícola Municipal, IBGE, 1998. Rendimento do Café em 1998 (Ton) Município Rendimento Alfenas 3600 Areado 3200 Machado 3022 Alterosa 3000 Poços de Caldas 2620 Fama 2520 Carmo do Rio Claro 2400 Carvalhópolis 2400 Guaxupé 2160 Passos 2100 Monte Sião 1300 Pouso Alegre 1039 Paraguaçu 960 Itajubá 800 Varginha 600 Fonte: Produção Agrícola Municipal, IBGE, 1998. Em 2003, o produto de maior quantidade em toneladas foi a Cana de Açúcar com 80.000 kg/hectare, seguido pelo Tomate com 50.000 kg/hectare. Em relação à pecuária de Fama, foram pesquisados os bovinos, suínos, eqüinos, muares e ovinos encontrados nos estabelecimentos, em pastos, fora dos mesmos e que estivessem com o produtor. Não estando inclusos os animais de propriedade do produtor que estivessem em outro estabelecimento. Os bovinos se encontram em maior quantidade em 2003, sendo a produção de destaque no município. A produção de suínos, eqüinos e vacas ordenhadas encontram-se em pequeno destaque (vide tabelas 22, 23 e 24). Leitura Técnica de Fama 32 Tabela 22 - Números de Efetivos de Mamíferos Números de Efetivos de Mamíferos Mamíferos Cabeças Bovinos 4.128 Suínos 530 Equinos 326 Muares 6 Vacas Ordenhadas 1.608 Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2003. Na produção de aves, pode-se observar que o número de galos, frangos, frangas e pintos encontram-se em vantagem em relação á criação de galinhas. (vide gráfico 22) Tabela 23 - Número Efetivos de Aves Número de Efetivos de Aves Aves Cabeças Galinhas 1.700 Galos e Frangos 4.650 Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2003. Tabela 24 - Produção de Ovos/Leite de vaca/Mel de Abelha Produção de Ovos / Leite de Vaca / Mel de Abelha Produtos Quantidade UN Leite 1.740 mil.L Ovos 2.000 mil.Dz Mel de Abelha 210 Kg Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2003. O extrativismo refere-se a produtos obtidos da extração vegetal nativa do município. Em 2003, com base nos dados do IBGE, Fama apresentou produção de carvão vegetal, lenha, madeiras em toras e estacas de madeira. (vide tabela 25). A silvicultura é efetiva das plantações de espécies florestais. Em Fama, apesar do pequeno destaque das mesmas, apresentou em 2003, uma produção de 40 m3 de lenha. Leitura Técnica de Fama 33 Tabela 25 - Extrativismo – 2000 Extrativismo - 2000 Produtos Quantidade (m3) Lenha 40 Madeiras em Toras 6 Madeiras em Toras para outros fins 6 Fonte: IBGE, Produção da Extração Vegetal e Silvicultura 2003.9 5.3 SETOR SECUNDÁRIO A agroindústria corresponde às atividades de transformação e beneficiamento de produtos animais ou vegetais. Em 2003, Fama possuía 8 indústrias de transformação e uma de produção e distribuição de eletricidade, gás e água (Tabela 26). Tabela 26 - Número de Indústrias Município Transformação Eletricidade, gás e água Fama 8 1 Fonte: IBGE,Cadastro Central de Empresas 2003 5.4 SETOR TERCIÁRIO O comércio varejista se destaca em número de estabelecimentos em Fama. As atividades de serviço estão classificadas em estabelecimentos de alojamentos e alimentação, reparação, manutenção e conservação, pessoais, comerciais, diversões, radiodifusão, televisão e espetáculos artísticos (tabela 27) 9 NOTA 1: Não foi realizado levantamento para a variável "valor da produção" para os produtos, Pinheiro Brasileiro Nativo - (árvores abatidas) e Pinheiro Brasileiro Nativo - (madeira em tora). Leitura Técnica de Fama 34 Tabela 27 - Número de Comércios, Funcionários e Salários. Número de Estabelecimentos Número de Funcionários Pessoal Ocupado Assalariado Comércio de Prestação de Serviços 45 48 12 Comércio de Alojamento e Alimentação 14 32 23 Comércio Transporte, Não Armazenagem e Comunicação 8 6 Disponível Comércio de Intermediação Não Não Financeira 2 Disponível Disponível Atividades Imobiliárias, Aluguéis Não e Serviços Prestados a Empresas Disponível 4 8 Administração Pública, Defesa Não Não e Seguridade Social 2 Disponível Disponível Saúde e Serviços Sociais 5 6 1 Outros Serviços Coletivos, Não Sociais e Pessoais Disponível 3 4 Fonte: IBGE,Cadastro Central de Empresas 2003 Salário 51 mil Reais 85 mil Reais Não Disponível Não Disponível Não Disponível Não Disponível 5 mil Reais Não Disponível Mesmo sendo uma cidade privilegiada ao se tratar de turismo, por ser banhada pela represa de Furnas, Fama foi prejudicada com a falta de chuva entre 1999 e 2001 que causou uma diminuição muito grande do nível da água, ocasionando perda de turistas na região e poucos estabelecimentos (tabela 28). Atualmente, o quadro não é mais o mesmo, pois o nível d’água do lago retornou a sua cota máxima, porém, outros aspectos dificultam o desenvolvimento turístico da região. Encontra-se ainda a inexistência de uma rede viária coerente e hierarquizada e a falta de sinalização turística, pontos estes citados no Plano de Desenvolvimento Turístico Integrado para o LAGO DE FURNAS, realizado por Gerc Inartur Associats para a Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo de Minas Gerais em fevereiro de 1996. Tabela 28 - Infra-estrutura hoteleira Estabelecimentos localizados na cidade Pousada Lago Azul Hotel Nautico Fama Hotel Recanto dos Canários Pousada do Cocão Leitura Técnica de Fama 35 Fonte: ALAGO, 2006 10 6 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO- AMBIENTAL 6.1 ASPECTOS GEOLÓGICOS DO MUNICÍPIO O sul de Minas é uma região com história geológica altamente complexa de evolução policiclíca e polifásica, Superior/Eopaleozóico, que remonta caracterizada desde por o Arqueano eventos até o Pré-Cambiano metamórficos magmáticos, anatéticos/migmatíticos e deformacionais superpostos. Estes terrenos compreendem várias unidades lito-estruturais, quer de infra-estrutura, quer supracrustais. Almeida (1980) apud PRADO (2005) explica que no Sul de Minas expõe-se o complexo gnáissico-granítico (datado de 2,6 bilhões de anos) que serve de embasamento ao grupo Bambuí. É ao sul do imponente sistema de falhas da região de NepomucenoCarandaí, que aparecem extensivamente as rochas de alto grau metamórfico, distribuídas ao longo de uma faixa paralela à costa e outra que se dirige a NW, para a região de AlfenasVarginha-Guaxupé. Esta última inclui gnaisses charnoquíticos e granulíticos polimetamórficos. As datações disponíveis indicam idades tranzamâzonicas e brasilianas, datadas de 2 bilhões de anos e 600 milhões de anos, respectivamente (Ebert, 1968; Oliveira &Alves, 1974; Choudhuri et al., 1978; Wernick et al., 1976 apud Weyland Viera, 2005). 6.2 GEOMORFOLOGIA O município localiza-se no sul de Minas Gerais, localizado no Planalto Leste, também chamado Planalto Atlântico do Sudeste, o qual está integrado na acidentada porção do território brasileiro conhecida por Brasil Sudoeste e também como Brasil Tropical Atlântico. Simplificando, para melhor entendimento, a estrutura geológica a que o município pertence é constituída por um planalto variavelmente movimentado que regionalmente está 10 ALAGO, Site Oficial < http://www.alago.org.br >, acessado em novembro de 2006. Leitura Técnica de Fama 36 compreendido no Peneplano do Alto do Rio Grande ou Planalto Sul de Minas, limitando-se a noroeste com o Planalto Central, a Nordeste com a bacia do Rio São Francisco, a sudoeste com a bacia do Paraná e sudeste com a Serra da Mantiqueira (Camargo et al, 1962 apud Weyland Viera, 2005). De forma que suas principais unidades geomorfológicas são o Planalto Dissecado do Sul de Minas e a Depressão do Rio Grande, que durante seu desenvolvimento isolou trechos do Planalto Dissecado formando a bacia hidrográfica do rio São Tomé. Conseqüentemente, o Centro Sul de Minas está compreendido no domínio do Estado exposto, área com características morfoestruturais de estabilidade, apresentando exposições de rochas cristalinas integrantes de uma plataforma ou cráton, que resistiram a ações dos ciclos posteriores ao Arqueano. Encontra-se envolvidas por faixas móveis consolidadas, sem ter sofrido anteriores ações tectônicas de grande porte. Este domínio abrange áreas cujos aspectos geomorfológicos foram elaborados em diferentes litologias pré-cambrianas como os complexos Varginha e Amparo. Estas litologias sofreram deformações e deslocamentos, resultando em blocos de relevos alçados, posteriormente atingidos por estágios excessivos de erosão, decorrentes de variações paleoclimáticas as quais, incidindo sobre as rochas cristalinas e metamórficas, produziram pacote de alterações evoluídas tanto em profundidade como em extensão areal, modelados por dissecação homogênea e diferencial (RadamBrasil, 1983 apud Weyland Viera, 2005). O relevo do município é caracterizado por planaltos circundados por talvegues naturais (vales), com cotas média de 774m. As unidades geomorfopedológicas mais expressivas são caracterizadas por colinas de topo aplainado, com rampas expressivas, onde predominam os latossolos. Essas unidades se interligam com o lago de Furnas, onde há o predomínio de médias e grandes propriedades de lavouras de café nos locais altos e pastagens até os limites do nível do reservatório, resultando poucos vestígios de vegetação ciliar nos cursos d’água (vide tabela 29). Tabela 29 - Composição topográfica da cidade de Fama. Composição Topográfica Plano % 5 Ondulado 70 Montanhoso 25 Leitura Técnica de Fama 37 6.3 PEDOLOGIA A dificuldade de acesso às informações mais precisas sobre os tipos de solos ocorrentes no município fez com que esta caracterização fosse realizada com dados generalizados, considerando principalmente a província pedológica e geomorfológica da porção sul do estado de Minas Gerais . Os solos zonais da região tem como ocorrência provável do tipo Latossolo e Podzólico vermelho-amarelo (Lepsch, 1997 apud Braga, 2002). Segundo o IBGE, através do IGA-CETEC (Instituto de Geociências Aplicadas), os solos predominantes do Sul de Minas é do tipo “Latossolo Vermelho Escuro - LE” com textura argilosa. Em 1999 a EMBRAPA publicou o Sistema Brasileiro de Classificação de Solo, que arquiteta de forma decrescente os conjuntos de classes definidas. Sendo que no 1º nível tem-se a ordem, no 2º nível a subordem, no 3º nível o grande grupo. Assim a classificação do solo, pela nova nomenclatura, predominante do Sul de Minas fica: Como ordem - Latossolo Como subordem – Vermelho (2,5 YR ou 10 R) Como grande grupo – Distrófico Pela nova nomenclatura o Latossolo Vermelho Escuro (LE) passou a ser chamado de Latossolo Vermelho (LV). Os solos formados por essa classe são os mais desenvolvidos da crosta terrestre, ocupando, por tanto, as partes há muito tempo expostas da paisagem. Em geral ocupam os planaltos, relevo típico da região sul mineira. São solos profundos, com pouca diferenciação entre horizontes, bastante intemperizados; apresentam, portanto, argilas de baixa atividade, pouca retenção de bases e virtual ausência de minerais primários facilmente intemperizáveis. Possuem desenvolvida macroporosidade, dando a massa do solo aspecto maciço poroso (esponjoso), formada de estrutura granular muito pequena, resistência à erosão, maciez (quando seco) e alta friabilidade (úmido), facilitando o trabalho no solo, mesmo depois das chuvas. Leitura Técnica de Fama 38 Em suma, são solos profundos, com boa retenção de água e bem estruturados, típicos de clima tropical úmido. Observa-se que os latossolos possuem boas propriedades físicas aptas à mecanização, tendo menor incidência de plantas espontâneas, menor erosão, propicia o melhor desenvolvimento do sistema radicular, sendo ótimas fontes de matéria prima para aterros, estradas, barragens e escavações. Como desvantagens a pobreza em nutrientes e o maior custo de produção. 6.4 CLIMA O município localiza-se no espaço situado nos limites meridionais da zona intertropical e, sob influência da elevada altitude da região, o clima é do tipo tropical mesotérmico ou tropical de altitude. A temperatura média anual da região sul mineira oscila entre 21°C e 23°C. O verão e a primavera são períodos mais quentes, quando as máximas diárias variam em torno de 28°C e 30°C, sendo que outubro e novembro se apresentam como os meses mais quentes, já se tendo registrado valores máximos de 36°C e 37°C. No inverno, as médias mensais têm variado de 17°C a 19°C, com a temperatura média anual: 19,6ºC. Com relação ao regime de chuvas, o clima regional é úmido, a precipitação média anual é de, aproximadamente, 1592,7mm, segundo dados fornecidos por WIKIPÉDIA, 2006. Entretanto, as chuvas são mal distribuídas ao longo do ano: de outubro a março chove em torno de 1.200mm – equivalente a 85% do total anual – sendo que, de maio a setembro é o período de seca, chovendo apenas cerca de 120mm. É importante ressaltar a necessidade de maiores estudos e levantamentos em escala municipal, para maior complementação e entendimento deste item. 7 COBERTURA VEGETAL DO MUNICÍPIO A cobertura vegetal da região encontra-se bastante modificada em função da atividade agro-pecuária. A vegetação da região caracteriza-se como floresta estacional semi-decídua, ecossistema associado do Bioma Mata Atlântica. Leitura Técnica de Fama 39 7.1 FLORA E FAUNA Devido ao fato de não terem sido encontrados levantamentos da fauna em Fama pode-se considerar que existam as espécies comuns ás florestas estacionais semi-deciduas do planalto sul-mineiro, partindo do pressuposto do município em estudo fazer parte da mesma província zoológica. Em relação à flora pode-se citar a coleção botânica correspondente as coletas realizadas em Alfenas e Campo de Meio, depositadas no Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e disponibilizada no Herbário on Line. Neste sentido é apresentado em tabelas nos anexos um levantamento realizado nos seguintes herbários: 1. Fonte: Herbário Horto Monte Alegre – Instituto Sul Mineiro de Estudos e Conservação da Natureza. Herbário Regional cuja coleção é especializada no Planalto Sul Mineiro. 2. Fonte: Herbário Jardim Botânico do Rio Janeiro Herbário Jardim Botânico do Rio de Janeiro - Nacional Coletas em Alfenas e Campo do Meio /MG 3. Fonte: Herbário Museu de Historia Natural Riks – Suécia Coleção histórica de referência do botânico Regnell para o Sul de Minas Internacional Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro 7.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Não há registro de nenhuma Unidade de Conservação, como também nenhuma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), ou seja, uma unidade de conservação particular criada por iniciativa do proprietário e reconhecida oficialmente pelo poder público, Leitura Técnica de Fama 40 mediante ato do órgão governamental competente (Lei Federal 9.985 de 2000, Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC). Em levantamento fotográfico realizado no mês de novembro de 2006 (vide fotos em anexo) foram, documentadas /retratadas várias reservas florestais. As reservas legais já averbadas em cartório deste município estarão sendo levantadas até Janeiro quando da revisão do Plano Diretor. Entretanto o Município carece urgentemente de um levantamento de áreas relevantes a serem protegidas por meio de reservas legais ou pela criação de Unidades de Conservação. 7.3 COBERTURA VEGETAL DO MUNICÍPIO A cobertura vegetal do município de Fama encontra-se bastante modificada em função da atividade agro-pecuária. A vegetação original do município pode ser classificada como floresta tropical semi-decídua, florestas de várzea/mata higrofila (em áreas inundáveis) e vegetação brejosa- de áreas úmidas (Bioma Mata Atlântica). 7.4 TIPOS DE VEGETAÇÃO DE FAMA Florestas: No município de Fama o que restam das primitivas florestas que deveriam ter ocupado a maior parte de sua área, são tão somente fragmentos florestais secundários. O tipo de vegetação dominante em Fama e a floresta tropical semidecídua / embora reduzida a pequenas ilhas remanescentes na paisagem agropecuária caracterizada por cafezais, canaviais e outras lavouras e também pastagens. A maioria dos remanescentes florestais são pequenos e ate mesmo minúsculos fragmentos florestais, alguns dos quais já devem estar degradados pela retirada de arvores de madeira de lei e de palmito juçara através de coleta predatória e ilegal e pela utilização do seu sub-bosque para sombreamento do gado nas pastagens. Estas áreas podem também estar sendo desrespeitadas através do despejo irregular de resíduos sólidos/lixo, material de construção e ate mesmo carcaças de animais mortos. Leitura Técnica de Fama 41 As florestas de várzea / hidrófila são o segundo tipo de vegetação no município e ocorrem com bem menor freqüência por estarem restritas às áreas de várzeas onde encontram condições ideais para seu desenvolvimento. Estas florestas de várzeas são percorridas por ribeirões permanentes e ficam alagadas em alguns trechos temporariamente durante a estação chuvosa. Nela encontramos toda uma flora especial que requer condições de alta umidade. São abundantes as orquídeas, bromélias, samambaias e aráceas. A sua flora arbórea contem menor variedade de espécies que a das matas semidecídua e as arvores atingem um porte bem menor, sendo freqüente as mirtáceas, euforbiáceas e bignoniáceas com os ipês amarelos. As matas ciliares atualmente são elementos raros na paisagem do município em função da devastação das áreas ribeirinhas para expansão de agricultura e de pastagens, das construções irregulares / urbanização caótica e do alagamento efetuado nos anos 60 para implantação da represa de Furnas na Bacia do Rio Grande. Pode-se imaginar quantos remanescentes de mata ciliares foram inundados com a criação dos lagos artificiais na região. Vegetação De Áreas Úmidas / Alagados : Neste município ocorre também um tipo de vegetação de áreas alagadas denominadas localmente de brejos, que estão sempre associados com as matas de várzeas, mas ocupando as áreas baixas e mais úmidas. Nestas áreas semelhantes a pântanos em que o lençol d’água se encontra a superfície, com variados graus de umidade conforme a topografia e a estação do ano. Nelas predominam as taboas (Typha sp) e vive toda uma fauna que lhe e própria entre com variadas espécies de batráquios e aves. Segundo Hoehne (1939) “os brejos, parecem constituir um ponto de refugio para as plantas que não suportam a ação dos incêndios do campo e que não se dão bem com a sombra das florestas e capoeiras.” Vegetação Aquática: Leitura Técnica de Fama 42 Para finalizar o quadro da vegetação nativa, resta citar a vegetação aquática de rios, ribeirões, lagoas naturais e cachoeiras, contendo algas, gramíneas, pteridofitas, poligonáceas, tanto helofitas como holohidrofitas. Vegetação Antrópica Numa paisagem há vários séculos ocupada por uma sociedade rural dedicada às atividades agropecuárias e recentemente agroindustriais introduz-se também a vegetação de origem antropica. Nas represas artificiais encontramos plantas aquáticas invasoras como os aguapés e outras. Nos campos de lavoura crescem ainda variadas plantas invasoras apesar da pressão que elas e exercida através da utilização de herbicidas potentes. Em pastagens abandonadas e margens de rodovias dominam as gramíneas, algumas raras arvores que nestas áreas conseguem se instalar e outras plantas herbáceas, arbustos como lobeiras (Solanum sp) alimento do lobo guará e freqüentes em alguns locais. 7.5 FLORA E FAUNA Devido ao fato de não terem sido encontrados levantamentos da fauna em Fama pode-se considerar que existam as espécies comuns aos tipos vegetacionais do planalto sul-mineiro, partindo do pressuposto do município em estudo fazer parte da mesma província zoológica. Em relação à flora pode-se citar as coleções botânicas correspondente as coletas realizadas em Alfenas e Monte Belo, municípios vizinho, depositadas no Herbário Monte Alegre em Monte Belo e no Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Herbário on Line). Há que se considerar também a coleção histórica de referência do botânico Regnell para o Sul de Minas no Herbário do Museu de Historia Natural Riks na Suécia. Neste sentido é apresentado em tabelas nos anexos um levantamento realizado nos seguintes herbários: Fonte: Herbário Horto Monte Alegre – Instituto Sul Mineiro de Estudos e Conservação da Natureza - Herbário Regional cuja coleção é especializada no Planalto Sul Mineiro. Leitura Técnica de Fama 43 Fonte: Herbário Jardim Botânico do Rio Janeiro - Nacional - Coletas em Alfenas e Campo do Meio /MG Fonte: Herbário do Museu de Historia Natural Riks – Suécia - Coleção histórica de referência do botânico Regnell para o Sul de Minas – Internacional - Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro 7.6 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Não existe neste município nenhuma Unidade de Conservação oficialmente reconhecida. O Município necessita de um levantamento de áreas relevantes a serem protegidas por meio de reservas legais ou pela criação de Unidades de Conservação, especialmente como RPPNs. Este levantamento deverá ser incorporado no cadastramento rural proposto pelo PDP em elaboração, sendo necessário que se proceda a elaboração e execução de um Plano de Desenvolvimento Rural e Ambiental que estabeleça linhas de ações pertinentes à produção, preservação ambiental, projetos setoriais, cadastros, entre outros. A identificação das propriedades rurais com seus dados cadastrais físico-territoriais, socioeconômico, geológico-ambientais e culturais, é de grande importância para o planejamento municipal. Devido à falta da consolidação dos dados institucionais se torna um grande desafio a ser resolvido pelos planejadores municipais e pelos gestores atuais. 7.7 HIDROGRAFIA E MACRODRENAGEM PLUVIAL Todo o município de Fama está situado dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Grande onde se situa grande parte do reservatório de Furnas (vide Mapa 11). A Represa de Furnas constitui, hoje, o principal manancial de água potável para os municípios pertencentes à sua bacia e, ao mesmo tempo o desaguadouro dos esgotos desses mesmos municípios: fonte principal da poluição de suas águas. Leitura Técnica de Fama 44 A ocupação das margens está geralmente associada a atividades agropecuárias que, tem aumentado os níveis de poluição da água da represa,e são responsáveis pela contaminação das águas e possíveis alterações na vida aquática devido ao processo de lixiviação dos solos, que carrega boa parte dos agrotóxicos utilizados nas lavouras, acarretando alterações na vida aquática. De igual maneira, devido a essa ocupação não são respeitadas as áreas de preservação permanente determinadas no art.2º da Lei Federal nº 4.771, de 15/09/65 (Código Florestal), as reservas legais criadas pela Resolução n º 004, de 18/09/85, pelo CONAMA e as áreas “non aedificandi” determinadas pela Lei Federal nº 6.766, de 19/12/79. Segundo o Código, a faixa de APP para o entorno de Furnas corresponde a 100m. Leitura Técnica de Fama 45 Mapa 3 - Bacia Hidrográfica do Rio Grande. Fonte: Alago, 2006. 7.8 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE MACRODRENAGEM Com relação à rede hidrográfica, os problemas mais prementes estão ligados às questões sanitárias e de preservação das bordas. O grau de poluição dos córregos situados na área urbana compromete a qualidade ambiental das áreas de entorno, assim como da Leitura Técnica de Fama 46 própria Represa de Furnas, que constitui o principal manancial de água potável dos municípios da região, devido à ausência de um sistema de esgotamento sanitário consolidado. Em função das dimensões da cidade, ainda é possível a recuperação desses cursos d’água, que devem ser integrados ao planejamento do saneamento urbano a partir da definição de projetos que concretizem tais funções. A utilização dos córregos como receptores desse esgoto contribui para o desenvolvimento de um habitat propício para insetos, roedores e micro-organismos patogênicos. Não foi possível ter acesso à análises físicas, químicas e bacteriológicas das águas localizadas no município. Mesmo se alguma análise tenha sido feita nos últimos anos, os resultados dessas análises, no entanto, não foram fornecidas, havendo uma lacuna no presente diagnóstico com relação à qualidade da água frente aos índices de poluição, e até mesmo, de contaminação. A ausência de estações de amostragem, e consequentemente a ausência de informações monitoradas sobre a qualidade da água, é o primeiro fato que chama a atenção, uma vez que a COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais, confirma a existência recorrente de algas e cianobactérias no lago de Furnas, onde há captação de água para a cidade. Outro fato que releva a preocupação com relação à região tal como em relação à bacia do rio Grande está documentado no relatório realizado em 2004 pelo comitê da bacia hidrográfica do rio Grande. Predominou no relatório a Contaminação por Tóxicos (CT) que foi classificada como “média” em 55% das estações de amostragem espalhadas por toda a bacia. Freqüência esta 29% superior em relação a 2003. Na análise de diversos metais para o cálculo desse índice, constatou-se que em muitos casos o limite de classe dos rios não foi atendido, apresentando a recorrência de mais de 20% nos pontos amostrais, chamando a atenção para a alta freqüência do metal Alumínio (92,9%), do íon Fosfato (81%) e dos Coliformes Fecais e Totais (61,7% e 43,1%). Este fato aponta para o aporte excessivo de nutrientes para a represa carreados por rios afluentes de qualidade igualmente comprometida destacando, portanto, a necessidade de se incluir no PDP em elaboração planos de prevenção e controle de poluentes dos recursos hídricos, principalmente em relação aos agrotóxicos. Leitura Técnica de Fama 47 8 8.1 SANEAMENTO AMBIENTAL CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E OPERACIONAL DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA O sistema de captação, adução e tratamento da água bruta, bem como o abastecimento de água tratada na cidade de Fama é de competência da COPASA Companhia de Saneamento de Minas Gerais. O Mapa 14 a seguir mostra a rede de distribuição de água de Fama. A captação é superficial sendo direcionada para a Estação de Tratamento de Água. Há em Fama três elevatórias de distribuição para atender os pontos da cidade. A região mostrada pelo ponto 4 no Mapa 14 ocorre a deficiência de atendimento. Conforme a tabela 30 seguinte, e seu respectivo gráfico 16, somente 65% dos domicílios são atendidos pela rede geral enquanto que os demais possuem outras formas de obtenção de água, predominando poços ou nascentes. Não há registro de monitoramentos da qualidade de água destas outras formas de captação. Segundo a FAEPE, Fundação de Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão, no Diagnóstico das Condições de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno do Lago de Furnas, o sistema de tratamento de água de Fama é feito pelo SAAE através de duas estações compactas de tratamento de água sendo uma com capacidade de 7,0 L/s e a outra de 3,0 L/s com tratamento convencional (coagulação/floculação, decantação, filtro e cloração). Não há medidor de vazão na captação, o dado de medição existente é referente à vazão de água tratada. No tratamento utiliza-se hipoclorito, sulfato de alumínio e barrilha; não há adição de flúor na água e nem pós-cloração na rede. No tratamento somente são feitas às análises de turbidez, pH e cloro residual. Não são feitos o monitoramento de qualidade pós ETA, reservatórios e rede de distribuição. A água segue para uma estação elevatória, onde é recalcada para o reservatório R1 com capacidade de 50 m³; do reservatório R1 é enviada para o reservatório R2/R3 que são interligados e que possuem a capacidade de 120 m³; destes a água é enviada para os reservatórios R4 semi-enterrado de 150 m³, e o R5 com capacidade de 50 m³, todos no centro. Leitura Técnica de Fama 48 Mapa 4 - Rede de Distribuição de Água Fonte: Prefeitura Municipal de Fama. Obs.: 1. A concessionária responsável não forneceu informações quanto ao material das tubulações e/ou manilhas existente do sistema de abastecimento de água e esgoto. Tabela 30 - Percentual de Domicílios Segundo o Acesso à Água, 2000 Município Fama Total de domicílios 687,00 Leitura Técnica de Fama Rede Geral (%) 65,21 Fonte: SNIU, 2002. Poço ou nascente (%) 34,21 Outra forma de acesso (%) 0,58 49 Rede Geral (%) Poço ou nascente (%) Outra forma de acesso (%) Gráfico 16: Percentual de Domicílios Segundo o Acesso à Água, 2000. Fonte: SNIU, 2002. Observa-se que a interligação em série dos reservatórios, favorece um tempo elevado de deslocamento do líquido o que poderá eliminar o cloro residual inicial já nos reservatórios subseqüentes, o problema torna-se mais grave por não ter o monitoramento de cloro residual na rede de distribuição. A captação de água bruta em Fama é do tipo superficial e está localizada no Lago de Furnas. A água bruta é aduzida para uma estação de ciclo completo, dentro da cidade, com capacidade nominal de 300,0 L/s. A tabela 31 resume esta descrição. Tabela 31 - Descrição da Situação dos Sistemas Existentes no município de Fama/MG Município Fama Ilustração 1 Situação dos Sistemas Existentes A água é captada em dois tipos distintos de captações, uma a partir do reservatório de furnas e outra de um poço profundo.AAB1 DN100 PVC 250 m para a ETA; AAB2 DN75 250 m para ETA; AAB3 DN40 FoFo 90 m para a desinfecção e depois para o reservatório. ETA de 10,0 L/s. EEAT DN110 PVC 700 m da ETA para o R1. A cidade possui quatro reservatórios com capacidade total de 370 m³. Fonte: FAEPE, Fundação de Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão, 2006 Na cidade de Fama, o sistema de tratamento de água convencional opera com capacidade de 10,0 L/s, contudo é necessária uma vazão de 10,21 L/s, o que representa insuficiência na produção de água tratada. Dessa forma, tornam-se imprescindíveis investimentos na ampliação da capacidade de tratamento de água. Observa-se uma deficiência atual no sistema de captação de água, o que torna de extrema necessidade novos investimentos para atender as demandas necessárias. Leitura Técnica de Fama 50 Na cidade de Fama, a capacidade atual de reservação é de 370,0 m3, entretanto para atender a população é necessário um volume de 294,0 m3, o que representa um superávit de 76 m3. No ano de 2.035, se não forem realizados nenhum tipo de investimento, o sistema de reserva apresentará um déficit acumulado de 65,0 m3. Ilustração 1 - Diagrama básico do Sistema de Abastecimento de Água de Serrania – Prestadora/Concessão: COPASA. Sem Escala, outubro de 2005. Fonte: Fórum Lago/FAEPE, 2006. As fotos 19 a 24 a seguir mostra o sistema de Abastecimento de Água de Fama. Foto 19: . Manancial de captação. Leitura Técnica de Fama Foto 20: Vertedor, chegada da água bruta. 51 8.2 Foto 21: . Manancial de captação. Foto 22: . Decantadores Foto 23: ETA pré-fabrica. Foto 24: Reservatório. ESGOTAMENTO SANITÁRIO Embora a maior parte da população de Fama esteja ligada à rede de coleta de esgoto, a ampliação do sistema de esgotamento sanitário, que abrange também a existência de interceptores, de estações elevatórias e de estação de tratamento de esgoto, acompanhou de forma precária o crescimento da cidade devido a descarga de do esgoto in natura tanto na represa que banha a cidade ou em fossas. Devido a isso, as maiores deficiências constatadas no sistema são: inexistência de interceptores e troncos coletores na maior parte dos setores apontados pelo Mapa 15 a seguir. Somente o setor apontado como número 3 apresenta sistema de coleta, enquanto no restante do município, setores apontados pelo numero 1, tem-se a existência de fossas. O sistema de esgotamento sanitário não possui Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), tampouco estações elevatórias e ou regiões que necessitam de recalques. Todo o esgoto é escoado por gravidade para a represa. Leitura Técnica de Fama 52 No município de Fama, o serviço de instalação e manutenção de dispositivos e estruturas de esgotamento sanitário é de responsabilidade do SAAE do município. O sistema de esgotamento sanitário atende apenas parte da população, pois as pessoas que moram em bairros afastados utilizam fossas sépticas. Há uma estação elevatória de esgoto, localizada no meio da via pública, tornando o local das bombas acessível a qualquer pessoa. De acordo com o diretor do SAAE as elevatórias dispõem de bomba reserva, fato que não pode ser comprovado em campo. Existe também na cidade um conjunto moto bomba, responsável por recalcar o esgoto produzido dos banheiros públicos que são abertos na alta temporada. Os extravasores das elevatórias escoam o esgoto diretamente para o reservatório de Furnas. Há também um emissário, situado abaixo da estação de tratamento, que recebe todo o esgoto da rede e o descarta em um ponto afastado da margem, com a finalidade de minimizar seus efeitos, mas de acordo com moradores vizinhos ao emissário, de vez em quando o mau cheiro é grande e perceptível a sujeira na água. Há no município uma estação de tratamento de esgoto (sistema tanque séptico seguido por filtro anaeróbio) que foi desativada por não suportar a vazão de esgoto que era produzida. Na tabela 32 e seu respectivo gráfico 17 a seguir, apresentam-se resumidamente alguns dados de funcionamento da rede esgotamento sanitário para o município de Fama. Tabela 32 - Esgotamento Sanitário Percentual de Domicílios Segundo a Forma de Escoamento da Instalação Sanitária, 2000 Total de domicílios 687,00 Com banheiro ou sanitário (%) 99,13 Com banheiro ou sanitário e rede geral (%) 52,57 Com banheiro ou sanitário e fossa séptica ou rudimentar (%) 45,96 Com banheiro ou sanitário ligado a uma vala (%) 0,29 Com banheiro ou sanitário ligado rio ou lago (%) 1,17 Com banheiro ou sanitário e outro tipo esgotamento (%) 0,00 Fonte: SNIU, 2002. Leitura Técnica de Fama 53 Com banheiro ou sanitário e rede geral (%) 1,17 0,29 Com banheiro ou sanitário e fossa séptica ou rudimentar (%) 0,00 45,96 52,57 Com banheiro ou sanitário ligado a uma vala (%) Com banheiro ou sanitário ligado rio, lago ou mar (%) Com banheiro ou sanitário e outro tipo esgotamento (%) Gráfico 17: Esgotamento Sanitário Fonte: SNIU, 2002. A falta de sistemas de coleta, transporte e tratamento de esgotos constitui um dos problemas urbanos mais importantes da atualidade no Brasil. A degradação das condições ambientais devido ao despejo de esgotos in natura nos corpos d’água, que prejudica a qualidade de vida e compromete a economia, mostra-nos o quanto é urgente a necessidade de se tomar providências para aumentar a cobertura dos serviços de saneamento nos municípios, inclusive viabilizando recursos financeiros para a ampliação e implantação de sistemas de esgotamento sanitários. Leitura Técnica de Fama 54 Mapa 5 - Esgotamento sanitário Fonte: Prefeitura Municipal de Fama. Obs.: 1. Não foi mencionado nenhum estudo quanto a localização da área para implantação da futura Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, no entanto a proposta Lei do Plano Diretor Participativo em elaboração determina que sejam feitos os estudos necessários para a implantação da ETE. Leitura Técnica de Fama 55 Segue algumas fotos (25 a 28) desta realidade. 8.3 Foto 25: Calha com grade Foto 26 : Local de destino do esgoto Foto 27: Poço de coleta Foto 28: placa GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Os resíduos sólidos gerados difusamente em ambiente urbano podem ser divididos em dois tipos, conforme a sua origem, os quais consistem em resíduos sólidos domiciliares e resíduos de varrição, poda e capina. Quanto aos resíduos gerados nos domicílios de Fama, consta que 70% é coletado e enviado a um aterro controlado que está em terreno de propriedade da prefeitura de Fama, situado a cerca de 3,0 km do centro da cidade. A taxa de geração média diária é de 40,0 toneladas de resíduos e a taxa de geração média diária per capita é de 0,533 kg/hab.dia. Para o serviço de coleta, são utilizados 04 caminhões compactadores com capacidade de 10 ton cada (ano de fabricação: 2004). A rotina de coleta acontece diariamente no centro da cidade e 3 vezes por semana nos bairros, enquanto que a rotina de varrição acontece diariamente. Leitura Técnica de Fama 56 Todo lixo coletado é encaminhado a um lixão situado a 2,5 km do centro da cidade, através de um caminhão caçamba basculante tipo comum, com capacidade para 7,0 ton ano de fabricação 1968. O terreno em que está situado o lixão está localizado nas proximidades de residências e também de corpos hídricos. Os resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSS), após serem incinerados a céu aberto, são encaminhados através de veículo de coleta do lixo comum a esse lixão. O lixão tem como equipamento um trator esteira e como infra-estrutura uma cerca. A tabelas 32 e 33 resumem alguns dados sobre a coleta e destino dos resíduos sólidos domiciliares de Fama. Tabela 33 - Destino do Lixo Gerado Município Destino Fama Lixão Localização A 3,0 km da cidade, em terreno da prefeitura Infra-Estrutura Equipamentos Cerca Trator esteira Tabela 34 - Total e Percentual de Domicílios Segundo a Forma de Coleta de Lixo, 2000 80 Total de domicílios Com acesso ao serviço de coleta de lixo (%) Taxa Atual (kg/hab.d) Taxa Futura (kg/hab.d) Queimado (%) Massa de lixo ( t ) Volume de lixo ( m3 ) Enterrado (%) Jogado em terreno baldio ou logradouro (%) Jogado em rio ou lago (%) Outro destino (%) Fonte: SNIU, 2002 687,00 70,89 1,910 2,000 18,92 12.440 17.771 5,09 3,49 0,15 1,46 70 Com acesso ao serviço de coleta de lixo (%) 60 Jogado em rio ou lago (%) 70,89 50 Jogado em terreno baldio ou logradouro (%) 40 30 10 Enterrado (%) 18,92 20 0,15 3,49 5,09 1,46 Queimado (%) 0 1 Outro destino (%) Residêcias Segundo a Forma de Coleta Gráfico 18: Total e Percentual de Domicílios Segundo a Forma de Coleta de Lixo, 2000 Fonte: SNIU, 2002. No município de Fama, os serviços de coleta de lixo domiciliar e limpeza pública são realizados em parte pela prefeitura e em parte por empresa contratada (terceirização). O gerenciamento dos RSU não prevê a segregação prévia dos materiais (coleta seletiva) tampouco a compostagem dos materiais facilmente degradáveis. O aterro controlado está situado em distância de corpos hídricos inferior à mínima recomendada pela legislação federal. Possui como infra-estrutura somente uma cerca, não Leitura Técnica de Fama 57 havendo relatos de drenagem de águas pluviais e drenagem de gás; e como equipamento: um trator e uma esteira. Não apresenta sistema de coleta e de tratamento para o chorume. Não há relato de acompanhamento do índice de qualidade de resíduos-IQR, índice este que reflete as condições de salubridade da disposição final dos resíduos. O mapa 16 esquematiza as condições atuais do aterro. Mapa 6: Resíduos Sólidos, Localização do Aterro. Fonte: Prefeitura Municipal de Fama A situação dos resíduos sólidos em Fama, não deixa de ser preocupante, porque embora o seu destino seja um aterro controlado, o que vem ocorrendo na realidade é que a operação deste aterro está se processando sem a observação de técnicas compatíveis com aquelas destinadas à preservação do meio ambiente. Leitura Técnica de Fama 58 Convém destacar que a ausência de compostagem ou reciclagem adequada dos resíduos sólidos gerados afetam as condições gerais de saneamento, exercendo pressões sobre a qualidade do meio ambiente, e, principalmente, nos recursos hídricos. Com relação aos serviços de limpeza pública (varrição, capina e poda) foi encontrada situação de regularidade com varrição diária na medida das necessidades do município. Este tipo de situação, ou seja, irregularidade ou pequena freqüência desse tipo de serviço (varrição, capina, poda), contribuem seriamente para deterioração do ambiente urbano, com aspectos visuais desagradáveis, mau odor, problema de inundações durante as precipitações, aparecimento de roedores, insetos e, em conseqüência, ficam evidentes os eventuais problemas ligados à saúde das populações residentes. Novas posturas devem ser tomadas pelos responsáveis por esse serviço de maneira com que essa situação seja evitada (fotos 29 a 33). Foto 29: Local de destino. Foto 30: Presença de animais. Foto 31: Caminhão utilizado para coleta. Foto 32 : Despejo dos resíduos. Leitura Técnica de Fama 59 Foto 33 : Presença de moradias na área do lixão. 8.4 SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL Os sistemas de drenagem têm por objetivo encaminhar adequadamente os escoamentos superficiais criados pelos eventos pluviométricos. Tais escoamentos, devido às impermeabilizações das áreas urbanas, podem, quando existe um aglomerado de pessoas, como é o caso dos centros urbanos, gerar os inconvenientes dos empoçamentos, locais favoráveis à transmissão de doenças, e outros danos à saúde pública. Dada à forma, os sistemas de drenagem são projetados para coletar e escoar até o destino final (curso d’ água, reservatório, lagos, oceanos) o escoamento superficial nocivo à saúde pública originado de um evento pluviométrico. A falta de um planejamento urbano adequado, que deve ser feito ao longo do adensamento e expansão das cidades (Plano Diretor), intensifica atualmente as vazões escoadas para as galerias, comprometendo a sua operação, uma vez que as mesmas foram projetadas, no passado, com uma situação de escoamento superficial no arruamento (impermeabilização) menos intenso. Ao mesmo tempo, a intensificação do grau de ocupação e impermeabilização das bacias também catalisa e intensifica o escoamento superficial de encosta e planície para os corpos d’ água, facilitando a ocorrência de cheias e extravasamentos de calha fluvial. Outrossim, estes escoamentos, nas áreas instáveis de encosta, tendem a provocar os desmoronamentos das mesmas, uma vez que estes escoamentos não estão sendo manejados levando em conta minimizar a ocorrência de erosões e a manutenção da estabilidade dos taludes das encostas. Leitura Técnica de Fama 60 Todos estes aspectos, ou seja, minimização de empoçamentos prejudiciais à saúde pública, redução dos escoamentos afluentes à calha fluvial, e minimização dos escoamentos superficiais nas áreas de encosta com risco de deslizamento, são os objetivos dos sistemas de drenagem pluvial. Na cidade de FAMA o serviço de instalação e manutenção de dispositivos e estruturas de drenagem urbana é de responsabilidade da prefeitura. No sistema da cidade não possui nenhuma estrutura de drenagem, apenas duas galerias que transpõe a água de um local para outro com o intuito da mesma ir para o reservatório de Furnas. Não há problemas de inundação e de alagamento de nenhuma região, as vias públicas não sofrem muitos danos pelo escoamento superficial, pelo fato de serem na sua maioria bloquetes e paralelepípedos. Porém há escoamentos nas áreas instáveis de encosta, que tendem a provocar desmoronamentos, uma vez que estes escoamentos não têm sido corretamente drenados, levando em conta minimizar a ocorrência de erosões e a manutenção da estabilidade dos taludes das encostas. A lei orgânica do município prevê a necessidade de aprovação e implantação de sistema de drenagem para loteamentos novos e necessidade de concessão de gerência dos serviços de drenagem. O constituinte jurídico responsável pela drenagem urbana é representado pela prefeitura municipal. Dessa forma, a prefeitura, através da secretaria de obras, prevê um percentual de até 5% do orçamento municipal para obras de drenagem no município. Segue algumas fotos (34 a 39) do sistema de drenagem do município de Fama de autoria da ALAGO/FAEPE. Leitura Técnica de Fama 61 Foto 34- Dispositivo de drenagem. Foto 35- Dispositivo de drenagem em rua inclinada. Foto 36- Dispositivo de drenagem. Foto 37- Rua sem pavimentação. Foto 38- Dispositivo de drenagem danificado. Foto 39- Dispositivo de captação de drenagem. 9 FATORES AMBIENTAIS RELEVANTES DO MUNICÍPIO O Mapa 12 a seguir mostra os fatores ambientais considerados importantes devido a potencial impacto ambiental a que o meio pode estar sujeito. Leitura Técnica de Fama 62 Mapa 7 - Áreas de Vulnerabilidade Fonte: Elaborado por FACEPE em conjunto com a Prefeitura Municipal, 2006. Na área indicada pelo número 1, observa-se a extração de areia do Lago de Furnas, o que ocasiona o processo de erosão e assoreamento poluindo as águas no local, que já se encontra em processo de desmatamento. E nas áreas indicadas pelo número 2, temos a extração de grande volume de terra no perímetro urbano, tornando-se em área de risco em épocas de chuva. Leitura Técnica de Fama 63 10 ORGANIZAÇÃO URBANA DOS USOS E OCUPAÇÃO DO SOLO O município de Fama não possui legislação de Uso e Ocupação do solo urbano e o Código de Obras e edificações está desatualizado. Esta lacuna de legislação afeta a qualidade ambiental do espaço construído, pois as pessoas constroem suas edificações de forma a ocuparem grande área do terreno, sem controle dos requisitos mínimos quanto ao aproveitamento do solo. Nesse sentido, ocorre a impermeabilização do solo, o aumento do escoamento superficial de águas pluviais, o aumento ou diminuição drástica da temperatura de determinados locais da cidade, alterando o micro clima e o comprometimento da iluminação e insolação desses edifícios. No Município de Fama, observa-se um pequeno número de verticalização. No centro por ser um bairro mais antigo, apenas um reduzido número de residência apresenta mais de um pavimento (mapa 17). O maior índice de verticalização foi encontrado no bairro Lago Azul, da década de 90. Um bairro de alto padrão onde boa parte das residências dão vista para o Lago de Furnas. Em Fama pode-se observar que na área Central e Vila Nova mais antiga o padrão habitacional é médio, foi onde os moradores da antiga cidade foram instalados após a inundação da cidade (mapa 18). A zona leste concentrou a população de médio baixo e baixo padrão, que são bairros São Pedro e Vila Munhoz datados da década de 70. Já na zona norte temos a concentração de alto padrão, no bairro lago azul da década de 90. Leitura Técnica de Fama 64 Mapa 8 - Verticalização Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Leitura Técnica de Fama 65 Mapa 9 - Padrões Habitacionais Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Observou-se em Fama que o maior índice de áreas verde encontra-se no Bairro São Pedro, seguido pelo Bairro Lago Azul, e que Vila Nova e o Centro as áreas verdes estão concentradas nas praças (mapa 19). O centro possui o maior número de edificações usadas para o comércio e prestação de serviço ao compararmos com toda cidade. A predominância se dá á partir do momento que essas regiões provem de usos residenciais juntos com usos comerciais. Leitura Técnica de Fama 66 Mapa 10: Uso do Solo Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Os serviços públicos, como educação e saúde, estão concentrados na parte central do município, assim como equipamentos de lazer, sendo a periferia da cidade praticamente desprovida de tais serviços. A ocorrência de área de vazios urbanos, muitas vezes sem infra-estrutura adequada para população, se dá em bairros mais afastados da área central, como é o caso da zona leste e central do bairro São Pedro (Mapa 20, área em verde e azul claro), onde têm-se ruas sem pavimentação, iluminação e sistema de água e esgoto. Leitura Técnica de Fama 67 Mapa 11: Vazios Urbanos Fonte: Prefeitura Municipal de Fama 11 EVOLUÇÃO HISTÓRICA URBANA E RURAL O povoamento do território atualmente pertencente a paróquia e ao Município de Fama remonta desde o século XIX, quando da vinda de numerosas famílias do interior das Minas Gerais e também imigrantes europeus para estas partes do Sul, em busca das novas minas de ouro de Cabo Verde e Santa Ana do Sapucaí, entre outras, que rapidamente se esgotaram (mapa 3) Leitura Técnica de Fama 68 A busca pelo ouro sucedeu-se a corrida pelas pastagens, para a criação de gado. Assim a população foi se estabelecendo com suas fazendas de criar e com as práticas agrícolas de subsistência. Com a cultura cafeeira na região, a população do local onde hoje se situa a cidade de Fama já se constituía em vila, a ´Vila da Fome´´, nome primitivo desta localidade. Em torno do ´´porto´´, no rio Sapucaí, onde se passava em balsas, foram se estabelecendo diversos habitantes, motivados pela movimentação de viajantes. A cidade caminhava em franco progresso: Água encanada por volta de 1928. Fornecimento de energia, primeira a vapor e depois elétrica por volta de 1924. Constavam de fábricas de macarrão, farinha, móveis, laticínios, ladrilhos, serrania, máquinas de beneficiar o arroz, lojas de tecidos, grandes depósitos de alho, cinema (mudo e falado), banda e centro telefônico. Em sua época áurea, foi o maior produtor de alho do Brasil, o que movimentava a economia local. Em 1962, foi construída a gigantesca Usina Hidrelétrica de Furnas, cujo lago, imenso, deixou submersa grande parte da antiga cidade de Fama. Um grande êxodo sobreveio a então progressista cidade. Houve muito sofrimento da população que, inconformada, assistia imóvel a inundação de suas residências, de seus sítios, fazendas e demais bens. Todavia, o caráter decidido e o espírito de fé dos famenses fizeram com que as dificuldades fossem pouco a pouco sendo superadas. Assim a cidade se refez do duro golpe que lhe causaram as águas de Furnas. As águas que, no início trouxeram dor e sofrimento, passaram a ser fator de desenvolvimento para a cidade, pois dotaram Fama de um potencial turístico que cada vez mais vai sendo explorado. Leitura Técnica de Fama 69 Mapa 12: Núcleo Original do Município, Séc. XIX Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Em 1° de maio de 1896, era inaugurada a estação da Fama, da Estrada de Ferro Muzambinho, posteriormente vendida à Rede Mineira de Viação. Além do sucesso desta estação ferroviária veio contribuir também para o progresso da localidade o serviço de navegação no rio Sapucaí, ligando Fama a Carmo do Rio Claro. Fama tornava-se, destaque, passagem obrigatória de muitas pessoas e mercadorias. Seu desenvolvimento, é claro, ascendeu-se rapidamente. Em 1897 já estava funcionando um ´´oratório´´ no local, onde o vigário de Alfenas administrava periodicamente os sacramentos da religião aos seus paroquianos da Estação de Fama. Com a chegada de novos habitantes o oratório tornou-se pequeno e, então, fez-se necessária a edificação de uma capela. Para tal, o então vigário de Alfenas, Cônego José Leitura Técnica de Fama 70 Carlos Matins, solicitou a Diocese de São Paulo- a qual estava circunscrita a sua paróquia. A provisão necessária, foi expedida na data de 07 de janeiro de 1898, pelo Cônego Tesoureiro-mor, Ezequias Galvão da Fontoura, então vigário capitular do Bispado em sede vacante. Na mesma data foi nomeada pelo mesmo vigário capitular a primeira comissão das obras da primeira capela a ser erguida em Fama (mapa 4) Mas a partir do ano de 1972, quase um século depois da consolidação do município, a represa inundou o núcleo original da cidade, situado à parte leste do município, restando poucas edificações no município. Mapa 13: Consolidação Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Leitura Técnica de Fama 71 A inauguração dessa Capela verificou-se, muito provavelmente, no dia 25 de junho de 1899, dia em que, segundo consta dos livros paroquiais de Alfenas, foram realizados os primeiros batizados na Capela da Fama. A escolha do Sagrado Coração de Jesus, para padroeiro da Capela, deveu-se ao desejo de Dona Maria Cândida de Figueiredo, esposa do Capitão Thomas Alves de Figueiredo, um dos fundadores de Fama, que era zeladora do Apostolado da Oração. Pela lei estadual número 556, de 30 de agosto de 1911 Fama foi elevada, á categoria de Distrito do Município de Alfenas. Pela lei estadual número 843,de 07 de setembro de 1923, o Distrito de Fama foi transferido para o município de Paraguaçu. Por outro lado, pela lei estadual número 336 de 27 de dezembro de 1948, Fama era elevada à categoria de Município, independente do de Paraguaçu. A instalação do Município deu-se a 1º de Janeiro de 1949. No dia 19 de março do mesmo ano foi também instalada a Primeira Câmara Municipal e tendo como o primeiro presidente o Senhor Manoel Cambraia ( mapa 5). Em 1962, com a construção da Usina Hidrelétrica de Furnas, cujo lago, imenso, deixou submersa grande parte da antiga cidade de Fama. Um grande êxodo sobreveio a então progressista cidade. Houve muito sofrimento da população que, inconformada, assistia imóvel a inundação de suas residências, de seus sítios, fazendas e demais bens. Ficaram submersos todo Núcleo Original da cidade e boa parte da área consolidada do Município, restando apenas a área à Oeste do Lago de Furnas, onde se localiza a Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Graças e o Prédio da Antiga Escola à Leste do Lago. Leitura Técnica de Fama 72 Mapa 14: Meados do Século XX Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Em 1963, após a inundação da cidade, Furnas doou ao município 50 casas, que foram entregues aos moradores que perderam suas residências, surgiu então o Bairro Cidade Nova (mapa 7). Leitura Técnica de Fama 73 Mapa 15 - década de 70 Fonte: Prefeitura Municipal de Fama A cidade voltou aos poucos a crescer , em 1970, surgiu o Bairro Vila Nova, que é decorrente do Bairro Cidade Nova, porém aqui, ele já tem um crescimento ditado pela dinâmica da cidade, que assume um formato orgânico. Leitura Técnica de Fama 74 Mapa 16 - Meados década de 70 Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Em 1973 observa-se então o desenvolvimento da cidade no alinhamento do antigo eixo. Onde foram estabelecidas as primeiras residências antes da inundação, agora, mais a oeste volta a ser loteado. Observa-se no final da década de 70, o crescimento da cidade no sentido Leste, no lado posterior á margem da represa, onde está submersa parte da cidade inundada. O acesso fica complicado, pois há apenas uma ponte (mapa 8). Leitura Técnica de Fama 75 Mapa 17 - Final década de 70 Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Há também a construção de um aterro que só é acessível quando o nível da represa está baixo, que é o local da antiga estrada de ferro que passava pela cidade (mapa 8 e 9) Leitura Técnica de Fama 76 Mapa 18 – Final década de 70 Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Em 1979 surge também um outro loteamento no lado leste da cidade. E em 1990, a cidade começa a crescer margeando a represa de Furnas, efeito causado pelo crescimento do turismo da região (mapa 10). Leitura Técnica de Fama 77 Mapa 19 – década de 90 Fonte: Prefeitura Municipal de Fama 12 ATIVIDADES IMPACTANTES DO SISTEMA URBANO E RURAL Segundo a resolução CONAMA 001/86, considera-se impacto ambiental “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.” No contexto do município de Fama, podem-se dividir duas áreas com características distintas quanto às atividades humanas que geram impactos: a área urbana e a área rural. Leitura Técnica de Fama 78 Como cada área possui diferentes características de impactos ambientais, a seguir apresenta-se uma lista dos impactos observados tanto para a área urbana quanto para a área rural de Fama. 12.1 ÁREA URBANA O impacto ambiental das atividades desenvolvidas em ambiente urbano é, em geral, de intensidade variada, com características ora pontuais (no caso de uma fábrica poluidora, por exemplo), ora difusas (no caso dos poluentes emitidos pela frota de veículos, por exemplo). Além disso, é importante notar que as atividades urbanas são influenciadas pelas atividades industriais, pois atingem, direta ou indiretamente, grandes parcelas da população de um município, por conta da força econômica –e por isso de mudanças- que possuem. A mitigação de uma boa parte desses impactos depende de obras de infra-estrutura e de saneamento, mais amplas do que a abrangência de cada empreendimento. Por isso, processos de planejamento e crescimento urbanos devem cumprir um papel determinante em muitos casos. Em vista disso, os impactos ambientais observados no meio ambiente urbano de Fama são listados a seguir: − lançamento de esgotos sem tratamento em todos os córregos; − lançamento de esgotos sem tratamento na represa de Furnas; − ocupação de áreas de várzea; − ocupação de cabeceiras de córregos; − assoreamento dos córregos pela implantação inadequada de novos loteamentos; − impermeabilização do solo; − disposição de resíduos sólidos urbanos e de serviço de saúde em lixão a céu aberto; − emissão de gases no lixão; Leitura Técnica de Fama 79 − lançamento de águas pluviais em encostas sem proteção (desbarrancamentos); − supressão da mata ciliar dos córregos; − supressão de áreas verdes em ambiente urbano; − ocupação da orla da represa sem planejamento ambiental. 12.2 ÁREA RURAL Já na área rural, os impactos ambientais são decorrentes geralmente das atividades agrossilvopastoris. Os impactos decorrentes dessas atividades são em geral tênues, bastante dependentes de fatores pouco controláveis (chuvas, temperaturas, ventos etc.), atingem grandes áreas de forma pouco precisa, de forma freqüentemente crônica, pouco evidente, intermitente e de difícil quantificação (perda de solos, produção de gases, erosão genética, contaminação de águas subterrâneas com fertilizantes ou pesticidas etc.). Em muitos casos, os piores impactos ambientais da agricultura são invisíveis aos olhos da população, dos consumidores e dos próprios agricultores, ao contrário do que ocorre com uma fábrica ou uma mineradora. Quanto aos impactos das atividades humanas da área rural de Fama, podem ser citados: − poluição difusa dos rios por carregamento de agrotóxicos para os corpos d’água; − erosão do solo por manejos agrícolas inadequados; − ocupação intensiva nas margens da represa por loteamentos irregulares; − compactação do solo pelo maquinário agrícola; − eutrofização da represa de Furnas (afluência de esgotos e agrotóxicos); − revolvimento do fundo de córregos pela extração de areia; − supressão de matas nativas; − inexistência de arborização no entorno da represa; Leitura Técnica de Fama 80 Devido à forte tradição agrícola de Fama, fica evidente a necessidade de se atentar para os impactos difusos decorrentes de suas atividades, notadamente o uso descontrolado de agrotóxicos e o manejo inadequado dos solos, a fim de se evitar o seu carreamento para os córregos e para a represa de Furnas que margeia todo município (mapa 13). Mapa 20 - Área Rural Leitura Técnica de Fama 81 Fonte: Prefeitura Municipal de Fama 13 SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS SOCIAIS A rede de ensino de Fama atende alunos do Ensino infantil, fundamental e médio, também disponibiliza creche e programa de alfabetização – EJA (Ensino de Jovens e Adultos – Noturno). O ensino superior e profissionalizante depende de outros municípios. As áreas de esporte e lazer estão distribuídas em sua maioria no centro da cidade, como é o caso das áreas de esporte, onde se tem apenas um campo fora da área central, no bairro São Pedro (mapa 21) A quadra escolar está descoberta, impedindo atividades esportivas em dias chuvosos. Conforme a tabela 35, Fama realiza diversas festividades recebendo turistas durante todo o ano. Leitura Técnica de Fama 82 Mapa 21: Esporte e Lazer Fonte: Prefeitura Municipal de Fama. Tabela 35 - Festas Culturais Meses Móvel Móvel Julho Outubro Novembro Dezembro 11 Festas Carnaval (Rua) Semana Santa ao Vivo Festa de São Pedro (Procissão Pluvial) Festa de Nossa Senhora Aparecida (Procissão Pluvial) Festa de Rodeio Réveillon Fonte: Prefeitura de Fama, 2006. 11; Prefeitura Municipal de Fama, site oficial <http://www.fama.mg.probrasil.com.br>acessado em novembro de 2006 Leitura Técnica de Fama 83 O Município de Fama não apresenta Escola Privadas, se tem uma pública municipal – Escola Municipal Olinto Magalhães, que apresenta ensino infantil e fundamental e uma pública estadual – Escola Estadual Maria Olímpia Oliveira, que apresenta ensino médio e ensino EJA (Educação de Jovens e Adultos). As salas de aulas estão apertadas, abrigando mais alunos que o espaço físico comporta, segundo dados da Leitura Comunitária do Município, o transporte escolar é feito por apenas um carro, que tenta conciliar os turnos de aulas, fazendo uma viajem por turno, acarretando na espera dos alunos na porta da escola até o horário da aula. A Biblioteca escolar funciona junto a sala de aula (vide Tabela 36 e Mapa 22). Mapa 22: Escolas Públicas Fonte: Prefeitura Municipal de Fama, 2006. O Município não apresenta maternal, nem creche. Leitura Técnica de Fama 84 Tabela 36 - Número de Alunos / Escolaridade e Tipo de Instituições Escolaridade Pré-escolar (educação infantil) 1ª à 8ª Série Fundamental 1ª à 3ª Série Ensino médio Total Públicas 24 400 143 567 Fonte: IBGE 2004 13.1 ESCOLAS RURAIS A Zona Rural tem três escolas, sendo duas desativadas, a do Bairro Povoado Feijão bravo – Escola Alfredo Pressato, e da Fazenda Ingá – Escola José Oliveira Rocha, e a do Bairro dos Rocha, que ainda está ativada – Escola Teodoro Rocha. A localização destas podem ser verificadas no mapa 23 seguinte. Leitura Técnica de Fama 85 Mapa 23: Escolas Rurais Fonte: Prefeitura Municipal de Fama. Há um déficit na área da saúde em Fama, a concentração de equipamentos da área ocorre no centro da cidade, e em pouca quantidade. A localização destes é mostrada no Mapa 24. Leitura Técnica de Fama 86 Mapa 24: Saúde Fonte: Prefeitura Municipal de Fama. Falta Posto de Saúde para os bairros mais afastados, e o existente é de difícil acesso para os moradores de bairros mais afastados, as ambulâncias não comportam a demanda da população, que em casos mais graves, depende de atendimento em municípios vizinhos. A Farmácia popular está defasada, não suprindo as necessidades da população em medicamentos básicos. O caso mais sério de falta de iluminação pública se concentra no Bairro São Pedro, onde na área marcada no Mapa em amarelo (Mapa 25), freqüentemente se tem oscilações de energia, o sistema é precário. E a área marcada em marrom (Mapa 25), não tem iluminação. Leitura Técnica de Fama 87 Mapa 25: Iluminação Pública Fonte: Prefeitura Municipal de Fama 14 DINÂMICA IMOBILIÁRIA O valor venal indica as regiões com maior valorização da propriedade. Usualmente a maior valorização ocorre onde existe maior concentração de comércio, serviços e equipamentos sociais, assim como a tendência de verticalização destas áreas mais valorizadas, visando melhor aproveitamento financeiro do terreno. É importante que se aplique maior fiscalização quanto às construções existentes e futuras para que a arrecadação de IPTU seja satisfatória, sendo este um dos principais Leitura Técnica de Fama 88 recursos que a administração municipal conta para realização de obras publicas e programas para a comunidade. Porém, para que isto ocorra, a Prefeitura necessita realizar investimentos imediatos em recursos materiais e humanos principalmente no gerenciamento do cadastro imobiliário. A áreas em roxo, no Bairro Lago, é a mais valorizada do Município, chegando a R$ 80,00 o M2 na área que margeia o Lago de Furnas, e na sua parte central tem-se lotes de R$ 50,00 a R$ 70,00 o M2. Seguindo temos a área central, com lotes por volta de R$ 25,00 a R$ 30,00 o M2 (vide mapa 26) Mapa 26: Valor Venal Fonte: Prefeitura Municipal de Fama Nos Bairros Vila Nova I e II e parte do São Pedro, em amarelo, o M2 varia entre R$ 20,00 e R$ 25,00 reais. Leitura Técnica de Fama 89 Já na Zona Leste do Bairro São Pedro, em rosa, temos lotes entre R$ 12,00 e R$ 25,00 o M2. 15 SISTEMA VIÁRIO E DE TRANSPORTE COLETIVO A mobilidade urbana abrange três pontos principais: sistema viário, meios de transporte e acessibilidade . Fama articula-se em algumas estradas estaduais, que fazem a ligação da cidade com grandes centros e demais cidades da região. No geral, constata-se que todas as rodovias atendem bem as necessidades do município, não havendo necessidade de maiores intervenções, ou ampliações das mesmas, a não ser mais cuidado com todas, fazendo periodicamente alguma manutenção no intuito de mantê-las funcionando bem. Têm-se ainda diversas estradas rurais responsáveis pelo escoamento da produção agropecuária. Estas estradas rurais geralmente não são pavimentadas, mas recebem manutenção periódica, como cascalho ou passagem de máquinas. A distribuição das ruas pavimentadas e não pavimentadas são mostradas no mapa 27 a seguir. Quanto ao sistema viário urbano, Fama conta hoje com um sistema viário deficitário, carecendo de intervenções e manutenções. O traçado ortogonal apresenta ruas estreitas, principalmente na área central, com larguras médias de 10 metros. Tem-se ainda a falta de planejamento e garantia da eficiência do sistema viário, que deveria buscar compatibilizar a classificação funcional com a geometria das vias, evitando assim conflitos entre pedestres e automóveis. Fama apresenta grande maioria de vias urbanas pavimentadas com asfalto, paralelepípedo ou bloco de cimento sextavado. Muitas apresentam problemas com manutenção que dificultam a circulação. A acessibilidade sofre interferência negativa pela baixa qualidade e/ou inexistência de passeios, inclusive problemas de alinhamento e nivelamento entre lotes e também apropriação indevida do passeio público, por parte dos proprietários dos lotes para execução de rampas para guarda de autos. Este problema só pode ser enfrentado com a aplicação de critério claros e rígidos quanto à execução de passeios, através de legislação municipal específica e fiscalização permanente com as devidas punições. Leitura Técnica de Fama 90 Mapa 27: Sistema Viário 2006 Fonte: Prefeitura Municipal de Fama De acordo com a ANTP (Associação Nacional de Transporte Público), a classificação para a resolução desse tipo de problema é de grande valor para cidade, tendo propostas de classificação feitas para mesma, como é descrito na tabela 37 a seguir. Leitura Técnica de Fama 91 Tabela 37 - Classificação Viária. Item Utilização Tráfego Acessos Dimensões (mínimas) Canteiro Central Estacioname-nto Expressa Tráfego de passagem Fluxo ininterrupto Automóveis Carga Ônibus expressos Controle total de acessos Interseções em desnível Duas faixas de tráfego por sentido Largura da faixa: 3,5m Prever locais para estacionamen to Obrigatório (largura): (2,5m) Proibido Velocidade de Projeto (km/h) Tipos de Vias Arterial Coletora Tráfego de Tráfego passagem passagem e lindeiros de Local Acesso lindeiro Automóveis Carga Ônibus Automóveis Ônibus Controle parcial de acessos interseções em nível (espaçadas) Duas faixas de tráfego por sentido Largura da faixa: 3,0m Interseções nível Duas faixas de tráfego por sentido Largura da faixa: 3,0m Calcada: 2,5m Largura da pista: 6,0m Calcada: 2,5m Não obrigatório, mas. Recomenda-vel (largura: 2,5m) Proibido Não obrigatório, mas. recomendável (largura: 2,5m) Locais Regulamentados Desnecessário 60 40 80 Automóveis em Interseções em nível Permitido 20 Fonte: ANTP, 1998. 16 ASPECTOS INSTITUCIONAIS 16.1 ADMINISTRAÇÃO 2005/2008 Prefeito: Angelo Henrique Saksida As funções executivas e administrativas do Prefeito constituem, porém, a sua principal responsabilidade. Como Chefe do Executivo Municipal, cabem-lhe, sobretudo, as Leitura Técnica de Fama 92 funções que caracterizam universalmente as chefias de alto nível que são planejar, comandar, coordenar, controlar e manter contatos externos. É o agente político, porta-voz dos interesses do município na Câmara e em outros níveis governamentais, que possam contribuir para o bem-estar da comunidade e o progresso da cidade que representa. Vice-Prefeito: Carlos Antonio Costa Assessor do Prefeito: Carlos Alberto Saksida Responsável pelo Setor de Educação: Zilda Maria Alves Prado. Câmara Municipal de Vereadores: - Marcio Pereira – PMDB - Luiz Carlos Alves – PTB - Marco Antonio Valerio Silva – PTB - Osmair Leal Dos Reis – PTB - Jose Aparecido De Souza – PMDB - Jose Lucio Prado Silverio – PSDB - Vandir Xavier – PMDB - Nordan Jose Fonseca – PPS - Edison Castilho Rocha - PMDB 17 Considerações finais: leitura da realidade e formulação da proposta de lei do plano diretor participativo Este capítulo apresenta a convergência da Leitura Técnica e da Leitura Comunitária no intuito de apresentar a Leitura da Realidade Municipal destacando os problemas e potencialidades prioritárias do município. Os resultados da Leitura da Realidade subsidiarão os eixos estratégicos a serem abordados na formulação da proposta de lei do Plano Diretor Participativo, como também no enfoque sobre a articulação de políticas e relações intermunicipais sob a ótica microrregional. Leitura Técnica de Fama 93 Todo o empenho empregado para a leitura da realidade do município consiste na busca pela sistematização das potencialidades, conflitos e complementaridades no intuito de se constituir em instrumento de suporte na implantação do Plano Diretor. Não menos importante, este texto busca cruzar as informações com uma análise crítica da legislação ambiental e urbanística existente, dos aspectos políticos, financeiros e institucionais do município uma vez que estes interferem no planejamento municipal. A compreensão sobre as condições sistêmicas e financeiras (dentre outras) das Administrações Públicas possibilita avaliar suas condições e limitações em implantar políticas públicas decorrentes do Plano Diretor Participativo proposto. O quadro a seguir apresenta às atuais leis em exercício no município que foram avaliadas como também as leis que deverão ser criadas e/ou revistas para se adequarem à Lei do Plano Diretor Participativo. Tabela 38: relação de leis que deverão ser criadas e/ou revistas para se adequarem à Lei do Plano Diretor Participativo. Lei Lei de Parcelamento do Solo Lei de Delimitação da Zona Urbana do Município Lei de Uso e Ocupação do Solo Lei de criação do Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável Lei de criação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Turístico Lei de criação do Conselho Deliberativo do Patrimônio Histórico e Artístico Lei de criação do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente Código Administrativo Municipal Código de Obras Código Ambiental, Macrozoneamento Urbano Macrozoneamento Ambiental Plano de Desenvolvimento Rural e Ambiental Planta Genérica de Valores – PGV. Plano Plurianual (PPA), Lei XXX, de XX de XXXX de XXXX. Cadastro Técnico Municipal. Código Sanitário Municipal Código Tributário Lei Orgânica Plano Diretor Leitura Técnica de Fama Número / Situação 1156 de 26/04/99 elaborar elaborar NESTA LEI elaborar YY DE XX/XX/XX 30/11/1999 94 O primeiro eixo identificado como primordial trata-se da necessidade de Estruturação do Sistema de Gestão da Administração Pública Municipal para implementação da Política Urbana e da Política de Desenvolvimento Municipal. Também foram identificados como potenciais de desenvolvimento no âmbito político, social e econômico.a necessidade imediata da Integração Urbano-Rural e a Segmentação da Borda da Represa tendo como referencial a Resolução CONAMA 302/2002. Cada eixo é abordado detalhadamente nos itens a seguir: 17.1 ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA URBANA E DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL. Analisando a realidade do município, percebe-se que para a implementação do Plano Diretor Participativo - PDP, ações imediatas devem ser executadas com a finalidade de atender as expectativas da população quanto ao atendimento das diretrizes nele estabelecidas. A implementação das políticas públicas contempladas no Plano Diretor Participativo, necessita de estruturação imediata da administração pública para dar suporte aos procedimentos e sistemas de informação necessários para a gestão participativa da cidade. Neste sentido, esta estruturação consiste em disponibilizar recursos materiais e humanos compatíveis com as necessidades da gestão local, considerando que o atual suporte não possui a capacidade de absorver a carga de atividades decorrentes do PDP. Portanto deverão ser incorporados complementos e adequações estruturais para que a administração pública municipal se torne o principal elemento facilitador na execução das propostas e ações definidas para o desenvolvimento municipal e execute, satisfatoriamente, junto com a comunidade, o modelo de gestão pretendido. As políticas setoriais são condicionantes de um sistema de gestão, de forma que cada setor envolvido no desenvolvimento municipal tem necessidades específicas para executar e fiscalizar as ações pactuadas com a comunidade. Deste modo se faz necessário prover alguns procedimentos básicos para dar suporte físico e operacional na aplicação destas políticas setoriais. Leitura Técnica de Fama 95 Por sua vez, a sistematização de informações é uma das ações imediatas e facilitadoras na aplicação das políticas setoriais contempladas no PDP. A formação e atualização constante de um banco de dados que execute o cadastramento e o mapeamento de todo território municipal é de extrema importância para a aplicação dos instrumentos urbanistísticos, na elaboração de planos e projetos de intervenção e de programas de desenvolvimento que se fizerem necessários. Informações referentes a procedimentos, enquadramentos, legislação e também sobre canais de financiamentos para programas de desenvolvimento de interesse social, ambiental e/ou econômico, devem ser disponibilizadas neste banco de dados municipal. O fácil acesso à informação é um dos fatores primordiais de suporte para a gestão participativa. Os recursos financeiros para a implantação de um banco de dados não são representativos quando se considera a possibilidade de serem utilizados recursos préexistentes da(s) secretaria(s) integrante(s) do atual sistema de gestão administrativa, para agregar este tipo de atividade e considerando ainda a disponibilização de funcionários capacitados para executar esta função, É importante que este banco de dados (ou centro de informações) atenda igualmente tanto o meio rural quanto o urbano. Esta preocupação se deve pela ampla dificuldade de se realizar a leitura da realidade rural para proceder a elaboração do plano de desenvolvimento integrado, no caso, a elaboração do Plano de Desenvolvimento Rural. Esta lacuna não pode ser mantida quando se tem consciência da interdependência entre a zona urbana, o entorno imediato urbano-rural e a zona rural, para os pequenos municípios, uma vez que o meio rural possui grande influência nas questões produtivas e sócio-ambientais. A adequação do sistema de informação e a capacitação de funcionários ligados à administração municipal, é também abordado em outro ponto fundamental levantado: a criação do Setor Técnico de Gestão. Este órgão técnico da Administração Pública Municipal terá a finalidade de subsidiar tecnicamente o Conselho Municipal de Gestão do PDP como também os demais conselhos envolvidos nas ações de execução do Plano Diretor. O Setor Técnico de Gestão deverá ser composto preferencialmente por funcionários públicos municipais, ,sendo no mínimo: um técnico da área de urbanismo, um técnico da área jurídica e um técnico da área financeira, considerando principalmente a nomeação de funcionários de carreira para capacitação de procedimentos decorrentes da implementação do PDP. Leitura Técnica de Fama 96 Entre diversas competências que serão atribuídas ao Setor Técnico de Gestão (STG) dá-se destaque ao apoio técnico de caráter interdisciplinar com a finalidade de orientar e realizar estudos e pesquisas necessárias à execução das atividades de planejamento e de desenvolvimento urbano e à aplicação da política urbana. Caberá também ao STG estabelecer um sistema permanente de informação a fim de facilitar o processo de decisão dos Poderes Executivo, Legislativo e do Conselho da Cidade. Este último ocorrerá quando este órgão municipal elaborar, analisar e propor programas e projetos para a implementação do Plano Diretor Participativo como também acompanhar e gerenciar permanentemente o Plano Diretor Participativo. Outro ponto de estruturação do sistema de gestão municipal refere-se à falta de agentes de fiscalização municipal e, consequentemente, à falta de aplicação de sanções legais para a condução da política urbana e da política de desenvolvimento municipal. Estabelecer normas, procedimentos e condutas através da criação de leis municipais não garante a aplicação destas leis. Mesmo dispondo de fatores primordiais, tais como o comprometimento e a conscientização popular, ainda se faz necessário a aplicação de medidas menos “simpáticas” para sua concreta implementação, tais como as penalidades e sanções legais (multas e demolições, por exemplo). Para isso, com base na leitura da realidade municipal, realizada para a elaboração do PDP, constata-se que a contratação e a capacitação de fiscais é também uma ação prioritária. O número de fiscais e suas funções específicas devem ser determinados em conformidade com as necessidades do município, sendo que este suporte deve contemplar a zona rural e a zona urbana, visando, principalmente, o cadastramento e a atualização constante dos dados municipais e ainda, reafirmando, o cumprimento da legislação. Participação Popular na Gestão da Política de Desenvolvimento Municipal A participação popular é fundamental no processo de gestão, portanto mecanismos devem ser utilizados para que ela seja garantida. A criação e o fortalecimento dos Conselhos Municipais é de extrema importância para o sistema de gestão proposto no PDP. Leitura Técnica de Fama 97 Estes conselhos, por fazerem parte deste sistema, garantem a aplicação das políticas e das ações setoriais que irão determinar as prioridades para o desenvolvimento integrado do município. Quando são de forte representatividade constituem-se como canais de participação na política pública. O Conselho de Gestão do Plano Diretor irá garantir a formação de uma mesa popular para discussão, análise, revisão e implementação do PDP. Os seguintes conselhos integram o sistema de gestão do PDP: Conselho Municipal de Gestão do Plano Diretor Participativo Conselho instituído pela Lei do Plano Diretor. Formado preferencialmente pelos integrantes do Núcleo Gestor no primeiro mandato, sendo estes membros representantes da comunidade urbana e rural, da sociedade civil organizada (associações de classe, organizações não governamentais e fundações sem fins lucrativos), da administração pública (Poder Executivo e Poder Legislativo) e dos demais conselhos municipais. O Conselho Municipal de Gestão do Plano Diretor Participativo tem caráter consultivo e deliberativo sobre a política urbana e de desenvolvimento urbano do município, através de análise ou aprovação de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano e rural, relacionados ao PDP. Devido à abrangência das diretrizes contempladas no PDP, a instituição e/ou fortalecimento de outros conselhos, abaixo indicados, fazem parte do sistema de gestão participativa, com representatividade no Conselho Municipal de Gestão do Plano Diretor Participativo. Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente Este conselho é órgão de caráter consultivo e deliberativo no âmbito de sua competência para assessorar o Poder Executivo municipal nas questões ambientais. Deve ser constituído por lei municipal e ter como objetivo principal coordenar e disciplinar as questões referentes à manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, como é determinado pelas leis de preservação e conservação ambiental estabelecidas em âmbito federal, estadual e municipal em especial pelo art.225 da Constituição Federal e pelas resoluções CONAMA. Quanto às resoluções CONAMA que interfere diretamente no Plano Diretor em elaboração dá-se destaque à Resolução CONAMA 369, de 28 de março de 2006, Leitura Técnica de Fama 98 que dispõe sobre casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilite intervenções em Áreas de Preservação Permanente e da Resolução CONAMA nº 302, de 20 de março de 2002 , que dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. Compete a este conselho, entre outras: promover a participação comunitária, compatibilizar a política nacional e estadual com a política local, propor diretrizes aos estudos do PDP sob a ótica ambiental, propor e fiscalizar a preservação dos recursos naturais e ecossistemas, promover a educação ambiental, propor o inventários de bens que constituem o patrimônio ambiental municipal, convocar audiências públicas e exigir estudos e relatórios de impacto ambiental. Em sua composição deverá ter membros representando o Poder Público local, órgãos técnicos, como por exemplo, COPASA e CEMIG, bem como representantes da comunidade urbana e rural. Deverá ainda ser prevista a forma de indicação dos membros, assim como as funções dos dirigentes, as reuniões e prazos relevantes para o seu melhor desempenho. Por sua importância, deve ter a atenção das autoridades e da comunidade, sendo que estes últimos devem participar, colaborar e fiscalizar a sua atuação e preferencialmente, também contar com a participação de representante do Ministério Público, devido a importância da sua colaboração. Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável - CMDRS Conselho integrante do sistema municipal de gestão participativa, em conformidade com o Decreto nº 3.508, de 14 de julho de 2000, que dispõe sobre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável 12 12 . Os municípios, mediante adesão, podem instituir o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável: órgão colegiado integrante da estrutura regimental do Ministério do Desenvolvimento Agrário, tem por finalidade deliberar sobre o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável - PNDRS, que se constituirá das diretrizes, dos objetivos e das metas dos Programas Nacional de Reforma Agrária, Fundo de Terras e Reforma Agrária - Banco da Terra, de Fortalecimento da Agricultura Familiar e de Geração de Renda do Setor Rural. http://www.pronaf.gov.br/ Leitura Técnica de Fama 99 Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural Sustentável, ao qual compete deliberar sobre o Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (PNDRS) e promover a articulação e a adequação de políticas públicas estaduais e federais à realidade municipal. A este Conselho compete compatibilizar a programação físico-financeira anual do PNDRS ao Plano Estadual, acompanhar desempenhos, apreciar relatórios de execução; propor redirecionamentos, avaliar impactos das ações dos programas no desenvolvimento municipal, propor ações que contribuam para o aumento da produção agropecuária, geração de emprego e renda no meio rural; além de outras atribuições que lhe forem cometidas. Também compete a este conselho proceder a aplicação das Resoluções CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006, Art. 4º, § 2º e nº 302, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. Uma vez constituído o Conselho Municipal elaborará seu regimento interno e deverá ser integrado por representantes do poder público municipal, das organizações dos agricultores familiares, dos beneficiários do Programa Nacional da Reforma Agrária, das organizações da sociedade civil e das entidades parceiras. Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural Este Conselho de caráter consultivo e deliberativo participa do sistema de gestão participativa sobre a Política Municipal de Preservação de Bens Materiais e Imateriais. A instituição deste conselho está em conformidade com os artigos 30 e 216 da Constituição Federal13 referente à participação da comunidade e administração municipal no processo de defesa do patrimônio. 13 Art. 30: "Compete aos municípios promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual". Art. 216: "O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação". Leitura Técnica de Fama 100 Condiciona a aplicação de leis municipais de tombamento, isenções fiscais, aplicação de instrumentos urbanísticos de suporte preservacionista, especificamente sobre a avaliação da utilização da Transferência do Direito de Construir, quando aplicada em bens privados de interesse histórico, artístico, arquitetônico e/ou cultural. São competências deste conselho: definir a política municipal de defesa e proteção do patrimônio cultural, compreendendo os bens histórico, artístico, estético, arquitetônico, arqueológico, documental e ambiental do Município; coordenar, integrar e executar as atividades públicas referentes a essa política; proceder estudos para elaboração e aperfeiçoamento de recursos institucionais e legais, genéricos ou específicos, para os fins dessa política; sugerir aos poderes públicos estadual ou federal medidas para cumprimento das exigências decorrentes da execução dessa política, inclusive a modificação da legislação em vigor; efetuar, sempre que necessário, gestões junto à entidades privadas, solicitando-lhes colaboração; elaborar o seu regimento interno; entre outras. Conselho Municipal de Desenvolvimento Turístico Considerando o potencial turístico existente em conseqüência da Represa de Furnas, este tipo de Conselho é de grande interesse para população no sentido de incentivar a elaboração e execução de programas de desenvolvimento que envolvam diversos setores sócio-econômicos do município e da região. Este conselho de caráter consultivo participa do sistema de gestão na aplicação, análise e parecer referente à Resolução CONAMA 302, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre a indicação de áreas para implantação de pólos turísticos e lazer no entorno de reservatório artificial. Também compete a este conselho em âmbito municipal: definir as atividades turísticas; opinar sobre as diretrizes a serem adotadas na política municipal de turismo; sugerir medidas e atividades que visem o aperfeiçoamento dos serviços; opinar sobre os planos de incremento ao turismo propostos por entidades públicas ou particulares; sugerir certames e festejos oficiais, visando a difusão dos acontecimentos culturais, sociais e turísticos; propor aos órgãos competentes a programação e a execução de obras de infraestrutura, visando aproveitar, para finalidades turísticas, os recursos históricos, paisagísticos, artísticos e materiais; opinar na elaboração do calendário turístico; manter entendimento com organizações comerciais, industriais, profissionais e outras, cujas Leitura Técnica de Fama 101 atividades sejam consideradas necessárias ao desenvolvimento turístico; decidir sobre o emprego dos recursos destinados, contabilizando e fiscalizando a aplicação; prestar contas de sua gestão anual, apresentando relatório de atividades; opinar sobre a celebração de consórcios, relacionados com o turismo, com outros Municípios; opinar sobre a conveniência da participação em congressos ou convenções turísticas realizadas no país ou no exterior; nomear representantes para participarem de convenções ou congressos, apresentando estudos ou trabalhos que visem o desenvolvimento do turismo. 17.2 ELABORAÇÃO DE PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E AMBIENTAL VISANDO A INTEGRAÇÃO URBANO-RURAL A elaboração de um planejamento municipal que integre efetivamente a zona rural e a zona urbana é uma das principais diretrizes de desenvolvimento contidas no PDP, sendo necessário que se proceda a elaboração e execução de um Plano de Desenvolvimento Rural e Ambiental que estabeleça linhas de ações pertinentes à produção, preservação ambiental, projetos setoriais, cadastros, entre outros. O reconhecimento de todo o território municipal através de mapeamento e cadastramento é um dos procedimentos iniciais para viabilizar a elaboração do Plano de Desenvolvimento Rural e Ambiental. A identificação das propriedades rurais com seus dados cadastrais físico-territoriais, sócio-econômico, geológico-ambientais e culturais, é de grande importância para o planejamento municipal. Devido à falta da consolidação dos dados institucionais se torna um grande desafio a ser resolvido pelos planejadores municipais e pelos gestores atuais. O planejamento municipal integrado deve abranger três macrozonas: o urbano, o entorno imediato ao perímetro urbano e o rural; que se encontram entrelaçados e articulados. Não existe sistema viário somente dentro do perímetro urbano, ou um sistema de saúde urbano e outro rural, os trabalhadores rurais do município não se encontram somente na área rural, mas também domiciliados na área urbana, entre outras diversas interações resultantes entre estas macrozonas. A interação urbano-rural, que passa pelo entorno imediato ao perímetro urbano, está vinculada ao saneamento municipal, à educação, à assistência social, à saúde, ao Leitura Técnica de Fama 102 transporte público, ao meio ambiente e principalmente em função das estratégias de políticas públicas. Diante dessa conjuntura se faz necessário que o poder público municipal possua um cadastro das propriedades rurais e do entorno imediato similar ao cadastro único de imóveis urbanos. Para identificação no cadastro de imóveis rurais é necessário o nome do proprietário (pessoa física ou jurídica), sua localização no município – nome do bairro ou do núcleo rural. Com um simples aparelho de GPS, pode-se anotar as coordenadas de sua poligonal de confrontações de uma propriedade, determinar sua área, identificar os vizinhos, mapear suas áreas de agricultura, pecuária e áreas não utilizáveis. As áreas não utilizadas para produção agropecuária são aquelas onde não é permitido o uso para estes fins, ou seja, onde existe afloramento de pedras, áreas íngremes acima de 45º (quarenta e cinco graus de inclinação), áreas de preservação permanente (APP) – margens de: cursos de água, represas, lagos particulares, cachoeiras, nascentes de água, topo de divisor de águas, várzeas e reservas legais. Para áreas mecanizáveis, o levantamento de dados de agricultura pode ser feito em parceria com a EMATER. É de grande importância um convênio com o IBGE para fornecimento dos dados por propriedade do “Censo Agropecuário” a ser realizado no período 2006/2007. A definição do número de empregados rurais, ou que exerçam atividades rurais, irá refletir na qualificação do tipo de município e, por sua vez, aprimorar os planos e projetos de desenvolvimento. Por isso é necessário saber quantos são os trabalhadores rurais domiciliados tanto na área rural e quanto na área urbana. Não menos importante será quantificar a população escolar da área rural que está matriculada no sistema educacional e o grau de alfabetização, de forma que estes dados servirão de suporte no planejamento de escolas e transporte escolar na área rural. As principais atividades na área rural a serem cadastradas serão a agricultura, a pecuária, a extração, a mineração, o turismo e lazer, a pesca, a indústria, o comércio, entre outras. O mapeamento da zona rural e do entorno imediato deverá incorporar as benfeitorias de cada propriedade tais como moradia principal (sede) e de empregados, galpões secador Leitura Técnica de Fama 103 de café, silos, curral e tulhas, terreiros de secagem de grãos, ou seja, toda e qualquer edificação. O mapeamento também deverá abranger a destinação de todo tipo de resíduo sólido, bem como o local onde são depositados os animais mortos, a identificação do esgoto das residências e demais edificações geradoras, quanto à destinação e tipo de tratamento, os locais de captação de água potável, o tipo de captação, vazão e tratamento, como também o registros periódicos de qualidade feitos por meio de analises físico-químico e biológicas das águas de propriedades rurais. Este “Cadastro Rural Municipal” também deverá conter dados sobre as distâncias da sede da propriedade até o centro urbano do município, até o núcleo mais próximo e até o vizinho mais próximo; com o intuito de se criar uma rede de segurança pública rural. Dados quanto ao transporte também deverão estar relacionados, quanto à freqüência, o trajeto, existência de veículo próprio, o uso transporte público e se existe transporte escolar. O sistema de informações do Plano de Desenvolvimento Rural deverá englobar a definição das estradas (municipais ou particulares), dispondo de informações quanto ao estado de conservação e manutenção; se as distâncias definidas como áreas laterais estão enquadradas conforme a lei; se a abertura da caixa de rodagem possui uma largura para transitar duas máquinas agrícolas do tipo colheitadeira, entre outras informações que se julgarem necessárias. Por fim, e não menos importante, o patrimônio histórico e cultural deverá ser cadastrado: as igrejinhas rurais, casas antigas de fazendas e outras edificações importantes, objetos e artefatos; as manifestações culturais (bens imateriais), definidas como folclore e festas tradicionais. 17.3 RACIONALIZAÇÃO DO USO DA BORDA DA REPRESA E OUTRAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO Leitura Técnica de Fama 104 A racionalização do uso da borda da Represa de Furnas é um elemento estruturador do desenvolvimento do município e deve ser examinado considerando primordialmente os fatores ambientais decorrentes de seu uso e ocupação. A permissão criteriosa para determinados tipos de uso a ser estimulado na borda da represa deverá enfocar o potencial turístico, o lazer e a produção, de forma a garantir retorno sócio-econômico para população das cidades localizadas em seu entorno. Conforme a Resolução CONAMA Nº. 302/02, que dispõe sobre a indicação de áreas para implantação de pólos turísticos e lazer no entorno de reservatório artificial, é possível amparar alterações na Área de Preservação Permanente a partir do chamado Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial. Áreas de Preservação Permanente, APP, são tidas como espaços territoriais especialmente protegidos, cobertos ou não por vegetação, localizados em cada posse ou propriedade, com a função de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e flora, proteger e assegurar o bem estar das populações humanas. (Art 2º, inciso II, CONAMA 302/2002) Conforme esta mesma Resolução, as áreas de APP são definidas a partir de trinta metros para reservatórios artificiais situados em áreas urbanas consolidadas e de cem metros para áreas rurais. Esta largura poderá ser ampliada ou reduzida conforme critérios ambientais, porém deverá ser observado o patamar mínimo de trinta metros, o que for estabelecido no licenciamento ambiental e no plano de recursos hídricos da bacia onde o reservatório se insere, e não se aplica quaisquer alterações do limite em áreas de ocorrência original da floresta ombrófila densa, ou seja, em áreas do bioma amazônico, inclusive os cerradões, e aos reservatórios artificiais utilizados para fins de abastecimento publico. Notadamente a Resolução CONAMA 369 estabelece que a ampliação ou redução do limite das Áreas de Preservação Permanente deverá considerar, no mínimo, as características ambientais da bacia hidrográfica, a finalidade do uso da água; o uso e ocupação do solo no entorno; e o impacto ambiental no reservatório e no entorno da área de Preservação Permanente até a faixa de cem metros decorrente do uso e ocupação pretendido. Cabe ressaltar que quanto aos critérios ambientais da bacia hidrográfica deverá ser observada a Leitura Técnica de Fama geologia, geomorfologia, hidrogeologia; tipologia vegetal; 105 representatividade ecológica do bioma, a existência de espécie ameaçada de extinção e a importância da área como corredor de biodiversidade. (Art.4º, CONAMA 302/02) Nestas condições o empreendedor, no âmbito do procedimento de licenciamento ambiental, deverá elaborar o citado Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial, em conformidade com o termo de referência expedido pelo órgão ambiental competente. De maneira especial o cerne deste Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial é a indicação de áreas para implantação de pólos turísticos e lazer no entorno do reservatório artificial de até 10% (dez por cento) da área total de seu entorno. Esta ocupação deverá respeitar a legislação municipal, estadual e federal, estar devidamente licenciada pelo órgão ambiental competente e ter a aprovação dos Conselhos Municipais pertinentes para realizar as intervenções pretendidas. Já a Resolução CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006, complementando a citada Resolução CONAMA de 2002 do Ministério do Meio Ambiente, relata sobre os casos excepcionas que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente. Esta Resolução define os casos excepcionais em que o órgão ambiental competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em APP nos casos de implantação de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social, de ações consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental. O órgão ambiental competente somente poderá autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em APP, devidamente caracterizada e motivada mediante procedimento administrativo autônomo e prévio, atendidos os requisitos da Resolução CONAMA 369 e outras normas federais, estaduais e municipais aplicáveis, bem como no Plano Diretor, Zoneamento Ecológico-Econômico e Plano de Manejo das Unidades de Conservação. Os casos de utilidade pública descrito pela Resolução CONAMA, segundo critérios e requisitos descritos, compreendem as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia; as atividades de pesquisa e extração de substancias minerais, outorgadas pela autoridade competente, exceto areia, argila, saibro e cascalho; a implantação de área verde pública em área urbana; pesquisa de arqueologia; obras públicas para implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes Leitura Técnica de Fama 106 tratados; implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos privados de aqüicultura. Quanto aos casos de interesse social, compreendem as atividades imprescindíveis à proteção da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle de fogo, combate da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental competente; o manejo agro florestal, ambientalmente sustentável, praticado na propriedade familiar ou posse rural familiar, que não descaracterize a cobertura vegetal nativa, ou impeça sua recuperação e não prejudique a função ecológica da área; a regularização fundiária sustentável de área urbana; as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente; abertura de pequenas vias de acesso interno (local) e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso d’água, ou pela retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agro-florestal sustentável praticado na propriedade familiar ou posse rural familiar; a implantação de instalações necessárias à captação de água e efluentes tratados desde que comprovada a outorga do direito de uso da água; a implantação de corredor de acesso de pessoas e animais para obtenção de água; a implantação de trilhas para desenvolvimento de ecoturismo; a construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; a construção e manutenção de cercas de divisa de propriedade; a pesquisa científica, desde que não interfira com as condições ecológicas da área, nem enseje qualquer tipo de exploração econômica direta, respeitados outros requisitos previstos na legislação aplicável; a coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, desde que eventual e respeitada a legislação especifica a respeito do acesso a recursos genéticos; o plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais em áreas alteradas, plantados junto ou de modo misto; e por fim ações ou atividades similares, reconhecidas como eventual e de baixo impacto ambiental pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente. Conforme transcrito acima as condicionantes de ocupação da APP pelo CONAMA, entende-se que o município possui 10% (dez por cento) da margem da represa para empreendimentos turísticos e de lazer. Diante do desafio de refletir sobre esta questão regional, referente aos municípios lindeiros ao lago, que têm como problemática a regulamentação da ocupação das áreas situadas à 200 metros da margem do lago, a proposta estratégica é a de se estruturar um consórcio. Leitura Técnica de Fama 107 Os cotistas deste consórcio, ou seja, os municípios lindeiros, responderiam pelas cotas proporcionais ao tamanho do perímetro da propriedade na margem da represa na razão de fração dos 10% da área total municipal indicada pelo CONAMA para implantação e intervenção. Uma vez estabelecido este consórcio, os cotistas poderiam negociar suas cotas em operações urbanas consorciadas. O consórcio de racionalização da margem da represa, das zonas de APP, seria representado no zoneamento da área rural. Diversas possibilidades de negociação se abrem quando ocorre o interesse de um município em compartilhar com outros municípios as cotas de suas margens, uma vez que estes poderão compor áreas comuns de interesse turístico, social e econômico. Nas zonas de APP, de interesse turístico e de lazer, notadamente deverá ser determinado o índice de ocupação/projeção de construção, o coeficiente de aproveitamento e a aplicação do instrumento “Transferência do Direito de Construir” previsto no Estatuto da Cidade. Para garantir as condições mínimas exigidas pela Resolução CONAMA propõe-se que seja instituída nestas zonas a permeabilidade mínima de 85%, ou seja, 85% da área deverá ser ocupada por cobertura vegetal paisagística, fruticultura ou horticultura, como também não poderá abrigar quaisquer atividades que possam ocasionar poluição ou degradação. Outra problemática regional verificada na leitura da realidade em todos os municípios lindeiros do Lago de Furnas trata-se da garantia de acesso às margens. Desta forma propõe-se para os novos parcelamentos de solo, em todo o território municipal, a norma de não permissão de lotes confrontantes com áreas verdes ou APP, ou seja, para a existência de lotes à beira da represa é imperativa a existência complementar de uma via pública, com infra-estrutura urbana (rede de água, rede de esgoto, guia e sarjeta, rede de drenagem pluvial, rede de energia e iluminação publica e serviços de limpeza pública e coleta de lixo). Adicional à exigência de via pública às margens de APP, o licenciamento de futuros loteamentos deverá apresentar o Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), considerando em sua composição especialmente os estudos de declividade do terreno, as características geológicas, quanto às aptidões e fragilidades para edificações, e ainda parecer favorável do Conselho Municipal de Meio Ambiente para executar o parcelamento pretendido. Leitura Técnica de Fama 108 Quanto ao uso agrícola ou pecuário das margens da represa de forma a possibilitar a ampliação ou redução do limite das Áreas de Preservação Permanente é imprescindível identificar as viabilidades de uso e ocupação. A conjuntura do uso e ocupação do meio rural aponta várias definições e padrões diferenciados importantes para a elaboração do cadastramento e posterior zoneamento rural. Entre estes se destaca o Uso Agrícola, a Ocupação Agrícola, O uso Pecuário, a Pecuária Extensiva, a Pecuária Intensiva, a Ocupação Pecuária, o Uso Agroindustrial, o Uso Familiar, a Ocupação da Propriedade Familiar, a Ocupação Turística e de Lazer, o Uso Cultural (Sítios Arqueológicos) e as ZEIS (Zonas de Interesse Especial). Os dados necessários para o cadastramento, assim como para a elaboração do zoneamento, de cada uso tal como ocupação são descritos nos itens a seguir. Uso Agrícola Para o uso agrícola é necessário o cadastramento conforme o tipo e classificação da cultura existente - se temporária ou permanente, se de grande porte, médio porte ou pequeno porte, ou gramínea. Também é necessária a apresentação de laudo elaborado por engenheiro habilitado, com a devida competência na área, e emissão de ART, respondendo civil e criminalmente, para determinar a faixa mínima da Àrea de Preservação Permanente – APP da propriedade. O laudo deverá considerar a erodibilidade do solo, a aplicação de defensivos e insumos agrícolas, a topografia, uma vez que quanto mais acidentada, com formação de vales e cristas, maior o potencial para a degradação do solo; a composição e estrutura do solo, subsidiada por amostragem físico, química e bacteriológica, visando definir a aptidão agrícola conforme a resistência, potencialidade e fragilidade do solo. O Cadastramento da Reserva Legal, averbação, poderá ou não estar incorporada à área de APP, uma vez que a definição de 20% (vinte por cento) da área da propriedade pode ser maior ou menor que a Área de Proteção Permanente da Borda da Represa, como também dependerá da forma física da propriedade e do perímetro junto ao lago. Ainda com relação ao cadastramento dos usos agrícolas deve ser verificada a possibilidade de aproveitamento dos mapeamentos e cadastros realizados na transmissão de escrituras, em parceria com o(s) Cartório(s) de Registro de Imóveis e com o INCRA – CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural), a fim de complementar as informações geográficas necessárias para o zoneamento. Leitura Técnica de Fama 109 Ocupação agrícola A ocupação agrícola é compreendida como a área coberta de vegetação para produção de grãos, de horticultura e de fruticultura. Na região de estudo, foi verificado o predomínio das culturas de café, seguida pelas de milho e de arroz. A ocupação agrícola é tradicional, tendo em vista que a região foi parte das rotas de tropeiros. Os estudos da leitura técnica dos municípios constataram que comumente as propriedades apresentem diversificação e consórcio de culturas tal como café com milho, café com feijão, além de horti-fruticultura em propriedades familiares. Devido ao grande índice de desmatamento na região, é fácil notar a presença de colônias de “cupins” nas áreas de plantio ou pastos, que às vezes chega a inviabilizar certos tipos de cultura nas áreas agricultáveis e ainda perdeu grande parte destas áreas com a inundação da Represa de Furnas. Portanto o cadastramento referente à ocupação agrícola será quanto ao tipo de plantio das áreas agricultáveis e a quantidade de áreas inviabilizadas. O poder público municipal fará a gestão dos dados referentes ao uso agropecuário utilizando a Lei do Georrefenciamento rural (Decreto 4449/02 e Decreto 5.570/05). Uso pecuário A pecuária pode se classificar quanto ao tipo de animal ou forma de manejo. O poder público municipal fará o levantamento e a gestão dos dados referentes ao uso pecuário conforme a Lei do Georrefenciamento rural (Decreto 4449/02 e Decreto 5.570/05). Quanto ao manejo podemos ter a pecuária intensiva e a pecuária extensiva. Considerando os objetivos do planejamento, devem ser verificados os seguintes itens: Pecuária intensiva: Cadastramento físico das áreas de plantação de capim e/ou forragem; Preservação conforme o tipo, manejo e classificação da plantação de capim e/ou forragem; Plantação de capim rasteiro (grama) ou capim para forragem, cultura de cana, milho, sorgo e etc.; Localização física de currais; Localização física de silos; Localização física de esterqueiras; Laudo para o poder publico municipal, elaborado por engenheiro habilitado, com a devida competência na área e emissão de ART, respondendo civil e Leitura Técnica de Fama 110 criminalmente para determinar a faixa (largura) mínima da Área de Preservação Permanente – APP; Cadastramento da reserva legal; Tipo de raça do gado, grau de tecnologia adotado; Especialização de produção (se produz bezerros, se engorda, se apenas termina para abate). Pecuária extensiva: Cadastramento físico das áreas de pastagens; Preservação conforme o tipo, manejo e classificação da plantação de capim e/ou forragem; Plantação de capim rasteiro (grama) ou capim para pastagens; Localização física do curral onde permanece o gado; Localização física do silo onde permanece a silagem; Localização física dos locais onde o gado bebe água; Laudo elaborado por engenheiro habilitado, com a devida competência na área e com a devida ART, para determinar a faixa (largura) mínima da Área de Preservação Permanente – APP; Cadastramento conforme a topografia e constituição do solo, diferença de declividade – quanto maior o declive maior a erosão da camada superficial; Cadastramento da reserva legal. Ocupação pecuária A atividade da pecuária tem como característica principal a ocupação de grandes áreas. Se tratando de pecuária intensiva a área é destinada para o plantio de capim e forragem. Logo na pecuária extensiva a área tem como ocupação principal a manutenção de pasto, como também a preservação de árvores isoladas para sombrear o gado; O paiol e/ou tulha é uma edificação de grande importância para pecuária, pois é onde se estoca o milho, sal mineral, a ração e demais equipamentos de montaria. Deste modo o cadastramento referente à ocupação pecuária será quanto ao tamanho das áreas destinadas para estes fins. Uso agro industrial O cadastramento de atividade industrial em propriedade rural determinará a natureza do município, pois é possível a existência de diversos tipos de indústria na área rural associado aos tipos de equipamentos de suporte, podendo ser citados, entre outros: beneficiamento de café; laticínio; frigorífico; serraria; terreiro para secagem de grãos; usina de energia particular; local de destinação de esgoto industrial; local de captação e Leitura Técnica de Fama 111 reservação de água; alojamentos e/ou colônia; represas e aterros para formação de lagos artificiais. Ocupação agroindustrial A ocupação industrial na área rural (ou de agroindústria) será restrita, dependendo do índice de poluição, do impacto ambiental, da localização dentro da propriedade e das medidas de redução, prevenção e remediação de poluição. Para que seja analisada a viabilidade da ocupação agroindustrial em uma área se faz indispensável a apresentação de um Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), com suas medidas compensatórias tal como alternativas de ocupação. Diante do difícil contexto de consolidação existente na região assim como a falta de incentivos, a agroindústria necessita de multiplicidade na produção, para proporcionar uma diversificação nas fontes e geração de renda igualmente nos arranjos produtivos. Os incentivos para a produção e para os arranjos produtivos devem dar início na base da pirâmide econômica local, consistindo como prioridade a produção da propriedade familiar; que se estruturará conforme determinações dos atores participantes. Uso Familiar O uso da propriedade familiar é mais diversificado em relação ao agro-pecuário de forma que o cadastramento deve considerar atividades como horticultura, fruticultura, granjas, piscicultura, apicultura, fabricação de queijo, artesanato, marcenaria, construção civil, oficina mecânica de máquinas e implementos agrícolas. Não existe um sistema de comercialização que favoreça a agricultura familiar, e ainda há outros agravantes, como a descapitalização dos produtores em função dos preços baixos, falta de mercados e alternativas para novas culturas, a não absorção de tecnologias disponibilizadas pela agricultura familiar, produtores com baixo conhecimento de técnicas e/ou alternativas sustentáveis. Ocupação da Propriedade Familiar Leitura Técnica de Fama 112 Cadastramento das formas de ocupação da Propriedade Familiar necessita levar em conta o tamanho da propriedade. Desde que não contrarie as condições insatisfatórias relacionadas no item anterior, pode-se estabelecer na propriedade de uso familiar (aquela que somente os elementos da família produzam nela) a ocupação necessária para proporcionar a sua produtividade e incentivar ações associativas, como também, buscar fontes de financiamentos e parcerias com empresas e universidades para introdução de novas técnicas e alternativas de produção. Ocupação Turística e de Lazer Devido às características físico-ambientais da região é imperiosa a influência da represa nas relações de ocupação turística e de lazer É assegurado o uso gratuito de qualquer corrente ou nascente de água, para as primeiras necessidades da vida, garantindo desta forma o acesso público conforme previsto pela Constituição Federal e pela Política Nacional de Recursos Hídricos. Similar ao que já fora abordado anteriormente, a ocupação da borda da represa por este tipo de uso deve ser feita tendo como referência os critérios e procedimentos contidos na Resolução CONAMA nº 302/02, para licenciamento ambiental, através da elaboração de Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial em conformidade com o termo de referência expedido pelos Conselhos Municipais, de Meio Ambiente, de Desenvolvimento Turístico, de Desenvolvimento Rural, para os reservatórios artificiais destinados à geração de energia e abastecimento público. Cabe aos Conselhos Municipais de Meio Ambiente, de Desenvolvimento Turístico, de Desenvolvimento Rural, respeitar o Plano de Recursos Hídricos, quando houver, sem prejuízo do procedimento de licenciamento ambiental. Na análise do plano ambiental de conservação e uso de que trata este, será ouvido o respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica. A aprovação do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno dos Reservatórios Artificiais deverá ser precedida de realização de consulta pública, informando ao Ministério Público. Leitura Técnica de Fama 113 O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno dos Reservatórios Artificiais poderá indicar áreas para implantação de pólos turísticos e lazer no entorno do reservatório artificial, que não poderá exceder a dez por cento do total da faixa da área de preservação permanente da propriedade na borda da represa. Os percentuais referentes às áreas de impermeabilização e alteração para ajardinamento, ficam limitados respectivamente a 5% e 15 %. As áreas previstas somente poderão ser ocupadas se respeitadas a legislação municipal, estadual e federal e desde que a ocupação esteja devidamente licenciada pelos Conselhos Municipais de Meio Ambiente, de Desenvolvimento Turístico e de Desenvolvimento Rural. Uso Cultural - Sítios arqueológicos Como forma de tornar público e coletivo o patrimônio arqueológico brasileiro, os sítios arqueológicos são considerados, desde a Constituição Federal de 1988, bens da União. A legislação básica é de 1961, Lei 3924, mas a Constituição de 1988 a redefiniu e a reafirmou. O IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, criado em 1937, e atualmente vinculado ao Ministério da Cultura, é o responsável legal pela gestão, preservação, fiscalização e autorização de pesquisa e exploração dos sítios arqueológicos no Brasil. Além dessa entidade, outras instituições patrimoniais estaduais e municipais participam dessa gestão, como é o caso do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) de Minas Gerais. Os estados e municípios podem criar leis relativas ao patrimônio, instrumentos normativos e portarias, desde que não contradigam a legislação federal. Nessa gestão, ainda colaboram junto ao IPHAN, instituições de ensino, sobretudo universidades, museus e organizações da sociedade civil. O direito de superfície, de onde houver sitio arqueológico, fica restrito ao Governo Federal, ficando sob guarda e proteção do Poder Público, sendo proibido o aproveitamento econômico, a destruição ou mutilação; o que é considerado crime contra o Patrimônio Nacional; o direito de realizar escavações só será mediante autorização do IPHAN,; passível de desapropriação do imóvel ou parte dele conforme a Lei 3924/61. Como a descoberta de sítios arqueológicos é freqüentemente ocasional, sendo muitas vezes feita por proprietários rurais, agricultores, construtores ou pedreiros durante Leitura Técnica de Fama 114 suas atividades de trabalho, muito do patrimônio arqueológico já foi destruído por falta de conhecimento ou para evitar a pesquisa no local, considerada um problema para muitos. Quando vestígios arqueológicos são encontrados em pequenas obras, o empreendedor tem que contatar o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que realizará estudos e liberará o local. A demora do IPHAN na realização desses estudos (o que paralisa as obras) é um dos principais motivos da não notificação e da destruição proposital. Já para as grandes obras de engenharia (como hidrelétricas, estradas e construções habitacionais) aplica-se uma lei que obriga a realização prévia de um estudo de impacto ambiental (o chamado EIA-Rima) que inclui medidas de salvamento arqueológico. A exigência de EIA-Rima obrigou os empreendedores a desenvolverem estudos a implementarem medidas minimizadoras de impactos negativos, não só para os meios físico e biótico, mas também para o meio sócio-cultural, o que abrange inclusive o patrimônio arqueológico. Dessa forma, a destruição dos sítios, até então muito freqüente, foi amenizada pelos salvamentos. É uma forma de proteção parcial porque não exclui a destruição dos sítios, mas preserva a informação sobre os materiais neles encontrados. ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social Para fins de regularização fundiária, o plano de desenvolvimento rural, em concordância com a política de desenvolvimento municipal contemplada no PDP, dever estabelecer o cadastramento e mapeamento de áreas rurais ocupadas irregularmente, visando proceder a aplicação dos instrumentos de regularização fundiária, contidos no Estatuto da Cidade, Lei 10.257, de julho de 2001. Referências: VOGHT, Carlos. Editorial Arqueologias. Site oficial < http:// www. comciencia. br/ reportagens/ arqueologia/arq09. shtml > acessado em janeiro de 2007. http://www.aultimaarcadenoe.com/comdema.htm http://www.araxa.mg.gov.br/secretarias/sefomagro/comdagro.asp http://www.pronaf.gov.br/ Leitura Técnica de Fama 115 18 ATA DA AUDIENCIA DE APRESENTAÇÃO DA LEITURA TECNICA TEMA:REUNIÃO NÚCLEO GESTOR FAMA LEITURA TÉCNICA LOCAL: CAMARA MUNICIPAL DE FAMA DATA: 20/11/2006 INÍCIO: 19:30 h TÉRMINO: 22:15 h A arquiteta e urbanista Fabiana Lansac, iniciou a reunião dando informes do andamento da Leitura Comunitária. Informou também que a Leitura Técnica está em processo de elaboração. Explicou para o grupo presente que será necessário prorrogar a entrega do material para que a proposta da Lei seja mais completa. Propôs uma reunião em dezembro e as demais em janeiro. O vereador Nordan informa ser possível fazer audiências extraordinárias durante o recesso da câmara. Fabiana Lansac comenta que a prorrogação da entrega da Lei não compromete em nada o município e é melhor para garantir a qualidade do trabalho da equipe. Comenta também da importância de se formar uma equipe de suporte para as prefeituras, para dar continuidade a Lei e sua complementação e que a ALAGO pode verificar essa possibilidade de suporte. Com relação ao “Conselho de Cidade”, Fabiana diz que ele é que garantirá a aplicação da Lei. Padre Pimenta questiona que esse conselho necessita de capacitação para dar continuidade ao plano. Com relação a isso Fabiana, informa que a Lei trará alguns pontos estruturadores do conselho. Fala da pactuação e suas exigências. Indica que seria interessante criar um fórum de discussão entre os municípios, para facilitar o processo de desenvolvimento planejado. Fabiana explica que a apresentação de hoje tem uma linguagem mais técnica, diferente da Leitura Comunitária, e que o próximo passo seria trabalhar a linguagem jurídica, ou seja, a escrita da Lei. Leitura Técnica de Fama 116 Diz ainda, que se a pactuação tiver forte participação popular, dificilmente será alterada. O senhor Antônio de Pádua comenta que a prorrogação será muito importante e que não alterará a situação, pois o próximo orçamento será no ano que vem. É aberta então a apresentação com o auxilio de um projetor de multimídia. Fabiana mostra a relação dos eleitos para o Núcleo Gestor e pergunta se está correta. Então o senhor Miguel Ângelo faz a seguinte correção: onde lê-se ACICA, ler ACIFA (Associação Comercial Agropecuária e Industrial de Fama) Fala da falta do representante suplente do executivo. O representante titular fica responsável por conversar com o Prefeito para que faça a indicação. No quadro de crescimento demográfico (Gráfico 2 – População Total do município de Fama) Padre Pimenta comenta que a estabilização da população rural indica uma necessidade de aumentar a comunicação viária e telefônica com a zona rural. Pois a sede o município esta separada, pela represa, do restante do município. No quadro população ativa: O grupo questiona, pois o Gráfico 4 – POPULAÇÃO ECONÔMICAMENTE ATIVA DE FAMA POR SETOR DE ATIVIDADE, parece conter informações desatualizadas e possui algum equivoco com relação ao registro de 0% de Pessoas Economicamente Ativas no Setor de Indústria Extrativa, Transformação e Construção. Dizem que parte das pessoas são registradas em outros municípios e que seria importante buscar novas informação nos sindicatos rurais de Alfenas e Paraguaçu. No quadro de índices comparativos entre municípios (Tabela 13 – Índices) O grupo concorda que o município de Fama não esta em boas condições de saúde, ambiente, qualidade de vida e renda. No quadro sobre o VAF (Gráfico 05 – Valor Adicionado Fiscal – VAF): Padre Pimenta comenta que existem recursos entrando no município mas a qualidade de vida é ruim. Leitura Técnica de Fama 117 No quadro cultivos agrícolas (Gráfico 10 – Cultivos Agrícolas no Município de Fama em Área): Dizem que a produção de milho é maior que a de feijão, e que também existe mais área de café que pastagem. O engenheiro José Roberto informa que falta um cadastro rural na prefeitura para que se conheça melhor a zona rural do município, para a partir daí tomar ações. Nordan informa que no SIAT – Sistema de Avaliação de Furnas, é possível ter mais informações e dados dos produtores e a EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, pode ter informações sobre a produção. Padre Pimenta diz que essa seria uma ação primordial para o município até para desenvolvimento do turismo, diz ele “precisamos conhecer”. Padre Pimenta comenta que “não sabemos o que é turismo, pois não sabemos nem o que temos de potencial....o turismo de Fama é fictício”. Fabiana questiona o grupo quanto a origem das verduras e legumes. O grupo informa que vem do CEASA – Centrais de Abastecimento S.A., de Poços de Caldas. O representante da EMATER diz que possui algumas informações de produção do município. O Sr. Abel, da comunidade dos Rochas, informa que a cinco anos atrás existia mais feijão, hoje existe menos, devido a facilidade de mecanização do milho. Foram apresentados os mapas temáticos elaborados pela equipe sobre: Evolução Urbana (mapas 03,04,05,06,07,08,09 e 10); Rede de distribuição de Água (mapa 13); Esgotamento Sanitário (mapa 14) e Resíduos Sólidos (mapa 15). O vereador Nordan pergunta qual a relação da COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais, com o tratamento de esgoto. Fabiana questiona sobre quem tem conhecimento do conteúdo do contrato. Nordan diz não saber. José Roberto diz que houve uma licitação, logo no prefeitura tem o contrato, e na câmara também deve ter um. O vereador Nordan se responsabiliza por enviar o contrato para a equipe do Plano Diretor.(* nota de rodapé) Leitura Técnica de Fama 118 No quadro de verticalização (mapa 16 – Verticalização): José Roberto comenta a falta de um cadastro de imóveis mais efetivo. Nordan informa que o acesso a represa de Furnas esta comprometido por causa dos condomínio e isso deve ser concertado agora, pois se deixar passar mais tempo, não será possível concertar. No quadro de matriculados no ensino (tabela 28 – Número de alunos/Escolaridade e tipo de Instituição): A Professora Ana de Pádua informa que pode passar mais informações sobre os matriculados no ensino municipal, pois o que foi apresentado esta defasado. Informa também que a única escola rural que esta em atividade é a da comunidade dos Rochas. No quadro mobilidade (mapa 26 – Sistema Viário): O grupo informa que a balsa não faz a triangulação, conforme apontado, e vai apenas para o município de Campos Gerais. No quadro áreas verdes (mapa 18 – Uso do Solo): O senhor Miguel informa que existem mais áreas verdes no bairro São Pedro, diferente do exibido. Propôs encaminhar para a equipe do Plano Diretor uma cópia do mapa com mais áreas. O senhor João Joaquim informa que tem uma ordem judicial (de 2004 dando prazo de 36 meses) contra a prefeitura de Fama, com relação a infraestrutura do bairro São Pedro que não tem infraestrutura adequada (iluminação publica, rede de esgoto, pavimentação, água potável..). A execução destes serviços é de responsabilidade da prefeitura. O engenheiro agrônomo Demes Nunes faz uma releitura do que já aconteceu no Plano Diretor, para os que estavam presentes mas não participaram das reuniões anteriores. Fabiana comenta sobre a importância do Conselho de Cidade e dos demais conselhos (meio ambiente, patrimônio, desenvolvimento rural e turismo) no processo de gestão do Plano Diretor Participativo. O Sr. João Joaquim informa que tem um projeto de construção de um dique para facilitar o acesso à zona rural. Diz que já tem um abaixo assinado com mais de duas mil Leitura Técnica de Fama 119 assinaturas (sendo que o município possui aproximadamente 2200 eleitores), apoiando a construção. José Roberto comenta que esse projeto poderia ser entregue diretamente na Câmara Municipal, já que tem um abaixo assinado tão expressivo. Então o Sr. João Joaquim expressa – “A Câmara aqui esta eternamente deitada em berço esplendido”. Sem mais a reunião foi encerrada as vinte e duas horas e quinze minutos. Leitura Técnica de Fama 120 19 BIBLIOGRAFIA CARDOSO, Francisco. José. Lago de Furnas. Planos Regionais de Desenvolvimento Integrado. Programa de Extensão UNIFENAS. 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Árvore - Flores amarelas, erectas, s/perfume. Flora densa atraindo borboleta. Det.: Fontella P. J & Marquete N.F.S (em 17-XII-1971) Procedência: Estrada AlfenasGaspar Lopes, a 2 Km de Alfenas. Observações: Cerrado. Trepadeira, flor esverdeada com fruto. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. R: Salomão Barroso - 2. Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas Departamento de Farmacologia e Fisiologia. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Folha. U.F.T. Estômago, abortivo, obesidade. Det.: R. L. Esteves (em 23-III-2005) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Estrada Alfenas-Gaspar Lopes, a 2km de Alfenas. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Cerrado. Erva flósculos brancos. Com xilopódio. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Fazenda - Ilha. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Cipó. Flor rosa sem perfume. Coletor Código do herbário F.M.R. Magalhães, 11 s/data RB 120122 s/coletor s/data RB 202712 F.M.R Magalhães, 13 s/data RB 120126 Maria Miranda Silva s/nº 08-V-1989 RB 308735 F. M. R. Magalhães, 9 26-II-1963 RB 120163 s/coletor s/data RB 243256 126 Fonte: Herbário Jardim Botânico do Rio de Janeiro Coletas em Alfenas/MG Nome Cientifico (Família Espécie) BIGNONIACEAE Fridericia speciosa Mart. BOMBACACEAE Ceiba CRUCIFERAE Lepidium sp. EUPHORBIACEAE Mabea fistulifera LABIATAE Ocimum selloi Benth. LABIATAE Ocimum selloi Benth.. LABIATAE Ocimum. Leitura Técnica de Fama Descrição Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Fazenda Ilha-Alfenes. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Cipó. Flôres vermelho rosado. . Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. ESTRADA P/ A PONTE DAS AMORAS. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. CRESCENDO NO CERRADO. GRANDE ARVORE, FLORES ROSADAS. Det.: ? Procedência: Brasil. Alfenas, Rua 4 n°85 Morada do Sol. Observações: anti-escorbutico, depurativo, herbaceo. Det.: Margarete emmerich (em V1982) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Fazenda Ilha - Alfenas. Observações: Mato do pedregulho. Arvore - Pessegueiro do mato - flores masculinas vermelho coral, recobertas de polen - fruto marrom aveludado. leitosa. Det.: V. P. Albuquerque (em 08-IX1995) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. EFOA. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Det.: V. P. Albuquerque (em 08-IX1995) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. EFOA. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais Det.: R Atkinson (em 13-VII-1995) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais Coletor Código do herbário H Austim s/nº 21-X-1980 RB 202702 Carauta, J.P.P., 814 01-III-1969 RB 170441 Rosemeire s/nº 12-V-1989 RB 308738 M C Weyland Vieira, 6 s/data RB 277870 Mª S. V. da Costa, 5 30-XI-1989 RB 308718 s/coletor 30-XI-1989 RB 308729 s/coletor 30-XI-1989 RB 308717 127 Fonte: Herbário Jardim Botânico do Rio de Janeiro Coletas em Alfenas/MG Nome Cientifico (Família Espécie) LABIATAE Ocimum LABIATAE LABIATAE. LABIATAE LABIATAE. LABIATAE LABIATAE LABIATAE LABIATAE LAURACEAE Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez LEGUMINOSAE Bauhinia rufa (Bong) Steud LEGUMINOSAE Erythrina. Leitura Técnica de Fama Descrição Det.: R Atkinson (em 13-VII-1995) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. . Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. EFOA. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. EFOA. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. R. Raimundo Corrêa. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Herbácea. Det.: H. v. d. Werff (em 1984) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Faz. Ilha Alfenas. Observações: Àrv. - Botões amarelo alaranjado. Det.: A F Vaz (em IV-1983) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. estrada Alfenas-Gaspar Lopes, a 2km de Alfenas. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Cerrado. Arbusto, flor esverdeada, com fruto. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Fazenda Ilha Alfenas. Observações: Arbusto, flores rosas, petalas avermelhadas Coletor Código do herbário s/coletor 30-XI-1989 RB 308722 José Nelson Figueiredo s/nº s/data RB 308715 s/coletor 30-XI-1989 RB 308716 s/coletor 30-XI-1989 RB 308723 Êner s/nº 23-IV-1989 RB 308731 Cristina W. V. s/nº 29-X-1980 RB 202710 F M R Magalhaes, 14 26-II-1963 RB 120198 M Cristina Weyland s/nº s/data RB 202697 128 Fonte: Herbário Jardim Botânico do Rio de Janeiro Coletas em Alfenas/MG Nome Cientifico (Família Espécie) LEGUMINOSAE Lonchocarpus neuroscapha Benth. MALPIGHIACEAE Banisteriopsis. MALPIGHIACEAE Byrsonima MALPIGHIACEAE MALPIGHIACEAE Det.: ? MONIMIACEAE Siparuna erythrocarpa (Mart. ex Tul.) A.DC. MORACEAE Ficus hirsuta Vell. Leitura Técnica de Fama Descrição Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Faz. Ilha. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Árvore 7m, flores brancas, eretas, perfumadas. Flora esparsa. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Fazenda Ilha. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Cipó. flores vermelhas, perfumadas. Floração densa Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Monte Alegre de Minas. Horto Monte Alegre. Fazenda Ilha Alfenas. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Árvore, flores amarelas sem perfume, nectar. Flores mais ou menos densa. Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. . Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Cipó, flor amarela. Floral. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. FAZ.TLHE. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. MORRO DE PEDREGULHO. ARBUSTO 1. Det.: J.P.P.CARAUTA (em XI-1990) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. FAZ. DA ILHA. ÁRVORE ISOLADA NA SEDE DA FAZ. CASA DE MARCELO E VIVIEN. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. ARVORE MUITO ANTIGA E ATACADA DE BROCA, COM SICÔNIOS VERDES. Coletor Código do herbário H. C. Weyland V. s/nº 03-XI-1980 RB 202700 M.C. Weylend Vieni, 162 07-III-1981 RB 243257 M Cristina Weyland s/nº 21-X-1980 RB 202714 M. C. Weyland Vieira, 163 07-III-1981 RB 243248 H.C.WEYLINDV, 19 07-X-1980 RB 202703 H.C.WEYLAND VIEIRA, 1165 18-V-1987 RB 386855 129 Fonte: Herbário Jardim Botânico do Rio de Janeiro Coletas em Alfenas/MG Nome Cientifico (Família Espécie) MORACEAE Maclura tinctoria (L.) Stend. Det.: ? MYRTACEAE Myrcia splendens (Sw.) DC. RUBIACEAE Chomelia pohliana M++ll.Arg. SAPINDACEAE SAPINDACEAE SOLANACEAE Cestrum . SOLANACEAE Cestrum . SOLANACEAE Cestrum sendtnerianum Mart. ex Sendtn. Leitura Técnica de Fama Descrição Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Fazenda Ilha. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Remanescente de vegetação nativa. Árvore isolada em gramado da Sede da Fazenda. Leitosa. Frutos verdes. Det.: M. Sobral (em 2005) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Fazenda Ilha. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Árvore, flores brancas, s/ perfume e eretas. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. . Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Árvore, flores brancas, erectas, perfumadsa, flores espessa. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Fazenda Ilha Alfenas. Observações: Cipó. Flor verde claro amarelada. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Faz. Ilha. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Flores: alvas, perfumadas.. Hábito/Forma de vida: arbusto. Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Faz. Ilhas. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Flores: alvas, perfumadas.. Hábito/Forma de vida: arbusto. Det.: Bittner cf. Kew (em 01-I-1988) Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. . Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. Coletor Código do herbário M. C. W. Vieira, 1162 18-V-1987 RB 316595 M. C. Weyland s/nº 29-X-1980 RB 202706 M.Cristina Wegland s/nº 03-XI-1980 RB 202704 M. C. Weyland Vieira, 164 07-III-1981 RB 243255 Vieira, M. C. W., 747 15-II-1984 RB 338626 Vieira, M. C. W., 671 17-II-1983 RB 338641 Döbereiner, J., 1741 06-X-1983 RB 220881 130 Fonte: Herbário Jardim Botânico do Rio de Janeiro Coletas em Alfenas/MG Nome Cientifico (Família Espécie) SOLANACEAE Solanum sp. Descrição Det.: ? Procedência: Brasil. Minas Gerais. Alfenas. Chácara da Rocha. capoeira branca. Observações: Coordenadas Geográficas da cidade mais próxima (segundo dados do IBGE), em Graus-Decimais. capoeira branca. Flores: alvas.. Hábito/Forma de vida: árvore. Coletor Código do herbário Weyland, M. C., 758 20-V-1985 RB 338637 Fonte: Herbário Museu de Historia Natural Riks – Suécia Coleção histórica de referência do botânico Regnel para o Sul de Minas Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro Araceae Philodendron brasiliense Engl. Philodendron minarum Engl. família Araceae gênero Philodendron espécie brasiliense autor Engl. type syntype basionym Philodendron brasiliense Engl. coletor Regnell III 1292 label info Brazil, Prov. Minas Geraes: Caldas. date 1868-02-29 herbarium no R-4429 família Araceae gênero Philodendron espécie brasiliense autor Engl. type syntype basionym Philodendron brasiliense Engl. coletor Regnell III 1292 label info Brazil, Prov. Minas Geraes: Caldas. date 1868-02-29 herbarium no R-4429 Langsdorffia hypogaea família Araceae gênero Philodendron espécie brasiliense autor Engl. type syntype basionym Philodendron brasiliense Engl. Bromeliaceae Karatas laciniosa Lindman Eriocaulaceae Paepalanthus caldensis Malme coletor Regnell III 1292 label info Brazil, Prov. Minas Geraes: Caldas. família Araceae gênero Philodendron espécie brasiliense autor Engl. type syntype basionym Philodendron brasiliense Engl. coletor Regnell III 1292 label info Brazil, Prov. Minas Geraes: Caldas. date 1868-02-29 herbarium no R-4429 família Eriocaulaceae gênero Paepalanthus espécie caldensis autor Malme type cotype basionym Paepalanthus caldensis Malme coletor Mosén 1054 label info Prov. Minas Geraes. Caldas. Capirary in uliginosis. date 1873-12-01 herbarium no R-3874 Fonte: Herbário Museu de Historia Natural Riks – Suécia Coleção histórica de referência do botânico Regnel para o Sul de Minas Leitura Técnica de Fama 131 Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro Araceae Paepalanthus caldensis Malme família Eriocaulaceae gênero Paepalanthus espécie caldensis autor Malme type cotype basionym Paepalanthus caldensis Malme coletor Mosén 1055 label info Prov. Minas Geraes. Caldas. Capivary locis apricis humidis. date 1873-11-20 herbarium no R-3875 família Eriocaulaceae gênero Paepalanthus espécie caldensis autor Malme type cotype basionym Paepalanthus caldensis Malme coletor Mosén 4449 label info Prov. Minas Geraes. Caldas. in ripa humida annuis Ribeirão dos Bugres. date 1875-11-05 herbarium no R-3876 família Eriocaulaceae gênero Paepalanthus espécie caldensis autor Malme type cotype basionym Paepalanthus caldensis Malme coletor Mosén 764 label info Prov. Minas Geraes. Caldas. in ripa humida amnis Rio verdinho. date 1873-10-30 herbarium no R-3877 família Eriocaulaceae gênero Paepalanthus espécie caldensis autor Malme type cotype basionym Paepalanthus caldensis Malme coletor Mosén 765 label info Prov. Minas Geraes. Caldas. in ripa umnis Ribeirão dos Bugus. date 1873-10-05 herbarium no R-3878 família Eriocaulaceae gênero Paepalanthus espécie caldensis autor Malme type cotype basionym Paepalanthus caldensis Malme coletor Widgren s. n. label info Brasilia: Prov. Minas Geraes. date 1845 herbarium no R-3879 família Eriocaulaceae gênero Paepalanthus espécie caldensis autor Malme type cotype basionym Paepalanthus caldensis Malme coletor Regnell III 458 label info Brazil Minas Geraes herbarium no R-3880 família Eriocaulaceae gênero Paepalanthus espécie manicatus autor V. A. Pouls type cotype basionym Paepalanthus manicatus V. A. Pouls coletor Regnell III 1267 label info Prov. Minas Geraes. Serra de Caldas, Pedra do Fradae. date 1855-01 herbarium no R-3899 Paepalanthus caldensis Malme Paepalanthus caldensis Malme Paepalanthus caldensis Malme Paepalanthus caldensis Malme Paepalanthus caldensis Malme Paepalanthus manicatus V. A. Pouls Fonte: Herbário Museu de Historia Natural Riks – Suécia Coleção histórica de referência do botânico Regnel para o Sul de Minas Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro Leitura Técnica de Fama 132 Gramitidaceaea Ceradenia albidula (Baker) L. E. Bishop família Grammitidaceae gênero Ceradenia espécie albidula autor (Baker) L. E. Bishop type type basionym Polypodium rosenstockii Maxon coletor Regnell III 1442 label info Prov. Minas Gerais, Caldas date 1857 herbarium no R-5142 família Heliconiaceae gênero Heliconia espécie psittacorum autor L. f. infrasp. taxon var. gracilis autor Peterson type lectotype basionym Heliconia psittacorum L. f. var. gracilis Peterson comments = H. subulata R. & P. subsp. gracilis (Peterson) L. Andersson coletor Regnell III 1211 label info Brazil, Prov. Minas Gerais, Caldas date 1850? herbarium no R-2821 família Isoetaceae gênero Isoëtes espécie martii autor A. Braun type syntype basionym Isoetes martii A. Br. comments Also original illustrations. coletor H. Mosén 2027 label info Prov. Minas Geraes. Caldas, in cataracta rivuli Gerivas date 1876-01-20 herbarium no R-3063 família Isoetaceae gênero Isoëtes espécie martii autor A. Braun type syntype basionym Isoetes martii A. Br. coletor Regnell III 1506 label info Prov. Minas Geraes. Caldas, in rivulo Gerivas date 1864 December herbarium no R-3064 Família Orchidaceae Gênero Epidendrum Espécie elongatum Coletor A. F. Regnell label info [Brazil, Minas Geraes] Caldas Date 1869 March 4 herbarium no A-94 Heliconiaceae Heliconia psittacorum L. f. Isoetaceae Isoëtes martii A. Braun Isoëtes martii A. Braun Orchidaceae Epidendrum elongatum Habenaria henscheniana Barb. Rodr. Leitura Técnica de Fama Família Orchidaceae Gênero Habenaria Espécie henscheniana Autor Barb. Rodr. Type isotype Basionym Habenaria henscheniana Barb. Rodr. comments Herbarium Bradeanum Fotografia No. 132 Coletor A. F. Regnell III 999 label info Brazil, Minas Geraes, Caldas, in ripa au...is Rio Verde loco uliginoso Date 1868-03-07 herbarium no R-2711 133 Fonte: Herbário Museu de Historia Natural Riks – Suécia Coleção histórica de referência do botânico Regnel para o Sul de Minas Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro Habenaria hydrophila Barb. Rodr. família Orchidaceae gênero Habenaria espécie hydrophila autor Barb. Rodr. type isotype basionym Habenaria hydrophila Barb. Rodr. comments Herbarium Bradeanum Fotografia No. 134 coletor A. F. Regnell III 1180x label info Brazil, Minas Gerais, Caldas, Vargas das Autas(?) date 1870-02-25 herbarium no R-2714 família Orchidaceae gênero Habenaria espécie regnellii autor Cogn. type type basionym Habenaria regnellii Cogn. comments Herbarium Bradeanum Fotografia No. 145 coletor A. F. Regnell III 1182 label info Brazil, Minas Geraes, Caldas, loco uliginoso date 1857-01-29 herbarium no R-2731 Família Orchidaceae Gênero Oncidium Espécie concolor Coletor Regnell III 1162 label info Brazil, Minas Geraës, Caldas Date 1868 October 21 herbarium no A-802 família Piperaceae gênero Peperomia espécie blanda autor Jacq. infrasp. taxon var. blandaeformis autor Dahlst type type basionym Peperomia blanda Jacq. var. blandaeformis Dahlst. coletor Henschen & Regnell III 1430 label info Herb. Brasil. Regnellian, prov. Minas Geraes, Caldas date 1868-05-16 herbarium no R-4128 família Piperaceae gênero Peperomia espécie caldasiana autor C. DC. type type basionym Peperomia caldasiana C. DC. coletor Lindberg 481 label info Brazil, Minas Geraes, Serra de Caldas ad arbores. date 1854-08 herbarium no R-4139 Habenaria regnellii Cogn. Oncidium concolor Piperaceae Peperomia blanda Jacq. Peperomia caldasiana C. DC. Peperomia delicatula Hench. Leitura Técnica de Fama família Piperaceae gênero Peperomia espécie delicatula autor Hench. type type basionym Peperomia delicatula Hench. coletor Regnell III 1107 [Henschen?] label info Brazil, Minas Gerais, Caldas herbarium no R-4176 134 Fonte: Herbário Museu de Historia Natural Riks – Suécia Coleção histórica de referência do botânico Regnel para o Sul de Minas Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro Piperaceae Peperomia minensis Henschen família Piperaceae gênero Peperômia espécie Minensis autor Henschen type Type basionym Peperomia minensis Henschen coletor H. Mosen 1649 label info Brazil, Minas Gerais, Caldas date 1874-05-15 herbarium no R-4257 Família Piperaceae Gênero Peperômia espécie Minensis Autor Henschen Type Type basionym Peperomia minensis Henschen coletor A. F. Regnell III 1631 label info Brazil, Minas Gerais, Caldas Date 1862 herbarium no R-4258 família Piperaceae gênero Peperomia espécie delicatula autor Hench. type type basionym Peperomia delicatula Hench. coletor Regnell III 1107 [Henschen?] label info Brazil, Minas Gerais, Caldas herbarium no R-4176 família Piperaceae gênero Peperomia espécie minensis autor Henschen type type basionym Peperomia minensis Henschen coletor H. Mosen 1649 label info Brazil, Minas Gerais, Caldas date 1874-05-15 herbarium no R-4257 família Piperaceae gênero Peperomia espécie minensis autor Henschen type type basionym Peperomia minensis Henschen coletor A. F. Regnell III 1631 label info Brazil, Minas Gerais, Caldas date 1862 herbarium no R-4258 família Piperaceae gênero Peperomia espécie oreophila autor Henschen type type basionym Peperomia oreophila Henschen comments Kew Negative No. 16256 coletor H. Mosén 1031 label info Herb. Brasil. Prov. Minas Geraes. Serra de Caldas in littoris rupium appicarum date 1873-12-10 herbarium no R-4278 Peperomia minensis Henschen Peperomia delicatula Hench Peperomia minensis Henschen Peperomia minensis Henschen Peperomia oreophila Henschen Fonte: Herbário Museu de Historia Natural Riks – Suécia Coleção histórica de referência do botânico Regnel para o Sul de Minas Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro Peperomia oreophila Henschen família gênero espécie autor Leitura Técnica de Fama Piperaceae Peperomia oreophila Henschen coletor Regnell III 1657 (Henschen?) label info Herb. Brasil. Prov. Minas Geraes. Serra de Caldas 135 Polypodiaceae Campyloneurum vulpinum (Lindm.) Ching type type basionym Peperomia oreophila S. Henschen comments Kew Negative No. 16255 date 1869-03-08 herbarium no R-4279 família Polypodiaceae gênero Campyloneurum espécie vulpinum autor (Lindm.) Ching type type basionym Polypodium vulpinum Lindm. coletor Hj. Mosén 2220 label info Prov. Minas Geraes, Serra de Caldas, ad truncum arboris ........ date 25 October 1873 Pecluma camptophyllaria (Fée) M. G. Price família Polypodiaceae gênero Pecluma espécie camptophyllaria autor (Fée) M. G. Price type lectotype basionym Polypodium cinerascens Lindm. comments det. A. M. Evans 1965: Lectotype of Polypodium cinerascens Lindm. Pecluma filicula (Kaulf.) M. G. Price família Polypodiaceae gênero Pecluma espécie filicula autor (Kaulf.) M. G. Price type lectotype? basionym Polypodium filiculum Kaulf. comments det. A. M. Evans 1965: Polypodium filicula Kaulf. Lectotype of Polypodium elasticum var. filicula (Kaulf.) Baker coletor Regnell III 1441 label info Prov. Minas Geraes, Caldas date 18 March 1847 herbarium no R-5072 Pecluma singeri (de la Sota) M.G. Price família Polypodiaceae gênero Pecluma espécie singeri autor (de la Sota) M.G. Price type type basionym Polypodium singeri de la Sota; Polypodium pectinatiforme Lindm. comments Placed on Polypodium singeri; det. de la Sota 1959: Polypodium singeri nov. spec.; det A. M. Evans 1965: Polypodium singeri de la Sota, paratype of P. pectinatiforme Lindm. coletor Mosén 2195 label info Prov. Minas Geraes, Serra de Caldas ad frutuis et arbusculus silva prim.... date 5 September 1873 herbarium no R-5112 coletor Regnell I 474 label info Brazil, Minas Geraes, serra de Caldas herbarium no R-5054 Fonte: Herbário Museu de Historia Natural Riks – Suécia Coleção histórica de referência do botânico Regnel para o Sul de Minas Coleção de Plantas do Planalto Sul – Mineiro Pecluma pectinatiformis (Lindm.) M. G. Price família Polypodiaceae gênero Pecluma espécie pectinatiformis autor (Lindm.) M. G. Price type paratype basionym Polypodium pectinatiforme Lindm. comments det. A. M. Evans 1965: Paratype of Polypodium pectinatiforme Lindm. coletor Mosén 2198 label info Prov. Minas Geraes, Serra de Caldas ad saxa silvae prim... date 10 September 1873 herbarium no R-5113 Pecluma pectinatiformis (Lindm.) M. Leitura Técnica de Fama 136 G. Price Pecluma truncorum (Lindm.) M. G. Price Selaginellaceae Selaginella marginata (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Spring família Polypodiaceae gênero Pecluma espécie pectinatiformis autor (Lindm.) M. G. Price type paratype basionym Polypodium pectinatiforme Lindm. comments det. A. M. Evans 1965: Paratype of Polypodium pectinatiforme Lindm coletor Mosén 2198 label info Prov. Minas Geraes, Caldas date 10 September 1873 herbarium no R-5114 família Polypodiaceae gênero Pecluma espécie truncorum autor (Lindm.) M. G. Price type lectotype basionym Polypodium truncorum Lindm. comments det. C. Lindman: Polypodium truncorum Lindm., det. E. de la Sota 1958: Polypodium truncorum Lindm. Holotype; det. A. M. Evans 1965: Polypodium truncorum Lindm. - Lectotype coletor Regnell II 319 x a label info Prov. Minas Geraes, Caldas, Pedra Branca in caudice filices date 12 november 1857 herbarium no R-5175 Família Selaginellaceae Gênero Selaginella Espécie marginata Autor (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Spring Type type Basionym Selaginella excurrens Spring var. glazioviana Hieron. ex Rosenst. Comments det. G. Hieronymus: Selaginella excurrens var. glazioviana Hieron. n. v. coletor Mosén 2021 label info Prov. Minas Geraes, Caldas Date 20 September 1873 herbarium no R-5648 Anexo: registro de Fauna Tabela– Espécies de Grande Porte do Parque Municipal Manoel Pedro Rodrigues. Nome Científico Nome Comum Astronium fraxinifolium Aroeira do campo Astronium graveolens Pau-ferro Lithraea molleoides Aroeira brava Annona cacans Corticeira Duguetia lanceolata Pindaúva Rollinia silvatica Embira Aspidosperma ramiflorum Guatambu Paracetoma peroba Perobinha Tabebuia Alba Ipê amarelo Chorisia speciosa Paineira Cecropia hololeuca Embaúba branca Lamanonia ternata Açoita cavalo Leitura Técnica de Fama 137 Cariniana legalis Jequitibá rosa Bauhinia forficata Pata de vaca Copaifera langsdorffii Cupiúva Himenaea courbaril Jatobá Peltogyne angustiflora Pau-roxo Syagrus oleracea Guariroba Fonte: Superintendência do Meio Ambiente, 2006. Tabela 39: Espécies Registradas. Nome Científico Nome Comum MAMIFEROS (Mastofauna) Dasyprocta sp Cutia Eupharactus sexcinctus Tatu peba Callithrix sp Mico Nasua nasua Quati Procyon crancrivorus Mão pelada Didelphis marsupialis Gambá Coendou prehensilis Ouriço Dasyprocta sp Cutia Cerdocyon thous Cachorro do mato Fonte : Divisão Parque e Zoológico Municipal, 2006. REPTEIS (Herpetofauna) Tupinambis merianae Teiú Heterodactylus imbricatus Lagarto-cobra Enyalius catenatus Papa-vento Ophiodes sp Cobra-de-vidro Liophis typhlus Cobra verde Erytrolamprus aesculapii Falsa Coral Micrurus corallinus Coral Bothrops jararaca Jararaca Bothrops alternatus Urutu Bothrops jararacussu Jararacuçu Crotalus durissus Cascavel Liophis atraventer Cobra-de-lixo Helicops modestus Cobra d’água Spilotes pullatus Brotogeris chiriri Leitura Técnica de Fama Caninana AVES (Ornitofauna) Periquito de Encontro Amarelo 138 Aratinga leucophtalmus Maritaca Maracanã Turdus rufiventris Sábia Laranjeira Passerina brissonii Azulão Piaya cayana Alma de Gato Crotophaga ani Anu Preto Guira guira Anu Branco Ramphatos toco Tucano Toco Gnorimopsar chopi Pássaro Preto Sicalis flaveola Canário da Terra Columba picazuro Pomba do ar enélope obscura Jacu-guaçu Cariama cristata Seriema Dendrocyana viduata Irerê Dacnis cayana Saíra azul Eupetomena macroura Beija-flor-tesourinha Xolmis velata Maria Branca Notiochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-casa Tangara desmaresti. Saíra-da-serra Saltator similis Trinca ferro Sporophila lineola Bigodinho Fonte : Divisão Parque e Zoológico Municipal, 2006. INSETOS (Entomofauna) Lycosa sp Aranha de jardim Epiachris schrottkyi Mamangava Xyloocopa suspecta Mamangava Apis mellifera Abelha Euplusia violácea Abelha Tabanidae Mosca Pseudosphex sp Vespa Pepsis sp Vespa Scaphura sp Vespa Stolas sp Besouro Homophoeta octoguttata Besouro Zacryptocerus pusillus Formiga Erinnyis alope Mariposa Morpho sp Borboleta Opsiphanes reevesi Borboleta Caligo sp Borboleta Leitura Técnica de Fama 139 Diaethria clymena Eurema sp Leitura Técnica de Fama Borboleta “88” Borboleta Fonte : Divisão Parque e Zoológico Municipal, 2006. 140 21 GLOSSÁRIO Ação antrópica - qualquer atividade desenvolvida pelo homem sobre o meio ambiente, independentemente de ser maléfica ou benéfica. Ação bioquímica - modificação química resultante do metabolismo de organismos vivos. Adensador de lodo - unidade onde é realizado o adensamento do lodo de esgoto. Adubo mineral material inorgânico, geralmente de origem industrial, que é adicionado ao meio em que a planta é cultivada para fornecer determinados nutrientes. Adubo orgânico adubo constituído essencialmente por elementos naturais (matéria orgânica decomposta, resíduos vegetais, esterco, dentre outros), isto é, sem o acréscimo de produtos químicos de origem industrial. Adensamento - efeito de aumento da densidade populacional ou edificada, a partir da intensificação da ocupação de áreas urbanas e/ ou de expansão urbana; Adutora de Água Não Potável - denominação aplicada as canalizações dos serviços de abastecimento público, destinadas a conduzir água não potável dos mananciais às estações de tratamento. Podem ser por recalque e/ ou gravidade e, neste último caso, em conduto forçado ou livre. Adutora de Água Potável - denominação aplicada as canalizações dos serviços de abastecimento público destinadas a conduzir água potável, geralmente das estações de tratamento aos sistemas de distribuição, podendo, em alguns casos, conduzir água bruta potável do manancial aos sistemas de distribuição. Podem ser por recalque ou gravidade e sempre em conduto fechado. Aeração - oxigenação da água com a ajuda do ar. A taxa de oxigênio dissolvido,expressa em porcentagem de saturação, é uma característica representativa de certa massa de água e de seu grau de poluição. Aeróbio - organismo para o qual o oxigênio livre do ar é imprescindível à vida. Afloramento - exposição natural em superfície, de rocha ou mineral, bem como, quaisquer outras exposições acessíveis à observação humana, tais como: corte de estradas, túneis, galerias subterrâneas, poços, etc. Afluente - denominação aplicada a qualquer curso d’água, cujo volume ou descarga contribui para aumentar outro, no qual desemboca. Tributário. Agenda 21 - protocolo contendo uma lista de compromissos e ações, entre os quais os de reestruturar a economia, assegurando a sobrevivência humana digna, preservando a saúde e os recursos naturais do planeta, objetivando o desenvolvimento sustentável. O protocolo foi assinado por mais de uma centena de países, incluindo o Brasil, durante a conferência de cúpula da organização das nações unidas(ONU), ocorrida na cidade do rio de janeiro, no ano de 1992 - a rio 92. Agregação a Seco (Pedologia) - agregação do solo que não é quebrada por determinadas condições de peneiramento a seco, efetuada em laboratório. Agrotóxico - substância química, geralmente artificial, destinada a combate as pragas da lavoura, tais como insetos, fungos, etc. Muitas são danosas aos animais e também ao homem Água Bruta - água que se encontra em fonte de abastecimento, antes de receber qualquer tipo de tratamento. Água Lêntica - denominação genérica para indicar toda água parada, como a dos lagos. Água Lótica - denominação utilizada para as águas correntes, como a dos rios. Água Potável - água que se destina ao consumo humano, devendo se apresentar incolor e transparente a uma temperatura compreendida entre 80c e 110 c, além de não poder conter nenhum germe patogênico ou substância nociva à saúde Água Residuária - denominação aplicada a qualquer despejo ou resíduo líqüido com potencialidade de causar poluição ou contaminação. Água Subterrânea - água presente no subsolo ocupando a zona saturada dos aqüíferos, e movendo-se sob o efeito da força gravitacional. Difere da água do solo, pois nesta as forças que a comandam são as eletroquímicas, tais como capilaridade e adsorção. Água Superficial - água que ocorre em corpos cuja superfície livre encontra-se em contato direto com a atmosfera, isto é, acima de superfície topográfica. Leitura Técnica de Fama 141 Algas - nome genérico dado a organismos autótrofos fotossintetizantes pertencentes aos reinos monera. Protista e vegetal, em sua grande maioria aquáticos, tanto de águas salgadas quanto doces. São em sua grande maioria unicelulares, havendo contudo espécies multicelulares, com as células apresentando pouca divisão de trabalho. Organismos com uma organização semelhante às algas atuais, já estavam presentes desde tempos proterozóicos Alteração do Uso do Solo – é um instrumento urbanístico que permite, para as áreas especificadas no plano diretor, a alteração do uso do solo, mediante o cumprimento de contrapartida pelo beneficiário; Altitude - distância na vertical obtida a partir de um datum, geralmente o nível médio do mar, até um ponto ou objeto situado na superfície da terra. Já a altura ou elevação são referidas a pontos ou objetos que estão situados acima da superfície terrestre. Aptidão Agrícola das Terras - adaptabilidade da terra para um tipo específico de utilização agrícola, pressupondo-se um ou mais distintos níveis de manejo. Aqüífero - unidade geológica que contém e libera água em quantidades suficientes de modo que pode ser utilizado como fonte de abastecimento. Área Edificada ou Construída - a soma das áreas de todos os pavimentos de uma edificação; Área Especial - porção do território municipal delimitada por lei, que se sobrepõe às zonas, em função de peculiaridades que exigem tratamento especial; Área Ocupada da Edificação - é a soma da área construída e da área de terreno efetivamente utilizada por atividades que não necessitem de área construída significativa para seu funcionamento, tais como estacionamentos comerciais ou lava-rápidos; Área Rural - toda área fora do perímetro urbano e da área de expansão urbana, cuja ocupação seja de uso agro-pecuário ou agro-industrial. Incide sobre esta área o ITR – imposto territorial rural. Área Urbana - porção do território, instituída por lei, definida para fins de loteamento, desmembramento, destinação e utilização de imóveis. Incide sobre esta área o IPTU – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. Área útil - a área construída do lote utilizada para o desenvolvimento das atividades predominantes do uso; Áreas de Expansão Urbana - porção do território, instituída por lei, programada para absorver o crescimento urbano do município. Áreas de Recarga - são áreas de uma bacia hidrográfica cujas características topográficas e geológicas permitem a maior infiltração das águas pluviais, recarregando lençóis freáticos. Em áreas montanhosas, normalmente as áreas de recarga são os topos de morros. São áreas protegidas pelo código florestal, que determina a preservação do terço superior dos morros; Áreas Não Edificáveis (non aedificandi) - são áreas públicas ou privadas, sujeitas à vedação do direito de construir, definidas em lei municipal, estadual ou federal, localizadas nas zonas urbana, de expansão urbana ou rural, tais como margens de rodovias, ferrovias e corpos d’água; Argila - família de minerais, a maioria constituída de silicatos hidratados de alumínio, finamente cristalinos ou amorfos e que cristalizam no sistema monoclínico. Distinguem-se três grupos : o do caulim (caulinita, nacrita, dickita, anauxita, halloysita e alofana) ; o da montmorillonita (montmorillonita, beidellita, nontronita e saponita); e o das hidromicas (hidromuscovita). Assoreamento - obstrução de um rio, canal, estuário ou qualquer corpo d’água, pelo acúmulo de substâncias minerais(areia, argila, etc) ou orgânicas, como o lodo, provocando a redução de sua profundidade e da velocidade de sua correnteza. Aterro Controlado - local utilizado para despejo do lixo, em bruto, havendo contudo a necessidade de após cada jornada de trabalho, cobri-lo com uma camada de terra. Aterro Sanitário técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada. Bacia Hidrográfica - região compreendida entre divisores de água, na qual toda a água aí precipitada escoa por um único exutório. Leitura Técnica de Fama 142 Baldio - denominação aplicada a um terreno ou campo não cultivado, abandonado e coberto por vegetação pobre. Barragem - barreira dotada de uma série de comportas ou outros mecanismos de controle, construída transversalmente a um curso d’água para controlar o nível das águas de montante, regular o escoamento ou derivar suas águas para canais. Represa. Biodegradação - decomposição parcial ou completa de um composto orgânico, através da ação de microrganismos. O grau de biodegradabilidade é a porcentagem de substância ativa, biodegradada em um período de tempo definido, e avaliada segundo a técnica oficialmente adotada. Capacidade de Uso da Terra - adaptabilidade de um terreno, segundo fins agrícolas diversos, em função de uma susceptibilidade ao depauperamento, principalmente pela erosão acelerada do solo, explorado com cultivos anuais, perenes, pastagem ou reflorestamento. Cárstica - superfície típica de uma região de calcário caracterizada pela presença de vales de dissolução, fossos e correntes de águas subterrâneas. Carvão Ativado - carvão que é ativado através de um processo de oxidação, cuidadosamente controlado, e destinado a produzir uma estrutura porosa com grande superfície, o que lhe confere uma elevada capacidade de adsorção. Certificado de Potencial Construtivo Adicional (CEPAC) - é uma forma de contrapartida financeira da outorga onerosa do potencial construtivo adicional para uso específico nas operações urbanas consorciadas; Chorume líquido escuro de composição bastante variável que adquiriu características poluentes devido ao seu contato com uma massa de resíduo sólidos em decomposição. Classe de Solos grupo de solos que apresentam uma variação definida em determinadas propriedades e que se distinguem de qualquer outra classe por diferenças nessas propriedades. Clima conjunto de estados de tempo meteorológico que caracteriza uma determinada região durante um grande período de tempo, incluindo o comportamento habitual e as flutuações, resultante das complexas relações entre a atmosfera, geosfera, hidrosfera, criosfera e biosfera. Clusters - agrupamento de empresas e instituições que, atuando sinergicamente, visam atender, de forma eficiente, determinado mercado de bens e serviços. Este apóia-se numa base econômica constituída por elementos que oferecem suporte à produção, numa rede de fornecedores de fatores de produção e serviços e completa-se na conexão desses componentes com empresa(s) líder(es) encarregadas de comercializar os produtos e serviços, em nível de atacado, nos diferentes mercados. Coeficiente de Aproveitamento (CA) - este índice é obtido dividindo-se a área construída pela área do terreno, não sendo computado, no seu cálculo, a área de garagem, desde que não exceda 25% da área destinada ao uso principal do empreendimento. O coeficiente de aproveitamento afeta diretamente a densidade edificada das áreas urbanas; Coeficiente de Aproveitamento Básico – é a relação entre a área edificada e a área do lote, outorgado gratuitamente; Coeficiente de Aproveitamento Máximo - é a relação entre a área edificada e a área do lote, outorgado onerosamente. Coeficiente de Aproveitamento Mínimo - é a relação entre a área edificada e a área do lote, abaixo do qual ele será considerado subtilizado; Coleta Seletiva forma diferenciada de coletar os resíduos onde o lixo seco ou reciclável é separado na origem e recolhido em coleta especial. Compostagem método de tratamento dos resíduos sólidos (lixo) através da fermentação da matéria orgânica contida nos mesmos, conseguindo-se a sua estabilização, sob a forma de um adubo denominado composto. Na compostagem sobram normalmente cerca de 50% de resíduos. Conjunto em Condomínio - é a edificação, verticalizada ou não, de unidades autônomas, sem parcelamento do solo em lotes, cabendo a cada unidade uma fração ideal do terreno e áreas de uso comum; Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) órgão superior do sistema nacional do meio ambiente (SISNAMA) com função de assessorar o presidente da república na formulação de diretrizes da política nacional de meio ambiente (lei no 6938/81). É composto por 71 membros, representantes dos governos federal e estaduais e da sociedade civil (entidades de classe, organizações de defesa do meio ambiente, etc.). As Leitura Técnica de Fama 143 competências do CONAMA incluem o estabelecimento de todas as normas técnicas e administrativas para a regulamentação e a implementação da política nacional do meio ambiente e a decisão, em grau de recurso, das ações de controle ambiental da sema (secretaria especial de meio ambiente). Conservação da Natureza - utilização racional dos recursos naturais renováveis (ar, água, solo, flora e fauna) e obtenção de rendimento máximo dos não renováveis (jazidas minerais), de modo a produzir o maior benefício sustentado para as gerações atuais, mantendo suas potencialidades para satisfazer as necessidades das gerações futuras. Não é sinônimo de preservação porque está voltada para o uso humano da natureza, em bases sustentáveis, enquanto a preservação visa à proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas. Conservação - é a utilização racional de um recurso qualquer, de modo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo-se a sua renovação ou a sua autosustentação. Correção do Solo - alteração nas propriedades do solo através da adição de diversas substâncias tais como fertilizantes, calcário etc., com o propósito de melhorar suas propriedades e/ou características, visando corrigir uma ou mais de suas deficiências. Corredores Ecológicos - termo adotado pelo sistema nacional de unidades de conservação (SNUC), que abrange as porções de ecossistemas naturais ou seminaturais que interligam unidades de conservação e outras áreas naturais, possibilitando o fluxo de genes e o movimento da biota entre elas, facilitando a dispersão de espécies, a recolonização de áreas degradadas, a preservação das espécies raras e a manutenção de populações que necessitam, para sua sobrevivência, de áreas maiores do que as disponíveis nas unidades de conservação. Os corredores ecológicos são fundamentais para a manutenção da biodiversidade a médio e longo prazos. Decantação - processo de separação dos componentes de um sistema heterogêneo sólido-líqüido, sólidogasoso ou líqüido-líqüido, onde o componente mais denso, sob a ação da gravidade, se deposita naturalmente. Desapropriação com Pagamento em Títulos - é a desapropriação efetivada pelo município, pagando-se o proprietário com títulos da dívida pública, quando decorridos 5 (cinco) anos de cobrança do iptu progressivo sem que ele tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios em seu terreno; Desdobro - é o parcelamento do solo através da subdivisão de lote; Desenvolvimento Sustentado - é aquele que possibilita a gestão do desenvolvimento, da utilização e da proteção dos recursos naturais, segundo os padrões nacionais ou internacionais, em ritmo e nos limites que permitam à população presente assegurar seu bem-estar sócio-econômico e cultural, de forma a garantir a preservação desses recursos também para as futuras gerações; tem por meio a proteção e a recuperação da função de sustento vital do ar, da água, do solo e dos ecossistemas naturais e construídos, bem como atenuar e mitigar todo efeito prejudicial das atividades que afetem o meio ambiente. Desmembramento - é o parcelamento do solo através da subdivisão de gleba em lotes, com o aproveitamento do sistema viário existente; Direito de Preempção - é a preferência conferida à administração pública municipal na compra de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, nas áreas delimitadas em lei municipal específica. Direito de Preferência - o mesmo que o direito de preempção estabelecido pelo estatuto da cidade, lei federal n.º 10.257/01; Drenagem - feição linear negativa, produzida por água superficial de escorrência, e que modela a topografia de uma região. Edilíca – referente à edificação; Efluente - qualquer tipo de água ou liquido, que flui de um sistema de coleta, ou de transporte, como tubulações, canais, reservatórios, e elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou disposição final, com estações de tratamento e corpos de água receptores. Emissário - coletor que recebe o esgoto de uma rede coletora e o encaminha para um ponto final de despejo ou de tratamento. Empreendimento Habitacional de Interesse Social (EHIS) - são aqueles que se destinam à produção de habitação de interesse social (HIS) para a população de baixa renda cadastrada conforme lei municipal específica e de acordo com padrões urbanísticos e construtivos estabelecidos nesta lei; Equipamentos Comunitários - são áreas destinadas ao poder executivo municipal, para instalação de equipamentos públicos de saúde, educação, sociais e similares; Leitura Técnica de Fama 144 Espaços Livres de Uso Público - são áreas destinadas ao poder executivo municipal para construção e/ou instalação de praças, parques e áreas de lazer; Estação Elevatória conjunto de bombas e demais acessórios que possibilitam a elevação da cota piezométrica da água transportada nos serviços de abastecimento público. Estoque - é o limite do potencial construtivo adicional definido para a macrozona, passível de ser adquirido mediante outorga onerosa; Estudo de Impacto de Vizinhança – é o estudo técnico que deve ser executado de forma a analisar os efeitos positivos e negativos de um empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades, devendo observar no mínimo as questões de adensamento populacional, equipamentos urbanos e comunitários, uso e ocupação do solo, valorização imobiliária, tráfego e demanda por transporte público, ventilação iluminação, paisagem urbana e patrimônio natural e cultural; Eutroficação - aumento da concentração de nutrientes em águas naturais, doce ou salgada, decorrentes de um processo de intensificação do fornecimento de nutrientes (principalmente nitratos e fosfatos), o que acelera o crescimento de algas e outros vegetais, e a deterioração da qualidade das águas. Embora seja um processo natural de maturação de uma massa d’ água, pode ser causado ou intensificado pela ação humana (lançamento de esgotos e outros efluentes, lixiviação de fertilizantes do solo, etc.) . É um dos principais problemas enfrentados no gerenciamento de recursos hídricos Flotação - processo de separação de partículas minerais que explora diferenças nas características de superfície entre as várias espécies existentes. A seletividade do processo de flotação é baseado no fato da superfície das espécies minerais poder apresentar diferentes graus de hidrofobicidade. Fossa Negra - escavação sem revestimento interno, na qual os dejetos caem no terreno, sendo que parte se infiltra e parte sofre decomposição no fundo. Não existe nenhum deflúvio, mostrando-se portanto como um dispositivo perigoso, e que somente deve ser utilizado em última instância. Fossa Séptica - tanque de sedimentação e digestão, no qual é depositado o lodo constituído pelas matérias insolúveis das águas residuárias que passam pelos mesmos, sofrendo decomposição pela ação de bactérias anaeróbicas. Frente do Lote ou Testada - é a dimensão da face do lote voltada para o logradouro; Gabarito - altura de uma edificação, podendo ser apresentado tanto através do número de pavimentos, quanto em metros. Correlacionado com o coeficiente de aproveitamento e outros instrumentos urbanísticos, tem a função de definições dos limites de usos do solo urbano no controle da densidade edificada do município; Geologia - ciência que estuda o globo terrestre desde o momento em que as rochas se formaram até o presente. Divide-se em geologia geral e geologia histórica, sendo que a primeira dedica-se ao estudo da composição, da estrutura e dos fenômenos genéticos formadores da crosta terrestre, bem como do conjunto geral de fenômenos que atuam não apenas na superfície, mas também no interior do planeta. Do ponto de vista prático a geologia está voltada tanto a indicar os locais favoráveis a encerrarem depósitos minerais úteis ao homem, como também do ponto de vista social, a fornecer informações que permitam prevenir catástrofes, e também empregada direta ou indiretamente nas obras de engenharia, na construção de túneis, barragens, estabilização de encostas etc. Geomorfologia - ciência que estuda o relevo da superfície terrestre, sua classificação, descrição, natureza, origem e evolução, incluindo a análise dos processos formadores da paisagem. Pode ainda ser inserido o estudo das feições submarinas. Gestão - é a ação integrada do poder público e da sociedade, visando a otimização do uso dos recursos naturais de forma sustentável, e tomando por base a sua recuperação. Gleba - é o terreno cuja conformação e dimensões não tiveram origem em loteamento ou desmembramento; Habitação de Interesse Social - é aquela destinada à população com renda familiar mensal limitada a 6 (seis) salários mínimos, produzida diretamente pelo poder público municipal ou com sua expressa anuência com, no máximo, 1 (um); Impacto Ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Resolução conama nº 306, de 5 de julho de 2002. Leitura Técnica de Fama 145 Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Progressivo no Tempo - é a aplicação, em caso de descumprimento das disposições sobre parcelamento, edificação e utilização compulsórios, de majoração da alíquota do imposto pelo prazo de cinco anos consecutivos, limitada ao máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor venal do terreno, conforme estabelecido em lei específica; Incômodo – potencialidade ou efeito gerado pela atividade incompatível com o bem-estar coletivo e os padrões definidos para uma determinada área; Inócuo – inofensivo à saúde, à segurança e ao bem-estar da sociedade; Lagoa de Decantação reservatório constituído especialmente para captar resíduos industriais, cujo produto final, obtido através de transformações bioquímicas e evaporação da água, pode ser utilizado como adubo orgânico. Lodo denominação utilizada para os sólidos acumulados e separados dos líquidos - água ou água residuária durante um processo de tratamento, ou depositados no fundo dos rios ou outros cursos d’ água. Lote - é o terreno resultante de loteamento, desmembramento, desdobro ou unificação para fins urbanos, com pelo menos uma divisa lindeira à via de circulação pública, exceto vielas sanitárias, constituindo unidade independente de propriedade; Lote Padrão - o menor lote admitido para parcelamento com exceção daqueles passíveis de intervenções em áreas definidas nesta lei; Loteamento - é o parcelamento do solo através da subdivisão do terreno em lotes, com a abertura de novas vias de circulação e logradouros públicos, ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes; Macrozonas - porções do território do município delimitadas por lei e caracterizadas por suas funções social e físico-ambiental diferenciadas; Mata Ciliar - vegetação predominantemente arbórea que acompanha a margem dos rios. Medidas Compensatórias - destinadas a compensar impactos irreversíveis que não podem ser evitados. Medidas Mitigadoras - destinadas a prevenir e compatibilizar impactos adversos ou reduzir aqueles que não podem ser evitados. Nascente - é o local onde se verifica o aparecimento de água por afloramento do lençol freático; Operações Urbanas Consorciadas - são o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo poder público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em determinada área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental; Outorga Onerosa do Direito de Construir - é o instrumento urbanístico que permite, para as áreas especificadas no plano diretor, o direito de construir acima do coeficiente de aproveitamento básico previsto em lei. Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios - são instrumentos de controle do espaço urbano pela imposição, num dado período, da obrigação de utilização do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, nas áreas previstas no plano diretor. Pavimento – é o plano do piso, espaço construído em uma edificação, compreendido entre dois pisos sobrepostos ou entre o piso e o teto; Pedologia ciência que trata da origem, morfologia, distribuição, mapeamento e classificação dos solos pH parâmetro químico que indica a concentração de íons de hidrogênio em uma solução aquosa; variando de 0 a 14, sendo 7 o neutro. Valores abaixo de 7, indicam uma solução ácida (corrosiva) e acima, básica (incrustante). Planalto termo geral utilizado para designar regiões da superfície terrestre de relevo suave, porém de altitude relativamente mais elevada, podendo ou não ser contornada por relevos mais rebaixados, apresentando contudo sempre em um dos lados, um desnível altimétrico abrupto. Planície termo genérico referente a qualquer área plana ou suavemente ondulada de dimensões variadas que ocorre mais freqüentemente em áreas de baixa altitude, e onde são predominantes os processos de deposição e acumulação de sedimentos. Pólo Gerador de Tráfego – uso ou atividade que para seu funcionamento gere interferências no tráfego do entorno impondo necessidades de área para estacionamento, embarque e desembarque de passageiros, carga e descarga de mercadorias; Leitura Técnica de Fama 146 Poluição - degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e lancem materiais ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Poluição Industrial - qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causadas por qualquer forma de energia ou de substâncias sólida, líqüida ou gasosa, ou combinação de elementos, despejados pelas industrias, em níveis capazes, direta ou indiretamente, de prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criar condições adversas às atividades sociais e econômicas, ocasionar danos à flora, à fauna e a outros recursos naturais. Potencial Construtivo - é o produto resultante da multiplicação de sua área pelo coeficiente de aproveitamento; Preservação - é a ação de proteger um ecossistema contra qualquer forma de dano ou degradação, adotandose medidas preventivas legalmente necessárias e as medidas de vigilância adequadas. Recuo - é a distância medida entre o limite externo da projeção horizontal da edificação e a divisa do terreno, sendo o recuo frontal medido em relação a todas as divisas do imóvel com as vias públicas; Recuperação naturais. é o ato de intervir num ecossistema degradado, visando ao resgate das suas condições Região Geomorfológica - grupamento de unidades geomorfológicas que apresentam semelhanças resultantes da convergência de fatores de evolução. Remembramento - é a soma de dois ou mais terrenos, para formação de novo terreno, sem alteração do sistema viário existente. Reserva Legal - área de cada propriedade onde não é permitido o corte raso, devendo ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área Reserva Particular do Patrimônio Natural - é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. Só poderá ser permitida, na reserva particular do patrimônio natural, conforme se dispuser em regulamento: a pesquisa científica, a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais; Resíduos Sólidos de Saúde (RSS) - define-se como aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal, os provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados, aqueles provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal e aqueles provenientes de barreiras sanitárias. Resíduos Sólidos - resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade, de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição de ruas. Inclui ainda determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos de água, ou que exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Sistema de Gestão Ambiental - instrumento organizacional que possibilita às instituições a alocação de recursos e a definição de responsabilidades quanto as questões ambientais; bem como a avaliação contínua de práticas, procedimentos e processos, buscando a melhoria permanente do seu desempenho ambiental. A gestão ambiental integra o sistema de gestão global de uma organização. Resolução conama nº 306, de 5 de julho de 2002. Sistema Viário - o conjunto de vias, logradouros, acessos e travessias, destinado à circulação de veículos e pedestres, operacionalizado com elementos de fiscalização, sinalização e controle de tráfego; Solo Colapsível - solo que quando saturado de água entra em colapso, isto é, sofre recalque sem que haja aumento de carga. Os solos colapsíveis são geralmente representados por aluviões, coluviões e solos residuais submetidos a intensa lixiviação, que produz estruturas porosas. Sustentabilidade Ambiental - conceito associado ao desenvolvimento sustentável, envolve a utilização racional dos recursos naturais, sob a perspectiva do longo prazo. A utilização sustentável dos recursos naturais é aquela em que os recursos naturais renováveis são usados abaixo da sua capacidade natural de reposição, e os não renováveis de forma parcimoniosa e eficiente, aumentando sua vida útil. Em termos de energia, a sustentabilidade preconiza a substituição de combustíveis fósseis e energia nuclear por fontes renováveis, como a energia solar, a eólica, das marés, da biomassa, etc. A sustentabilidade ambiental é caracterizada pela Leitura Técnica de Fama 147 manutenção da capacidade do ambiente de prover os serviços ambientais e os recursos necessários ao desenvolvimento das sociedades humanas de forma permanente. Sustentabilidade Social - conceito associado ao desenvolvimento sustentável, envolve a melhoria e a manutenção do bem estar social, encarado numa perspectiva de longo prazo. Em termos sociais, sustentabilidade significa distribuição de renda mais eqüânime, aumento da participação dos diferentes segmentos da sociedade na tomada de decisões, eqüidade entre sexos, grupos étnicos, sociais e religiosos, universalização do saneamento básico e do acesso a informação e aos serviços de saúde e educação, etc. A sustentabilidade social está associada tanto ao bem estar material da população quanto a sua participação nas decisões coletivas. Taxa de Ocupação (TO) - é a relação entre a área de projeção horizontal da edificação ou conjunto de edificações e a área total do terreno ou gleba, excetuando-se subsolos para fins de estacionamento; Taxa de Permeabilidade (TP): é a relação entre a área sem impermeabilização do imóvel e a área total do terreno, sendo destinada prioritariamente ao ajardinamento e/ou arborização, conforme diretrizes fornecidas pelo poder executivo municipal; Transferência do Direito de Construir: instrumento urbanístico que autoriza o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir não utilizado, quando o imóvel for necessário para: implantação de equipamentos urbanos e comunitários; preservação de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural; e para programas de regularização fundiária. Tratamento Biológico: forma de tratamento da água residuária, na qual a ação bacteriológica ou bioquímica é intensificada para estabilizar, oxidar e nitrificar a matéria orgânica presente. Unidade de Conservação: espaço territorial e seus componentes, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder público, com objetivos de preservação e/ou conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. As unidades de conservação podem ser de uso indireto quando não envolvem consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais, e de uso direto quando envolvem o uso comercial ou não dos recursos naturais. Zoneamento Ambiental: integração sistemática e interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento dos usos do solo, com o objetivo de definir a melhor gestão dos recursos ambientais identificados. Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE): instrumento de racionalização da ocupação dos espaços e de redirecionamento das atividades econômicas. O zee serve como subsídio a estratégias e ações para a elaboração e execução de planos regionais de busca do desenvolvimento sustentável. *** Leitura Técnica de Fama 148 Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana ALAGO Rua Juscelino Barbosa, 572 – Centro Alfenas-MG CEP 37130 (35) 3292-3999 [email protected] / [email protected] www.alago.org.br FUNDAÇÃO FACEPE – CASA DO PLANO Avenida São José, 1723 – Centro (35) 3299-1483 cláudio@unifal_mg.edu.br www.facepealfenas.org.br PREFEITURA MUNICIPAL DE FAMA Praça Fausto Monteiro, 347 – Centro (35) 3698-2000 www.alfenas.mg.gov.br