REQUERIMENTO DE SESSÃO SOLENE (Deputado Chico Alencar) Requer a realização de Sessão Solene em comemoração aos 100 anos do nascimento do ator, cantor, escritor e compositor brasileiro Grande Otelo Senhor Presidente, Requeiro a Vossa Excelência, com base no artigo 68, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a realização de Sessão Solene, no próximo dia 20 de outubro, em comemoração aos 100 anos do nascimento do ator, cantor, escritor e compositor Sebastião Bernardes de Souza Prata, mais conhecido como Grande Otelo. JUSTIFICAÇÃO Eternizado como Grande Otelo, Sebastião Bernardes de Souza Prata nasceu em 18 de outubro de 1915. Foi em sua cidade natal, Uberlândia (MG), que teve o primeiro contato com o mundo das artes, por intermédio de uma companhia de teatro mambembe, sendo nela acolhido por meio de sua diretora, Abigail Parecis, que adotou, levando-o para São Paulo. Fugindo de seu novo lar, e após várias entradas e saídas do Juizado de Menores, foi adotado, mais uma vez, pela família de Antônio de Queiroz, político influente da época. Dona Eugênia, mulher de Queiroz, tinha ido ao Juizado atrás de uma garota que a ajudasse na cozinha. O administrador do albergue sugeriu que levasse o “negrinho fujão” que sabia declamar, dançar e fazer graça. Estudou no Colégio Sagrado Coração de Jesus, de religiosos salesianos, até a terceira série ginasial. Atuou na Companhia Negra de Revistas, coordenada por Pixinguinha e na década de 1930 ingressou na Companhia Jardel Jércolis, mesmo período em que recebeu o apelido de Grande Otelo. Participou de 117 filmes, abarcando desde a fase das chanchadas até o Cinema Novo. Em 1942 atuou no It's All True, do cineasta norteamericano Orson Welles, que o considerava o maior ator brasileiro de todos os tempos. Formou dupla com o cômico paulista Ankito, mas foi a sua parceria com Oscarito que se tornou mais popular. No final dos anos 50 encenou no cinema e em espetáculos musicais com Vera Regina; após o fim da dupla, viveu um período de crise profissional, vindo a se soerguer pela atuação brilhante em Macunaíma, filme baseado na obra de Mário de Andrade. Participou, também, do filme de Werner Herzog, Fitzcarraldo, de 1982, filmado na floresta amazônica. Assim como os estereótipos que o acossavam desde suas primeiras peças, aos seis anos de idade, cujos títulos reiteravam sua condição de ator negro – Tudo Preto; Preto no Branco; Café Torrado; Carvão Nacional –, a tragédia marcou sua vida pessoal – seu pai morreu esfaqueado e a mãe era alcoólatra. Quando já era um ator consagrado, sua mulher se suicidou logo após matar com veneno seu filho de seis anos de idade, que era enteado do ator. Desde a década de 1960, já contratado pela TV Globo, participou de diversas telenovelas, como Uma Rosa com Amor, Feijão Maravilha e Sinhá Moça, e de alguns programas, como o humorístico Escolinha do Professor Raimundo. Seu último trabalho foi na novela Renascer. Grande Otelo morreu após um ataque fulminante do coração, em 1993, a caminho de Paris, onde receberia uma homenagem no Festival de Nantes. Essas são as razões superiores que justificam a apresentação do presente requerimento, ao qual se requer o apoio dos pares. Sala da Comissão, 20 de agosto de 2015. Dep. Chico Alencar Líder do Psol