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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ
FACULDADE INGÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTÍSTICA
ROBERTO CARLOS SOCCOL FILHO
CLAREAMENTO DE DENTES VITAIS: COMPARAÇÃO DA
EFETIVIDADE ENTRE A TÉCNICA DE CONSULTÓRIO E A CASEIRA
PASSO FUNDO
2011
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ROBERTO CARLOS SOCCOL FILHO
CLAREAMENTO DE DENTES VITAIS: COMPARAÇÃO DA
EFETIVIDADE ENTRE A TÉCNICA DE CONSULTÓRIO E A CASEIRA
Monografia apresentada à Unidade de Pósgraduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ –
Passo Fundo-RS como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista em
Dentística.
Orientador: Profª. Ms. Janesca Casalli
PASSO FUNDO
2011
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ROBERTO CARLOS SOCCOL FILHO
CLAREAMENTO DE DENTES VITAIS: COMPARAÇÃO DA
EFETIVIDADE ENTRE A TÉCNICA DE CONSULTÓRIO E A CASEIRA
Monografia apresentada à comissão
julgadora da Unidade de Pós-graduação da
Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo FundoRS como requisito parcial para obtenção do
título de Especialista em Dentística.
Aprovada em ___/___/______.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________
Prof. Ms.Janesca Casalli - Orientador
________________________________________________
Prof. Dr. Simone Alberton
________________________________________________
Prof. Ms.Nelson Massing
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais Roberto e Vera pelo amor incondicional, constante apoio e eterna
fonte de motivação. Por serem acima de tudo meus amigos e exemplos de caráter e
sabedoria. Vocês me ensinaram a não desistir diante das dificuldades e acreditar na
minha capacidade de superá-las, sendo os meus maiores incentivadores. Tudo o
que sou e tenho devo a vocês. A conquista desse momento é nossa.
Aos meus irmãos gêmeos Rodrigo e Renan, que mesmo distantes sempre me
incentivaram e me apoiaram nesta caminhada.
A Marina, minha namorada que me acompanhou, incentivou e principalmente
ajudou neste trabalho. Te amo, obrigado por tudo.
A Neca minha segunda mãe que sempre me incentivou e acreditou em mim.
Enfim, a todos vocês que foram e continuam sendo meus alicerces na vida, meu
muito obrigado.
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AGRADECIMENTO
Aos professores da Unidade de Pós-Graduação da Faculdade Ingá – Úninga –
Dr. Simone Alberton da Silva, Ms. Janesca Casalli, Ms. Cristiano Magagnin, Ms.
Nelson Massing, Ms. Paula Ghiggi, Esp. Paullo Rodolpho, Ms. Lilian Rigo pela
competência e ensinamentos transmitidos, os quais eu jamais esquecerei.
A Profª Ms. Janesca Casalli, pela orientação e apoio na realização deste
trabalho.
Aos funcionários do CEOM pelo carinho e dedicação.
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“Só sabemos com exatidão quando sabemos pouco; á medida que vamos
adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida.”
(Johann Goethe)
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RESUMO
Atualmente, a estética na odontologia moderna tem sido priorizada. Dentes com
tonalidades mais claras, bem contornados e alinhados, estabelecem um padrão de
beleza, apresentação pessoal e saúde. No entanto, frequentemente, dentes vitais e
não vitais apresentam-se com a cor e ou forma alterada, comprometendo sua
estética. O clareamento dental é uma técnica não-invasiva que possibilita ao
cirurgião dentista corresponder à expectativa destes pacientes em busca de dentes
mais claros. Essencialmente existem duas técnicas para o clareamento de dentes
vitais, a técnica caseira executada pelo paciente, mas orientada pelo dentista, que
utiliza placas com agentes clareadores de baixa concentração por algum período do
dia ou da noite; e a técnica de consultório onde o clareamento depende
exclusivamente do dentista, onde se utiliza o gel clareador em alta concentração por
um curto período de tempo. Objetivou-se com este trabalho avaliar, através de uma
revisão de literatura, quais as diferenças entre as técnicas de clareamento caseiro e
de consultório no que se refere a sua efetividade. Conclui-se que ambas as técnicas
de clareamento de dentes vitais mostraram-se efetivas, mas na grande maioria dos
estudos a técnica de clareamento dental caseira mostrou-se mais eficaz em relação
à técnica de consultório.
Palavras-chave: Clareamento dental. Peróxido de hidrogênio. Peróxido de
carbamida.
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ABSTRACT
Nowadays, the esthetic in modern dentistry has been prioritized. Teeth with
lighter shades, contoured and well aligned, set a standard of beauty, personal
presentation and health. However, vital and non vital teeth shows frequently altered
color’s and form, committing his esthetics. The tooth whitening is a non invasive
technique that allows the dentist to help these patients in search of whiter teeth.
Essentially, there are two techniques for vital bleaching, the home technique
running by patients, but guided by dentist, which uses tray with low concentration of
bleaching agents for a period of time during the day or night; and the office
technique, running exclusively by dentist, which uses the whitening gel in high
concentration for a short period of time. The aim of this study was to evaluate,
through a literature review, what the real differences between the techniques of home
bleaching and office bleaching regard to its effectiveness. It was concludes that both
techniques have proved effectiveness, but in the most studies in this area, the home
whitening technique was more effective than in office technique.
Key words: Tooth bleaching. Hydrogen peroxide. Carbamide peroxide.
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SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO....................................................................................................9
2
REVISÃO DE LITERATURA............................................................................12
2.1
ASPECTOS GERAIS DO CLAREAMENTO DENTAL......................................12
2.2 EFICÁCIA DOS AGENTES CLAREADORES....................................................17
3
CONCLUSÃO....................................................................................................28
REFERÊNCIAS..........................................................................................................29
9
1 INTRODUÇÃO
A estética apresenta uma importância cada vez maior em nossa sociedade, e
isso também se reflete na área odontológica. Dessa forma, a odontologia estética
conquista um espaço crescente, procurando atender a progressiva demanda de
pacientes que buscam aperfeiçoar o sorriso (GERLACK et al., 2004).
Além de outras funções, o dentista tem conseguido reduzir a freqüência e a
severidade de cáries e doenças periodontais, o que leva a preservação dos dentes
naturais, mesmo em pacientes mais velhos. Dentes mais claros tornaram-se mais
desejáveis por serem associados com saúde e beleza, assim, houve um aumento da
popularidade do clareamento de dentes vitais e uma busca por novos protocolos e
produtos.
Segundo algumas publicações, em meio às diversas formas de clareamento
disponíveis e que empregam agentes clareadores, a técnica da moldeira é a mais
acessível e segura (Haywood, 1992). Alguns profissionais da área crêem que deva
ser a primeira alternativa para o uso em dentes vitais com alteração de cor ou na
busca por melhora estética. (Feinman, 1995; Haywood e Leonard, 1998).
Ainda que o clareamento caseiro seja o mais aconselhado, alguns pacientes não
se adaptam à técnica, ou preferem não esperar alguns dias para visualizar os
resultados, necessitando assim de uma técnica que produza efeitos mais imediatos.
O clareamento de consultório é uma alternativa para estes pacientes.
O clareamento de consultório vem sofrendo modificações em seu protocolo para
envolver as diferentes fontes de aceleração existentes. Esta forma de clareamento
cria a possibilidade de reduzir o tempo total do procedimento e auxilia os pacientes
que não conseguem utilizar a moldeira do clareamento caseiro. A fonte de luz para
aceleração escolhida determinará a reação que levará ao processo de clareamento,
sendo ela fotoquímica ou fototérmica (BRUGNERA JUNIOR; ZANIN, 2004).
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O presente estudo teve como principal objetivo verificar, através da literatura, se
os resultados obtidos através do clareamento de dentes vitais realizados em
consultório, são iguais ou diferentes dos resultados do clareamento caseiro, com
ênfase na sua efetividade.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ASPECTOS GERAIS DO CLAREAMENTO DENTAL
Alterações nos tecidos dentais, como cemento, polpa, dentina e esmalte podem
provocar transformações na coloração dos dentes. No esmalte, a cor irá variar de
acordo com a espessura e grau de mineralização. Quanto mais mineralizado mais
translúcido é o dente, já a dentina, quando apresenta um volume maior, possui uma
coloração mais amarelada (BUSATO et al., 1996).
Kleber, More e Nelson (1998) e Joiner (2004) afirmam que alguns fatores são
determinantes para a coloração dos dentes, entre eles as condições de
luminosidade do meio ambiente, em articulação com as propriedades das estruturas
dentais que favorecem a assimilação da luz, assim, o feixe luminoso, ao incidir sobre
a superfície dental, pode provocar a reflexão na própria superfície incidente, pode
ser absorvido pelos tecidos dentais ou pode ainda ser transmitido através da
superfície à qual incide. Portanto, a tonalidade da cor dos dentes é decorrência da
intensidade da luz dispersa, cujo feixe luminoso segue caminhos irregulares nas
estruturas dentais, antes de emergir na superfície em que incidiu.
Didaticamente, as modificações de cor podem ser consideradas em manchas
extrínsecas e manchas intrínsecas. As manchas extrínsecas são pigmentos que
aderem a superfície do dente ou a película adquirida e que, na maioria das vezes,
decorre da dieta alimentar ou certos hábitos adotados pelo paciente. Os agentes
mais comuns que geram as alterações extrínsecas de cor são o café, o cigarro e os
corantes que, causam manchas amarelo-marrom a pretas localizadas de forma mais
acentuada na porção cervical da face vestibular. Manchas verdes estão
normalmente relacionadas a higiene oral insatisfatória e a decomposição de restos
alimentares (CONCEIÇÃO, 2002).
Os pigmentos são moléculas orgânicas longas formadas por cadeias com
ligações aromáticas e/ou alifáticas que alteram o índice de refração do
12
esmalte/dentina deixando os dentes mais escurecidos, sendo que o clareamento
dental aponta a remoção dessas moléculas (GOLDSTAIN; GARBER, 1995).
Quando o pigmento encontra-se no intimo da estrutura dental, há a presença de
uma alteração intrínseca de cor a qual pode ser classificada, segundo sua natureza,
em congênita ou adquirida (CONCEIÇÃO, 2002).
A alteração congênita, segundo Alberts (1985), normalmente estão relacionadas
às mudanças estruturais no momento de formação dentária, com dentinogênese
imperfeita, hipoplasia do esmalte e fluorose.
A alteração adquirida pode ser subdividida em pré-eruptiva e pós-eruptiva.
Alterações pré-eruptivas são causadas por algumas doenças sistêmicas, como
eritroblastose fetal e icterícia grave, que causam máculas nos dentes pela infusão de
pigmentos na dentina durante os estágios críticos do desenvolvimento do dente e o
uso de tetraciclina durante a formação dos dentes. Já as alterações pós-eruptivas
são causadas por algum traumatismo dental, associados ou não a necrose pulpar,
pelo uso de materiais restauradores e remédios intra-canal, e pelo o desgaste
fisiológico que ocorre com o passar dos anos (CONCEIÇÃO, 2002).
No que se refere ás substancias utilizadas no clareamento de dentes vitais,
temos a disposição dois tipos de substâncias, peróxido de carbamida e peróxido de
hidrogênio em várias concentrações. Os produtos à base de peróxido de carbamida
se dividem em duas classes, de acordo com a presença ou não de carbopol
(polímero de carbopolimetileno que torna o gel mais espesso soma a aderência,
viscosidade e a estabilidade do agente clareador). As soluções que contém carbopol
são soluções de liberação vagarosa de oxigênio. Para o método de clareamento
caseiro são usados os dois tipos de peróxido em concentrações mais baixas, são
eles o peróxido de carbamida de 10% a 22% e o peróxido de hidrogênio nas
concentrações entre 1% a 10%. Já para a técnica de clareamento de consultório são
utilizadas concentrações mais altas de peróxido de hidrogênio entre 30% e 37% e
peróxido de carbamida entre 35% e 37% (REICHERT, 2003).
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Conceição (2002) afirma que os agentes clareadores baseados em solução de
peróxido, têm baixo peso molecular e uma aptidão de desnaturar proteínas,
aumentando assim a agitação de íons através da estrutura dental. Por serem
intensos agentes oxidantes, essas substâncias reagem com as macromoléculas
culpadas pelos pigmentos. Através de um processo de oxidação, os materiais
orgânicos são eventualmente convertidos em dióxido de carbono e em água,
extraindo, consequentemente, os pigmentos da estrutura dentária por difusão.
Segundo o mesmo autor, o peróxido de carbamida tem sido a formulação mais
frequentemente empregada para o método de clareamento vital caseiro. Sua
composição é fundamentada na associação de peróxido de hidrogênio e de uréia,
que se dissocia em contato com os tecidos ou com a saliva, fazendo que o peróxido
de hidrogênio alterar-se em oxigênio e água e a uréia em amônia e dióxido de
carbono. A partir do exposto, um gel de peróxido de carbamida a uma concentração
de 10% degrada-se em peróxido de hidrogênio a 3% e a uréia a 7%, sendo o
peróxido de hidrogênio considerado a fundamental substância ativa. Com a
finalidade de adicionar o tempo de permanência do gel clareador em contato com os
dentes, um polímero espessante, designado carbopol, foi associado às soluções de
peróxido de carbamida. A presença de carbopol, além de somar a viscosidade e a
estabilidade do agente clareador, faz com que ele ofereça uma liberação lenta de
oxigênio, liberando seu uso noturno. O peróxido de carbamida sem o carbopol
proporciona liberação de oxigênio rápida, em torno de uma hora, necessitando
assim trocas do gel clareador com mais freqüência.
Depois da anamnese e exame físico detalhado, examinada etiologia da anomalia
de cor e feita uma avaliação da possibilidade do paciente ser submetido ao
clareamento, é possível determinar-se um correto programa para o caso, então,
indicando o clareamento em várias situações como: dentes amarelos ou
escurecidos; dentes manchados pela deposição de corantes decorrentes da dieta,
fumo, entre outros fatores; dentes que apresentam manchamento moderado pela
tetraciclina; dentes com mudança de cor originada por traumatismo; dentes que
apresentam escurecimento em função da perda parcial de esmalte pela idade, ou
seja, por corrosão fisiológica; dentes manchados por fluorose; dentes com necrose
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pulpar e que apresentam escurecimento da coroa dental; e dentes com alterações
intrínseca de cor provocada por doenças sistêmicas tal como sarampo, febre
reumática, eritroblastose fetal e escarlatina (HAYWOODD, 1992, CONCEIÇÃO,
2002).
São contra indicadas técnicas de clareamento de dentes vitais nas seguintes
situações: pacientes que não possuem habilidade de seguir as instruções
corretamente (BUSATO et al, 1996); pacientes gestantes ou lactantes; pacientes
alérgicos
aos
componentes
dos
agentes
clareadores;
pacientes
com
hipersensibilidade dentinária grave; pacientes com recessão gengival severa;
pacientes com úlcera, ferida na gengiva e mucosa bucal; pacientes com histórico de
lesão malignas ou pré-cancerizaveis na região da orofaringe (MINOUX;SERVATY,
2008).
Em 1988, a Food and Drugs Administration (FDA) considerou tanto o peróxido
de carbamida a 10% quanto o peróxido de hidrogênio 1,5% a 3% como anti-sépticos
orais. Nessas concentrações representam materiais “categoria 1”, a qual é
reconhecida como segura e eficiente (GOLDSTEIN; GARBER,1995).
Estudos de Woolverton, Haywood e Heymann (1991) conferem a citotoxidade do
peróxido de carbamida a 10% em fibroblastos de ratos e constatam que a reação
inflamatória era similar àquela localizada com fosfato de zinco, IRM (cimento de
óxido de zinco e eugenol), cimentos temporários, Plax, Cepacol e creme dental
Crest. Todos esses produtos são utilizados como rotina na pratica odontológica, sem
nenhum relato de efeitos danosos ao organismo.
Estudos em animais indicam que a dose letal média do peróxido de carbamida
em ratos é de aproximadamente 87,18 a 143,83 mg/kg. Ao transferirmos esses
valores para um indivíduo pesando em torno de 75 Kg, a dose letal de peróxido de
carbamida a 10% seria em torno de 6,5 a 8 litros. A dose necessária para a técnica
de clareamento vital caseira é em torno de 29 a 59 ml para todo o tratamento, ou
seja, durante várias semanas. Então, podemos afirmar que o tratamento vital caseiro
oferece uma margem bastante segura quanto a sua dose letal. O mesmo estudo
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também comprovou que não há potencial de mutagenicidade de células após a
ingestão de peróxido de carbamida a 10% (CONCEIÇÃO, 2002).
2.2 EFICÁCIAS DOS AGENTES CLAREADORES
O clareamento vital tem se tornado um popular método de tratamento em
pacientes que estão insatisfeitos com a cor de seus dentes. Haywood (1992) afirma
que a técnica de clareamento caseiro deveria ser considerada como a primeira
alternativa de tratamento para dentes manchados.
Estudos têm recomendado a eficácia da técnica caseira, que tem um índice de
sucesso de 96% em pessoas com dentes descoloridos geneticamente ou por algum
material, e de 91% em pessoas com manchas de tetraciclina (com extensão do
tempo de tratamento) (HAYWOOD, 1992).
Conforme Goldstein e Kiremidjian (1993), as técnicas que empregaram peróxido
de hidrogênio a 30 ou a 35% foram aceitas por muito tempo, mas sua popularidade
foi limitada devido à sua natureza cáustica. Em relação à resistência dos efeitos
obtidos com as técnicas de clareamento dentário, concluem os autores, que o
retratamento é necessário, sendo recomendado. Cerca de 20% dos casos de
clareamento dentário devem ser retratados em três anos. O uso de clareamento
caseiro, como método de tratamento para pacientes que desejam clarear os dentes,
parece ser valido. Ele pode conseguir um excelente resultado para a maioria dos
pacientes, com poucos efeitos colaterais.
Feinman (1995) realizou uma revisão de literatura sobre clareamento dentário e
concluiu que, quando realizado com peróxido de carbamida a 10%, é indolor, de
baixo custo e altamente efetivo. Afirmou que o procedimento de clareamento
dentário produz ótimos efeitos na maioria dos pacientes, com poucos efeitos
adversos.
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Lenhard (1996) observou, ” in vitro”, as modificações de coloração de vinte e
cinco incisivos, resultantes de clareamento repetitivo com peróxido de carbamida a
10%. Para tanto, foi utilizado um colorímetro que determinou a coloração em cada
terço do dente (incisal, médio e cervical). Após cada período de clareamento, os
dentes eram examinados, exceto no grupo controle, que foram feitos no início e no
fim do procedimento testado. Os dentes foram clareados por 8 horas e mantidos em
água por 16 horas, sendo esse procedimento repetido 7 vezes. A análise estatística
utilizada para avaliar os parâmetros de coloração do grupo controle, no início e no
fim do estudo, deu-se com o teste de Wilcoxon. E o teste de Mann-Whitney foi usado
para comparar o grupo controle com o grupo teste. Foi concluído que o clareamento
é mais eficaz no terço incisal, causando uma mudança na direção azul dentro do
espaço de cores.
Kugel et al. (1997) conferiram a eficácia da técnica em consultório com a
agregação da caseira e a de consultório. Vinte pacientes foram analisados em dois
grupos: o grupo um foi tratado somente com a técnica em consultório, em duas
sessões de quinze minutos cada, utilizando peróxido de carbamida a 35%; o grupo
dois foi tratado com ambas as técnicas, iniciando pela técnica em consultório
(conforme o grupo um) e, subseqüente a isso, aplicação de 15% de peróxido de
carbamida durante cinco dias por uma hora. A variação da mudança no grupo um foi
de 4.8 em média, já no grupo dois a média foi de 7.1. Foi concluído que nos dois
grupos houve alteração na cor dental. Entretanto, a associação de técnicas gerou
uma alteração significativamente maior. Acredita-se que a técnica em consultório
realizada antes facilita o processo de clareamento.
Em um estudo “in vitro”, Leonard, Sharma e Haywood (1998) comparam a
eficácia de diferentes concentrações de peróxido de carbamida. Os resultados
mostram que o peróxido de carbamida a 5%, 10% e 16% causa a mesma mudança
de cor. Ao final de três semanas, os valores do grupo tratado a uma concentração
de 5% eram semelhantes as dos grupos tratados a uma concentração de 10% e
16%. Determinaram que a eficácia do clareamento vital caseiro ocorreu devido a
uma combinação de concentrações e soluções, além do tempo de tratamento.
Soluções com uma concentração baixa, por exemplo, 5%, têm um efeito mais lento
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que concentrações mais altas. De outra parte, os efeitos colaterais são menores nas
concentrações mais baixas.
As manchas de tetraciclina são mais resistentes, mas tratamentos realizados
com a técnica de clareamento caseiro por um período maior que 6 meses têm dado
resultados positivos, com índice de sucesso de 90% para dentes pigmentados por
tetraciclina (com extensão do tempo de tratamento) e de 95% para dentes não
pigmentados por tetraciclina. De maneira satisfatória, a longevidade do resultado da
mudança de cor pós tratamento é de 3 anos para 63% dos pacientes, 7 anos para
35% dos pacientes e menor que 3 anos para 3% dos pacientes. Estes relatam que
estão satisfeitos com o clareamento e 97% recomendam a seus amigos realizar o
clareamento caseiro (LEONARD, 1999).
Para Hattab, Qudeimat e Rimawi (1999), o tempo de tratamento do clareamento
caseiro varia de duas a seis semanas, com 80% de sucesso alcançado depois de
duas semanas. A maioria dos pacientes sustenta resultados satisfatórios depois de
dois anos de tratamento.
Com a utilização de um colorímero, Jones et al. (1999) avaliaram, “ in vitro ”, as
mudanças de cor após o emprego de peróxido de hidrogênio a 35%, ativado por
laser, comparando essa técnica com a convencional, utilizando duas concentrações
de peróxido de carbamida a 10% e 20%. Para o clareamento ativado com laser de
argônio, foi seguido o protocolo Quick White (Leuma Chem) de uma sessão com
cinco aplicações de 3 minutos com ativação de 30 segundos. Para a técnica
convencional com peróxido de carbamida a 10% e 20% (14 aplicações de 2 horas).
Um quarto grupo, controle, não recebeu nenhum tratamento clareador. A coloração
dos dentes foram avaliadas antes do tratamento clareador e após 7 e 14 dias. O
grupo controle não apresentou diferenças estatisticamente significantes em relação
ao grupo do peróxido de hidrogênio a 35% ativado com laser de argônio; entretanto
houve mudanças entre os grupos dos peróxidos de carbamida 10 e 20% e o grupo
controle. Os autores findam que a exposição ao peróxido de carbamida 20%
apresentou maior efeito de clareamento e que o clareamento em sessão única com
peróxidos em altas concentrações parece não ser eficaz e pode necessitar de
técnicas adicionais ou maior tempo de aplicação.
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Christensen (2003) realizou um trabalho para avaliar as mudanças nos materiais
e técnicas de clareamento, bem como os benefícios e desvantagens de cada
técnica. O autor expõe que todos os métodos e materiais possuem sua indicação,
não existindo uma total superioridade em uma das técnicas.
Zekonis et al. (2003), desempenharam um estudo clínico duplo-cego onde
compararam duas técnicas de clareamento de dentes vitais, em consultório com
peróxido de hidrogênio a 35% e a técnica caseira com peróxido de carbamida a 10%
a fim de analisar o grau de alteração de cor dos dentes nas distintas técnica e
substâncias. Dezenove pacientes foram usados neste trabalho. Dez foram atribuídos
ao clareamento caseiro (peróxido de carbamida a 10%), clareamento no lado direito
do arco maxilar e nove utilizaram a técnica de clareamento caseiro, no lado
esquerdo. Lados opostos do arco maxilar foram tratados com a técnica de
clareamento em consultório (peróxido de hidrogênio a 35%). Todos foram
submetidos a uma profilaxia por pelo menos uma semana antes do início do estudo,
manchas extrínsecas foram removidas. Os 14 dias de clareamento caseiro foram
comparados a 60 minutos de aplicação do clareamento de consultório (duas
sessões de três aplicaçõtes de dez minutos cada do gel clareador). 84% dos
pacientes relataram que o clareamento caseiro parece ser mais eficaz e 16% não
viram diferenças entre os tratamentos. Não houve pacientes que relataram que o
clareamento de consultório foi mais eficiente do que o clareamento caseiro. O
clareamento caseiro produziu significativamente dentes mais claros do que o
clareamento de consultório.
Em uma revisão bibliográfica, Dederich e Bushick (2004), afirmaram que, apesar
do laser ter mostrado inúmeras utilidades na odontologia, ele não substitui as
técnicas convencionais, necessitando ser utilizado como agregador de benefícios a
elas. Os autores escrevem que antes de investir na compra de um laser, o dentista
deve saber as diferenças entre os vários tipos deste, pesquisando o que a literatura
científica diz sobre as suas aplicações. Dentre os equipamentos disponíveis no
mercado, estão os lasers: dióxido de Carbono (λ10600nm), Nd:YAG (λ 1064nm),
Er:YAG (λ 2940 nm), Er,Cr:YSGG (λ 2780nm), Argônio (λ 457 a 502nm), Ho:YAG (λ
2100nm) e Ga-Ar ou diodo (λ 904nm). O acréscimo da absorção de energia pelos
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tecidos pode ser feito com o emprego de corantes com comprimento de onda similar
ao do equipamento, porém cuidado deve ser tomado ao usar laser em dentes, pois a
ampliação da temperatura capaz de chegar à polpa poderá ser perigosa.
Luk et al. (2004) checaram o grau de clareamento, induzidos por combinações
de clareadores e fontes de luz. Utilizaram dentes humanos removidos e divididos em
grupos experimentais: controle (sem nenhum agente clareador); três marcas
comerciais de peróxido de hidrogênio 35% e um peróxido de carbamida 10%. Cada
grupo foi combinado com várias foto-ativações: controle; aparelho fotopolimerizador
halógeno; laser infravermelho; laser de argônio e laser de dióxido de carbono. Foram
feitas seis foto-ativações de 30 segundos cada. As alterações na cor dos dentes
foram avaliadas com a comparação antes e após cada técnica de clareamento com
o uso de uma escala de cores Vita e com um analisador de cor eletrônico. Após
análise estatística, verificaram que a alteração da cor dos dentes variou conforme a
combinação material clareador e foto-ativação, sendo maiores nos grupos ativados
pelos laser infravermelho e lâmpada halógena.
Segundo o mesmo autor a combinação do clareamento em consultório utilizando
peróxidos com a aplicação de luz é sugerida para aumentar a eficácia da reação de
decomposição das moléculas de pigmentos, pois o peróxido de hidrogênio absorve a
energia da luz e reage mais rapidamente. Porém, foi observado que a luz
infravermelho e o laser de CO2 causam um grande aumento na temperatura (de até
22,3 C), o que os torna de alto risco para o uso clínico.
Araújo et al. (2005) afirmam que os agentes clareadores empregados na técnica
de clareamento de consultório são peróxido de hidrogênio de 35-38% e peróxido de
carbamida a 35-37%. A técnica de clareamento de consultório tem como vantagens:
controle do processo de clareamento, maior rapidez de resultado em relação á
técnica de clareamento caseiro, possibilidade de clarear em apenas alguns dentes e
não necessitar o uso de moldeiras e aplicações de gel diárias. Contudo, apresentam
algumas desvantagens, como maior tempo operatório e clínico, alto custo e
sensibilidade devido à utilização de agentes clareadores com alta concentração.
20
Auschill et al. (2005), desempenharam um estudo clínico, randomizado com
examinador cego e paralelo que comparou a eficácia de três técnicas de
clareamento no que diz respeito ao tempo indispensável para atingir seis níveis de
mudança de cor conforme a escala Vita. Trinta e nove pacientes foram repartidos
em três grupos conforme a técnica clareadora Grupo A- Tiras clareadoras (peróxido
de hidrogênio a 5,3%, um ciclo de 30 minutos), Grupo B- Clareamento caseiro
(peróxido de carbamida a 10%, um ciclo de oito horas) e o Grupo C- Clareamento de
consultório (peróxido de hidrogênio a 35%, um ciclo de 15 minutos). Todos os três
métodos atingiram seis níveis de alteração de cor na escala Vita. Os grupos
diferenciaram-se entre si conforme ANOVA e Mann-Whitney-U-test, com p>0,001.
Os grupos ranquearam-se, em ordem decrescente de tempo de clareamento: A, B e
C. A técnica melhor aceita pelos pacientes foi o clareamento caseiro. Estas técnicas
se
mostraram
efetivas
com
relação
ao
clareamento
e
não
diferiram
significativamente. Os autores concluíram que as técnicas são efetivas para
remoção de manchas intrínsecas e em uma concentração maior de peróxido de
hidrogênio ocorre um clareamento mais rápido.
Segundo a ADA (American Dental Association), o clareamento dental pode ser
avaliado eficaz quando a mudança de cor for maior que dois tons na escala Vita
ordenada de acordo com a luminosidade. Dessa forma, diversos estudos clínicos
demonstram que o clareamento dental de consultório é efetivo (ZEKONIS et al.,
2003).
Wiegand et al. (2005) observaram durante um estudo “in vitro”, o efeito de
diferentes agentes clareadores externos na mudança de cor do esmalte dental, da
dentina e da superficie de dentina de dentes bovinos. Foram utilizados peróxido de
carbamida a 10%, 15% e 35%, peróxido de hidrogênio a 35% e tiras impregnadas
com peróxido de hidrogênio a 6%. Todos os agentes clareadores causaram
mudanças de cor no esmalte-dentina e na superfície de dentina, embora as tiras
tenham apresentado o clareamento significativamente menor. Os resultados
mostram que a mudança de cor nos dentes clareados é altamente influenciada pela
mudança na cor da superfície da dentina.
21
Branco, Wetter e Pelino (2006), desempenharam um estudo para confrontar os
resultados obtidos em diferentes técnicas de clareamento dental: técnica caseira
com peróxido de carbamida 10%, técnica de consultório com aceleração por LED e
LASER, utilizando peróxido de hidrogênio a 35%. Foram utilizados 93 pacientes os
quais foram divididos em 3 grupos de aproximadamente 30 pacientes em cada.
Foram feitas as medidas da cor dos dentes caninos e incisivos centrais através de
um espectrofotômetro portátil antes do clareamento. O grupo sem aceleração que
usou a técnica caseira, fez uso de peróxido de carbamida a 10% na moldeira por
uma hora diária durante 14 dias consecutivos. Já os grupos que realizaram a técnica
de consultório utilizaram uma sessão de clareamento com peróxido de hidrogênio a
35% por um período de 20 minutos, um grupo com a ativação de LED e outro grupo
com a ativação de LASER, após isso utilizaram a técnica caseira com peróxido de
carbamida a 10% por uma hora ao dia em um período de 7 dias. Foram feitas
tomadas de cor em cada seqüência do clareamento (antes do clareamento, após
termino da sessão de consultório, após termino das sessões de clareamento caseiro
e após três meses do uso). Os resultados apontam que todos os grupos tiveram
mudança na cor dos dentes, tendo como o melhor resultado alcançado pela técnica
de clareamento caseiro com peróxido de carbamida a 10% e não diferindo
estatisticamente entre os grupos que utilizaram a técnica de consultório com a
ativação de LED e LASER. Além disso, a manutenção do clareamento também foi
melhor para o grupo do clareamento caseiro. Afirmam então que as duas técnicas
são eficientes para o clareamento dental exógeno, mas a técnica caseira se mostrou
mais eficaz em comparação com as técnicas de consultório ativadas com LED e
LASER.
Buchalla e Attina (2006), fizeram uma revisão sistemática sobre a eficácia de
métodos de clareamento que utilizam fonte de luz. Os autores discutiram sobre os
princípios da ativação do clareamento dental e as fontes de luz. A ativação dos
agentes clareadores aconteceria pela liberação de radicais livres do peróxido que é
acelerada pelo calor, pela teoria termocatalítica. Por esta razão, os fabricantes
acrescentaram as formulações de corantes capazes de absorverem a energia
luminosa e transformá-la em calor para catalisar a reação do peróxido. Diferentes
fontes de luz são utilizadas para estes fins: lâmpadas halógenas, arcos de plasma,
22
LED, laser de Agônio, KTP, laser de He-Ne, Nd YAG, laser Diodo, Er, Cr: YSGG,
Er:YAG e CO2. O acréscimo da temperatura gerado pelas fontes ativadoras pode
ser responsável não só pela aceleração da reação redox como também pelo
aumento da permeabilidade do peróxido à estrutura dental, que embora promova um
clareamento mais rápido, pode levar à uma inflamação pulpar maior. Os autores
colocam que esta resposta inflamatória da polpa aos tratamentos clareadores não
está completamente esclarecida. Embora as pesquisas não demonstrem uma maior
mudança de cor com as técnicas que utilizam fontes de luz, este processo parece
ser mais rápido.
Dietschi, Rossier e Kriejci (2006) estudaram “in vitro” a eficácia de vários
métodos e produtos de clareamento por meio de avaliação da cor de dentes bovinos
antecipadamente manchados por uma solução de sangue centrifugado antes de
serem submetidos a 11 diferentes protocolos de clareamento: peróxido de
carbamida 10%, 15%, 16%, 20% e 35%, peróxido de hidrogênio 15% e 30% e tiras
de clareamento com 5,3% de peróxido de hidrogênio. A avaliação da cor da dentina
e esmalte foi realizada antes e após o manchamento e após o clareamento, com o
aparelho colorímetro por reflexão. Todos os protocolos produziram um clareamento
similar em esmalte; entretanto, os clareadores caseiros promoveram um maior
clareamento na dentina comparado aos demais materiais. Os autores completam
que as técnicas de clareamento em consultório são menos eficazes para remoção
de depósitos de pigmentos em dentina.
Joiner (2006), em uma revisão de literatura, organizou os métodos de
clareamento em: clareamento caseiro (feito pelo paciente e assistido pelo dentista,
utilizando peróxidos de baixa concentração), clareamento de consultório (realizado
pelo profissional dentista com peróxidos de alta concentração) e clareamento de
farmácia (efetivado pelo paciente, sem orientação profissional e com produtos de
baixa concentração). O autor apresenta o processo de clareamento a partir de uma
reação redox dos peróxidos, liberando radicais livres que reagiriam com os
cromóforos, substâncias orgânicas presentes nos dentes escurecidos e culpados
pela sua coloração. É colocado, ainda, que peróxidos com maiores concentrações
(35 a 38%) precisariam menor tempo de clareamento quando confrontados aos
23
peróxidos com concentrações entre 10 e 15%. Quanto ao uso de calor e luz, o autor
diz que a literatura apresenta-se bastante conflitante a respeito da eficácia do uso de
luz (halógena, arco de plasma, laser e diodos), mas, ainda assim, sugere que o
comprimento de onda da fonte luminosa, além de agir sobre o cromóforo, age
também sobre os pigmentos presentes no agente clareador, passando essa energia
para o gel e ativando a reação redox.
Carracho (2007) realizou um estudo clínico, duplo-cego e randomizado para
checar duas técnicas de clareamento de dentes vitais: a técnica caseira e a técnica
de consultório com laser de Nd: YAG. Foram utilizados 45 pacientes e divididos em
três grupos de quinze pacientes cada. O grupo 1 realizou a técnica de clareamento
caseiro com peróxido de carbamida a 10%, utilizando a moldeira com o gel clareador
por um período de no mínimo 4 horas diárias por 21 dias. O grupo 2 também
realizou a técnica caseira, empregando a moldeira por um período de no mínimo
quarto horas diárias por 21 dias, mas ao invés de gel clareador foi utilizado apenas
carbopol (placebo). Já o grupo 3 realizou a técnica de consultório com peróxido de
hidrogênio a 35% + corante Q-SWITCH I + Laser de Nd: YAG. A avaliação da cor foi
feita por dois examinadores através da escala Vita Classic. O julgamento estatístico
dos valores iniciais e finais de cada grupo foi feito através do teste de WILCOXON
(P<0,5) e a comparação entre os grupos foi realizada através do teste de KRUSKAL
WALLIS e MANN-WHITNEY (P<0,05). Houve diferença significativa entre a cor
inicial e a cor final nos grupos 1 e 3, já no grupo 2 não houve alteração de cor e em
relação a comparação entre os grupos 1 e 3 não houve diferença significativa entre
eles. Se finda que ambas as técnicas de clareamento, peróxido de carbamida e
peróxido de hidrogênio a 35%, foram eficazes quanto a mudança de cor.
Matis et al. (2007) avaliaram oito sistemas de clareamento em consultório em um
estudo piloto de uma avaliação clínica duplo-cega. Todos os sistemas eram a base
de peróxido de hidrogênio com concentrações entre 15 e 35%. O tempo de
aplicação variou entre 15 e 60 minutos. Todos os pacientes receberam profilaxia
prévia ao clareamento. Os pacientes tiveram a cor dos seus dentes avaliadas em
“baseline”, imediatamente após o tratamento, uma, duas, quatro e seis semanas
após o tratamento através do colorímetro, escala de cores e fotos. Todos os oito
24
sistemas foram eficazes no clareamento dos pacientes participantes do estudo. Em
uma e seis semanas após o clareamento, houve uma redução de 51 e 65% nos
valores de cor dos dentes, respectivamente. Os autores colocam que um
clareamento mais rápido é o principal benefício dos tratamentos feitos em
consultório; entretanto, também há uma rápida reversão dos resultados obtidos.
Segundo Carvalho, Cassoni, Rodrigues (2008) as fontes de luz mais utilizadas
são as provocadas pelos aparelhos foto-ativadores de resinas compostas que
lançam luz halógena; o LED (light emitting diode) e até mesmo os lasers de argônio.
Alguns protocolos aconselham o uso de laser de argônio e CO2, porém, o fenômeno
do desenvolvimento dos lasers e a probabilidade de seu uso na clínica odontológica
associado ao marketing para a venda de aparelhamentos e produtos que utilizam a
luz laser como co-adjuvante no clareamento de consultório provocou uma relativa
desordem entre os profissionais da saúde e até mesmo entre os pacientes, que
decorreram a vincular o sucesso do clareamento dental ao uso exclusivo do laser,
sendo que nem todos os lasers são indicados para este uso e mesmo os indicados
possuem somente um papel co-adjuvante.
Giamatei Contente et al. (2008), realizaram um estudo que teve por objetivo
avaliar, “in vitro”, a qualidade de duas técnicas de clareamento dental exógeno em
associação a dois agentes clareadores (caseiro + peróxido de carbamida a 10% e de
consultório ativado por LED + peróxido de hidrogênio a 35%). Vinte coroas de pré
molares humanos hígidos, recém-extraídos, seccionados no sentido mesio-distal,
foram repartidos em dois grupos. Inicialmente, foram realizadas tomadas fotográficas
digitais padronizadas. Em seguida, os espécimes foram guardados por trinta dias em
saliva artificial a 37 graus celsius, juntamente com chá-mate, coca-cola, periogard e
gatorade. Após esse período foram registrada mais uma tomada de fotografias
digitais e divididos os dentes em 2 grupos, segundo o processo de clareamento a
que foram submetidos: Grupo 1 (aplicação noturna de peróxido de carbamida a 10%
por 8 horas durante 28 dias), Grupo 2 (foram feitas 3 aplicações de uma camada de
2mm de gel clareador composto de peróxido de hidrogênio a 35% sendo
imediatamente foto-ativado por LED com comprimento de onda na faixa entre 450 e
480nm; 500mw/cm2 por 1 minuto, ficando em contato com a superfície por mais 10
25
minutos, e em seguida, lavado em água corrente. Após o clareamento foi efetivado
mais uma tomada fotográfica padronizada, e analisadas através do software Adobe
Photoshop Cs com o sistema RGB-K. As medidas de cada parâmetro analisadas
foram comparadas conforme tipo de clareamento utilizado pela analise de variância
(Anova, Tukey, ao nível de significância de 95%). Após o clareamento caseiro, as
médias apresentaram diferença estatisticamente significativa quando comparada as
médias dos dentes manchados, os dentes apresentaram-se mais claros que sua cor
inicial. Já após a realização do clareamento ativado por LED, não se notou diferença
estatisticamente significativa para nenhuma das grandezas, o que significa que está
técnica não foi competente. Conclui-se que o clareamento caseiro com peróxido de
carbamida a 10% obteve melhores resultados que o realizado com LED e peróxido
de hidrogênio a 35%, no que se refere a profundidade de clareamento.
Lima (2008) desempenhou um estudo “in vitro” para avaliar a eficácia do
clareamento dental através da utilização de um gel contendo peróxido de hidrogênio
a 35% associados a diferentes agentes catalisadores físicos e químicos. Foram
utilizados 35 molares antecipadamente limpos e polidos e divididos em 5 grupos de
acordo com o tratamento estipulado. Grupo 1- ativado com Lâmpada halógena
(Optilux 501C, Demetron/Kerr); Grupo 2- ativado com LED de primeira geração
(Ultrablue IV, DMC); Grupo 3- ativado com LED/laser de diodo (Ultrablue IV, DMC);
Grupo 4- ativado com LED de segunda geração (Bluephase 16i, Ivoclar Vivadent);
Grupo 5- sem nenhuma fonte de luz. A eficácia do clareamento foi avaliada através
de um espectrofotômetro. Para tratar os fragmentos, foram realizadas três sessões
de clareamento (sessões 1 a 3). Os resultados foram levados à Análise de
Variância, seguido do Teste de Tukey (p<0,05). Verificou-se que, para ambas as
fases, os grupos ativados e não ativados pelos diferentes sistemas catalisadores
não diferiram significativamente entre si. Dessa forma, os sistemas catalisadores não
melhoraram a efetividade do tratamento clareador de alta concentração.
Santos, Souza,Santana (2010), realizaram um estudo que teve como objetivo
confrontar os resultados entre as técnicas de clareamento de dentes vitais
(consultório e caseiro), observando a eficácia das substâncias peróxido de
hidrogênio e peróxido de carbamida além de mostrar qual delas produz a maior
26
mudança de coloração e o maior grau de satisfação do paciente. Foram
selecionados 56 pacientes que foram distribuídos de maneira aleatória em quarto
grupos de 14 pacientes cada. Dois desses grupos foram submetidos a técnica de
clareamento de consultório, com peróxido de carbamida a 35% e o outro com
peróxido de hidrogênio a 35%. Os dois aplicados na superfície vestibular por um
período de 45 minutos, ativados por LED e totalizando 3 aplicações de gel de 15
minutos cada. Os outros dois grupos foram submetidos a técnica de clareamento
caseira usando peróxido de carbamida a 16% e o outro peróxido de hidrogênio a
5,5%. Os dois aplicados em forma de gota na moldeira e utilizados em posição na
boca por uma hora ao dia. Para os quatro grupos foi realizado profilaxia prévia ao
clareamento. Como resultado mostrou que ambas as técnicas e substâncias são
eficazes, e que a técnica de consultório apresentou maior alteração na cor, e que a
técnica caseira com peróxido de carbamida a 16% mostrou o maior percentual de
contentamento dos pacientes.
27
3 CONCLUSÃO
A presente revisão de literatura conclui que:

A técnica de clareamento caseiro confirma-se mais efetiva do que a técnica
de clareamento em consultório.

Clareamento em consultório em sessão única, com peróxidos de alta
concentração, mostrou-se menos eficaz e pode necessitar de técnicas
adicionais ou maior tempo de aplicação.

O maior grau de contentamento dos pacientes foi com os resultados obtidos
através da técnica de clareamento caseiro.
28
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