Protocolo: Nº 71 Elaborado por: Antônio Osmar Wilhma Castro Ubiratam Lopes Manoel Emiliano Luciana Noronha Última revisão: 08/08/2011 Revisores: Manoel Emiliano Ubiratam Lopes Wilhma Alves Luciana Noronha Frederico Willer UTILIZAÇÃO DO KED PRINCÍPIO: Imobilizar o paciente traumatizado ainda na posição sentado, antes de movimentá-lo, quando as condições da cena e do paciente forem estáveis e o tempo não for a principal preocupação. Ou seja, de forma segura mantendo o alinhamento e a imobilização de toda a coluna vertebral. DEFINIÇÃO: O ked é um dispositivo de retirada do tipo veste ou colete, que é utilizado em conjunto com o colar cervical quando é indicada a estabilização de toda a coluna vertebral do paciente ainda sentado. Que não seja portador de lesões com risco de morte imediato. São necessárias, também, habilidade e força física para ajudar e socorrer o paciente (mínimo 02 ou 03 socorristas); Se for criança (USO PEDIÁTRICO) ou se não o possuir, colocar cobertores ou toalhas no peito da criança antes de apertar os cintos. INDICAÇÃO: É indicado na retirada de pacientes do interior de veículos automotores. Deve ser utilizado para imobilizar a coluna em qualquer paciente onde haja suspeita de lesão de coluna quando, devido a posição ou localização do paciente, não é possível colocar seguramente o paciente em uma prancha (maca) rígida antes de imobilizá-lo. Obs.: o ked também pode ser utilizado de forma invertida para imobilização de fraturas de pelve e de fêmur proximal. __________________________________________________________________________________ Pág. 01 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. FATOR DE RISCOS E ACIDENTES O ked foi criado para aplicação por profissionais treinados, por isso é exigido treinamentos constantes para sua correta utilização. Obs.: em gestantes os tirantes inferiores abdominais e torácicos não devem ser tracionados evitando-se assim a compressão abdominal. Acidentes Os acidentes podem ocorrer se a colocação não for adequadamente realizada, com fixação fraca dos tirantes, em que o dispositivo pode deslocar-se ocasionando movimentos bruscos ou até mesmo a queda do paciente. CONTRA INDICAÇÕES: O ked não deve ser utilizado em vítimas instáveis ou inconscientes com risco imediato de morte, pois a sua correta instalação requer tempo; tempo esse que poderá agravar o estado do paciente. Entende-se por vítimas instáveis, aquelas que apresentam: - cianose; - dificuldade respiratória; - hemorragia; - alterações do nível de consciência; - na avaliação primária, encontrarem algum comprometimento de alguma das letras (A, B, C, D, E) não é indicado o uso de KED. TÉCNICA DE COLOCAÇAÕ DO KED __________________________________________________________________________________ Pág. 02 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. 1° Passo: Após a sinalização e avaliação da cena, a abordagem será feita juntamente com a estabilização manual da coluna cervical da vítima mantendo a em posição alinhada. 2° Passo: Coloque o colar cervical após a escolha cuidadosa do tamanho correto (um socorrista continua sustentando a cabeça com as mãos). Depois de feita avaliação céfalo-caudal do paciente, se indicado uso do ked então: o paciente é posicionado sentado, de forma ereta, com espaço adequado entre as suas costas e o banco do veículo. __________________________________________________________________________________ Pág. 03 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. 3° Passo: O socorrista prepara o ked soltando os dois tirantes longos (tirantes da virilha) e os posicionam atrás do colete por cima das abas de fixação da cervical. Então, posicionará o equipamento na região dorsal da vítima. 4° Passo: Ajuste a altura do ked pela cabeça da vítima mantendo as abas do tórax em baixo da axila (não force a cabeça a encostar no ked, apenas sustente-a). 5° Passo: Encaixe e tracione primeiro o tirante central do tórax (do meio). Mesmo em pessoas de diferentes formatos de tórax e abdome, o ked ficará mais uniformemente envolvendo o tórax quando a cinta central for a primeira a ser colocada. Encaixe e tracione o tirante inferior. __________________________________________________________________________________ Pág. 04 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. 6° Passo: Encaixe e tracione o tirante inferior. 7° Passo: O tirante superior é opcional; o mesmo pode ser encaixado, porém não pode ser tracionado neste momento. __________________________________________________________________________________ Pág. 05 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. 8° Passo: Cada tirante inferior (da virilha) é posicionado por baixo do joelho de ambos os lados, de fora para dentro, posicionando-os em movimentos sanfonados até que estejam em uma linha reta na prega glútea da frente para trás. Ao lado da virilha prenda o tirante do mesmo lado. 9° Passo: Verifique o espaço existente entre a cabeça e o ked. Se houver espaço preencha-o com a almofada, sem forçar a cabeça para trás. 10° Passo: Posicione as abas superiores do ked segurando-as junto com o colar; isso envolve uma troca cuidadosa das mãos que suportam a cabeça do paciente. A cabeça do paciente é fixada com as abas laterais do colete pelos tirantes da cervical. O socorrista deve ter cuidado para não comprimir a mandíbula do paciente ou obstruir a via aérea pela tração excessiva do tirante. __________________________________________________________________________________ Pág. 06 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. 11° Passo: Todos os tirantes devem ser reavaliados antes de mover o paciente. Neste momento o tirante superior do tórax deve ser tracionado; o socorrista deve garantir que ele não esteja tão apertado que impeça a ventilação do paciente. 12° Passo: Se possível a maca da ambulância com a prancha longa deve ser posicionada na abertura da porta do veículo. A prancha longa é posicionada debaixo das nádegas do paciente de forma que uma extremidade esteja seguramente apoiada no assento do veículo e a outra na maca. Se a maca da ambulância não estiver disponível ou o terreno não permitir o posicionamento da maca, outros socorristas podem segurar a prancha enquanto o paciente é girado (levantando) e movido para fora do veículo. __________________________________________________________________________________ Pág. 07 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. 13° Passo: Enquanto se gira o paciente, suas extremidades inferiores devem ser elevadas para o assento; se o veículo tem um console central, as pernas do paciente devem ser levantadas por cima do console, uma por vez. 14° Passo: Uma vez que o paciente tenha sido girado de tal forma que suas costas fiquem voltadas para o centro da prancha longa, o paciente é deitado na prancha (mantendo as pernas elevadas). Após colocar o paciente sobre a prancha, os dois tirantes da virilha devem ser soltos, e as pernas do paciente abaixadas. O paciente é posicionado na medida em que é movimentado para cima da prancha com o colete vestido. O socorrista pode soltar o tirante superior do tórax nesse momento. 15° Passo: Uma vez que o paciente foi posicionado na prancha, o colete é mantido seguro nele para que continue imobilizando a cabeça, o pescoço e o tronco. O paciente com o colete é então, fixado na prancha. As extremidades inferiores do paciente são fixadas na prancha e a prancha é fixada na maca da ambulância. HIGIENIZAÇÃO DO KED Apesar de ser confeccionado em tecido plastificado e com hastes de madeira naval e envernizado, é necessário um cuidado ao limpá-lo. Pegar esponjas (usando luvas) com água, de preferência morna, detergente e desinfetante, passe no ked, limpando cuidadosamente e ao mesmo tempo desinfetando. Deixe secar ao ar livre, mas não ao sol, antes de colocar no estojo. Não guarde úmido, a manutenção errônea poderá prejudicar o colete ocasionando problemas ao usuário. __________________________________________________________________________________ Pág. 08 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. REFERÊNCIAS - Comitê do PHTLS da National Association of Emergency , 6ªEdição. - http://www.marimar.com.br/indices_geraiss/indice_orientacoes_uso_resgate.htm -Extraído e modificado de ROZENBERG, A.; MARTINEZ-ALMOYNA, M.; NITSCHKE, C. A. S. Elementos de uma Regulação Médica dos Serviços de Ajuda Médica (SAMU). __________________________________________________________________________________ Pág. 09 É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.