UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL PRÓ- REITORIA DE EXTENSÃO PROJETO NOSSA ESCOLA PESQUISA SUA OPINIÃO - PÓLO RS Curso “ESCOLA E PESQUISA: UM ENCONTRO POSSÍVEL” Coordenadora: Profª Carolina Antunes do Canto Alunos participantes do projeto: Ana Carolina Matos, Anderson Barbosa, Ariany Pereira, Bruna Freitas, Carlos Mikael Padinha, Daiana dos Santos, Débora Koning, Douglas Lima, Ederson Pacheco, Eduarda da Rosa, Fábio Magalhães, Felipe Gonçalves, Fernanda Teles, Gabriela da Costa, Henrique da Silva, João Vitor Machado, Jonas da Silva, Júlia de Melo, Luis Ricardo Mesquita, Márcia de Oliveira, Natália Alves, Nathan da Silva, Pablo Moreira, Poliana Villalva, Rariani Pereira, Sheron da Silva, Thiago Pereira, Tiffani da Rocha e Vitor da Cruz PROJETO DE PESQUISA VIOLÊNCIA INFANTIL: ENTRE TAPAS E BEIJOS Projeto de pesquisa realizado junto a escola... da rede... de ensino da cidade de porto Alegre. Curso de Extensão “Escola e Pesquisa: um encontro Possível”. Linha de Pesquisa: culturas da Infância e Juventude. Juventude, Infância e Violência Escolar. Orientadora: Nilda Stecanela UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL PRÓ- REITORIA DE EXTENSÃO PROJETO NOSSA ESCOLA PESQUISA SUA OPINIÃO - PÓLO RS CURSO “ESCOLA E PESQUISA: UM ENCONTRO POSSÍVEL” Coordenadora: Prof Carolina de Canto Autores: Ana Carolina Matos, Anderson Barbosa, Ariany Pereira, Bruna Freitas, Carlos Mikael Padinha, Daiana dos Santos, Débora Koning,Douglas Lima, Ederson Pacheco, Eduarda da Rosa, Fábio Magalhães, Felipe Gonçalves, Fernanda Teles, Gabriela da Costa, Henrique da Silva, João Vitor Machado, Jonas da Silva, Júlia de Melo, Luis Ricardo Mesquita, Márcia de Oliveira, Natália Alves, Nathan da Silva, Pablo Moreira, Poliana Villalva, Rariani Pereira, Sheron da Silva, Thiago Pereira, Tiffani da Rocha e Vitor da Cruz. PROJETO DE PESQUISA VIOLÊNCIA INFANTIL: ENTRE TAPAS E BEIJOS Projeto de pesquisa realizado junto a escola E.M.E.F. Ildo Meneghetti da rede Municipal da cidade de Porto Alegre/RS. Curso de Extensão “Escola e Pesquisa: um encontro Possível”. Linha de Pesquisa: culturas da Infância e Juventude. Juventude, Infância e Violência Escolar. Orientadora: Nilda Stecanela 2 SUMÁRIO 1. Dados de Identificação 4 2. Título 4 3. Problema de pesquisa 4 4. Linha de Pesquisa 4 5. Perfil da turma...................................................................................5 6. Perfil da escola e comunidade...........................................................6 7. Justificativa 6 8. Hipóteses 8 9. Objetivos 8 10. Metodologia 9 11. População / Amostra 9 12. Recursos................................................................................... 10 13. Cronograma .......11 14. Referencial teórico-metodológico .......12 15. Referências Bibliográfica ........14 16.Anexos........................................................................................15 3 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 1.1 Nome da Escola: E. M. E.F ILDO MENEGHETTI Direção: Luiz Afonso Leite Vice Direção: Cristina Garcia Malta e Ana Lúcia Brum Ginartells Supervisão: Ivete de Carvalho Orientação: Maristela Malta Bacegio, Jani Reginatto e Cleuza Marina da Silva Gonçalves Professora responsável: Carolina Antunes do Canto Professores participantes: 2 Título do projeto: Violência Infantil entre tapas e beijos 3 PROBLEMA DE PESQUISA: Por que as crianças brigam tanto na escola? E quais as causas que levam as crianças a brigarem? 4 LINHA DE PESQUISA: CULTURAS DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE 5 PERFIL DA TURMA: B13, como é chamada carinhosamente pelos alunos, é uma turma do ensino fundamental, primeiro ano do segundo ciclo. Composta por 30 alunos, sendo 14 meninas e 16 meninos, com idades entre 9 à 12 anos. Podemos considerar que este grupo se formou em março de 2009, pois esta turma se iniciou o ano com alunos que vieram de várias turmas e alunos novos, muitos deles só se conheciam do recreio em outros anos. Foram realizadas muitas estratégias para que possamos construir uma identidade de grupo. A construção de grupos áulicos, através de eleição de líderes e escolhas de companheiros de grupo. Cada grupo construiu sua identidade como: nome do grupo, símbolo do grupo através de desenho, competência dos líderes e 4 dos participantes do grupo, distribuição de tarefas para organização e apresentação do trabalho realizado. Ao envolver-se num projeto de pesquisa dessa natureza na escola, os estudantes terão a oportunidade de participar de um projeto coletivo, tanto na parte da concepção quanto na execução e avaliação.(almanaque do professor p 42) Foram organizados três períodos por semana para realização de nossa pesquisa, sendo que acontecerão nas sextas feiras, nos primeiros períodos até o horário do recreio. Iniciamos pelo processo conceitual do projeto partindo para as etapas do projeto e, finalmente, para a escolha e aprofundamento do tema. A escolha do tema: foi violência infantil que se construiu, em discussão com o grupo após ter sido realizada uma eleição de temas e do grupo compreender a necessidade de ter respostas sobre a pergunta o problema da pesquisa: Por que as crianças brigam? Interessante de se refletir é que este grupo não tem um perfil de brigas. Porém, este tema esta incluído na realidade do grupo, já que convivem com a realidade de muitas brigas na entrada, no recreio e na saída da escola. Ao serem questionados sobre a escolha do tema, a violência escolar, eles disseram não gostar de conviver com as brigas no recreio e com a violência física e moral tanto dos alunos pequenos, como dos alunos maiores e de alguns adultos que brigam. Além de serem levantadas hipóteses sobre a pergunta: “Por que as crianças brigam?”; também foram levantadas algumas alternativas para apresentação dos resultados desta pesquisa tanto para os alunos como pelos funcionários da nossa escola, a fim de agir e poder reduzir essas ocorrências. Conforme Montenegro e Ribeiro (2002, p. 45) perceber o outro e aceitar as diferenças, construindo posturas de recusa ao preconceito, é outra possibilidade que se abre com a atividade de pesquisa de opinião. 6 PERFIL DA ESCOLA E DA COMUNIDADE A Escola Ildo Meneghetti, fica localizada na Rua Jaime Cyrino Machado de Oliveira, 250, no bairro Rubem Berta, da vila Santa Rosa em Porto Alegre. O bairro fica localizado na Zona Norte da cidade, atendendo alunos de baixa renda e algumas famílias consideradas “de risco”, pelas suas condições econômicas e sociais. A escola atende 1.800 alunos, com um corpo docente de 99 professores e 22 5 funcionários, nos turnos manhã, tarde e noite. No turno da manhã e tarde, atende alunos ao ensino fundamental e no turno da noite, educação de jovens e adultos (EJA), através do currículo organizado por ciclos de formação, oferecendo projetos nos turnos inversos como por exemplo: aulas de dança, grupo Ildança, aulas de música, aulas de vôlei e oficinas de teatro. 7 JUSTIFICATIVA: O projeto NEPSO surgiu na nossa sala de aula, através de um convite da direção e supervisão para a professora para participar de um curso de extensão na UCS, oferecendo um grande desafio de vivenciar uma nova proposta pedagógica. Utilizando o projeto coletivo de pesquisa de opinião como ferramenta pedagógica, propiciando aprendizagem significativa que vem ao encontro das orientações curriculares mais atuais para a educação básica. Através deste processo, o grupo poderá trabalhar com um tema coletivo, contextualizando as atividades escolares e o currículo escolar. Utilizar a pesquisa em sala de aula é propiciar aos alunos um envolvimento interativo de perguntar e responder, de construir desafios e procurar soluções para eles. Mas é importante que os alunos não apenas se envolvam na solução de problemas elaborados pelo professor, mas que eles próprios participem em sua formulação. Desta maneira se garantirá que os problemas se enquadrem nas possibilidades cognitivas dos alunos e sejam de seu interesse. O papel do professor, mais do que produzir problemas é mediar a ação dos alunos no perguntar e responder, “ensejar e urdir múltiplos recursos” (SILVA, 2002) em que os alunos possam construir seus próprios caminhos de pesquisa.” Segundo Fernandez (2001, P 30), através desta metodologia, ao pesquisar entramos em um caminho de um constante “replanejar”, buscar os caminhos, valorizando o envolvimento dos sujeitos individuais e dos grupos, todos assumindo suas autorias. Insultos verbais, empurrões, tapas, socos, são vistos na entrada, na fila, no recreio e na saída da escola, relatadas pelos próprios alunos fizeram com que surgisse a pergunta para o nosso problema de pesquisa: “Por que as crianças brigam na escola?” trazendo para nossa sala de aula o tema: A Violência na escola. Dayrell (1992), nos traz contribuições importantes para nossa pesquisa sobre violência infantil na escola, tratando a experiência escolar como um espaço 6 de formação humana ampla e não apenas transmissão de conteúdos. Segundo indagações do autor: “não teríamos de fazer da escola um lugar de reflexão (refletir, ou seja, voltar sobre si mesmo, sobre nossa experiência) e ampliação dos projetos dos alunos?” O trabalho de exploração do tema se deu através do próprio trabalho da construção de pequenos grupos, através de: eleição de líderes, construção de identidade dos grupos com nome, elaboração de símbolos com desenho para os grupos, construção de regras de convivência entre os participantes do grupo. Nestes ricos momentos de democracia em sala de aula, o professor como orientador de um novo processo de e relação de ensino-aprendizagem, apareceram vários episódios de discussões e conflitos possibilitaram a gestão de conflitos de forma inteligente no próprio grupo. Segundo Montenegro e Ribeiro p. 29: “Não há conhecimento que possa ser apreendido e recriado se não se partir das preocupações das pessoas. Contextualizar as atividades e o currículo escolar é um passo a frente na adequação da educação às demandas da sociedade”. Na discussão em sala, para a escolha do tema, os alunos relataram conviver com cenas de violência tanto na escola como na comunidade. O que levaram a pensar e refletir sobre as causas da violência dos próprios alunos dentro de sua escola. A apresentação dos resultados da pesquisa aos seus próprios colegas e funcionários da escola, será uma reflexão conjunta, para que possibilite uma construção de alternativas para novo gerenciamento dos conflitos de uma forma mais democrática, em nossa escola. Os Parâmetros Curriculares Nacionais afirmam a necessidade de que a escola atue com mais consciência na promoção de valores e atitudes. Através de nossa pesquisa da violência na escola os alunos estarão vivenciando através da metodologia de projetos. Aplicando uma proposta onde a autonomia deve ser respeitada, partindo de uma prática que atribui aos autores envolvidos (professores e alunos) a responsabilidade e desenvolvimento dos processos. Fundamentada na concepção epistemológica interacionista, onde a interação entre o sujeito e o objeto de conhecimento é o próprio processo de aprendizagem. Para Barbosa (2005): “A metodologia de Projetos de Aprendizagem pode ser desenvolvida a partir 7 de uma plataforma de temática ou livre. Ambos os processos partem de uma decisão coletiva entre os alunos e professores, iniciando por uma prévia discussão que considere desejos, necessidades, atualidades, característica da área de conhecimento em questão e propósitos a serem pesquisados.” Nessa metodologia encontra-se o NEPSO, favorecendo a cooperação, as trocas, a solidariedade e o respeito mútuo. Buscando aprender conteúdos, aprofundar conceitos por meio de procedimentos científicos que ajudam o sujeito a desenvolver a própria capacidade de continuar aprendendo, em um processo contínuo e simultâneo de questionar-se através do tema escolhido pelos alunos a violência escolar. 8 HIPÓTESES As meninas brigam por causa de namorados; As crianças brigam por ciúmes As crianças brigam por causa de inveja Tem crianças que tem mais objetos e humilham os outros Quem faz mais fofocas são as meninas Os meninos “inticam” mais que as meninas As meninas provocam os meninos até apanharem As crianças brigam na rua, na escola, e em suas casas As meninas puxam cabelo, arranham e empurram mais Na nossa escola as brigas acontecem mais no recreio e na saída No recreio acontecem brigas de violência física (socos e empurrões) Os meninos brigam com violência física (socos e empurrões) e as meninas com violência moral (discussões e xingamentos) 9 OBJETIVOS: 9.1 OBJETIVOS GERAIS Investigar as causas da violência infantil que ocorrem dentro da escola, através da violência física e moral, a fim de identificar elementos que possam 8 transformar esta realidade, qualificando as relações entre as crianças na escola. Utilizar a metodologia da pesquisa de opinião como ferramenta pedagógica colocando no centro das práticas educativas, o desenvolvimento da cidadania ativa. 9.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Investigar as causas que levam os alunos a brigarem no recreio; Aprender a escutar os outros e valorizar o debate como fonte de aprendizagem; Constatar que o currículo por conteúdos não é a única forma possível de organizar a aprendizagem; Descobrir formas de gestão de conflitos de forma democrática. 10 METODOLOGIA O método a ser utilizado para a realização desta pesquisa envolverá a pesquisa de opinião, com aplicação de questionários contendo questões fechadas, a fim de levantar as representações dos entrevistados sobre a violência infantil, e sobre os registros dos dados. Trata-se de uma pesquisa de natureza quanti -qualitativa, sem a pretensão de generalizações. Terá características de um estudo exploratório que possibilitará aos proponentes refletir sobre os aspectos das causas da violência infantil na escola. Acreditamos que esta metodologia potencializa a construção dos dados, de modo a apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados e permite que se realizem projeções para a população representada. 11 POPULAÇÃO / AMOSTRA: A população desta pesquisa envolve alunos e funcionários da E. M. E. F. Ildo Meneghetti, de modo a entrevistar alunos do ensino fundamental, professores e funcionários desta escola para responder o questionário que pretendemos elaborar, respeitando sua disponibilidade. Serão entrevistados 30 alunos do ensino fundamental, 15 professores e 5 funcionários. 9 12 Recursos 12.1 Recursos humanos Entrevistadores alunos da turma B13, e entrevistados: alunos do ensino fundamental e funcionários da escola E. M. E. F. Ildo Meneghetti. 12.2 Recursos materiais A pesquisa demandará de 350 cópias impressas de folhas A4, entre questionário, projeto e trabalho de divulgação dos resultados; Consultas á biblioteca; Laboratório de informática; Transporte de alunos para irem ao seminário; Papéis, caneta para os questionários; Impressão de instrumentos de pesquisa e/ou textos para alimentar o referencial teórico do tema da pesquisa 10 13 Cronograma Período Descrição da ação Responsáveis Março Definição e Todos os autores e exploração do tema orientadores do Construção do ante Projeto projeto de pesquisa Autores e orientador do projeto Abril Construção da versão Todos os autores e final do projeto de orientadores do pesquisa com Projeto referencial teórico Autores e orientador do projeto Maio Todos os autores e Construção do orientadores do instrumento de Projeto pesquisa Autores e orientador do projeto Junho Todos os autores e Realização do pré- orientadores do teste e construção do Projeto instrumento de Autores e orientador pesquisa definitivo do projeto Realização do trabalho de Campo Organização dos dados da pesquisa: tabulação e análise dos dados Julho Interpretação dos Todos os autores e resultados da orientadores do pesquisa Projeto Sistematização dos Autores e orientador resultados em artigo do projeto científico Agosto Apresentação dos resultados no IX “Escola e pesquisa: um encontro possível” Observações 11 14 Referencial teórico metodológico O tema escolhido na pesquisa pelos alunos - A violência escolar - vem falar de sentimentos, de relações e de linguagem, da forma como nossos alunos estão expressando seus sentimentos, através de socos, empurrões, xingamentos em vários momentos dentro da escola. Através dos trabalhos em grupo e das entrevistas em duplas estarão vivenciando um processo de democracia e cidadania. De acordo com Dayrel,(1992,p 2): “Na medida, a educação e seus processos são compreendidos para além dos muros da escola e vai ancorar nas relações sociais: São as relações sociais que verdadeiramente educam,,isto é,formam, produzem os indivíduos em suas realidades singulares e mais profundas. (DAYRELL, ano1992, p2.)” Além de refletir sobre as causas destes comportamentos, através da pesquisa de opinião, o objetivo é oportunizar à esta turma rever seus próprios conceitos frente a seus conflitos, através desta metodologia. Dayrell ressalta que para a aprendizagem se efetivar, é necessário considerar o aluno em sua totalidade, retomando a questão do aluno como um sujeito sócio-cultural, quando sua cultura, seus sentimentos, seu corpo, são mediadores no processo ensino-aprendizagem. Perguntando-nos sobre a qualidade dos conhecimentos ministrados na escola. Quando afirmamos que existe diversidade cultural entre os alunos podemos pensar na diversidade de formas de articulação cognitiva. Isso é o que a professora sente, no processo de construção, tanto do projeto, quanto na formulação de hipóteses, percorrendo caminhos “fora dos muros da escola” em busca da realidade, interligando conhecimentos que ela sabe e aqueles que a impulsionam a descobrir, levando para sua vida a aprendizagem alcançada, onde esta se torne democrática, crítica e transformadora. Isso muda as formas do jogo de ensinar e aprender, que segundo Moares ( 2004): “Os caminhos não são dados, mas se constroem cooperativamente em comunidades de aprendizagem voltadas para reconstruções coletivas de conhecimentos. Isso se torna mais efetivo em redes virtuais em que produções se concretizam com intenso envolvimento dos alunos e com a mediação e acompanhamento do professor. Essas redes, ao mesmo tempo, possibilitam ampliar a comunidade de interlocutores envolvendo muitas outras vozes”. 12 Sendo assim, a proposta pedagógica que o projeto do NEPSO propõe é o encontro do professor e do aluno em com uma nova relação de ensinoaprendizagem, trabalhando com relações tanto cognitivas como afetivas, resgatando o desejo e a paixão do ensinar e aprender entre eles. Trazendo a ciência, como um instrumento pedagógico que orientará tanto o professor como seu aluno. Para Moraes (2004): “O jogo da ciência propiciado pelo uso da pesquisa em sala de aula não envolve apenas os participantes em jogar, mas habilita-os a participarem dos jogos da linguagem como sujeitos que definem o jogo e suas regras. Isso ocorre especialmente pelo desenvolvimento de competências argumentativas a partir das quais os participantes vão se apropriando de discursos sociais, habilitando-os a interagirem com outros sujeitos e envolvendo-se cada vez mais na definição desses discursos.” Trabalhando com os alunos o tema da violência escolar, estaremos trabalhando questões significativas junto a ações cognitivas, viabilizando outras competências contextualizadas incluídas nas diretrizes curriculares, abrindo as portas para a interdisciplinaridade na nossa escola. Sobre a violência Pimenta (2009) comenta: “Da perspectiva cultural ,a violência faz parte do viver,do presente,e está em trânsito, nas casas,mas ruas,nas escolas,no tráfego de drogas, no Estado,nas relações de gênero,de poder,,nas instituições.Se o homem é um ser simbólico que teceu suas próprias redes de relações,temos que decifrar seus significados e sentidos. A partir dessas perspectivas (histórica,econômica, política,cultural e social) a violência ganhou corpo,lugar,etnias,cor de pele,rosto,perfil e origem.” As hipóteses levantadas pelos alunos, das causas da violência escolar seriam os efeitos da individualização, do consumo e da competição na nossa cultura social. Para Velho (2000..ap..18): “O predomínio do individualismo e da impessoalidade contribui para que as relações interpessoais se tornem violentas de tal forma que “a violência foi se rotinizando, deixando de ser excepcional, para se tornar uma marca no cotidiano.” A violência não pode ser reduzida ao plano físico, abarcando o psíquico,,o moral e o sócio-cultural. Neste sentido a importância de se considerar as violências sociais,ameaças à auto estima e ao prestígio social,se manifesta de forma física ou por signos, preconceitos,metáforas,desenhos ou qualquer coisa que se possa ser interpretada como ameaça ou intimidação.Velho(2002) associa a violência a uma idéia de poder, quando enfatiza a possibilidade de imposição de 13 vontade, de desejo ou projeto de um indivíduo sobre o outro. Charlot (2002) caracteriza a violência escolar como: violência na escola ,violência à escola e violência da escola. As duas primeiras se referem a violência dos alunos e a terceira a instituição. Em nossa pesquisa vamos nos deter as duas primeiras que se referem a violência entre os alunos, aparecendo no desrespeito ao outro, na transgressão de códigos e boas maneiras.Levando a falta de limites associada a desconsideração pelo outro, fazendo com que os alunos busquem se impor pela força e pela agressão. Paula e Silva(2009) especifica a violência como desrespeito, a coisificação,a negação do outro,a violação dos direitos. Na nossa escola vivenciamos a banalização e o crescimento desta violência entre iguais,. Olweus, (1993), Halzer y Caney(2000) alerta para prevenção destas condutas, pois estas “violência entre iguais” podem ser um comportamento que antecedem algumas formas de violência como cometer atos delinqüentes no futuro. Busca-se neste projeto investigar o sentido da violência escolar ,esclarecendo os universos simbólicos e normativos que regulam as condutas violentas dos nossos alunos e as possíveis formas de reduzir suas incidências. 15 Referências Bibliográficas: ANDRADE, Pedro Ferreira. Aprender por projetos, formar educadores. Campinas, São Paulo: Unicamp, 2003 CHARLOT, Bernard. O conflito nasce quando o professor não ensina. São Paulo: Revista Nova Escola. Editora Abril. Ano XXI, n° 196, 2006. DEMO, P. Pesquisa e construção de conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1997. FERNANDES, Alicia. O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artmed, 2001. 14 Material do VII Seminário: “Escola e Pesquisa: um encontro possível” PAULA E SILVA. Joyce Mary Adam. Material – A violência no âmbito escolar considerações sobre a violência na escola. MONTENEGRO, Fábio; RIBEIRO, Vera Masagão. Nossa Escola Pesquisa sua Opinião. Manual do Professor. 2ª edição. São Paulo: Global, 2002. MORAES, R. Produção numa sala de aula com pesquisa: superando limites e construindo possibilidades. In: MORAES, R.; LIMA, V. M. R. Pesquisa em sala de aula: tendências para a educação em novos tempos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. PIMENTA, Carlos Alberto Máximo. http://WWW.espacoacademico.com.br/ 075/75pimenta. htm(acessado 16/05/09) 16 Anexos: Segmento:___________________ Questionário nº ______________ PRÉ-TESTE 1 E.M.E.F. ILDO MENEGHETTI CURSO DE EXTENSÃO: ESCOLA E PESQUISA: “UM ENCONTRO POSSÍVEL” PROGRAMA NOSSA ESCOLA PESQUISA SUA OPINIÃO VIOLÊNCIA INFANTIL: Entre tapas e beijos APRESENTAÇÃO: Boa tarde! Somos alunos da turma B13, estamos fazendo uma pesquisa sobre a violência infantil na nossa escola, para investigar as causas que levam os alunos a brigarem no ambiente escolar. Podemos contar com a sua colaboração? Entrevistadores:_____________________________________________________ Data:_____________________________ Horário:___________________________ Local da entrevista:__________________ Parte I: Dados de Identificação: P1. Nome do entrevistado (Opcional) P2. Qual a sua idade: 1. ( ) De 6 à 10 anos 2. ( ) De 10 à 14 anos 3. ( ) De 14 à 21 anos 4. ( ) Maiores de 21 anos P3. Qual a sua relação com a escola: 1. ( ) Freqüenta o ensino fundamental 2. ( ) Trabalha no ensino fundamental 3. ( ) Não se encaixa em nenhuma das alternativas. Parte II: P4. Você já brigou na escola? 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 3. ( ) Não respondeu 2 Se não, responder a pergunta número 7. P5. Quantas vezes você já brigou? 1. ( ) De 1 à 3 vezes 2. ( ) De 3 à 5 vezes 3. ( ) Mais de 5 vezes 4. ( ) Nunca P6. Qual o tipo de violência que você se envolveu? 1. ( ) Física (socos, empurrões) 2. ( ) Moral ( xingões, discussões) 3. ( ) Outra. Qual? ____________________________________________________ Parte III P7. Você acredita que os mais brigões sejam: 1. ( ) Meninas 2. ( ) Meninos 3. ( ) Os dois/ambos P8. Qual o local na escola que as crianças mais brigam? 1. ( ) Na entrada da escola 2. ( ) Na saída da escola 3. ( ) No recreio 4. ( ) Na sala de aula 5. ( ) Outro. Qual? ___________________________________________________ Parte IV P9. Você acha que na tua escola tem muita violência? 1. ( ) Sim 2. ( ) Não P10. Na sua opinião quais as causas das brigas entre colegas na escola? Muito obrigada pela participação!