Programa de Formação Contínua em Matemática
para Professores do 1º Ciclo do Ensino Básico da ESEG
De acordo com o documento orientador de 2005 e o An
2− B
para o 1º e 2º anos,
elaborados pela Comissão de Acompanhamento, a equipa de formadores da ESEG propõe a
implementação do seguinte programa.
Princípios
Os princípios propostos pela Comissão de Acompanhamento no documento orientador foram
os adoptados na elaboração deste plano.
1. Valorização do desenvolvimento profissional do professor.
O conhecimento profissional específico de cada professor é dinâmico e está em
constante evolução na procura de respostas às novas situações. Partindo da sua
experiência, pretende-se desenvolver uma atitude e predisposição positiva para o
investimento profissional de cada um.
2. Valorização de uma formação matemática de qualidade para o professor.
Cada professor deve possuir um conhecimento matemático de qualidade articulado
com o conhecimento curricular e didáctico específico, bem como os processos de
aprendizagem dos alunos, para lhes proporcionar experiências de aprendizagem.
3. Valorização do desenvolvimento curricular em Matemática.
Ensinar Matemática requer a capacidade de analisar e interpretar o actual currículo e
de perspectivar e levar à prática estratégias para a sua concretização. Para tal, é
essencial o investimento numa preparação/planificação e leccionação cuidadas, tendo
por base uma visão integrada das várias componentes curriculares (objectivos,
conteúdos, tarefas, métodos de trabalho e avaliação), seguida de uma reflexão sobre
as implicações na aprendizagem.
4. Reconhecimento das práticas lectivas dos professores como ponto de partida da
formação.
O conhecimento didáctico matemático do professor desenvolve-se essencialmente
através da reflexão antes da acção, durante a acção e após a acção sobre as
situações concretas e reais do ensino, que permitam analisar e identificar os factores
de sucesso, assim como a origem das dificuldades.
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5. Consideração das necessidades concretas dos professores relativamente às suas
práticas curriculares em Matemática.
É importante que cada professor conheça as suas potencialidades e fragilidades, e
seja capaz de diagnosticar as suas prioridades no domínio da formação. A formação
deve procurar ir ao encontro dos interesses que o professor revela de forma
responsável.
6. Valorização do trabalho colaborativo entre diferentes actores.
A colaboração entre diferentes actores (professores da escola e formadores) para a
preparação e condução de experiências de desenvolvimento curricular permite
capitalizar energias, proporcionar apoio acrescido, multiplicar perspectivas e enriquecer
a reflexão.
7. Valorização de dinâmicas curriculares contínuas centradas na Matemática.
A Matemática deve assumir-se como área curricular fundamental no 1.º ciclo e para tal
é necessário um investimento continuado por parte dos professores e a existência de
pelo menos um professor dinamizador nesta área nas escolas/agrupamentos do 1.º
ciclo.
Objectivos
O Programa de formação/acompanhamento/supervisão tem como finalidade última a melhoria
das aprendizagens dos alunos do 1º ciclo na área da Matemática e o desenvolvimento de uma
atitude positiva face a esta área do saber. Para isso, definem-se como objectivos gerais:
1. Promover um aprofundamento do conhecimento matemático, didáctico e curricular dos
professores do 1º ciclo envolvidos, tendo em conta as actuais orientações curriculares
neste domínio.
2. Favorecer a realização de experiências de desenvolvimento curricular em Matemática
que contemplem a planificação de aulas, a sua realização e reflexão por parte dos
professores envolvidos, apoiados pelos seus pares e formadores.
3. Desenvolver uma atitude positiva dos professores relativamente à Matemática
promovendo a auto-confiança nas suas capacidades como professores de Matemática,
que inclua a criação de expectativas elevadas acerca do que os seus alunos podem
aprender em Matemática.
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4. Criar dinâmicas de trabalho em colaboração entre os professores de 1º ciclo com vista
a um investimento continuado no ensino da Matemática ao nível do grupo de
professores da escola/agrupamento, com a identificação de um professor dinamizador
da Matemática que promova um desenvolvimento curricular nesta área.
5. Promover o trabalho em rede entre escolas e agrupamentos em articulação com as
instituições de formação inicial de professores.
(Programa de Formação, 2005)
Conteúdos da Acção
Este Programa de formação proporciona aos professores o desenvolvimento do seu
conhecimento matemático e didáctico, tendo por base o Programa oficial do 1º Ciclo e o
Currículo Nacional do Ensino Básico. Assume-se que é necessário criar melhores condições
para o ensino e aprendizagem da Matemática e valorizar as competências matemáticas dos
professores.
Assim, os conteúdos deste programa dizem respeito aos seguintes domínios:
1. Os temas matemáticos;
2. A natureza das tarefas para os alunos;
3. Os recursos a utilizar, como contexto ou suporte das tarefas propostas;
4. A cultura de sala aula e a avaliação.
1. Os temas matemáticos
Os temas a abordar são os propostos no Programa oficial do 1º Ciclo e no Currículo Nacional
do Ensino Básico:
- Números e operações;
- Geometria e Medida;
- Análise de dados, estatística e probabilidades.
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2. A natureza das tarefas
Ao longo da formação serão valorizadas tarefas que promovam a compreensão dos conceitos
matemáticos, estabeleçam conexões entre os mesmos, proporcionem a interdisciplinaridade, o
desenvolvimento do raciocínio e a comunicação matemática.
Deste modo, os alunos irão envolver-se nas seguintes tarefas:
- resolução de problemas;
- tarefas de natureza investigativa;
- prática compreensiva de procedimentos;
- realização de projectos;
- jogos.
3. Os recursos para a aula
Os recursos a utilizar no decorrer da formação vão ser adequados à natureza da tarefa a
implementar, privilegiando:
- software educativo;
- materiais manipuláveis;
- calculadoras;
- manuais escolares.
4. A cultura de sala de aula e a avaliação
A tarefa principal que se impõe aos professores é conseguir que os alunos desde cedo
aprendam a gostar de Matemática.
É hoje reconhecido que os alunos podem aprender Matemática com compreensão, pelo que,
cabe ao professor organizar os meios e criar o ambiente propício à concretização das tarefas,
de modo a que a aprendizagem, seja, na sala de aula, o reflexo do dinamismo dos alunos e do
desafio que a própria Matemática constitui para eles.
Deste modo a Matemática tornar-se-á aliciante e os alunos poderão continuar activos,
questionadores e imaginativos como é da sua natureza.
Devem ser considerados elementos fundamentais para a avaliação a análise dos registos
efectuados pelos alunos bem como a forma como participam da discussão.
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Estratégias de Operacionalização e Calendário
1º Ano
Passos metodológicos
- A realização de 15 sessões de formação em grupo quinzenais, nas escolas/agrupamentos,
para cada grupo de 8-10 professores, em horário não lectivo, com duração de 3 horas, para
reflexão das aulas de acompanhamento e auscultação de temas de interesse por parte dos
professores, discussão de textos, planificação de tarefas e adequação dos recursos.
- A presença efectiva do formador em 4 sessões de acompanhamento na sala de aula, que
devem perfazer 10 horas, para o desenvolvimento de actividades curriculares, correspondentes
à condução das práticas que concretizam a planificação trabalhada nas sessões conjuntas e
respectiva discussão.
- Duas sessões colectivas de trabalho destinadas aos professores das escolas do distrito e,
sendo o caso, dos concelhos limítrofes, para o desenvolvimento de outras acções de
dinamização junto dos professores.
2º Ano
Passos metodológicos
- A realização de 15 sessões de formação em grupo, nas escolas/agrupamentos, para cada
grupo de 8-10 professores, em horário não lectivo, para planificação e reflexão das actividades
associadas à prática lectiva. Estas sessões terão mensalmente a presença do formador numa
sessão de 3h, realizando-se, quinzenalmente, uma sessão de trabalho autónomo de 2h, entre
os professores da mesma turma, sem a presença do formador, perfazendo um total de 8
sessões com o formador e 7 de trabalho autónomo.
- A presença efectiva do formador em 5 sessões de acompanhamento na sala de aula, que
devem perfazer 12 horas, para o desenvolvimento de actividades curriculares, correspondentes
à condução das práticas que concretizam a planificação trabalhada nas sessões conjuntas e
respectiva discussão.
- Duas sessões colectivas de trabalho destinadas aos professores das escolas do Distrito e,
sendo o caso, dos concelhos limítrofes, para o desenvolvimento de outras acções de
dinamização junto dos professores.
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Calendarização
Até 30 de Setembro
Período de inscrição
De 2 a 13 de Outubro
Formação dos grupos de trabalho
16 de Outubro
Divulgação
para
agrupamentos
da
informação
sobre
constituição dos grupos e horário das sessões de formação
De 17 a 20 de Outubro
Preparação e planificação de trabalhos relativos à formação
23 de Outubro
Inícios das sessões conjuntas/acompanhamento
28 de Fevereiro
Sessão Temática
22 de Junho
Final das sessões conjuntas/acompanhamento
29 de Junho
Sessão plenária
A Sessão Temática, a realizar-se no dia 28 de Fevereiro, tem uma duração de 4 horas.
A Sessão Plenária, a realizar-se no dia 29 de Junho, tem uma duração de 6 horas.
Avaliação
Nesta secção aborda-se a avaliação dos formandos e da própria acção.
- Formandos
Pretende-se que os participantes no programa de formação elaborem ao longo do decurso da
formação um portefólio que reflicta o desenvolvimento profissional resultante da formação.
É importante que o portefólio ajude cada formando a tornar conscientes e reflectidas as
aprendizagens que terá realizado ao longo da formação, em especial no que diz respeito aos
principais objectivos da formação. Para tal, o portefólio deverá incluir, no mínimo, duas
situações de ensino/aprendizagem da Matemática com os alunos, nas quais tenham sido
realizadas tarefas exploradas nas sessões de formação em grupo. Relativamente a cada
situação de ensino/aprendizagem da Matemática seleccionada, o professor deverá referir as
razões da sua inclusão no portefólio; referências à preparação da(s) tarefa(s) realizada com os
alunos, esclarecendo sobre a intenção/objectivos da tarefa; relato da aula, descrevendo a
exploração matemática da tarefa com os alunos, e que inclua dados dos próprios alunos
(respostas às questões do professor, raciocínios que exprimiram, dúvidas que colocaram,
dificuldades que revelaram, registos que fizeram nos cadernos, produções matemáticas que
realizaram) — o que aconteceu na sala de aula pode também ser ilustrado com episódio(s)
relevante(s), onde seja explorado um acontecimento particularmente interessante relacionado
com a aprendizagem matemática dos alunos, ou alguma surpresa, dilema, dificuldade sentida
pelo professor. O portefólio deve também incluir uma reflexão sobre a forma como a aula se
desenrolou, incluindo a avaliação do professor sobre o que os alunos terão aprendido sobre
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Matemática com a actividade desenvolvida, identificando os factores que contribuíram ou
dificultaram essa aprendizagem, bem como uma síntese sobre o que o professor terá
aprendido com a situação de ensino/aprendizagem em causa.
As indicações relativas à elaboração dos portefólios serão transmitidas aos professores logo no
início da formação e os formadores devem ir, ao longo do ano, inquirindo sobre o seu
desenvolvimento e disponibilizando-se para dar feedback acerca de textos que os formandos
vão construindo, sublinhando a ideia que a construção de um portefólio é um processo
continuado.
A apreciação dos portefólios deverá conduzir à sua diferenciação em termos de avaliação, com
consequência para o número de créditos a obter. Para a sua análise, sugerem-se alguns
aspectos que os formadores poderão considerar no seus critérios de avaliação:
a) apresentação e organização;
b) representatividade das situações de ensino/aprendizagem seleccionadas: explicitação
das razões da escolha das situações, coerência com os objectivos da formação;
c) qualidade da reflexão: incidência na aprendizagem da matemática (por exemplo:
aprendizagem de conceitos matemáticos; desenvolvimento da capacidade de
resolução
de
problemas,
argumentação,
comunicação,
investigação...;
desenvolvimento de atitude positiva face à Matemática...), suportada por evidência da
aula, em especial, produções matemáticas dos alunos.
(Documento An2-B – 1.º ano, Setembro de 2006)
- Acção
-
Elaboração de 3 relatórios – os dois primeiros de progresso correspondentes,
respectivamente a 31 de Dezembro e a 31 de Março e um terceiro global correspondente
ao ano de formação.
-
Questionário administrado aos formandos e respectivos resultados tratados.
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