C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
Senhor Representante de Sua Excelência o Presidente da
República, General Rocha Viera,
Senhor Ministro da Defesa Nacional, Professor Azeredo Lopes,
Senhora Vice-Presidente da Assembleia da República, Dra.
Teresa Caeiro,
Senhor Presidente da Sociedade Histórica da Independência de
Portugal, Professor Alarcão Troni,
Senhor Presidente do Movimento 1.º de Dezembro, Dr. Ribeiro e
Castro,
Senhores Deputados,
Senhores Representantes dos Chefes dos Ramos das Forças
Armadas,
Senhores Vereadores,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
1
I Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015l
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
Preservar a memória não é tributo à nostalgia do passado: é
projectar o nosso futuro porque a memória é a base da identidade
de um povo.
Trezentos e setenta e cinco anos depois de termos recuperado a
nossa soberania, a 1 de Dezembro de 1640, aqui estamos a
celebrar essa conquista!
Em Lisboa levamos a sério a nossa responsabilidade como
cidade capital de um Estado-nação com mais de oito séculos de
história e com as fronteiras das mais estáveis da Europa.
Por isso celebramos sempre o dia 1 de dezembro, o dia da
independência e da libertação nacional.
E fazemo-lo no lugar próprio, que é aqui na Praça dos
Restauradores, junto à Estátua, pois a celebração da memória e a
construção da identidade nacional é indissociável do centro
2
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
cívico da cidade que são as suas praças e as suas estátuas,
símbolos das grandes figuras e dos grandes acontecimentos da
História nacional.
Fazemo-lo bem perto da Avenida certa, a Avenida da Liberdade,
porque quando falamos de soberania é de liberdade que se fala.
Da liberdade de organização colectiva de um povo.
Um Estado que se respeita tem de respeitar a sua História.
Um Estado independente tem de celebrar o dia da sua
Independência.
É por isso que estamos aqui hoje, de olhos postos no futuro.
3
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Estas comemorações são uma iniciativa do movimento primeiro
de dezembro e da Sociedade Histórica da Independência de
Portugal, a que a Câmara Municipal de Lisboa se associou desde
o primeiro dia.
Como Presidente de uma Câmara que nunca esqueceu o dia da
restauração quero saudar aqui, de forma muito clara, uma das
primeiras intenções declaradas do Parlamento recentemente
eleito: tornar o 1º de dezembro, de novo, feriado nacional!
Neste momento quero deixar uma palavra de profundo
reconhecimento a todos aqueles que lutaram e não desistiram
pela reposição da dignidade da nossa história. E permitam-me
que o faça em particular na pessoa do Dr. Ribeiro e Castro que
fez desta, sem hesitar, uma sua causa. Valeu a pena!
4
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
Minhas Senhoras e meus senhores,
Celebrar hoje, 40 anos depois do 25 de abril de 1974, a
independência nacional é celebrar com patriotismo democrático
o Portugal nascido em abril, pluralista, europeu e cosmopolita.
Um Portugal que já não está orgulhosamente só, mas sim, por
vontade própria, acompanhado: na União Europeia, na
Comunidade de Países de Língua Portuguesa, no Espaço do
Atlântico e na comunidade internacional que se reúne nas
Nações Unidas sob a égide dos Direitos Humanos e do Direito
Internacional.
A celebração da independência com sentido de futuro impõe
uma reflexão crítica sobre como prosseguimos o interesse
nacional neste quadro de soberania partilhada, em particular na
União Europeia.
Após anos de profunda crise económica, social e financeira, é
evidente que muito depende exclusivamente de nós para
5
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
avançarmos com confiança na moderna economia global: a
valorização da educação, da ciência, da inovação e da cultura; o
esforço da coesão por oposição ao deslaçamento nacional.
Mas seria um erro absoluto menorizar que é no espaço da União
Europeia e da soberania partilhada que se joga hoje muito do que
é fundamental para o nosso desenvolvimento.
Temos de reconhecer que as vagas sucessivas de alargamento
europeu, os avanços tecnológicos e a abertura global dos
mercados constituíram choques profundos para a economia e
para a sociedade portuguesa.
Precisamos de encontrar novas condições para crescer, criar
emprego e gerir as nossas responsabilidades no quadro da zona
euro.
Tudo começa em nós. Se não formos nós a defender os nossos
interesses ninguém o fará por nós.
6
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
Ao longo da última década fomos criando alguns nichos de
modernidade e avançámos em muitos domínios. É inegável. Mas
precisamos de tempo, de novas políticas e de melhores
condições para ganhar a batalha da competitividade no quadro da
zona euro.
Ora essas condições, em vez de melhorarem, agravaram-se com
a resposta que a Europa deu à maior crise dos últimos 80 anos.
Uma crise desta dimensão precisava de outra Europa.
Infelizmente, a Europa respondeu, numa primeira fase, de forma
errada e, depois, numa segunda fase, de forma ainda insuficiente.
Ficaram expostos os problemas de arquitetura da zona euro.
Ficou clara a insuficiência das condições de crescimento das
economias mais vulneráveis da zona euro.
7
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
Hoje os tempos parecem de alguma acalmia. Mas os problemas
de fundo continuam lá.
Podemos precisar de mais Europa. Mas acima de tudo,
precisamos de mais Portugal na Europa.
Minhas senhoras e meus senhores,
Afirmar o interesse nacional na Europa tem uma segunda
dimensão: a da afirmação dos valores do humanismo, da
tolerância e da solidariedade. Dos nossos valores, partilhados e
defendidos pela larga maioria do nosso povo.
Neste momento a crise dos refugiados e os atentados terroristas
aprofundaram a crise Europeia, que se confronta agora com os
fortes apelos da demagogia, do medo e da intolerância.
É responsabilidade indeclinável de Portugal combater este estado
de coisas e afirmar os valores nacionais como nucleares do
projeto europeu. Ceder ao medo e ao preconceito é destruir os
8
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
ideais sobre os quais a civilização ocidental foi erguida e que
foram a base dos ideais da República e do nosso regime
democrático.
Minhas senhoras e meus senhores,
A soberania nacional nunca é um dado adquirido. A história
mostra-nos isso. 1640 recorda-nos isso. A defesa estratégica da
soberania nacional é uma exigência permanente de um povo.
Hoje os desafios estratégicos e os contextos históricos não são
obviamente comparáveis.
Mas a necessidade de a cada momento determos uma ideia
precisa do interesse nacional e das formas como o mesmo pode
ser alcançado permanecem intocadas.
Estejamos, em cada momento, à altura do desafio.
9
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
C Â M A R A
M U N I C I P A L
D E
L I S B O A
PRESIDENTE
É este hoje o sentido de futuro das comemorações do 1º
Dezembro.
Muito obrigado pela vossa atenção e pela vossa presença.
Viva o 1º de dezembro!
Viva Lisboa!
Viva Portugal!
10
Intervenção de Fernando Medina
Por ocasião das Comemorações do 1.º de dezembro de 2015
Download

1 Senhor Representante de Sua Excelência o Presidente da