Brasil leva novas marcas e produtos para
feira
Pavilhão nacional na Gulfood tem novos expositores, produtos e estratégias para
conquistar clientes no Oriente Médio. Primeiro dia rende bons contatos para empresas.
Aurea Santos, enviada especial
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Dubai – O Brasil está presente com 72 empresas na vigésima edição da Gulfood, feira
do ramo de alimentos que começou neste domingo (08) em Dubai. Algumas são
veteranas no mercado árabe, outras são marcas novas por aqui, ou trazem novas
estratégias para aumentar seus negócios no evento que se consolida como uma das
principais plataformas para o setor alimentício no mundo.
“A expectativa é muito grande para prospectarmos mercados não só aqui nos Emirados,
mas nos países da Liga Árabe de modo geral”, conta George Lage, gerente de vendas da
Phyto Planet, fabricante de ingredientes alimentícios com sede em Belo Horizonte.
A empresa mineira exporta itens como extratos de frutas tropicais, entre elas açaí,
acerola, guaraná e cupuaçu, além de ervas e chás, como erva-mate, catuaba e
marapuama. A companhia já exportou para o Egito e atualmente vende café instantâneo
e erva-mate para os Emirados.
É a primeira vez que a Phyto Planet participa da Gulfood. “Viemos para entender o
mercado, não somente para fechar negócios, mas entender o comportamento do
consumidor e fazer produtos mais voltados a esse mercado”, explicou Lage.
Aurea Santos/ANBA
Takano: grande expectativa
A empresa Café Bom Dia faz sua segunda participação no evento, mas ainda não
começou a exportar para o mundo árabe. A companhia vende para os Estados Unidos,
Chile, França, Luxemburgo e Japão.
“Estamos aqui na Gulfood tentando expandir nosso mercado para o mundo árabe. Não
temos nenhum acesso a esse mercado ainda. Estamos tentando contato com
importadores, distribuidores e traders para começar no mercado árabe”, disse Tony
Takano, responsável pelas exportações da Café Bom Dia.
A empresa tem sede em Varginha (MG) e produz, principalmente, café gourmet, do tipo
Arábica, em grão e moído. Segundo Takano, até o momento em que conversou com a
reportagem da ANBA, ele tinha feito cerca de 30 contatos no evento . “A expectativa é
grande”, apontou.
A fabricante de doces Riclan, de Rio Claro (SP), participa da Gulfood pela oitava vez,
mas este ano trouxe uma novidade especial para o mercado árabe: a certificação halal.
Antônio da Silva, diretor de negócios internacionais, conta que sentiu a demanda na
última edição da feira e decidiu buscar a certificação para suas fábricas.
Aurea Santos/ANBA
Silva atendeu demanda por certificação halal
Hoje, as duas plantas que a Riclan possui são certificadas, o que atesta que os produtos
não têm qualquer insumo de origem suína, que são alimentos vetados pela religião
islâmica. Segundo Silva, são 40 itens certificados para serem vendidos especialmente no
mercado muçulmano.
A Riclan produz cerca de 300 toneladas de doces por dia, sendo os drops, pirulitos e
chicletes os produtos mais vendidos. Segundo o diretor da empresa, 15% da produção é
voltada para o mercado externo, atendendo a 60 nações. “Em quase todos os países
árabes nós temos representantes importadores”, afirmou.
De acordo com Silva, a certificação halal atraiu a atenção dos compradores da feira para
seus produtos. “Sentimos nessa feira um interesse maior dos compradores, sabendo que
a gente tem certificado halal. Acho que isso dá uma confiabilidade maior para o
comprador e está nos ajudando muito”, avaliou.
A Nutrisul, de São Lourenço do Oeste (SC), está na feira pela primeira vez, trazendo
produtos de suas marcas Casaredo e My Bit. “Adequamos todas as nossas embalagens
para o mercado árabe”, explicou Tiago Kuhn, gerente de exportação da empresa.
Os principais produtos exportados pela empresa são biscoitos , biscoitos recheados e
wafers. “Nosso maior interesse é entrar no mercado dos Emirados Árabes, mas temos
visto uma procura muito grande do mercado do Iraque, que tem uma demanda muito
alta”, destacou Kuhn.
De acordo com o executivo, compradores dos Emirados, Iraque, Irã e Sudão já
solicitaram preços dos produtos da Nutrisul. Atualmente, a indústria não exporta para o
mercado árabe, mas realiza vendas para países como Uruguai, Angola, Paraguai,
Colômbia, Panamá e Costa Rica.
Estratégica
Aurea Santos/ANBA
Dawly, da Apex: participação na Gulfood é estratégica
Para Ely Dawly, chefe-executivo de Operações da Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), entidade que organiza a participação do
País na feira, a Gulfood é um evento estratégico para as empresas nacionais.
“É importante o Brasil marcar presença nessa feira, que é um evento muito importante
na região, para falar com potenciais compradores, mas também para falar da inovação
que nós temos no Brasil dentro do setor de alimentos, para olhar a concorrência e para
se relacionar”, ressaltou Dawly, que lidera o escritório da Apex em Dubai.
Ele destacou que a participação brasileira na feira faz parte de uma estratégia mais
ampla voltada ao mercado árabe que, este ano, inclui também a organização de uma
missão comercial para a região em maio e a participação de compradores árabes na feira
da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
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