PRODUÇÃO TEXTUAL: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS LAZARIN, Angelina de Oliveira PPE/UEM [email protected] RABASSI, Liliam Keidinez Bachete da Conceição PPE/GEPESP/UEM/CAPES [email protected] Eixo Temático: Práticas e Estágios nas Licenciaturas Agência Financiadora: Não contou com financiamento Resumo Este trabalho é o relato de experiência didático-pedagógica em estágio de Conclusão do Curso de Pedagogia, de estudos realizados na Especialização em Psicopedagogia e principalmente da vivência em sala de alfabetização de uma das autoras. O objetivo foi trabalhar com a produção textual nos parâmetros da Epistemologia Genética através da ampliação das idéias e tomada de consciência. A prática da sala de aula demonstra dificuldades nos alunos em detectar erros e melhorar a produção escrita. As sugestões metodológicas apresentada serão no enfoque da expansão de idéias e sobre a contribuição da lingüística. O conhecimento destas questões se faz necessário para que os educadores possam observar melhor as produções textuais de seus alunos e detectar os problemas no momento da escrita. É de suma importância também que o professor perceba a necessidade de uma maior orientação no ato da produção para que os educandos possam tomar consciência de seus erros e produzir textos com qualidade. O professor que tem como objetivo o desenvolvimento integral de seus alunos poderá iniciar sempre seu trabalho definindo o nível de conhecimento deles sobre o assunto que será desenvolvido em sala de aula. O envolvimento das crianças com as atividades propostas foi importante, pois, além de relacionarem com a produção escrita entraram em contato com objetos, animais, alimentos, pessoas e situações que ampliaram seus conhecimentos e através de intervenção pedagógica com enfoque da tomada de consciência dos erros melhoraram qualitativamente a produção textual na visão global. Os resultados despertam para atitudes nesta perspectiva de desenvolvimento da autonomia dos alunos. Palavras-chave: educação, produção textual, construtivismo. Introdução Quando um professor ou outro profissional da área da educação tem acesso ao texto de um aluno uma das possibilidades de sua análise envolve a identificação do nível de desenvolvimento de seu pensamento para melhor entender, como conseqüência, sua produção textual. Considerando esta premissa, buscamos os estudos realizados por 602 Jean Piaget sobre o desenvolvimento das estruturas da inteligência para nos auxiliar nessa tarefa. Estas estruturas são definidas por um conjunto de etapas características denominadas estágios. Os estágios de pensamento apresentam elementos invariáveis apesar de diferenças decorrentes de condições sociais, econômicos ou culturais dos indivíduos. Segundo Dolle (1978), entre os critérios de delimitação destes estágios encontrase a ordem de sucessão das aquisições, que é constante, mas não rigorosa em termos de ordem cronológica, pois pode se acelerar ou retardar sua aparição. Há também, de acordo com ele, o fato de que todo conceito ou procedimento é sempre integrado em esquemas estruturais de nível posterior. Além disso, cada estágio serve simultaneamente de preparação de uma nova estrutura e acabamento de outra; e, por último, cada estágio deve se caracterizar por uma estrutura de conjunto. No estágio de pensamento operatório a criança encontra-se em uma etapa bastante avançada de construção da coordenação temporal e espacial, assim como a possibilidade de coordenação dessas duas variáveis ao mesmo tempo. Tais elementos são, sem dúvida, requisitos de suma importância para a produção textual. A partir destes pressupostos, uma criança situada nesta fase possui condições de produzir um texto com coerência e coesão. Se, entretanto, apresenta dificuldades em fazê-lo, se faz necessário ficar atento aos obstáculos que estão impedindo o indivíduo de realizar uma produção textual com estas características. Entre outros obstáculos possíveis, neste relato, chamamos a atenção daqueles de ordem temporal e espacial. Estudos de vários pesquisadores, entre eles, Spinillo (1997), mostram que o domínio operatório do tempo e do espaço são fundamentais para a elaboração verbal, tanto oral como escrita, de textos narrativos. Sua conclusão foi realizado com meninos e meninas das primeiras séries do ensino fundamental que apresentavam dificuldades cada vez menores de organização de textos narrativos na medida em que dominavam concomitantemente essas duas variáveis. O estágio operatório de pensamento qualifica-se também pela possibilidade crescente de tomada de consciência das ações e das operações mentais pelo próprio sujeito. Isto significa ter condições de explicar e justificar o que faz/fez e o que pensa/pensou durante a resolução de uma tarefa em nível mental ou empírico. Para explicitar melhor esta questão recorremos à Piaget que afirma: 603 [...] o estudo da tomada de consciência levou-nos assim a recolocá-la na perspectiva geral da relação circular entre o sujeito e os objetos, o primeiro só aprendendo a conhecer–se mediante a ação sobre estes e os segundos só se tornando cognoscíveis em função do progresso das ações exercidas sobre eles. Donde o círculo das ciências, cuja solidariedade, que as une, repugna a toda hierarquia linear: mas daí, decorre sobretudo o acordo do pensamento e do real, uma vez que a ação procede das leis de um organismo que é ao mesmo tempo um objeto físico entre outros e a fonte do sujeito que age e, depois pensa. PIAGET (1977, p. 211) De acordo com Piaget (1977), a tomada de consciência é resultado de sua interação com o objeto de aprendizagem, momento no qual, a partir da mediação do outro (adulto ou um de seus pares) pode pensar sobre sua ação ou de seu próprio pensamento. Ao outro, o sujeito torna-se gradualmente capaz de verbalizar suas descobertas e relações estabeleceu entre os elementos envolvidos na tarefa realizada, como por exemplo, a produção textual. Em investigações sobre importância do processo de tomada de consciência sobre a melhoria do desempenho de sujeitos em língua portuguesa, Catelão (2004) e Cezar (2009) constataram a influência positiva desta variável. O primeiro realizou seu estudo sobre a resolução da tarefa de identificação do sujeito da oração, enquanto o segundo, sobre acentuação gráfica. Diante destas considerações pressupomos que alunos do ensino fundamental terão melhores condições de elaborar seu texto com maior coerência e coesão com base na produção “consciente” (segundo a definição piagetiana) desta tarefa. Isto significa ser capaz de explicar e justificar as ações e operações mentais utilizadas no decorrer de uma tarefa de modo a poder reorganizá-las, se necessário. Tomando emprestado o conceito de modalidade de aprendizagem1 de Fernandez (1991) para a realização das duas experiências relatadas neste artigo, consideramos que a tomada de consciência desse modelo por parte do sujeito é capaz de lhe proporcionar melhores condições de aperfeiçoar sua produção textual. A reflexão sobre o percurso que realizou nesta produção pode orientá-lo às modificações necessárias e imediatas na realização da tarefa como as mediatas relativas à sua modalidade de aprendizagem. 1 Modalidade de aprendizagem se refere ao modo como o sujeito aprende, ou seja, como realiza a aproximação cognitiva, afetiva e corporal do objeto de aprendizagem. 604 Expansão de Idéias: Metodologia para a 1ª Série do Ensino Fundamental Durante seis semanas consecutivas do ano de 2003, em escola fundamental do município de Maringá, foram realizadas as atividades de observação e intervenção pedagógica com alunos da 1ª série do Ensino Fundamental. Tivemos como objetivo compreender a dinâmica do processo de leitura e escrita e a aplicabilidade de intervenções pedagógicas no estágio de conclusão do curso de Pedagogia/UEM para melhoria do desempenho dos alunos nestas tarefas. Durante o período de observação, percebemos que as atividades eram sempre produzidas nos cadernos e nos livros didáticos, não sendo utilizado nenhum material complementar. A maior parte das correções dos trabalhos era feita coletivamente, no quadro, por parte da professora ou dos próprios alunos. Os alunos sentavam-se sempre em fila individual, e eram orientados a resolver as tarefas também individualmente. Entre as atividades solicitadas predominavam as perguntas e respostas fixas, que não propiciavam momentos de reflexão e produção de textual. Por outro lado, os textos dos livros didáticos não eram explorados pelo professor. A partir destas questões propusemos uma intervenção pedagógica de caráter construtivista que explorasse concomitantemente os três eixos do ensino de Língua Portuguesa nessa etapa de ensino: a leitura, a oralidade e a escrita. Durante o período de intervenção houve grande interação afetiva e cognitiva com os alunos que pareceram ter desenvolvido todas as atividades solicitadas com prazer e envolvimento. Uma das atividades realizadas, por exemplo, foi a solicitação de dois textos sobre um mesmo tema a ser escrito antes e depois de atividades de estimulação e ampliação de conhecimentos. Para tanto, buscamos fornecer aos alunos alguns elementos concretos, do ponto de vista temporal e espacial, antes da segunda produção textual a ser solicitada. Para a produção de um texto narrativo com o tema – a vida na zona rural – procuramos despertar as vivências dos alunos com o meio rural por meio do contato real, em sala de aula, com um pintinho. Observamos e estudamos o que ele comia, bem como o próprio alimento: o milho. Fizemos experiências culinárias com o milho que também alimentava o pintinho, surgindo um bolo de milho. Em atividades e dias diferentes, os alunos assistiram a um filme sobre um dia na fazenda e entrevistaram uma pessoa que passou a vida inteira morando em um sítio. Com essas atividades objetivamos fornecer elementos favoráveis ao processo de construção e reconstrução de 605 conhecimentos por parte dos alunos que serviriam de base para sua produção textual. Dorneles (1998) destaca a importância deste processo em sua obra: “Uma aprendizagem nunca se dá no vazio: é resultado de outras aprendizagens anteriores, reintegradas e reorganizadas constantemente. O processo de reconstrução constitui, assim, a essência da generalização de um conhecimento para novas situações.” (DORNELES, p. 50, 1998) A produção textual elaborada após essa seqüência de atividades superou a escrita do primeiro texto sobre o mesmo tema. Solicitamos aos alunos que relessem o primeiro texto, verificassem os pontos que consideravam importantes re-escrever buscando favorecer um movimento individual de tomada de consciência de sua modalidade de escrita. Com a intervenção pedagógica realizada, supomos que a ampliação dos conhecimentos dos alunos sobre o assunto foi capaz de reorganizar temporalmente e espacialmente seu pensamento e, em decorrência, de seus textos iniciais. Os alunos tornaram-se capazes de organizar os textos obedecendo com maior clareza o tempo da narrativa (início, meio e fim), bem como a localização espacial dos fatos ocorridos. Os resultados sugerem a importância de atividades ampliadoras dos conceitos sobre o tema a ser narrado, que consideramos requisito essencial para a produção de textos. Como ganhos secundários, os novos textos evidenciaram maior quantidade de acertos relativos à pontuação, paragrafação, ortografia. Contribuições Lingüísticas: Metodologia para 3ªSérie do Ensino Fundamental Durante a realização do curso de Psicopedagogia em 2008, em uma das disciplinas desenvolvidas, tivemos como tarefa analisarmos produções textuais de alunos da 3ª série do Ensino Fundamental. Partimos do pressuposto de que para produzir textos, não basta saber ler e escrever os códigos de nosso alfabeto, e sim codificar e decodificar textos por meio da linguagem o sujeito deve expressar suas idéias e comunicar-se. Assim, acreditamos que em uma produção escrita, o autor precisa entrelaçar e organizar partes para formar um texto coerente e coeso. As produções textuais foram analisadas numa perspectiva dialógica, assinalando os gêneros como elementos organizadores do processo discursivo, por serem 606 instrumentos de interação verbal que circulam nas esferas das atividades humanas. Neste sentido, o texto é compreendido como unidade básica de ensino e os gêneros como articuladores do trabalho da Língua Portuguesa. A utilização do gênero nas atividades escolares tornou o ensino menos artificial, colocando os alunos em situações de comunicação que tenham sentido para eles e que proporcionem um aprendizado da gramática e outros conteúdos acadêmicos da língua materna (MONTEIRO e PERFEITO, 2007). A produção textual analisada se refere ao gênero fábula no qual são contadas histórias com caráter de aconselhamento ou alerta à situações da vida real. Trata-se de uma fábula contando a história de Tatu e Bolinha, personagens que falam e agem como se fossem gente, que podem ser representativos de dois meninos (irmãos ou amigos). Abaixo apresentamos um dos textos produzido por um dos alunos após um mês de trabalho sobre fábulas pela professora da classe: Figura 1: Produção textual (fábula) de um dos alunos da 3ª série do Ensino Fundamental. 2 Um dos pontos relevantes do ensino inicial da língua materna é o ensino da ortografia, pois a criança alfabética reconstrói o código lingüístico e passa a fazer a vinculação fonema / grafema. A intervenção do professor nos aspectos ortográficos pode ser realizada por meio de um processo de autocorreção que consiste na comparação da palavra escrita incorretamente pelo aluno com a forma ortograficamente correta. 2 Transcrição da Produção Textual (fábula) de um dos alunos da 3ª série do Ensino Fundamental. Título: Os dois Preguiçoso Tatu e bolinha Um dia em solarado tatu e bolinha foram no arturtomas mas o tatu não queria entrar mas o bolinha falou tatu vamos bricar na terra ai falou tatu vamo de moro. No dia ceguinte tatu e bolinha foram brincar e a mãe de tatu e bolinha falou tatu e bolinha venha cá mão toina filho lava a lousa para mim a mão eu e otatu ta filho mas brinca a qui perto ta mão vamos sobir no pé de manga a subiram o tatu quaiu do pé e o tatu demaiou e o bolinha. 607 Neste caso, o professor pode destacar e sublinhar as palavras incorretas, ou mesmo, escrever as palavras corretas abaixo do texto do aluno para que este posteriormente venha a reescrever o texto com as palavras corretas, segundo a língua padrão. Além disso, ao abordar a segmentação (parágrafos) e estruturação do texto (ponto final, dois-pontos, travessão, ponto de interrogação e ponto de exclamação) professor e alunos podem estabelecer códigos de avaliação a partir dos quais o aluno pode reescrever o texto. A atividade de reorganização do texto pode ser feito por parte ou no todo do texto, individualmente ou coletivamente. É importante, entretanto, que se estabeleça um processo de tomada de consciência do aluno sobre a sua modalidade de escrita e buscar a modificação necessária de seus procedimentos. Neste processo a criança é estimulada a refletir sobre sua produção por intermédio da mediação questionadora e desafiadora do professor. As dificuldades que envolvem a segmentação e coerência do texto podem ser, desta maneira, trabalhadas propondo: mudança de foco narrativo, acréscimo de personagens, modificação do ambiente, mudança do desfecho, passagem do discurso direto para o indireto ou vice-versa. Um texto pode ser analisado de diferentes maneiras: como diagnóstico, como avaliação formativa ou somativa, entre outras. Contudo, a maneira que ainda prevalece na escola é a mensuração de acertos e erros e, portanto, da indicação de nota da tarefa realizada. Infelizmente, pouco se fala da avaliação que analisa o processo de aprendizagem do aluno. Segundo Cócco e Hailer (1991), “O processo de avaliação depende de como o professor, o aluno e os pais percebem o mundo e de como utilizam este ou aquele modelo didático”. Com o objetivo de desenvolver uma avaliação da produção textual dos alunos com um caráter diagnóstico e formativo, isto é, como acompanhamento do processo realizado e não apenas do produto final, abaixo são destacados os itens analisados no texto apresentado na figura anterior (Figura 1). Utilizamos como referência para a análise a obra de Cócco e Hailer (1991). • Adaptação (coerente ou não) do texto ao gênero solicitado: a coerência é referente à unidade de sentido do texto, no texto estudado percebemos que faltam relações entre as partes, ou mesmo ausência de partes. Sugerimos aqui a refacção3 do texto a partir de questionamentos como: O que aconteceu? Como? 3 Refacção é uma atividade interessante e importante porque estimula a criança a pensar, junto com o professor, suas idéias e sua escrita. (Cócco e Hailer, p. 90, 1991) 608 • Codificação e reestruturação: no texto apresentado mostra a falta de pontuação e paragrafação do texto. Neste caso a reformulação do texto foi sugerida pelo uso de códigos. Além, da tentativa de coesão do texto assinalada com expressões como “mas” (na segunda linha) mostrando que o aluno tentou utilizar de mecanismos de articulação e conexão entre as partes. • Concordância verbal e nominal apontados e numerados em conjunto com o aluno para reestruturação futura: os problemas de concordância verbal aprecem por exemplo nos itens: brinca no lugar de brinquem n.13 (Figura 2), venha no lugar de venham n. 24 (Figura 2) e lava no lugar de lavem n. 25 (Figura2). • Aspectos ortográficos, decorrentes da não correspondência entre som (fonema) e letra – próprios da oralidade/escrita foram observados e apontados no texto como exemplo : ceguinte= demonstra nitidamente a transição fonética da fala para a escrita n. 7 (Figura 2). Podemos verificar nitidamente também elementos como: • Procedentes da variação lingüística do aluno: quando aparece no texto “venha cá” e “tá” (observado na linha 9 e 10 do texto – Figura 2) que demonstra um dialeto do cotidiano. • Casos de segmentação: hiper segmentação (divide): em solarado n. 2 (Figura 2) no lugar de ensolarado; a qui n.14 (Figura 2) no lugar de aqui, que se referente a hipo segmentação (divide de menos, junta na escrita). 609 Figura 2: Análise da Produção textual (fábula) de um dos alunos da 3ª série do Ensino Fundamental. A tomada de consciência de como os textos e as palavras são escritas é um processo gradativo que envolve levantamento de hipóteses e modificação de procedimentos que enriquecem o processo de alfabetização. Esse processo favorece o desenvolvimento de atitudes como refletir, explicar e justificar seus pensamentos e procedimentos, modificar suas ações. Atitudes que gradualmente levam o aluno a valorizar o “refazer” e a construir um processo autônomo de autocorreção. Aprender a escrever requer uma série de conhecimentos que são aprendidos com o passar do tempo, e o professor necessita ter paciência e compreensão do processo de desenvolvimento individual de cada aprendente. É preciso observar que este aprendizado constitui-se um grande quebra-cabeça cujas partes adquirem significado quando encaixados no todo, sendo primordial isto a mediação do alfabetizador. Abaixo é reproduzido o texto refeito pelo aluno-autor da fábula da figura 1, evidenciando seu crescimento no processo de refazer, reorganizar, retomar o que já foi feito com o fim de melhorá-lo ainda mais: Os dois preguiçosos Tatu e Bolinha Um dia ensolarado Tatu e Bolinha foram no Parque Arthur Thomas. O Tatu não queria entrar e o Bolinha falou: 610 _Tatu, vamos brincar na terra. O Bolinha ficou animado, gostou tanto que disse: _Tatu, vamos de novo? No dia seguinte, Tatu e Bolinha foram brincar e a mãe deles falou: _ Tatu e Bolinha venham cá! Não teimam filhos. Lavem a louça para mim. _ Não, eu e o Tatu queremos brincar. _Tá filho! Mas brinquem aqui perto. _Tá! Não vamos subir no pé de manga. E subiram, o Tatu quase caiu do pé e o Bolinha desmaiou. Considerações Finais O professor que tem como objetivo uma aprendizagem significativa de seus alunos poderá iniciar seu trabalho buscando conhecer seus conhecimentos prévios tanto em termos de conceitos como de procedimentos. Partindo destes elementos terá condições de saber quais subsídios deverá oferecer a cada aluno para que possam ampliar seus conhecimentos científicos escolares. Assim, antes e depois de solicitar uma produção de texto o professor poderá proporcionar atividades lhes permitam de um lado, obter maior experiência e vivência do tema a ser escrito e, de outro, refletir sobre o que foi realizado com o fim de reorganizá-lo o mais próximo possível da escrita padrão da língua portuguesa. Com os textos em mãos o professor terá contato com as dificuldades específicas de cada aluno e poderá auxiliá-los em seu processo de tomada de consciência e autocorreção. Este trabalho tem a finalidade de desenvolver nos alunos-autores a autonomia de pensamento e de ação de forma que ao terminar uma produção de texto realizem uma leitura do mesmo e sozinho perceberem se é necessário reorganizar sua estrutura, modificar alguns elementos tópicos ou expandir melhor suas idéias. REFERÊNCIAS CATELÃO, Evandro de Melo; CALSA, Geiva Carolina. Estudo sobre conceitos e procedimentos de análise sintática utilizados por alunos do ensino fundamental. Acta Scientiarum. 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