Universidade Comunitária da Região de Chapecó Área de Ciências Exatas e Ambientais Curso de Agronomia Manejo de aves de postura Profa. Valdirene Zabot Zootecnista Restrição alimentar O ideal é que as aves sejam alimentadas todos os dias. Contudo, situações aparecem, por uma variedade de razões, em que um volume de alimento não é compatível com a distribuição. O volume de alimento requerido pelas aves para assegurar a taxa de crescimento correta é muito pequeno para atingir a distribuição de alimento uniforme por todo o sistema de alimentação. O alimento tem que ser distribuído uniformemente para a manutenção do peso corporal e a uniformidade do lote. Restrição alimentar Quanto melhor forem manejo e equipamento, mais próximos da alimentação diária devemos trabalhar. E para manejo ruim e equipamento deficiente, devemos trabalhar mais próximos do programa de alimentação “skip a day“. Restrição alimentar Restrição de nutrientes (PB e energia) • Compensação de consumo (uniformidade) e custo elevado Limitação do tempo de ingestão • Competição (uniformidade) Diluição da dieta – fibra ou inerte Limitação quantitativa da dieta Restrição alimentar Restrição diária Restrição dia sim/dia não (skip a day) Restrição 5 dias sim/2 dias não Restrição 4 dias sim/3 dias não Restrição alimentar Restrição diária • • + indicado (fisiológico e sanitário) Competição (quantidade de ração abastecer ate o final dos comedouros) insuficiente para • Possibilita maior uniformidade e melhor desempenho • Adequar sistema de distribuição de ração (max. 3 minutos) • • Espaço suficiente comedouro (5 cm – ate 5 sem; 12 cm – 5 a 10 sem; 15-16 cm – após 10 sem) Bem estar Restrição alimentar Restrição dia sim/dia não (skip a day) • • • • Reduz efeitos da competição (diária) Voracidade das aves – compressão da traqueia (asfixia) Mobilização de reservas – não é 100% eficiente (alimentação diária – 6% + pesada as 20 sem.) Maior secreção de corticosteroides (regulam metabolismo) e comportamento + agressivo Restrição alimentar Restrição 5 dias sim/2 dias não • Problemas anteriores são reduzidos • Quarta feira – pesagem • Domingo – mão-de-obra (folga) Restrição 4 dias sim/3 dias não • problemas com asfixia • Quantidade de ração suficiente até final da linha Restrição alimentar Aspectos a serem considerados: • Tabela de peso das aves • Quantidade de ração fornecida • Arraçoamento – rapidez na distribuição • Disponibilidade de água de boa qualidade • Doenças – restrição severa aumenta ingestão de cama (verminoses e coccidiose) Fase de postura Cria e recria – desempenho produtivo do lote (nunca diminuir ração durante recria) Problemas nas fases de crescimento Programa de luz – fotoperíodo max. no pico de postura Alimentação – aumento progressivo de ração até pico de massa de ovos Procedimento básico para realização do programa de luz Descarte de aves improdutivas Eliminação das aves que não produzem ovos 1o descarte – início da postura (aves defeituosas, fracas, pequenas e doentes) +30 sem – descarte mensal Como identificar aves improdutivas? Distância entre ossos pélvicos e ponta do esterno Postura – 3 a 4 dedos Improdutiva – 1 a 2 dedos Descarte de aves improdutivas Avaliação de galinhas em produção e fora de produção Avaliação da distância entre as extremidades dos ossos púbicos e apontado osso externo (ave em produção: 3 a 4 dedos) Avaliação da distância entre as extremidades dos ossos púbicos e apontado osso externo (ave improdutiva: 1 a 2 dedos) Avaliação horizontal da distância entre os ossos púbicos (ave em produção: 2 a 3 dedos) Avaliação horizontal da distância entre os ossos púbicos (ave improdutiva: menos que 2 dedos) Descarte de aves improdutivas Características de galinhas em produção e fora de produção Descarte de aves improdutivas Crista e barbelas Postura – grandes, vermelha forte cor Improdutiva – pequenas, secas, enrijecidas e pálida Pernas e bicos Postura – sem pigmentação (esbranquiçados) Improdutiva pigmentados – bem Descarte de aves improdutivas No método de reversão da cloaca deve-se conter a galinha com o dorso para cima e pressionar levemente a região em torno da cloaca. Aves em produção faz em a reversão facilmente. Aves improdutivas não apresentam reversão de cloaca. Processo de muda em aves Processo natural – 3 a 4 meses, ave para (pára) de produzir ovos Granjas comerciais – processo natural é inviável Muda forçada – provocar a interrupção de postura e troca das penas, novo ciclo de postura Perda de 25 a 30% de peso e renovação do sistema reprodutivo Muda forçada Muda de penas: todas as aves de todos os sexos Período de descanso: aves domésticas cessam a produção Natural: 4 meses Forçada: varia com o método adotado (6 a 8 semanas) Muda forçada Objetivo: mais um ciclo de produção, aumentando a vida produtiva da ave Características: redução no consumo de alimento, perda de penas, regressão do trato reprodutivo e perda de peso corporal Três métodos de muda: nutricional e de manejo farmacológico, Muda forçada É realizada no final do primeiro ciclo de postura, em torno de 70 semanas de idade Faz com que a ave produza por mais um ciclo de 25 a 30 semanas Podendo atingir novo pico de produção em torno de 85% Farmacológico Adição de drogas (2-amino-5nitrotiazol, progesterona e acetato de clormadinona) Difícil utilização em escala comercial Substâncias podem ter efeito colateral na saúde humana Usado apenas experimentalmente Nutricional Modifica [ ] de nutrientes com ação específica sobre produção de ovos (Ca, P, Na, K, I, Zn) EUA: grande aplicação (Zn) 15 a 25 g/kg de Zn: intoxicação e paladar Nível de Zn para máxima produção de ovos: 50 mg/kg Manejo Mais utilizado no Brasil Situações de estresse: Redução do fotoperíodo Retirada da ração (máx. 14 dias) Retirada da água (máx. 3 dias) Método varia muito entre regiões Dividido em pré-muda e muda Pré-muda Quanto mais jovens as aves, mais cedo reiniciam a postura 70 semanas de idade Histórico do lote: vacinas, doenças Seleção dos lotes: 30 dias antes (eliminar aves refugo) Peso do lote: amostragem (1 a 10% do lote) 48h antes elimina iluminação artificial Muda 1° dia: iluminação natural (aviários clássicos), 6 horas diárias de luz (amb. controlado) Jejum de 10-14 dias: 25 a 30% do peso vivo Jejum: depende capacidade da linhagem perder peso e gordura acumulada pelas aves Muda 6° dia pesagem: dias de fome Ave não pode ficar com peso menor do que no início de produção RETOMAR ALIMENTAÇÃO SE: Peso se aproximar do início de produção Lote perder 25 a 30% peso 14 dias sem alimento Mortalidade 1,5% lote Alimentação Método sem jejum hídrico Ração de franga, milho ou sorgo moído 1° dia - 30% 2° dia - 60% 3° dia - 90% 4° dia - ração completa até 28° dia 29° dia – ração de produção, início do programa de luz (crescente) 50% postura 8 semanas após muda Resultados esperados Mortalidade máxima 1,5% - 8ª semana Ovos maiores que no 1° ciclo Produtividade 7 a 10% menor Sem jejum e repouso: remover parte das características e afetar qualidade dos ovos Proposta para a prática de execução da muda forçada (Embrapa) Fornecer água à vontade; Retirar a luz do dia 1 ao dia 20; Reiniciar o programa de luz a partir do dia 21 até atingir 17 h/dia; Manter 17h de luz natural + artificial/dia, constante até o final da produção; Do dia 1 ao dia 9 deixar sem alimento; Proposta para a prática de execução da muda forçada (Embrapa) Retornar o alimento gradativamente; Dia 10 oferecer 20g de milho/ave/dia; Do dia 11 ao milho/ave/dia; 19 aumentar 4g de Proposta para a prática de execução da muda forçada (Embrapa) Interromper o fornecimento de milho e fornecer a ração balanceada de postura: a partir do dia 20 oferecer 60g/ave/dia; dia 21 oferecer 60g/ave/dia; do dia 22 ao 31 aumentar 1g/ave/dia; do dia 32 ao 40 oferecer 70g/ave/dia; do dia 41 ao 49 oferecer 75g/ave/dia; do dia 50 ao 54 oferecer 80g/ave/dia; do dia 55 ao 56 oferecer 85g/ave/dia; do dia 57 ao 60 oferecer 90g/ave/dia; do dia 61 em diante oferecer ração de acordo com a produção de ovos. Quando aplicar? CRITERIOSA ANÁLISE ECONÔMICA Custo frangas reposição comparado custo das aves sem produzir por 10 semanas Valor das aves destinadas a descarte Custo de alimentação das aves Peso e qualidade dos ovos do 2° ciclo Taxa de ocupação dos aviários Cronograma de entrada e saída dos lotes Quando aplicar? Se houver vantagens econômicas, utilizar somente quando: Houver sobra de ovos no mercado (preço cai) Entressafra (preço alto) e galpões ociosos Quando o avicultor não tiver capacidade financeira para a compra de um novo plantel e que a muda seja mais econômica. Manejo e processamento dos ovos Quebra dos ovos: 10% em algumas granjas Causas: Freqüência e velocidade da coleta Equipamento Transporte Estado sanitário das aves Ração desbalanceada Coleta dos ovos 5 a 6 vezes ao dia Manual ou mecanicamente Armazenamento - Ta de 10 e 15°C Primeiras horas: queda rápida da qualidade Nunca colocados junto a depósitos de rações, adubos e inseticidas Coleta automática de ovos Limpeza dos ovos Momento da postura: ovos limpos Ovos sujos: deficiência no manejo Manter gaiolas limpas Usar bandejas limpas Separar ovos rachados e de casca fina Qualidade das gaiolas Ovos sujos ou manchados: classificados como de qualidade inferior Ovo sujo de fezes e terra Ovo sujo de gema e sangue Lavagem e classificação dos ovos Higienização automática dos ovos Equipamento combina lavagem, classificação e embalagem dos ovos Lavados após coleta Esfriados até lavagem (mín 10°C) Limpeza: detergentes desinfetantes) (específicos Limpeza periódica da lavadora e Lavagem e classificação dos ovos A temperatura da água para lavagem pode ser até 11º C Quando a diferença da temperatura da água de lavagem for 10ºC de diferença da temperatura do ovo resultará no aumento dos ovos trincados Os compostos químicos frequentemente utilizados são compostos clorados. É recomendado que ovos extremamente sujos sejam descartados ou , se lavados sejam comercializados separadamente para fins específicos. Lavagem e classificação dos ovos Secos após lavagem evitar manchas e proliferação de m.o. Alimentação da máquina Automática ou manual Lavadora e classificadora de ovos Lavadora e classificadora de ovos alimentação manual Alimentação automática Detalhe do processo de limpeza dos ovos Classificação dos ovos Decreto 56.585 (20/07/1965) Classificação: grupos, classes e tipos Grupos I – branco II – de cor Classes Classe A (5% de ovos da classe B) Classe B (5% de ovos da classe C) Classe C Classificação dos ovos Classe A Casca limpa, íntegra e sem deformação Câmara de ar fixa – 4 mm de altura Clara: límpida, chalazas intactas transparente, consistente e Gema translúcida, consistente, centralizada e sem desenvolvimento de germe Classificação dos ovos Classe B Casca limpa, íntegra, ligeira discretamente manchada deformação e Câmara de ar fixa – 6 mm de altura Clara: límpida, chalazas intactas transparente, consistente e Gema consistente, ligeiramente descentralizada e sem desenvolvimento de germe Classificação dos ovos Classe C Casca limpa, íntegra, admite-se defeitos de textura, contorno e manchas Câmara de ar solta – 10 mm de altura Clara com ligeira turvação, consistente e chalazas intactas Gema descentralizada e desenvolvimento de germe relativamente deformada e sem Classificação dos ovos Tipos 1 (extra) – peso mínimo 60 g por unidade ou 720 g por dúzia 2 (grande) - peso mínimo 55 g por unidade ou 660 g por dúzia 3 (médio) - peso mínimo 50 g por unidade ou 600 g por dúzia 4 (pequeno) - peso mínimo 45 g por unidade ou 540 g por dúzia Tipos 1, 2 e 3 – até 10% de ovos do tipo inferior TABELA PADRÃO - LEGISLAÇÃO TIPO Peso Mínimo Peso Mínimo por DZ JUMBO EXTRA GRANDE MÉDIO 66 gramas 60 a 65 gramas 55 a 60 gramas 50 a 55 gramas 792 720 660 600 PEQUENO 45 a 50 gramas 540 gramas INDUSTRIAL abaixo de 45 gramas 540 gramas gramas gramas gramas gramas Ovoscopia Este processo avalia a limpeza, integridade da casca e ainda alguns aspectos da qualidade interna do ovo. A ovoscopia consiste em colocar o ovo contra um foco de luz em um ambiente escuro. A luz do ovoscópio revela defeitos na casca, condições da gema (mobilidade) e da clara, presença de corpo estranho no ovo, anormalidades como manchas de sangue, desenvolvimento de embrião e o natural aumento da câmara de ar. Ovoscopia • Realizada para evitar que ovos trincados ou quebrados sejam processados ou embalados • Luminosidade permite visualização das trincas e a seleção • Algumas trincas leves passam pelo processo Ovo trincado velho Ovo quebrado Ovo bicado Sala de conservação Conservar os ovos entre 10 e 15°C Umidade 70 – 80%: atrasa evaporação e conserva pequena a câmara de ar Livre de odores Limpas Embalagem Principais tipos: Uma dúzia (polpa ou espuma) uma dúzia e meia (polpa ou espuma) Bandejas para 30 unidades (polpa ou espuma) Caixas de papelão para acondicionar caixas de 30 dúzias *Proibido armazenar ovos de espécies diferentes ou de grupos, classes e tipos diferentes na mesma embalagem Alguns tipos de embalagens