UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
A SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY (SPPB) COMO
PREDITORA DA FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES NA
COMUNIDADE
SAIONARA MARIA AIRES DA CÂMARA
Natal/RN
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
A SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY (SPPB) COMO
PREDITORA DA FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES NA
COMUNIDADE
SAIONARA MARIA AIRES DA CÂMARA
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – Programa
de pós-graduação em Fisioterapia, para a
obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti
Co-orientador: Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra
Natal/RN
2011
CATALOGAÇÃO NA FONTE
C173s
Câmara, Saionara Maria Aires da.
A Short Physical Performance Battery (SPPB) como
preditora da fragilidade em idosos residentes na comunidade / .
Saionara Maria Aires da Câmara – Natal, 2011.
51p.
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti.
Cooerientador: Prof Dr Ricardo Oliveira Guerra
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Fisioterapia. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal
do Rio Grande do Norte.
1. Idoso fragilizado - dissertação. 2.Idoso - incapacidade dissertação. 3. Envelhecimento - dissertação. I. Cavalcanti, Álvaro
Campos. II. Guerra Ricardo Oliveira. III. Título.
RN-UF/BS-CCS
CDU: 616.-053.9 (043.3)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:
Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
A SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY (SPPB) COMO
PREDITORA DA FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES NA
COMUNIDADE
Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel - Presidente - UFRN
Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra - UFRN
Prof. Dr. José Angelo Barela – UNICSUL
Aprovada em 03/03/2011
iv
Dedicatória
Aos idosos participantes desta pesquisa, pela paciência e carinho com
que contribuíram para que este trabalho pudesse ser realizado.
v
Agradecimentos
Agradeço a Deus, por sempre iluminar minhas escolhas e proporcionar
conquistas à minha trajetória.
Aos meus pais, Eduardo e Algecira, por todo o apoio e por acreditarem
em mim, mesmo antes de eu mesma acreditar. Agradeço pelos sacrifícios,
pelos ensinamentos, por serem meus conselheiros e por serem responsáveis
pelo que sou hoje.
Aos meus irmãos, meus melhores amigos, pelo companheirismo e
cumplicidade. É maravilhoso tê-los em minha vida.
Ao meu namorado Gabriel, por me proporcionar sempre momentos
maravilhosos, por me trazer tranquilidade e amor.
Ao meu orientador Professor Álvaro Campos, por me guiar de forma tão
sábia, desde o período de graduação e pela paciência que conduziu este
projeto. E ao Professor Ricardo Guerra, pela grande contribuição que tem me
dado, desde o período da graduação. Tenho orgulho de tê-los como meus
professores.
Ao professor José Barela, pela disponibilidade, atenção e pelas
contribuições a este trabalho.
Aos colegas do grupo de pesquisa, que participaram da organização e
operacionalização desta pesquisa.
E por fim, aos meus queridos amigos e amigas, por trazerem alegria à
minha vida, por sempre me apoiarem e acreditarem em mim.
vi
Sumário
Lista de tabelas
viii
Lista de figuras
ix
Resumo
x
Abstract
xi
1. INTRODUÇÃO
1
1.1. O processo de envelhecimento: considerações gerais
2
1.2. Fragilidade no idoso
3
1.3. A avaliação do desempenho físico e funcional no idoso
5
1.4. Justificativa
8
1.5. Objetivos
9
1.6. Hipóteses
10
2. MATERIAIS E MÉTODOS
11
2.1. Caracterização da pesquisa
12
2.2. Local do estudo
12
2.3. População e Amostra
12
2.4. Critérios de Inclusão e Exclusão
13
2.5. Variáveis do estudo
14
2.6. Instrumentos
16
2.7. Procedimentos
17
2.8. Análise dos dados
21
2.9. Aspectos Éticos
22
3. RESULTADOS
23
4. DISCUSSÃO
32
5. CONCLUSÃO
38
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
40
5. ANEXOS
51
Apêndices
vii
Lista de tabelas
Tabela 01: Dados demográficos e medidas antropométricas da amostra de
idosos de Santa Cruz e Saint Bruno.
Tabela 02: Médias e desvios-padrão dos escores da SPPB pelos componentes
e fenótipo de fragilidade.
Tabela 03: Correlação dos escores dos componentes da SPPB (equilíbrio,
velocidade da marcha e levantar da cadeira) e escore total, com o escore da
fragilidade entre os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno.
Tabela 04: Sensibilidade e Especificidade da SPPB em discriminar idosos da
comunidade frágeis de não frágeis.
Tabela 05: Análise de regressão linear entre as dimensões e escores da SPPB
com a fragilidade, de acordo com a cidade e para a amostra total.
viii
Lista de figuras
Figura 01: Proporção da presença dos critérios da fragilidade entre os idosos
de Santa Cruz e Saint Bruno, e da amostra total.
Figura 02: Perfil de fragilidade da amostra, comparando os idosos de Santa
Cruz e Saint Bruno.
Figura 03: Médias e desvios-padrão dos escores dos componentes da SPPB
(equilíbrio, velocidade da marcha e levantar da cadeira) e escore total, entre os
idosos de Santa Cruz e Saint Bruno.
ix
Resumo
Introdução: A SPPB proporciona informação sobre a função física e é
preditora de eventos adversos de saúde em idosos. A fragilidade é uma
síndrome multidimensional que aumenta a susceptibilidade à doenças e
incapacidade. Entretanto, pode ser possível prevenir ou postergar a fragilidade
se ela for identificada precocemente. O objetivo desse estudo foi analisar a
habilidade da SPPB em predizer a fragilidade em uma população de idosos
jovens residentes na comunidade de cidades com condições socioeconômicas
distintas. Métodos: Os dados foram extraídos da comunidade de idosos (65-74
anos) do Canadá (Saint Bruno; n = 60) e do Brasil (Santa Cruz; n = 64). A
SPPB foi usada para avaliar o desempenho físico. A fragilidade foi definida
como a presença de ≥ 3 dos critérios: perda de peso, exaustão, fraqueza,
limitação da mobilidade e baixo nível de atividade física. Um ponto foi dado
para cada critério encontrado, totalizando um escore da fragilidade que variou
de 0 a 5. As análises de Regressão Linear e ROC foram realizadas para avaliar
a capacidade preditiva da SPPB. Resultados: A média de idade foi de 69,48
anos, 10% da amostra de Saint Bruno e 28,1% da amostra de Santa Cruz eram
frágeis (p = 0,001), as médias de escores da SPPB foram de 9,6 e 8,5
respectivamente (p = 0,01). A SPPB correlacionou-se ao escore da fragilidade
(R2 = 0,33), com melhores resultados para Saint Bruno. Um ponto de corte de 9
na SPPB teve boa sensitividade e especificidade em discriminar frágeis de não
frágeis em Saint Bruno (AUC = 0,81), mas mostrou piores resultados em Santa
Cruz (AUC = 0,61). Conclusão: A SPPB tem moderada habilidade em predizer
a fragilidade entre a população de idosos e é um teste útil para identificar
pessoas com boa funcionalidade e baixa fragilidade quando os escores da
SPPB são ≥ 9.
Palavras-chave: Idoso frágil, envelhecimento, incapacidade.
x
Abstract
Introduction: The SPPB provides information about physical function and is a
predictor of adverse events in the elderly. Frailty is a multidimensional
syndrome that increases susceptibility to diseases and disability. However it
may be possible to prevent or postpone frailty if is identified early. Our objective
is to analyze SPPB’s ability in screening for frailty a community-dwelling young
elderly from cities with distinct socioeconomic conditions. Methods: Data were
originated from community dwelling adults (65-74 years old) in Canada (Saint
Bruno; n = 60) and Brazil (Santa Cruz; n = 64). SPPB was used to assess
physical performance. Frailty was defined as the presence of ≥ 3 of these
criteria: weight loss, exhaustion, weakness, mobility limitation and low physical
activity. One point was given for each criterion met, totalizing a frailty score
ranged from 0 to 5. The Linear Regression and Receiver Operating
Characteristics analyses were performed to evaluate the SPPB’s screening
ability. Results: Mean age was 69.48, 10.0% of the Saint Bruno’s sample and
28.1% of Santa Cruz’s were frail (p = 0.001), the SPPB score means were 9.6
and 8.5 respectively (p = 0.01). SPPB correlated with the frailty score (R2 =
0.33), with better results for Saint Bruno. A cutoff of 9 in SPPB had good
sensitivity and specificity in discriminating frail from non frail in Saint Bruno
(AUC = 0.81) but showed fair results in Santa Cruz (AUC = 0.61). Conclusion:
The SPPB has moderate ability in predicting frailty among older adult’s
population, and is an useful test to identify people with good functionality and
low frailty when SPPB scores are ≥9.
Key words: Frail elderly, aging, disability.
xi
1 INTRODUÇÃO
2
1.1.
O processo de envelhecimento: considerações gerais
O aumento da população idosa em todo o mundo observado nas últimas
décadas, bem como as suas estimativas de crescimento para as décadas
seguintes, representam uma vitória para a sociedade e, também, um dos
maiores desafios para a saúde pública contemporânea (BANDINELLI et al.,
2006; LIU & FIELDING, 2011).
O Brasil, semelhante a outros países em desenvolvimento, experimenta
um processo de envelhecimento da sua população extremamente rápido e, de
fato, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, esta é a
parcela da população que mais cresce nos últimos anos (OLIVEIRA et al.,
2008; NOGUEIRA et al., 2010).
Isto traz implicações importantes ao sistema de saúde, uma vez que o
aumento no número de idosos é acompanhado pelo aumento de condições
adversas como a presença de múltiplas doenças crônicas (comorbidades),
maior vulnerabilidade a estressores (fragilidade), e dependência para
realização de atividades funcionais (incapacidade).
Segundo Fried et al. (2004), o aumento no número de doenças se dá,
em grande parte, em virtude da frequência das condições individuais crônicas
aumentarem com a idade o que, associado a fatores de risco variados, tornam
essas patologias diferentes das de outros grupos etários. Nos idosos elas são
multicausais, ou seja, pela ação de fatores endógenos ou exógenos,
produzindo várias alterações sobre os diversos sistemas e funções (LIMA
COSTA & VERAS, 2003).
Desta forma, o perfil de morbi-mortalidade da população foi alterado pelo
envelhecimento populacional. Segundo Carmo et al. (2003), as doenças
infecciosas representavam quase a metade do total de óbitos ocorridos no
Brasil em 1930, sendo observada redução nas décadas mais atuais, tanto nas
taxas de mortalidade quanto de morbidade. Hoje, observa-se a predominância
dos agravos crônicos, com enfermidades complexas e mais onerosas, que são
típicas das faixas etárias mais avançadas (KALACHE & KELLER, 2001).
Não obstante, apesar de esses dados suscitarem melhorias para os
indicadores de saúde do país, um efeito que pode ser observado é a
3
manutenção ou mesmo incremento no número de incapacidades (CARMO et
al., 2003). Além disso, estudos têm relatado que populações de idosos com
piores condições socioeconômicas apresentam também piores resultados de
saúde (LANG et al., 2009, SZANTON et al., 2010; SANTOS-EGGIMANN et al.,
2009; RAMOS, 2007). Nesse aspecto, o desafio para as políticas de saúde,
integradas às demais políticas sociais, é agregar ao aumento da longevidade
humana a qualidade de vida, principalmente nos países em desenvolvimento
(CARMO et al., 2003).
Esse efeito de aumento dos índices de incapacidade entre a população
idosa ocorre porque a cronicidade com que cursa a maioria das suas
enfermidades origina limitações orgânicas e funcionais que os impedem, de
forma progressiva, de realizarem atividades próprias da vida diária (GARRIDO
& MENEZES, 2002). Com isso, e associado a outros fatores adversos como o
próprio envelhecimento, comorbidades, fatores socioeconômicos, déficit
sensorial e/ou cognitivo, observa-se que muitos acabam por se tornarem mais
vulneráveis a qualquer agente agressor, colocando-se em situações de
“fragilidade” (BANDEEN-ROCHE et al., 2006).
1.2.
Fragilidade no idoso
O termo fragilidade vem sendo utilizado por geriatras e gerontólogos
para caracterizar os idosos mais debilitados, que apresentam diminuição da
resiliência e das reservas fisiológicas (ÁVILA-FUNES et al., 2009). Rockwood
et al. (1994) consideram que o indivíduo possui uma reserva fisiológica inicial
que diminui ao longo da vida e, com o envelhecimento, essa reserva alcança
níveis tão baixos que geram as manifestações características desta condição.
Dessa forma, o idoso frágil apresenta redução da habilidade em manter a sua
homeostasia frente a agentes agressores (LANG, MICHEL & ZECRY, 2009).
A
fragilidade
tem
sido
considerada
como
uma
síndrome
multidimensional, envolvendo diferentes fatores em seu surgimento: biológicos,
físicos, cognitivos, sociais, econômicos e ambientais. Com isso, ela priva os
4
idosos de uma “margem de segurança” e aumenta a susceptibilidade às
doenças e incapacidade (FRIED et al., 2001; BANDEEN-ROCHE et al., 2006).
Esta síndrome é mais prevalente com o aumento da idade, mas não é
considerada
como
uma
consequência
inevitável
do
envelhecimento
(CHANDLER et al., 1998).
Desta forma, entender os processos patológicos do idoso neste cenário
pode favorecer a identificação de pessoas mais vulneráveis a eventos adversos
em saúde e com isso intervir de forma eficaz na prevenção desta condição.
Nesta perspectiva, vários autores se propuseram a estudar marcadores para
identificar idosos frágeis (PAW et al., 1999; JONES, SONG & ROCKWOOD,
2004; ROLFSON et al., 2006) e, atualmente, a classificação proposta por Fried
et al. (2001) é a mais aceita devido a sua operacionalidade. De acordo com
esta classificação, a fragilidade estará presente quando são identificados no
mínimo três dos cinco componentes seguintes: perda de peso não intencional,
exaustão, fraqueza muscular, baixo nível de atividade física e lentidão na
marcha. Caso o idoso apresente um ou dois critérios é considerado como préfrágil.
Esta definição tem sido bastante usada e é considerada como preditora
de eventos adversos de saúde em diferentes populações de idosos (FRIED et
al., 2001; WOODS et al., 2005; BANDEEN-ROCHE et al., 2006; ÁVILA-FUNES
et al., 2008).
Com base nesta classificação, vê-se que as características do fenótipo
de fragilidade estão relacionadas principalmente à função física, e observa-se a
importância de buscar métodos de avaliação que auxiliem na identificação dos
estágios iniciais desta condição (KO, 2011; VERGHESE & XUE, 2010). Isso
porque, trata-se de um tipo de síndrome que pode ser evitada quando
identificada no estágio inicial, ou no mínimo adiada através de intervenção
baseada em seus indicadores (FABRÍCIO-WEHBE et al. 2009). Por esse
motivo,
o
conhecimento
sobre
as
alterações
da
função
física
no
envelhecimento e o uso de métodos eficazes de rastrear os idosos com
indicativo desta síndrome são essenciais para a atuação fisioterapêutica na
fragilidade do idoso (ARANTES et al., 2009; FARRELL, 2004).
5
Dos critérios da fragilidade, força muscular e velocidade da marcha, têm
sido medidos objetivamente, enquanto perda de peso, exaustão e nível de
atividade física são usualmente auto-relatados em estudos desenvolvidos na
América do Norte e América Latina (8-10). Como as medidas auto-relatadas da
função física são passíveis de viés relacionado a diferenças sócio-econômicas
e culturais dos relatos sobre dificuldade (11), os critérios de fragilidade,
especialmente os componentes auto-relatados, devem ser validados contra
medidas objetivas para serem usadas para comparações trans-culturais.
1.3.
A avaliação do desempenho físico e funcional no idoso
A manutenção da completa autonomia e independência pelo máximo de
tempo possível é o principal desejo de pessoas chegando à velhice, pois se
sabe que, com o envelhecimento, a incidência de incapacidade física ou
limitação funcional aumenta substancialmente (FERRUCI et al., 2000;
PEREIRA et al., 2009).
A capacidade de realizar atividades comuns da vida diária sem
necessidade de ajuda de outra pessoa é essencial para qualidade de vida
(LANDI et al., 2007; HUANG et al., 2010). Isso pode ser confirmado pelo fato
de que os idosos frequentemente julgam este critério mais pelo seu próprio
nível de funcionalidade e de capacidade para manter-se independente, do que
pelo diagnóstico médico de doenças específicas (CESARI et al., 2009).
A incapacidade relacionada à idade tem consequências importantes
para a sociedade porque é associada com excesso de custos, aumento do uso
de sistemas de saúde, elevada sobrecarga às famílias e alto risco de
institucionalização (CESARI et al. 2006).
Considerando a importância deste tema, vários protocolos de avaliação
funcional na velhice foram desenvolvidos, tanto os que utilizam a forma direta
de avaliação (testes de desempenho) quanto indireta (questionários de autorelato). Embora as duas formas sejam amplamente utilizadas, alguns autores
consideram que o uso de medidas diretas, realizadas por meio de testes
funcionais, apresenta vantagens sobre a avaliação indireta, já que a informação
6
por relatos pode não ser fidedigna, podendo constituir um viés tanto para a
prática clínica como para a pesquisa (GURALNIK & WINOGRAD, 1994; RICCI
et al., 2005).
Segundo Guralnik et al. (1994) as medidas de desempenho são
avaliações objetivas de limitações funcionais (definidas como a restrição ou
perda da habilidade de desempenhar uma ação ou atividade), enquanto
medidas de auto-avaliação refletem incapacidade (definida como inabilidade ou
limitação em desempenhar socialmente atividades definidas e papéis). Esses
autores afirmam ainda que os testes de desempenho são melhores preditores
de eventos adversos do que os questionários de auto-relato.
Com isso, durante a última década, medidas do desempenho têm
ganhado crescente aceitação na avaliação do nível funcional de pessoas
idosas, particularmente o desempenho funcional dos membros inferiores
(MMII), uma vez que o seu déficit é frequente nesta população (KRYGER
&.ANDERSEN, 2007).
Essa alteração pode ser explicada, em parte, pela diminuição da força e
massa muscular durante o envelhecimento que afetam preferencialmente os
MMII (JANSSEN, 2006; FRONTERA et al., 2000; REBELATTO & MORELLI,
2004; NARICI & MAFFULLI, 2010). Isso faz com que atividades como
deambular, manter o equilíbrio e levantar-se de uma cadeira ou da cama
estejam entre as primeiras a serem prejudicadas na senilidade (DAVINI &
NUNES, 2003; HENWOOD & TAAFFE, 2005; MORIE et al., 2010; PEREIRA &
GOMES, 2003), e com o passar do tempo vão levando à incapacidade. Fatores
como traumatismos, processos degenerativos e perdas na amplitude de
movimento ao longo da vida também contribuem para o surgimento dessas
alterações (SCHENATTO et al., 2009).
Desta forma, o desempenho reduzido dos membros inferiores tem se
destacado entre os estudos, pois vem sendo apontado como um valioso critério
de triagem para identificar idosos com risco iminente de incapacidade
(GURALNIK et al., 2000; FERRUCI et al., 2000; CESARI et al., 2009; GALUCCI
et al., 2010, HUANG et al., 2010, FARRELL, 2004), que são considerados
como os que apresentam melhores respostas a métodos de tratamento
(MARSH et al., 2009).
7
Dentre os critérios de rastreamento do idoso frágil, a alteração na
mobilidade, representada pela dificuldade na marcha, presente na classificação
de Fried et al. (2001), apesar de ser considerada como o fator mais facilmente
detectável, normalmente ocorre mais tardiamente no processo de deterioração
das funções dos MMII e, por isso, é importante que sejam investigados
métodos que possam auxiliar na detecção dos estágios mais iniciais para atuar
de maneira preventiva (VERGHESE & XUE, 2010). Pactuando com este
pensamento, Goodlin (2010) afirma que, embora a impressão clínica de
comprometimento da mobilidade possa identificar as pessoas frágeis, a
avaliação
objetiva
do
comprometimento
dos
membros
inferiores
é
provavelmente mais poderosa.
Um teste de desempenho dos MMII amplamente utilizado nos estudos
sobre o envelhecimento é a Short Physical Performance Battery (SPPB)
(GURALNIK et al., 1994). Estudos mostram que esta bateria fornece
informação não somente sobre a função física, mas também pode prever, tal
como a fragilidade, algumas das principais causas de eventos de saúde
adversos
em
idosos,
tais
como
incapacidade,
institucionalização,
hospitalização e mortalidade, mesmo em idosos com alto índice de
funcionalidade (GOODLIN, 2010 e FERRUCI et al., 2000). Sua validade e
confiabilidade têm sido apresentada em estudos prévios em idosos na América
do Norte e Europa (12,16,17).
Assim como na fragilidade, o baixo desempenho dos MMII também
aumenta com o avançar da idade e tem sido associado com fatores fisiológicos
como inflamação e composição corporal, que podem ser a base de eventos
específicos relacionados à saúde (CESARI et al., 2009).
A SPPB tem a vantagem de ser um teste de desempenho, que fornece
informações objetivas sobre a função física, consideradas mais fidedignas,
enquanto a fragilidade incorpora alguns componentes de auto-relato em sua
avaliação. Além disso, ela leva poucos minutos para ser realizada, requer
pouco treino, pouco espaço e equipamento simples, seus resultados podem ser
quantificados por meio de escores, é reproduzível e também sensível a
alterações na funcionalidade com o passar do tempo (15-17). Portanto, é uma
boa medida para comparações trans-culturais do desempenho físico.
8
Desta forma, ao considerar a importância de atuar de maneira preventiva
sobre a síndrome de fragilidade e a necessidade de buscar métodos práticos e
fidedignos de avaliação do idoso frágil, surgiu o interesse em se investigar a
capacidade da SPPB em predizer a fragilidade em uma amostra populacional
geriátrica, residente em comunidades com perfis sócio-econômicos distintos,
uma localizada na cidade de Saint Bruno, em Québec – Canadá, e outra em
Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte - Brasil.
1.4.
Justificativa
Tem-se observado uma crescente preocupação em entender o processo
de envelhecimento e suas consequências, haja vista o aumento cada vez mais
substancial da população idosa em todo mundo.
Devido à grande complexidade que envolve as alterações decorrentes
do envelhecimento, se faz importante a elaboração de políticas públicas que
focalizem o processo de senescência, pois os índices de morbidade e
incapacidade também têm aumentado.
Para que tais políticas sejam efetivas, deve-se identificar os fatores de
risco da população e atuar sobre eles de maneira apropriada. Por este motivo é
importante a avaliação multidimensional no estudo da fragilidade do idoso,
buscando identificar os aspectos que contribuem para o seu surgimento antes
que a condição tenha se instalado, utilizando testes validados para a população
idosa, fáceis de aplicar em ambientes diversos e de baixo custo para facilitar
sua operacionalização.
Tanto fragilidade quanto incapacidade são complicações frequentes no
processo de envelhecimento humano e trazem inúmeros prejuízos para o
indivíduo e para a sociedade.
Como os idosos com redução do desempenho dos MMII, porém com
boa funcionalidade nas atividades da vida diária, são apontados como aqueles
mais prováveis a se beneficiar de ensaios de intervenção para prevenção de
incapacidade, e idosos nos estágios iniciais da síndrome da fragilidade podem
9
ter essa condição revertida através de intervenções específicas, é importante a
investigação dessas condições em idosos jovens e residentes na comunidade,
que geralmente apresentam melhores condições gerais de saúde comparados
a idosos mais idosos e institucionalizados.
Apenas alguns estudos têm comparado as medidas da SPPB com
medidas de fragilidade, encontrando que indivíduos frágeis também têm
desempenhos significativamente piores do que os não frágeis, mas nenhum
deles foi realizado em localidades do Canadá ou América Latina.
A SPPB tem a vantagem de ser um teste de desempenho, que traz
resultados confiáveis para o examinador, é fácil de aplicar e de baixo custo, o
que facilita sua utilização no contexto da prática clínica e da pesquisa. A partir
da verificação da sua capacidade de identificar idosos com fragilidade, o
fisioterapeuta terá mais uma importante ferramenta que poderá servir de
direcionamento para condutas de tratamento e prevenção.
Além disso, nenhum estudo tem sido realizado para entender como as
medidas de fragilidade podem diferir devido a diferenças culturais ou sociais
nas respostas das pessoas para as questões desenvolvidas para avaliar a
fragilidade. Dessa forma, o uso de medidas de desempenho com capacidade
de predizer a fragilidade pode oferecer vantagens em estudos internacionais
sobre a função física de populações de idosos.
1.5.
Objetivos
1.5.1. Objetivo Geral
Analisar a capacidade da SPPB em predizer a fragilidade em idosos
residentes em comunidade.
1.5.2. Objetivos Específicos
• Identificar o perfil de fragilidade da amostra estudada;
• Avaliar a função dos membros inferiores dos idosos pela SPPB;
10
• Analisar a associação entre cada item da fragilidade e função dos
membros inferiores pela SPPB;
• Comparar os idosos de duas cidades estudadas com diferentes
perfis
sócio-econômicos
quanto
aos
dados
demográficos,
presença de comorbidades, perfil de fragilidade e desempenho
dos MMII.
• Identificar o ponto de corte da SPPB que melhor discrimina os
idosos frágeis dos não frágeis.
1.6.
Hipóteses
H0 – A SPPB não é capaz de predizer idosos com fragilidade.
H1 – A SPPB é capaz de predizer idosos com fragilidade.
11
2. MATERIAIS E MÉTODOS
12
2.1. Caracterização da pesquisa
Esta pesquisa faz parte do estudo multicêntrico vinculado a Universidade
de Montreal – Canadá, intitulado “Biomarcadores do estresse, função e
fragilidade em uma população de idosos: um estudo piloto”.
Caracteriza-se por ser do tipo observacional analítico de caráter
transversal que objetiva avaliar a associação entre o desempenho dos
membros inferiores e fragilidade em uma amostra de idosos da comunidade.
2.2. Locais do Estudo
O estudo avaliou idosos dos municípios de Santa Cruz (Rio Grande do
Norte, Brasil) e de Saint Bruno (Quebec, Canadá) durante os meses de
Outubro a Dezembro de 2009.
Santa Cruz é uma cidade de 32.000 habitantes, localizada a 150 km de
Natal, capital do estado, e Saint Bruno é uma cidade suburbana de 25.000
habitantes, localizada a 15 km de Montreal.
2.3. População a amostra
2.3.1. População
A população do estudo foi constituída, em Santa Cruz, por 391 idosos
(acima de 65 anos) residentes na comunidade e participantes do estudo da
Rede FIBRA (Rede de Pesquisa sobre Fragilidade em Idosos Brasileiros). Tal
estudo traçou o perfil de fragilidade da população brasileira e a cidade de Santa
Cruz foi um dos locais de coleta dos dados. Em Saint Bruno, a população
consistiu dos idosos acima de 65 anos residentes na comunidade.
13
2.3.2. Amostra
Para o cálculo do tamanho da amostra dos idosos de Santa Cruz,
utilizou-se os seguintes parâmetros estatísticos: erros estatísticos máximos de
5,0% para o tipo I e 20,0% para o erro de tipo II, com um poder de 80,0% para
o estudo. Para um desvio de 5,0%, para mais ou para menos, nas estimativas
efetuadas e, considerando a população de referência em 391 idosos acima de
65 anos, que participaram do estudo da Rede FIBRA, foi definida a amostra de
64 indivíduos, sendo homens e mulheres na mesma proporção.
Para haver pareamento da amostra, foram recrutados 60 idosos homens
e mulheres da cidade de Saint Bruno, através de divulgação em jornais e lojas
locais, sem estratificação por gênero, porém, respeitando-se o perfil
sociodemográfico local.
A amostra final foi composta por homens e mulheres, sendo de 64
idosos residentes em Santa Cruz e 60 idosos residentes em Saint Bruno,
totalizando 124 idosos.
2.4. Critérios de Inclusão e Exclusão
Foram incluídos voluntários com capacidade de compreensão e
comunicação verbal, com capacidade de deambular, que não apresentassem
amputação de membro inferior e sem limitação severa em atividades da vida
diária (AVDs). Limitação severa nas AVDs foi definida como a inabilidade de
desempenhar qualquer uma das seguintes atividades sem ajuda: tomar banho,
sair da cama, alimentar-se, vestir-se ou usar o banheiro. Aqueles que
reportaram dificuldades, mas que conseguiam desempenhar estas funções,
foram incluídos no estudo.
A desistência durante a realização das avaliações foi considerado
critério de exclusão.
14
2.5. Variáveis do estudo
2.5.1. Variáveis independentes
Quadro 01: Lista das variáveis independentes do estudo.
Nome
Descrição
Tipo
Idade
Idade do idoso em anos
Quantitativa
contínua
Gênero
Masculino ou Feminino
Categórica
nominal
Local de
Santa Cruz ou Saint Bruno
residência
Peso
Altura
IMC
Categórica
nominal
Medida padronizada do peso, em
Quantitativa
quilogramas (Kg).
contínua
Medida padronizada da altura, em metros
Quantitativa
(m).
contínua
Quociente do peso pela altura elevada à
Quantitativa
segunda potência, em quilogramas por
contínua
metro quadrado (Kg/m2)
Não Alfabetizado; Ensino fundamental
incompleto; Ensino fundamental completo;
Escolaridade
Ensino médio incompleto; Ensino médio
Categórica
completo; Ensino superior incompleto;
ordinal
Ensino superior completo
Renda
Comorbidades
Ganho mensal de acordo com a moeda
Quantitativa
local (reais ou dólares canadenses)
contínua
Presença de doenças crônicas:
Categórica
0a1
ordinal
2 ou mais
15
Soma dos escores de:
Desempenho
dos MMII
(SPPB)
Equilíbrio em pé (0 a 4)
Velocidade da marcha (0 a 4)
Quantitativa
discreta
Levantar e sentar da cadeira (0 a 4)
2.5.2. Variáveis dependentes
Quadro 02: Lista das variáveis dependentes do estudo.
Nome
Descrição
Tipo
Perda de
Auto-relato de perda ou não de: 4,5kg ou
Categórica
peso
5% do peso corporal
nominal
Resposta às questões 7 e 20 da CES-D
Exaustão
(Center for Epidemiological Studies –
Categórica
Depression): nunca; raramente; às vezes e
ordinal
sempre.
Força de
Medida com dinamômetro portátil, em
Quantitativa
preensão
quilogramas-força (Kgf)
contínua
manual
Dificuldade de subir um lance de escadas
Mobilidade
e/ou caminhar 1,6km, graduada em:
Categórica
nenhuma, pouca, mais ou menos, muito,
ordinal
incapaz.
Nível de
Avaliado pelo IPAQ (International Physical
Quantitativa
atividade
Activity Questionaire) e calculado o gasto
contínua
física
calórico em Kcal/sem
16
Um ponto para a presença de cada um dos
critérios:
Escore de
Perda de peso
Quantitativa
fragilidade
Exaustão
discreta
Fraqueza muscular
Mobilidade reduzida
Baixo nível de atividade física
Classificação
Não frágil (escore = 0)
de
Pré-frágil (escore = 1 ou 2)
Categórica
Fragilidade
Frágil (escore = 3 ou mais)
ordinal
2.6. Instrumentos
Para a medida de peso foi utilizada uma balança da marca Filizola®,
Série 3.134, com divisões de 100g e, para o registro da altura, fitas métricas
com divisões de 1 mm.
Para a avaliação da força de preensão manual, foi utilizado um
dinamômetro Jamar® que fornece registro da força de preensão na unidade de
quilogramas/força (Kgf).
O questionário IPAQ (International Physical Activity Questionaire),
versão curta (CRAIG et al., 2003; MATSUDO et al., 2001), foi utilizado para
avaliar o nível de atividade física dos idosos, como critério de rastreamento da
fragilidade. Trata-se de um questionário que avalia o auto-relato da realização
de três diferentes atividades na última semana, que são: caminhar, atividades
de moderada intensidade e atividades de intensidade vigorosa. Para cada
atividade é feito o cálculo do gasto energético da atividade, tomando como
base o equivalente metabólico em repouso (MET) e considerado quantos dias
da semana e minutos esta atividade foi desempenhada, promovendo os
resultados em MET-minutos/semana. Para a atividade de caminhar considerase o gasto de 3,3 METs, atividades moderadas equivalem a 4 METs e
17
vigorosas 8 METs. As instruções para cálculo dos gastos energéticos estão
presentes no guia para processamento e análise do IPAQ (Guidelines for Data
Processing and Analysis of the International Physical Activity Questionnaire)
disponível no site http://www.ipaq.ki.se/scoring.pdf.
A SPPB, utilizada para avaliação do desempenho dos MMII é um teste
composto da avaliação do equilíbrio em pé, da velocidade da marcha e da
força muscular dos MMII (GURALNIK et al., 1994). O escore total da SPPB,
obtido pela soma das pontuações de cada teste, pode variar entre 0 e 12
pontos (4 pontos para cada etapa) e representa o desempenho dos MMII dos
idosos por meio da seguinte graduação: 0 a 3 pontos, quando é incapaz ou
mostra desempenho muito ruim; 4 a 6 pontos representa baixo desempenho; 7
a 9 pontos, em caso de moderado desempenho e 10 a 12 pontos, ao
apresentar bom desempenho (SPOSITO et al., 2010).
2.7. Procedimentos
Os idosos que concordaram em participar do estudo assinaram um
termo de consentimento (Apêndice 01) com as informações sobre seus
objetivos e os procedimentos que seriam realizados, e foram avaliados em
suas residências, no período de outubro a dezembro de 2009.
Os dados foram coletados através de um questionário especialmente
planejado para este estudo (Apêndice 02), aplicado por pesquisadores
previamente treinados. Os questionários e todos os documentos para coleta de
dados foram traduzidos do inglês para o francês e o português.
Os procedimentos de coleta constam das etapas descritas a seguir.
2.7.1. Variáveis sócio-demográficas e medidas antropométricas
Inicialmente foram coletados dados gerais como: idade, gênero, renda,
grau de instrução e, posteriormente, feitas mensurações do peso e altura.
18
Os idosos foram também questionados se já foram diagnosticados com
alguma das seguintes condições: hipertensão arterial, diabetes mellitus,
câncer, doença pulmonar, doença cardíaca, acidente vascular encefálico,
problemas reumatológicos e depressão.
2.7.2. Avaliação da fragilidade
Para a avaliação da presença de fragilidade, foram utilizados os critérios
seguintes, com base no que foi proposto por Fried et al. (2001):
• Perda de peso não intencional superior a 4,5kg ou 5% do peso
corporal no ano anterior, aferida por auto-relato;
• Exaustão avaliada por auto-relato de fadiga de acordo com as
questões 7 e 20 da CES-D (Center for Epidemiological Studies – Depression)
(RADLOFF, 1977; BATISTONI, NERI & CUPERTINO, 2007). Aquele que
respondeu às vezes (3-4 dias da semana) ou sempre (5-7 dias) às afirmações
“Senti que tive que fazer esforço para fazer tarefas habituais” e/ou “Não
consegui levar adiante minhas coisas”, recebeu pontuação neste critério.
• Fraqueza muscular: avaliada pela diminuição da força de
preensão (FP), medida com dinamômetro portátil na mão dominante, sendo
considerada a média aritmética de três medidas consecutivas (PEREIRA et al.,
2009). A medição foi feita com o voluntário na posição sentada, com ombro
aduzido e em rotação neutra, cotovelo posicionado em 90º de flexão, com o
antebraço e punho em posições neutras (MOREIRA et al., 2003). Para
pontuação, foi considerado o gênero e ao índice de massa corporal (IMC) de
acordo com os pontos de corte descritos no quadro abaixo (FRIED et al., 2001;
ALVARADO et al., 2008).
19
Quadro 03: Pontos de corte para avaliação da presença de fraqueza muscular,
segundo gênero e IMC.
HOMENS
MULHERES
IMC
(Kg/m2)
≤ 24
Ponto de corte da FP
(Kgf)
≤29
IMC
(Kg/m2)
≤23
Ponto de corte da FP
(Kgf)
≤17
24,1 – 26
≤30
23,1 – 26
≤17,3
26,1 – 28
≤30
26,1 – 29
≤18
>28
≤32
> 29
≤21
• Nível de atividade física: neste estudo optou-se por avaliar este
critério pelo IPAQ versão curta (Anexo 01), ao passo que Fried et al. (2001)
utilizou o questionário Minessota Leisure Time Activity. A versão curta do IPAQ
foi utilizada por demandar pouco tempo de aplicação e por fornecer uma
medida validada para avaliação do nível de atividade física tanto em população
de países desenvolvidos (HURTIG-WENNLÖF et al., 2010), quanto em
desenvolvimento (MATSUDO et al., 2001). Os resultados calculados em METminutos/semana foram multiplicados pelo peso do idoso e dividido por 60
quilogramas, dando os resultados em Kcal/semana, conforme indicado pelo
Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical
Activity Questionnaire. A partir deste cálculo, foram identificados os menores
quintis para cada gênero, e utilizados como ponto de corte para classificar
como baixo nível de atividade física (KIM et al., 2010; ESPINOZA, et al., 2010;
FRIED et al., 2001). O ponto de corte para homens foi de 299,54 Kcal/semana
e para as mulheres, 208,82 Kcal/semana.
• Limitação na mobilidade: neste critério substituiu-se a avaliação
da velocidade da marcha, proposto por Fried et al (2001), pela avaliação de
auto-relato de dificuldade de subir um lance de escadas ou caminhar 1,6 km,
conforme utilizado previamente por Alvarado et al. (2008) e por SantosEggimann et al. (2009).
20
Assim, os idosos receberam um ponto para cada critério encontrado,
resultando em um escore de fragilidade que variou de 0 a 5. Eles foram
classificados como frágeis ao apresentarem escore de 3 ou mais, pré-frágeis
se apresentassem escore igual a 1 ou 2 e não frágeis se apresentassem
escore igual a 0.
2.7.3. Desempenho dos MMII: Short Physical Performance Battery
Uma versão em inglês do manual de instruções da SPPB, que está
disponível no site http://www.grc.nia.nih.gov/branches/ledb/sppb/, foi traduzida
para o francês por tradutores profissionais. No Brasil, foi utilizada uma versão
previamente adaptada e testada em uma amostra de idosos brasileiros
(NAKANO, 2007) (Anexo 02). A SPPB foi aplicada conforme indicado por
Guralnik et al (1994), constando de avaliação do equilíbrio, velocidade da
marcha e teste de levantar-se da cadeira.
A avaliação de equilíbrio é realizada em 3 etapas com grau de
dificuldade crescente: 1) pés juntos em paralelo; 2) com um pé parcialmente à
frente (hálux encostado na borda medial do calcanhar do outro pé) e 3) com um
pé à frente do outro (hálux encostado na borda posterior do calcanhar). Para
cada posição, o entrevistador primeiro mostra a tarefa, então apóia com o
braço enquanto o sujeito posiciona seus pés, pergunta se ele está pronto, retira
o suporte e começa a marcar o tempo. A marcação para quando o sujeito move
seus pés, ou necessita de apoio, ou quando os 10 segundos terminam. Ao
conseguir realizar as 2 primeiras posições o idoso recebe escore de 1 e, se não
conseguir, recebe o escore de 0, passando para o teste de equilíbrio seguinte
apenas se conseguir realizar o anterior. Na terceira posição, a pontuação varia
de 0 para manutenção da posição em menos de 3 segundos, 1 para tempo
entre 3 e 9 segundos e 2 para 10 segundos.
Para avaliação da velocidade da marcha, foi demarcado espaço de 3 ou
4 metros com fita adesiva e solicitado que o idoso caminhasse da marca inicial
até ultrapassar a marca final em passo habitual. Inicialmente o examinador
demonstra e, durante o teste, permanece ao lado do idoso. O tempo é marcado
21
em 2 tentativas, considerando o menor tempo para pontuação. Escore de 0
será dado caso a tarefa não tenha sido completada, podendo atingir escore
máximo de 4, quanto menor for o tempo utilizado para completar a tarefa (ver
Anexo 02).
O último teste é o de levantar-se da cadeira. O examinador demonstra
como deve ser realizado o teste, levantando-se da cadeira com os braços
cruzados sobre o tórax e solicita que o paciente repita uma vez. Se ele não for
apto a fazê-lo, encerra-se o teste e é dada pontuação igual a 0. Se conseguir
fazê-lo, passa para o teste de levantar-se 5 vezes, o mais rápido possível,
sendo demonstrado inicialmente pelo examinador. O tempo de realização é
cronometrado e utilizado para pontuação que pode ser de 0 quando incapaz ou
quando realiza em tempo superior a 60 segundos; 1 se o tempo for maior que
16,7 segundos; 2 com o tempo entre 13,7 e 16,69 segundos; 3 entre 11,2 e
13,69 segundos e 4 se o tempo for menor que 11,19 segundos.
2.8. Análise dos dados
Os dados foram armazenados e analisados pelo programa estatístico
SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 17.0.
A estatística descritiva foi realizada usando-se medidas de distribuição
(médias e desvios-padrão para variáveis quantitativas; frequências absolutas e
relativas para variáveis categóricas), sumarizadas de acordo com a cidade de
estudo. Posteriormente foi utilizado o teste t para comparação entre os locais,
quanto às variáveis quantitativas e o teste qui-quadrado para as variáveis
categóricas.
Em seguida, foi realizada análise por meio do teste de correlação de
Pearson entre os resultados da avaliação de fragilidade e desempenho na
SPPB, analisando tanto o resultado total como cada dimensão do teste
(avaliação da marcha, equilíbrio e capacidade de levantar-se e sentar-se na
cadeira).
22
A análise da acurácia foi realizada por meio da sensibilidade e
especificidade, calculada a partir da curva ROC (Receiver Operating
Characteristics) e a partir da área sob a curva, identificou-se o ponto de corte
que melhor discriminou os frágeis dos não frágeis e os pré-frágeis dos não
frágeis.
A última etapa da análise estatística consistiu na construção de modelos
de regressão linear, com o objetivo de identificar os fatores que podem predizer
as relações entre desempenho na SPPB e o fenótipo de fragilidade. O critério
de saída para todas as variáveis introduzidas no modelo foi de p<0,10. Em toda
análise estatística foi considerado um intervalo de confiança (IC) de 95% e um
p≤ 0,05.
2.9. Aspectos Éticos
O estudo foi aprovado pelos comitês de ética e pesquisa locais, com o
parecer da pesquisa no Brasil dado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do
Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP-HUOL), de acordo com a Resolução
196/96, parecer – 447/10 (Anexo 03).
23
3 RESULTADOS
24
Um total de 124 idosos foi avaliado e a Tabela 01 mostra as
características da amostra, comparando os idosos das cidades de Santa Cruz
e Saint Bruno. Foram observadas diferenças significativas nas variáveis peso,
IMC, gênero e comorbidades.
Tabela 01: Dados demográficos e medidas antropométricas da amostra de
idosos de Santa Cruz e Saint Bruno.
VARIÁVEIS
CIDADES
P
Santa Cruz
Saint Bruno
Total
69,53 (±2,95)
69,43 (±2,98)
69,48 (±2,95)
0,85
Peso (Kg)
(±dp)
65,23 (±11,00)
76,06 (±19,90)
70,48 (±16,78)
<0,001
Altura (m)
(±dp)
1,57 (±0,09)
1,59 (±0,11)
1,58 (±0,10)
0,20
IMC (Kg/m2)
(±dp)
26,32 (±4,06)
30,01 (±8,47)
28,11 (±6,80)
0,003
Gênero
(%)
Feminino
Masculino
50,0
50,0
68,3
31,7
58,9
41,1
0,03
Comorbidades
(%)
0-1
2 ou mais
62,5
37,5
33,3
66,7
48,4
51,6
0,001
Idade (anos)
(±dp)
25
Em relação ao grau de instrução e à renda mensal, observou-se piores
resultados entre os idosos de Santa Cruz. Dentre eles, 40,6% são nãoalfabetizados, ao passo que entre os idosos de Saint Bruno, há maior
proporção daqueles que concluíram o ensino superior (40,0%). Em relação à
renda, apenas 9,4% dos idosos de Santa Cruz apresentam ganho mensal
superior a R$2.500,00. Já 46,6% dos idosos de Saint Bruno recebem
mensalmente
mais
que
R$3.350,00
(equivalente
a
dois
mil
dólares
canadenses).
A Figura 01 apresenta a proporção da presença dos critérios de
fragilidade comparando as duas cidades do estudo. Observa-se que os idosos
de Santa Cruz apresentam maior percentual de pontuação em todos
componentes
da
fragilidade,
apresentando
diferenças
estatisticamente
significativas entre os critérios de exaustão, fraqueza e redução da mobilidade.
A presença de mobilidade reduzida foi a mais frequente entre os idosos de
ambas as localidades e a perda de peso foi o componente menos relatado.
*p<0,05
Figura 01: Proporção da presença dos critérios da fragilidade entre os idosos
de Santa Cruz e Saint Bruno, e da amostra total.
26
Com base nos critérios de rastreamento da fragilidade, a amostra foi
classificada em não frágeis, pré-frágeis e frágeis e os resultados apresentados
na Figura 02. A proporção de idosos pré-frágeis foi superior que as demais
para a amostra total, sem diferença significativa entre as duas populações. A
amostra de Santa Cruz apresentou pior perfil de fragilidade, com proporção
significativamente maior de frágeis e menor de não frágeis em relação a Saint
Bruno.
*p<0,05
Figura 02: Perfil de fragilidade da amostra, comparando os idosos de Santa
Cruz e Saint Bruno.
Em relação ao desempenho na SPPB, observa-se que os idosos de
ambas as cidades apresentaram médias semelhantes nos escores de equilíbrio
e velocidade da marcha. No entanto, eles foram significativamente diferentes
entre o escore de levantar da cadeira e o escore total, sendo os idosos de Saint
Bruno os que apresentaram melhores resultados (Figura 03).
27
*p<0,05
Figura 03: Médias e desvios-padrão dos escores dos componentes da SPPB
(equilíbrio, velocidade da marcha e levantar da cadeira) e escore total, entre os
idosos de Santa Cruz e Saint Bruno.
Ao comparar-se os escores da SPPB em relação os critérios de
fragilidade, encontraram-se médias significativamente menores entre aqueles
apresentaram pontuação no critério, exceto para a perda de peso (Tabela 02).
Da mesma forma, as médias dos escores da SPPB são maiores para não
frágeis, seguida pelos pré-frágeis e menores para os frágeis. Portanto, os
28
idosos com piores desempenhos dos MMII apresentaram pior fenótipo de
fragilidade.
Tabela 02: Médias e desvios-padrão dos escores da SPPB pelos componentes
e fenótipo de fragilidade.
Critérios de fragilidade
Escore SPPB
(±dp)
Santa Cruz
Saint Bruno
Total
Sim
6,75 (±3,8)
8,6 (±3,9)
7,46 (±3,8)
Não
8,75 (±2,2)
9,72 (±2,3)
9,22 (±2,3)
Sim
7,79 (±3,1)
6,75 (±2,5)
7,53 (±3,0)
Não
8,93 (±2,0)
10,06 (±2,1)**
9,57 (±2,2)*
Sim
7,90 (±2,4)
7,92 (±2,8)
7,91(±2,5)
Não
9,44 (±1,9)*
10,09 (±2,1)*
9,82 (±2,1)*
Sim
7,27 (±2,9)
8,56 (±2,6)
7,85(±2,8)
Não
8,64 (±2,3)
9,98 (±2,1)
9,34 (±2,3)*
Sim
7,86 (±2,6)
7,61 (±2,5)
7,77 (±2,6)
Não
9,73 (±1,8)*
10,86 (±1,2)**
10,44 (±1,6)**
Não frágeis
9,64 (±1,8)§
11,00 (±1,2)§§
10,61 (±1,5)§§
Pré-frágeis
9,23 (±1,8)
8,89 (±2,5)
9,08 (±2,1)
Frágeis
6,39 (±2,8)
6,67 (±2,5)
6,43 (±2,7)
Perda de peso
Exaustão
Fraqueza
Baixa atividade física
Mobilidade reduzida
Fenótipo de fragilidade
*p< 0,05
**p< 0,001
§
Não frágeis = Pré-frágeis ≠ Frágeis
§§
Não frágeis ≠ Pré-frágeis ≠ Frágeis
29
Ao analisar-se a correlação entre os escores de cada dimensão da
SPPB e o escore total com o escore da fragilidade, observa-se presença de
correlação negativa moderada para o item levantar da cadeira e para o escore
total, para a amostra total, conforme apresentado na Tabela 03. Ao se observar
os resultados para cada cidade do estudo, verificou-se maior correlação destas
variáveis entre os idosos de Saint Bruno do que entre os idosos de Santa Cruz,
exceto para o escore de equilíbrio, em que a correlação foi maior para os
idosos de Santa Cruz.
Tabela 03: Correlação dos escores dos componentes da SPPB (equilíbrio,
velocidade da marcha e levantar da cadeira) e escore total, com o escore da
fragilidade entre os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno.
SPPB
Escore da fragilidade
Santa Cruz
Saint Bruno
Total
Equilíbrio
r= -0,43; p<0,001
r=-0,36; p= 0,005
r=-0,42; p<0,001
Velocidade
da marcha
r= -0,28; p=0,03
r=-0,58; p< 0,001
r=-0,44; p<0,001
Levantar da
cadeira
r=-0,36; p=0,003
r= -0,67; p<0,001
r=-0,55; p<0,001
Total
r=-0,46; p<0,001
r=-0,67; p<0,001
r=-0,58;p<0,001
A Tabela 04 apresenta os resultados da análise ROC, que mostra
melhor especificidade e sensibilidade do escore total da SPPB em discriminar
frágeis de não frágeis do que cada componente separadamente, com melhores
resultados para os idosos de Saint Bruno. A capacidade da SPPB de
discriminar os pré-frágeis dos não frágeis foi baixa, com todas as áreas sob a
curva (AUC) menores que 0,6 (dados não apresentados).
30
Tabela 04: Sensibilidade e Especificidade da SPPB em discriminar idosos da
comunidade frágeis de não frágeis.
Santa Cruz
Escores da
SPPB
Ponto de
corte
Sensibilidade
(%)
Especificidade
(%)
Equilíbrio
3/4
81
67
0.57
(0.49-0.84)
Velocidade da
marcha
3/4
54
47
0.58
(0.42-0.75)
Levantar da
cadeira
1/2
81
58
0.64
(0.48-0.81)
Total
8/9
81
52
0.67
(0.49-0.84)
63
0.60
(0.46-0.75)
Saint Bruno
90
AUC (CI 95%)
Equilíbrio
3/4
Velocidade da
marcha
3/4
84
75
0.69
(0.56-0.83)
Levantar da
cadeira
1/2
92
70
0.82
(0.72-0.93)
Total
8/9
92
80
0.81
(0.70-0.92)
Equilíbrio
3/4
Total
89
68
0.60
(0.51-0.70)
Velocidade da
marcha
3/4
84
51
0.68
(0.59-0.80)
Levantar da
cadeira
1/2
92
54
0.77
(0.68-0.86)
Total
8/9
92
54
0.78
(0.69-0.86)
31
A Tabela 05 mostra os resultados da análise de regressão linear
realizada entre cada dimensão da SPPB com a fragilidade, apresentando os
resultados tanto para cada cidade, quanto o resultado geral da amostra. A
análise mostra que a SPPB tem uma capacidade moderada de predizer a
fragilidade nos idosos da amostra total, com resultados mais satisfatórios entre
os idosos de Saint Bruno.
Tabela 05: Análise de regressão linear entre as dimensões e escores da SPPB
com a fragilidade, de acordo com a cidade e para a amostra total.
Santa Cruz
Variáveis
R2
β padrão
β
p
Escore Equilíbrio
0,17
3,29
-0,45
< 0,001
Escore Velocidade da Marcha
0,06
3,01
-0,38
0,03
Escore Levantar da Cadeira
0,12
2,55
-0,41
0,003
Escore Total
0,19
3,66
-0,22
< 0,001
Saint Bruno
Escore Equilíbrio
0,11
2,76
-0,49
0,005
Escore Velocidade da Marcha
0,33
3,52
-0,72
< 0,001
Escore Levantar da Cadeira
0,44
2,46
-0,61
< 0,001
Escore Total
0,43
3,85
-0,30
< 0,001
Geral
Escore Equilíbrio
0,17
3,16
-0,50
< 0,001
Escore Velocidade da Marcha
0,18
3,46
-0,61
< 0,001
Escore Levantar da Cadeira
0,29
2,62
-0,57
< 0,001
Escore Total
0,33
3,92
-0,28
< 0,001
32
4 DISCUSSÃO
33
O presente estudo analisou a capacidade da SPPB em identificar idosos
jovens com a síndrome da fragilidade em duas populações distintas: uma de
classe média que vive em Quebec, no Canadá, e a outra de baixo status
socioeconômico que vive no interior do Rio Grande do Norte, no Brasil.
Em relação aos dados de caracterização da amostra, observou-se que
as duas cidades diferiram quanto à presença de comorbidades, sendo os
idosos de Saint Bruno os que apresentam maior número de doenças
associadas. Dados da Pesquisa sobre Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento na
América Latina e Caribe (SABE) encontrou número reduzido de comorbidades
relatadas em idosos brasileiros do município de São Paulo (média de 1,52
±0,18) (RAMOS, 2007), semelhante ao que se observou nos idosos de Santa
Cruz (maior proporção de idosos com menos de duas condições). Isso pode
ser atribuído ao fato de algumas doenças terem sido não diagnosticadas
nestes idosos ou, devido ao seu baixo grau de instrução (grande proporção de
não alfabetizados), as doenças não tenham sido relatadas durante a entrevista.
Analisando o perfil de fragilidade da amostra, observou-se que os idosos
de Santa Cruz apresentaram piores resultados, com maior número de frágeis e
menor de não frágeis. Alvarado et al. (2008) também encontraram altas
porcentagens de idosos frágeis (40,6%) e pré-frágeis (48,8%), com menor
proporção de não frágeis (10,6%) em idosos brasileiros, com resultados
semelhantes para outras localidades da América Latina (dados do estudo
SABE). Já os resultados encontrados por Alcalá et al. (2010), em idosos de
Madrid na Espanha, mostraram menor porcentagem de frágeis (10,3%),
semelhante ao que foi encontrado entre os idosos de Saint Bruno. Tais
resultados ressaltam a influência das condições socioeconômicas sobre o perfil
de fragilidade de uma determinada população, com piores resultados para
regiões com piores status socioeconômicos. Isso também foi encontrado por
outros estudos (WOO et al., 2010; WOODS et al., 2005; SZANTON et al.,
2010). Além disso, os resultados comprovam que fragilidade e comorbidades
são entidades distintas que podem vir associadas, mas não obrigatoriamente
(ALCALÁ et al. 2010; FRIED et al, 2004; TEIXEIRA, 2008), uma vez que os
idosos de Saint Bruno apresentaram menor presença de fragilidade e maior
número de doenças associadas.
34
Considerando a frequência da presença dos critérios de rastreamento da
fragilidade, observou-se que, assim como neste estudo, a presença de perda
não intencional de peso está entre os menos citados em estudos prévios
(ALCALÁ et al., 2010; FRIED et al., 2001; ALVARADO et al., 2008; BANDEENROCHE et al., 2006). A redução da mobilidade foi o critério mais frequente em
ambas as cidades, ao passo que estudos anteriores relatam o baixo nível de
atividade física como critério mais frequente (ALVARADO et al., 2008; FRIED
et al., 2001; KIM et al., 2010) ou a fraqueza muscular (ALCALÁ et al., 2010). No
entanto, cabe ressaltar que as diferenças nas formas de avaliação destes
critérios entre os estudos trazem limitações para comparações fidedignas entre
sua prevalência. Por exemplo, o nível de atividade física foi avaliado por Fried
et al (2001) pelo questionário Minnesota e a mobilidade pela velocidade da
marcha, enquanto neste estudo foi utilizado o IPAQ versão curta e o auto relato
de dificuldade de caminhar e subir escadas, respectivamente. A avaliação da
perda de peso também é variável: enquanto neste foi utilizado o critério
proposto por Fried et al. (2001) (perda de peso no ano anterior), alguns estudos
substituíram por outras variações, como IMC abaixo de 18,5kg/m2 (KIM et al.,
2010) ou perda de peso nos últimos três meses (ALVARADO et al., 2008).
Os idosos das duas cidades apresentaram médias dos escores da SPPB
semelhantes para equilíbrio e velocidade da marcha, sendo significativamente
diferentes para o escore de levantar da cadeira e o escore total. Apesar de
diferentes, ambos apresentaram desempenho satisfatório dos MMII, como era
esperado, uma vez que são idosos jovens, residentes na comunidade e sem
limitações severas nas AVDs. Estudo prévio (SPOSITO et al, 2010) com idosos
brasileiros encontrou médias dos escores da SPPB menores comparadas a
este estudo (5,53 ±2,4). Porém sua amostra incluiu idosos com mais de 80
anos ou idosos com idade inferior que possuíssem dependência para AVDs.
Assim como na presente pesquisa, outros estudos têm tentado
identificar indivíduos com alto risco de fragilidade usando medidas de
desempenho com resultados positivos (KIM et al, 2010; VERGHESE & XUE,
2010). Verghese & Xue (2010) investigaram a associação da SPPB com a
fragilidade em idosos com média de 80,1 anos, porém com boa mobilidade
(foram excluídos idosos com lentidão na marcha). Eles encontraram piores
35
resultados na SPPB naqueles com maior carga de fragilidade, e ressaltaram
que esta bateria pode identificar os estágios iniciais da fragilidade, quando a
lentidão na marcha ainda não está presente. Da mesma forma, constatou-se no
presente estudo que as médias dos escores da SPPB foram piores para
aqueles que apresentaram pontuação em cada critério da fragilidade, bem
como para os que foram classificados como frágeis, com melhores resultados
para os pré-frágeis e não frágeis.
Em outro estudo, Kim et al (2010) pesquisaram a habilidade
discriminatória de cinco testes de desempenho (velocidade da marcha habitual
e rápida, levantar da cadeira, passo alternado e time up and go) e encontraram
que indivíduos (media de idade de 74,6 anos) com alto risco de fragilidade
apresentaram desempenho significativamente piores do que aqueles com baixo
risco em todos os testes, com melhores correlações para o teste de levantar da
cadeira e os testes de velocidade da marcha. Em contraste, em nosso estudo,
cada componente da SPPB e o escore total tiveram resultados similares de
correlação, exceto na velocidade da marcha para a amostra de Santa Cruz e
no teste de equilíbrio para a amostra de Saint Bruno, que apresentaram piores
correlações.
No presente estudo, encontrou-se que um escore de 9 da SPPB poderia
discriminar os frágeis dos não frágeis. Confirmando estes achados, Bandinelli
et al (2006) utilizou o ponto de corte de 9 da SPPB para caracterizar idosos
frágeis e observou que estes apresentaram piores resultados de saúde dos que
têm melhores escores. Semelhante aos nossos estudos, Verghese & Xue
(2010) encontrou 52% de sensibilidade e 70% de especificidade com ponto de
corte de 8 da SPPB, para identificar a fragilidade em idosos com boa
funcionalidade e Vasunilashorn et al (2009) encontrou que um ponto de corte
de 10 é um importante preditor da perda da mobilidade (inabilidade de
caminhar 400 metros), com 69% de sensibilidade e 84% de especificidade,
para uma população acima de 65 anos em um estudo longitudinal.
Esta forte associação entre estas medidas de desempenho e eventos adversos
em saúde deve indicar que o desempenho físico é um biomarcador forte e
confiável
de
saúde
em
pessoas
idosas
como
outros
têm
descrito
(VESTERGAARD et al. 2009). Guralnik et al (1994) mostrou que as medidas
36
objetivas da SPPB são preditores fortes e consistentes de mortalidade em
idosos e admissão em instituições de longa permanência em um estudo
longitudinal de 6 anos. Cesari et al (2009) mostrou que os testes de velocidade
da marcha, equilíbrio e levanter da cadeira são úteis em identificar sujeitos que
irão apresentar limitação funcional, hospitalização e morte. E Galicci et al
(2010) e Guralnik et al (2000) também encontraram que o desempenho físico,
medido pela SPPB, é um preditor útil da incapacidade entre idosos.
A maioria dos estudos tem encontrado que a velocidade da marcha é o
preditor mais forte de eventos de saúde adversos comparada a os outros
componentes da SPPB ou desempenha tão bem quanto a bateria completa em
predizer a incapacidade (CESARI et al, 2009; GURALNIK et al, 2000; KIM et al,
2010). Mas neste trabalho, isto não ocorreu: o teste de levantar da cadeira teve
o melhor resultado comparado aos outros componentes e teve valor preditivo
similar comparado a SPPB completa para a amostra de Saint Bruno e
considerando a amostra toda. Para Santa Cruz, o mesmo ocorreu para o teste
de equilíbrio, mas com resultados similares para o teste de levantar da cadeira.
Tem sido citado que alterações na velocidade da marcha devem ocorrer mais
tardiamente no processo de incapacidade (VERGHESE & XUE, 2010) e
confirmando esta afirmação, a maioria da nossa amostra, composta de idosos
jovens, apresentou bons escores no teste de velocidade da marcha.
Provavelmente, a baixa porcentagem de alterações na marcha não foi
suficiente, neste estudo piloto, para elucidar a relação entre esse teste e a
fragilidade como apresentado em estudo com idosos mais velhos.
A maior parte dos estudos investigando a habilidade preditora de
eventos adversos da SPPB foi realizada em localidades com boas condições
socioeconômicas e neste estudo encontrou-se resultados distintos quando
comparado com uma população com condição socioeconômica pobre. Assim,
estes achados enfatizam a necessidade de um estudo longitudinal para
comparar como diferentes pontos de corte desta medida de desempenho
predizem a fragilidade e a mortalidade entre populações de baixo e alto status
socioeconômico.
Algumas limitações devem ser consideradas nesta pesquisa. A amostra
do estudo foi pequena e desta forma, não houve poder suficiente para ajustar
37
por variáveis de confundimento na análise de regressão linear. Além disso, o
desenho transversal limitou a possibilidade de estudar a temporalidade entre
SPPB e fragilidade. Futuros estudos longitudinais nas populações de Quebec e
do Rio Grande do Norte irão validar estes achados. Além disso, alguns dos
pontos de corte usados em nosso estudo, como para o critério de fraqueza
muscular da fragilidade, e os pontos de corte dos componentes da SPPB foram
baseados em populações de estudos prévios e podem ter subestimado ou
superestimados as características da população deste estudo.
38
5 CONCLUSÃO
39
O presente estudo investigou a habilidade da SPPB em triar por
fragilidade uma população de idosos jovens, de duas cidades com condições
socioeconômicas distintas, e mostrou que a SPPB tem capacidade moderada
de identificar fragilidade nesta população, com melhores resultados para
aqueles com melhores condições socioeconômicas. A SPPB é um teste de
desempenho não específicos mas altamente sensível que é fácil de aplicar, e
pode ser usado para identificar pessoas com boa funcionalidade e baixa
fragilidade naqueles que apresentarem escore de 9 ou mais.
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Performance Battery Score to Predict Loss of Ability to Walk 400 Meters:
Analysis From the InCHIANTI Study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 64A(2)
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VERGHESE, Joe; XUE, Xiaonan. Identifying frailty in high functioning older
adults with normal mobility. Age Ageing. 39: 382-385, 2010.
50
VESTERGAARD,
Sonja;
PATEL,
Kushang
V.;
BANDINELLI,
Stefania;
FERRUCCI, Luigi; GURALNIK, Jack M. Characteristics of 400-Meter Walk Test
Performance and Subsequent Mortality in Older Adults. Rejuvenation Res.
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WOO, J.; CHAN, R.; LEUNG, J.; WONG, M. Relative Contributions of
Geographic, Socioeconomic, and Lifestyle Factors to Quality of Life, Frailty, and
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WOODS, Nancy Fugate; LACROIX, Andrea Z.; GRAY, Shelly L.; ARAGAKI,
Aaron; COCHRANE, Barbara B.; BRUNNER, Robert L.; MASAKI, Kamal;
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Women Aged 65 and Older in the Women’s Health Initiative Observational
Study. J Am Geriatr Soc. 53:1321–30, 2005.
51
7 ANEXOS
52
7.1. Anexo 01: International Physical Activity Questionnaire (IPAQ)
53
54
7.2. Anexo 02: Versão brasileira da Short Physical Performance Battery (SPPB)
55
56
57
58
59
60
61
7.3. Anexo 03: Parecer do Comitê de ética e pesquisa do Hospital Universitário
Onofre Lopes (CEP/HUOL).
62
7.4. Anexo 04: Normas para publicação na revista Experimental Gerontology
Authors Instruction
Ethics in Publishing
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publication
see
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and
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Conflict of interest
All authors are requested to disclose any actual or potential conflict of interest
including any financial, personal or other relationships with other people or
organizations within three years of beginning the submitted work that could
inappropriately influence, or be perceived to influence, their work. See also
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Submission declaration
Submission of an article implies that the work described has not been published
previously (except in the form of an abstract or as part of a published lecture or
academic thesis), that it is not under consideration for publication elsewhere,
that its publication is approved by all authors and tacitly or explicitly by the
responsible authorities where the work was carried out, and that, if accepted, it
will not be published elsewhere including electronically in the same form, in
English or in any other language, without the written consent of the copyrightholder.
Copyright
Upon acceptance of an article, authors will be asked to complete a 'Journal
Publishing Agreement' (for more information on this and copyright see
63
http://www.elsevier.com/copyright). Acceptance of the agreement will ensure
the widest possible dissemination of information. An e-mail will be sent to the
corresponding author confirming receipt of the manuscript together with a
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including abstracts for internal circulation within their institutions. Permission of
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used. The text should be in single-column format. Keep the layout of the text as
simple as possible. Most formatting codes will be removed and replaced on
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justify text or to hyphenate words. However, do use bold face, italics, subscripts,
superscripts etc. When preparing tables, if you are using a table grid, use only
one grid for each individual table and not a grid for each row. If no grid is used,
use tabs, not spaces, to align columns. The electronic text should be prepared
in a way very similar to that of conventional manuscripts (see also the Guide to
Publishing with Elsevier:
http://www.elsevier.com/guidepublication). Note that
source files of figures, tables and text graphics will be required whether or not
you embed your figures in the text. See also the section on Electronic
illustrations.
64
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and "grammar-check" functions of your wordprocessor.
Types of Articles
ORIGINAL RESEARCH MANUSCRIPTS AND SHORT REPORTS. Original
Research Manuscripts and Short Reports should consist of up to 10 manuscript
pages including references.
Article structure
Subdivision - numbered sections
Divide your article into clearly defined and numbered sections. Subsections
should be numbered 1.1 (then 1.1.1, 1.1.2, ...), 1.2, etc. (the abstract is not
included in section numbering). Use this numbering also for internal crossreferencing: do not just refer to "the text". Any subsection may be given a brief
heading.
Each
heading
should
appear
on
its
own
separate
line.
Introduction
State the objectives of the work and provide an adequate background, avoiding
a
detailed
literature
survey
or
a
summary
of
the
results.
Material and methods
Provide sufficient detail to allow the work to be reproduced. Methods already
published should be indicated by a reference: only relevant modifications should
be described.
Theory/calculation
A Theory section should extend, not repeat, the background to the article
already dealt with in the Introduction and lay the foundation for further work. In
contrast, a Calculation section represents a practical development from a
theoretical basis.
65
Results
Results should be clear and concise.
Discussion
This should explore the significance of the results of the work, not repeat them.
A combined Results and Discussion section is often appropriate. Avoid
extensive citations and discussion of published literature.
Conclusions
The main conclusions of the study may be presented in a short Conclusions
section, which may stand alone or form a subsection of a Discussion or Results
and Discussion section.
Appendices
If there is more than one appendix, they should be identified as A, B, etc.
Formulae and equations in appendices should be given separate numbering:
Eq. (A.1), Eq. (A.2), etc.; in a subsequent appendix, Eq. (B.1) and so on.
Similarly for tables and figures: Table A.1; Fig. A.1, etc.
Essential title page information
• Title. Concise and informative. Titles are often used in information-retrieval
systems. Avoid abbreviations and formulae where possible.
• Author names and affiliations. Where the family name may be ambiguous
(e.g., a double name), please indicate this clearly. Present the authors' affiliation
addresses (where the actual work was done) below the names. Indicate all
affiliations with a lower-case superscript letter immediately after the author's
name and in front of the appropriate address. Provide the full postal address of
each affiliation, including the country name, and, if available, the e-mail address
of each author.
• Corresponding author. Clearly indicate who will handle correspondence at
all stages of refereeing and publication, also post-publication. Ensure that
telephone and fax numbers (with country and area code) are provided in
66
addition to the e-mail address and the complete postal address. Contact
details must be kept up to date by the corresponding author.
• Present/permanent address. If an author has moved since the work
described in the article was done, or was visiting at the time, a "Present
address" (or "Permanent address") may be indicated as a footnote to that
author's name. The address at which the author actually did the work must be
retained as the main, affiliation address. Superscript Arabic numerals are used
for such footnotes.
Abstract
A concise and factual abstract is required. The abstract should state briefly the
purpose of the research, the principal results and major conclusions. An
abstract is often presented separately from the article, so it must be able to
stand alone. For this reason, References should be avoided, but if essential,
then cite the author(s) and year(s). Also, non-standard or uncommon
abbreviations should be avoided, but if essential they must be defined at their
first mention in the abstract itself.
Graphical abstract
A Graphical abstract is optional and should summarize the contents of the
article in a concise, pictorial form designed to capture the attention of a wide
readership online. Authors must provide images that clearly represent the work
described in the article. Graphical abstracts should be submitted as a separate
file in the online submission system. Image size: Please provide an image with
a minimum of 531 × 1328 pixels (h × w) or proportionally more. The image
should be readable at a size of 5 × 13 cm using a regular screen resolution of
96 dpi. Preferred file types: TIFF, EPS, PDF or MS Office files. See
http://www.elsevier.com/graphicalabstracts for examples.
Highlights
67
Highlights are mandatory for this journal. They consist of a short collection of
bullet points that convey the core findings of the article and should be submitted
in a separate file in the online submission system. Please use 'Highlights' in the
file name and include 2 to 5 bullet points (maximum 85 characters, including
spaces,
per
bullet
point).
See
http://www.elsevier.com/highlights for
examples.
Keywords
Immediately after the abstract, provide a maximum of 6 keywords, using
American spelling and avoiding general and plural terms and multiple concepts
(avoid, for example, "and", "of"). Be sparing with abbreviations: only
abbreviations firmly established in the field may be eligible. These keywords will
be used for indexing purposes.
Abbreviations
Define abbreviations that are not standard in this field in a footnote to be placed
on the first page of the article. Such abbreviations that are unavoidable in the
abstract must be defined at their first mention there, as well as in the footnote.
Ensure consistency of abbreviations throughout the article.
Acknowledgements
Collate acknowledgements in a separate section at the end of the article before
the references and do not, therefore, include them on the title page, as a
footnote to the title or otherwise. List here those individuals who provided help
during the research (e.g., providing language help, writing assistance or proof
reading the article, etc.).
Tables
Number tables consecutively in accordance with their appearance in the text.
68
Place footnotes to tables below the table body and indicate them with
superscript lowercase letters. Avoid vertical rules. Be sparing in the use of
tables and ensure that the data presented in tables do not duplicate results
described elsewhere in the article.
References
Citation in text
Please ensure that every reference cited in the text is also present in the
reference list (and vice versa). Any references cited in the abstract must be
given in full. Unpublished results and personal communications are not
recommended in the reference list, but may be mentioned in the text. If these
references are included in the reference list they should follow the standard
reference style of the journal and should include a substitution of the publication
date with either "Unpublished results" or "Personal communication" Citation of a
reference as "in press" implies that the item has been accepted for publication.
Web references
As a minimum, the full URL should be given and the date when the reference
was last accessed. Any further information, if known (DOI, author names, dates,
reference to a source publication, etc.), should also be given. Web references
can be listed separately (e.g., after the reference list) under a different heading
if desired, or can be included in the reference list.
Reference style
Text: Indicate references by number(s) in square brackets in line with the text.
The actual authors can be referred to, but the reference number(s) must always
be given.
Example: "..... as demonstrated [3,6]. Barnaby and Jones [8] obtained a
different result ...."
List: Number the references (numbers in square brackets) in the list in the order
in which they appear in the text.
69
Examples:
Reference to a journal publication:
[1] J. van der Geer, J.A.J. Hanraads, R.A. Lupton, The art of writing a scientific
article, J. Sci. Commun. 163 (2000) 51–59.
Reference to a book:
[2] W. Strunk Jr., E.B. White, The Elements of Style, third ed., Macmillan, New
York, 1979.
Reference to a chapter in an edited book:
[3] G.R. Mettam, L.B. Adams, How to prepare an electronic version of your
article, in: B.S. Jones, R.Z. Smith (Eds.), Introduction to the Electronic Age, EPublishing Inc., New York, 1999, pp. 281–304.
Journal abbreviations source
Journal
names
Index
Medicus
should
be
journal
abbreviated
abbreviations:
according
to
http://www.nlm.nih.
gov/tsd/serials/lji.html;
List
of
title
word
abbreviations:
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online.php;
CAS (Chemical Abstracts Service):
http://www.cas.org/sent.html.
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70
Apêndices
Apêndice 01: Termo de consentimento livre e esclarecido
TÍTULO
DA
PEQUISA:
BIOMARCADORES
DO
ESTRESSE,
FUNÇÃO
E
FRAGILIDADE EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS: UM ESTUDO PILOTO.
NOME DO PARTICIPANTE:
_______________________________________________________________
Este termo de consentimento livre e esclarecido poderá conter palavras que você não
entende. Peça a uma pessoa da equipe de estudo para explicar qualquer palavra ou
informação que você não tenha entendido claramente.
OBJETIVO DO ESTUDO
Você está sendo convidado a participar de um estudo piloto. O objetivo desse
estudo é analisar as relações associativas entre carga alostática, através dos fatores
sociais estressores e marcadores biológicos do estresse, com a fragilidade e o estado
funcional de populações idosas residentes na comunidade.
DESENHO DO ESTUDO
A população selecionada para participar das atividades será composta por
idosos de ambos os sexos, com idade entre 65 a 74 anos, residentes na comunidade
na cidade de Santa Cruz/RN.
PROCEDIMENTOS
Se você concordar em participar do estudo, será submetido a uma avaliação
utilizando alguns questionários. Primeiramente, responderá ao questionário contendo
informações sobre o curso de vida, estado de saúde, nível cognitivo, incapacidade
funcional. Após, será dadas as orientações para a coleta da saliva a ser realizada em
dois dias consecutivos.
CUSTOS
Todos os serviços profissionais exigidos como parte deste estudo serão gratuitos.
CONFIDENCIALIDADE
71
Sua identidade será preservada em todas as situações que envolvam
discussão, apresentação e/ou publicação dos resultados da pesquisa. Somente suas
iniciais identificarão as informações coletadas sobre você. Os registros que identificam
você e este termo de consentimento poderão ser inspecionados pela Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação da UFRN, além do Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Onofre Lopes. Não haverá qualquer forma de gratificação pela
participação no experimento e os resultados obtidos a partir dele serão propriedade
exclusiva dos pesquisadores, podendo ser divulgados de quaisquer formas (escrita e
oral), a critério dos mesmos.
PARTICIPAÇÃO/RETIRADA VOLUNTÁRIA DO ESTUDO
Sua participação é voluntária. Você é livre para aceitar participar deste estudo
ou poderá retirar-se a qualquer momento.
QUEM CONTACTAR EM CASO DE DÚVIDA
Se você tiver alguma dúvida sobre este estudo ou algum problema relacionado
à pesquisa, deverá entrar em contato com a investigadora do estudo, Aline do
nascimento Falcão Freire, rua dos Tororós, n 2310, Lagoa Nova; telefone (84) 88045941; e-mail: [email protected].
Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao
Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes no endereço Av.
Nilo Peçanha nº 620, Petrópolis, Natal/RN, CEP: 59012-300, telefone:3342-5003.
*Não assine nem date este formulário a menos que você tenha tido a
oportunidade de esclarecer suas dúvidas e tenha recebido respostas satisfatórias a
todas as suas perguntas.
CONSENTIMENTO INFORMADO
Li e entendi as informações acima. Perguntei e discuti os detalhes do estudo com uma
pessoa da equipe de pesquisa. Concordo em participar deste estudo baseado nas
informações fornecidas. Entendo que receberei uma cópia assinada e datada deste
termo de consentimento.
Participante da pesquisa:
72
Nome:_______________________________________________________
Data:____/____/____
____________________________________________________________
Assinatura
Pesquisador responsável:
Nome: Professor Doutor Ricardo Oliveira Guerra
Endereço: Centro de Ciências da Saúde – Departamento de Fisioterapia
Av. Senador Salgado Filho, 300, Campus Universitário, CEP: 59078-970, Natal-RN, 2ª
andar.
Telefone: 3342-2002.
E-mail: [email protected]
Assinatura
Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes:
Av. Nilo Peçanha, nº 620, Petrópolis, CEP: 59012-300, Natal-RN, telefone: 3342-5003.
73
Apêndice 02: Questionário de avaliação geral
I) IDENTIFICAÇÃO
ENTREVISTADOR
Identificação do Entrevistador (No.)
Data da entrevista:
2 0
Ano
Mês
Dia
PARTICIPANTE
Identificação do participante(No.)
Língua do questionário
Lugar
Francês
Inglês
St Bruno
Português
Santa Cruz
Entrevista completa
1 □ sim 2 □ não
Identificação do entrevistador (No.)
Identificação do coordenador (nº)
Data da realização da entrevista
Ano
Mês
Dia
Assinou consentimento
Hora que iniciou
H(24h) Min.
1 □ sim 2 □ não
Hora que terminou
H(24h) Min.
74
II) INFORMAÇÕES PESSOAIS
Identificação do participante (No.)
Nome de família
Primeiro Nome
Endereço completo
No. do telefone
Código da região
Número
Código da região
Número
Pessoa de contato
Relação com o participante
Nome da família
Primeiro nome
Endereço completo
No. de telefone
III) Dados demográficos
1
Data de nascimento do participante
Ano
2
Idade do participante
Mês
Dia
75
3
Sexo do participante
1 □ Homem
2 □ Mulher
Colocar sem perguntar
IV) DOENÇAS CRÔNICAS
“Eu vou fazer algumas perguntas sobre a sua saúde”
1
Algum médico ou enfermeiro disse que você tem pressão
alta ou sofre de hipertensão?
Se uma outra pessoa responder pelo participante, referir
ao participante que a resposta é dela.
2
3
4
5
Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que você sofre
de diabetes, ou tem um nível elevado de açúcar no
sangue?
Algum médico ou enfermeiro disse que você sofre de
câncer ou de um tumor maligno?
Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que você sofre
de alguma doença pulmonar crônica, como bronquite
crônica, enfisema ou asma?
Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que você teve
um ataque cardíaco, doença coronária, sofre de angina,
de insuficiência cardíaca ou outros problemas cardíacos?
1
sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
Sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
Sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
Sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
Sim
2
Não
3
Não sei
76
6
7
8
9
10
4
Não tenho resposta
1
Sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
sim
2
não
3
Não sei
4
não tenho resposta
1
Sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
Sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
Você perdeu peso sem intenção de no último ano?
1
Sim
Se sim, quantos quilos? ___________
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
Nenhuma
2
Um pouco
3
mais ou menos
4
muito
5
Incapaz
1
Nenhuma
Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que você sofreu
de embolia cerebral, de acidente vascular cerebral
(AVC), de um ataque ou trombose?
Algum médico ou enfermeiro disse que você sofre de
reumatismo, de artrite ou artrose?
Algum médico ou enfermeiro disse que você sofre de
depressão?
Algum médico ou enfermeiro disse que você sofre de
alguma doença? (não mencionar nenhuma)
Qual :_________
V) MOBILIDADE
1
2
Você tem dificuldade de subir um lance de escadas?
Você tem dificuldade de caminhar uma milha (1,6 km)?
77
2
Um pouco
3
mais ou menos
4
muito
5
Incapaz
VI) CAPACIDADES FUNCIONAIS (AVQ/AVD)
“Vou nomear algumas atividades que você faz durante o seu dia. Me diga por favor se você
tem dificuldades de fazê-las por algum MOTIVO DE SAÚDE OU POR UM MOTIVO PSIQUICO.
Excluir toda dificuldade que seja temporária, que dure alguns meses (de 2 a 3 meses).”
1
2
3
4
5
Você tem dificuldade para se
inclusive para colocar os sapatos?
vestir,
Você tem dificuldade de tomar banho?
Você tem dificuldade de comer segurando
os talheres, ou de colocar a bebida no
copo, etc.?
Você consegue sair sozinha da cama?
Você tem dificuldade de sentar ou levantar
do vaso sanitário?
1
sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
sim
2
Não
3
Não sei
4
Não tenho resposta
1
sim
2
Não
78
3
Não sei
4
Não tenho resposta
VII) SINTOMAS DEPRESSIVOS
« Agora eu vou ler algumas frases para você e você me diz se teve ou se sentiu durante última
semana. Tem que me dizer se foi frequente, ou se foi alguns dias, ou no inicio ou no fim da
semana.»
« Para as respostas você deve me dizer de que maneira sentiu se nunca, se às vezes, se
frequentemente, se todo dia, se alguns dias, durante a última semana. »
Raramente
ou nunca
(menos
que 1 dia)
Poucas
vezes
(1-2
dias)
Às
vezes
(3-4
dias)
Quase
sempre
ou
semrpre
(5-7
dias)
Senti que tive que fazer esforço para fazer
tarefas habituais
Não consegui levar adiante minhas coisas
VIII) RENDAS
1
Qual sua renda mensal?
Valor: ______________
IX) ESCOLARIDADE
1
Qual o seu nível de escolaridade?
1
Ensino fundamental incompleto
2
Ensino fundamental completo
3
Ensino médio incompleto
4
Ensino médio completo
5
Ensino superior incompleto
6
Ensino superior completo
7
Não sei
79
Formulário de Força de Preensão
A Força de preensão não é medida nessas questões seguintes :
A) Dores agudas na mão ou no pulso
Sim
B) Artrite na mão dominante
Sim
C) Tendinite ao lado da mão dominante
Não
Não
Sim
Não
D) Outras razões, especificar __________________
Medida da força de pressão :
1)__________Kgf
2)_________Kgf
3)_________Kgf
Formulário de medidas antropométricas
O peso não é mensurado pelas questões seguintes :
A) A pessoa não consegue ficar em pé na balança
Sim
Não
B) Outras rezões, especificar (olhar o formulário de triagem)______________________
A medida não é mensurada pelas questões seguintes :
A) A pessoa não consegue ficar em pé sobre a estadiômetro
Sim
Não
B) Outras razões , especificar (olhar o formulário de triagem)_____________________
Escrever as medidas
1) Peso : _____.___ Kg
2) Altutra : _____._____ cm
80
Apêndice 03: Manuscrito submetido à revista Experimetal Gerontology,
segundo as normas presentes no Anexo 04.
Using the Short Physical Performance Battery (SPPB) to screen
for frailty young-old adults with distinct socioeconomic
conditions
Authors: Saionara Maria Aires da Câmaraa, Beatriz Eugenia Alvaradob, Jack
M. Guralnikc, Ricardo Oliveira Guerraa, Álvaro Campos Cavalcanti Maciela .
a. Department of Physiotherapy, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
b. Department of Community Health and Epidemiology, Queens University
c. School of Medicine, University of Maryland
Corresponding author:
Álvaro Campos Cavalcanti Maciel
Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Avenida Senador Salgado filho, S/N, CEP : 59200-000
e-mail: [email protected]
Telephone number : +55 84 3342-2017
Fax : +55 84 3342-2001
81
Abstract
The SPPB provides information about physical function and is a predictor of
adverse events in the elderly. Frailty is a multidimensional syndrome that
increases susceptibility to diseases and disability. However it may be possible
to prevent or postpone frailty if is identified early. Our objective is to analyze
SPPB’s ability in screening for frailty a community-dwelling young elderly from
cities with distinct socioeconomic conditions. Data were originated from
community dwelling adults (65-74 years old) in Canada (Saint Bruno; n = 60)
and Brazil (Santa Cruz; n = 64). SPPB was used to assess physical
performance. Frailty was defined as the presence of ≥ 3 of these criteria: weight
loss, exhaustion, weakness, mobility limitation and low physical activity. One
point was given for each criterion met, totalizing a frailty score ranged from 0 to
5. The Linear Regression and Receiver Operating Characteristics analyses
were performed to evaluate the SPPB’s screening ability. Mean age was 69.48,
10.0% of the Saint Bruno’s sample and 28.1% of Santa Cruz’s were frail
(p=0.001), the SPPB score means were 9.6 and 8.5 respectively (p=0.01).
SPPB correlated with the frailty score (R2=0.33), with better results for Saint
Bruno. A cutoff of 9 in SPPB had good sensitivity and specificity in
discriminating frail from non frail in Saint Bruno (AUC=0.81) but showed fair
results in Santa Cruz (AUC=0.61). The SPPB has moderate ability in predicting
frailty among older adult’s population, and is an useful test to identify people
with good functionality and low frailty when SPPB scores are ≥9.
Key words: Frail elderly, aging, disability.
82
1. Introduction
The term “frailty” has been used by geriatricians to characterize elderly with
reduced physiological reserves and resilience [1]. Several studies have
searched methods to identify elderly people with this condition [2-4] and
currently the classification proposed by Fried et al [5] is the most commonly
accepted because it can be easily operationalized. This definition has been
widely used and is considered a predictor of adverse health events in different
populations of older adults [1,5,6]. However, it is believed that frailty is a type of
syndrome that can be prevented or postpone if it is identified at the early stage
[7].
Of the frailty criteria, muscle strength and gait speed have been objectively
measured, while weight loss, exhaustion, and physical activity are usually selfreported [8,9]. Just as for self-reported measures of physical function that are
prone to bias related to cultural and socio-economic differences in thresholds of
reporting difficulty [10], frailty criteria, especially its self-reported components,
should be validated against objective measures if to be used to do crosscultural comparisons. As far as we know, no research has been undertaken to
understand how measures of frailty may differ due to social differences in
people’s responses to the questions developed to ascertain frailty. Therefore,
use of performance measures that are associated with frailty can offer
advantages in international studies on physical function of older populations.
The Short Physical Performance Battery (SPPB) has been widely used in
studies on aging and, besides providing objective information about physical
83
function [11], it also has been reported as a predictor of adverse health events
in older adults, such as disability, institutionalization, hospitalization and
mortality, even in high functioning elderly [12-14]. Its validity and reliability has
been shown in previous studies in North America and European elders
[11,15,16]. As an objective measure of physical function, the SPPB has many
advantages: it takes a few minutes to complete, requires little training, simple
equipment, the results can be quantified by scores, it is reproducible and
sensitive to changes in functionality through time [14-16]. Therefore, it is a good
measure to do cross-cultural comparisons of physical performance. We have
completed a pilot study in 124 elderly people, 60 in a small city in Canada, Saint
Bruno, and 64 in a small city in Brazil, Santa Cruz. Our previous analysis has
shown that SPPB is a reliable measure and has a high correlation with mobility
disability, chronic conditions, socio-economic position and self-rated health,
despite differences in cultural and socio-economic conditions.
Using the same data from our pilot study, in this paper we will explore the
correlation of the SPPB with the five components of the frailty phenotype, and
the capacity of SPPB in identifying frailty in young-old community-dwelling
populations in Saint Bruno and Santa Cruz. Only a few studies have compared
the SPPB with measures of frailty [17,18], which showed that frail individuals
also had significantly worse performance than the non-frail, but none have done
this in Canadian and Latin-American contexts.
2. Methods
84
We have conducted a pilot study in 124 people age 65 to 74 to establish the
validity and reliability of self-reported and objective physical performance
measures in two different socio-economic contexts. The final purpose of this
pilot study was to prepare for a population-based cohort study, to be conducted
in Canada and Brazil. This study aims to increase knowledge to explain the
sex/gender mobility gap and to guide community preventive strategies. The pilot
study took place in Saint Bruno (Québec, Canada) and in Santa Cruz (Rio
Grande do Norte, Brazil) during October-December, 2009. Saint Bruno is a
middle class suburban population of 25,000 inhabitants, 15 Km from Montreal.
Santa Cruz is a city of 32,000 inhabitants which is 50 Km from Natal (capital of
the Rio Grande do Norte state). Community-dwelling elders were included if
their age was between 65 and 74 years old and if they were free of severe
Activity of Daily Living (ADL) disability. We excluded participants older than 74
and those with severe disability as we were looking for participants able to
complete the performance tests. Severe ADL disability was defined as the
inability to perform any of these activities: bathing, getting out of bed, eating,
grooming or using the toilet. Those who reported difficulties but could do the
above activities were included. The sample size of this study (n=60 at each
research site) was designed to estimate intra-rater reliability of SPPB measures
of 0.8 with a confidence of 95% and a power of 80% [19].
At Santa Cruz, a community random sample was drawn from municipal rolls
and stratified by mobility disability (inability to walking a mile or climbing one
flight of stairs) and sex (equal cells of 16 people were obtained). A random
sample was not possible in Saint Bruno since a list of people living in the area
85
was impossible to obtain Then participants were recruited by ads in the local
newspapers and local stores.
2.1.
Data collection
Data were collected at home visits. Interviewers were trained using the same
standard training based on videotapes, protocol instructions and data entry
forms at each site. Assessments in Saint Bruno were done by local nurses who
were trained by the principal researchers in the domains of their expertise.
Assessments in Santa Cruz were done by local physiotherapists who were
trained by the principal researchers who also participated in the training in Saint
Bruno. All data collection documents were translated from English to French
and Portuguese. Questionnaires asked about demographic and socio-economic
information (income and education), chronic conditions, depression (Center of
Epidemiological Studies – Depression - CES-D), mobility and activities of daily
living difficulties.
2.2.
Procedures
2.2.1. Physical Performance
The Short Physical Performance Battery (SPPB) manual is available in English
language in Internet (http://www.grc.nia.nih.gov/branches/ledb/sppb/) and it was
translated to French. In Brazil, we used a Portuguese trans-cultural adaptation
previously developed and tested in a nursing home population [20]. SPPB
includes tests of walking speed, standing balance and chair stand [11]. Each
SPPB component test (gait, balance and chair stand) is scored from 0 to 4 with
86
a score of 0 representing inability to perform the test and 4 the best
performance. For balance, the participants are asked to maintain their feet in
side by side, semi-tandem and tandem positions for 10 seconds each. For gait,
a 4-meter walk at the subjects’ usual speed was timed. For the chair stand test,
participants were asked to stand up and sit down five times as quickly as
possible. Further details on the administration of these tests have been
published in the original papers and can be viewed at the SPPB website. A
summary performance score was obtained by adding the scores of each SPPB
component test [11].
2.2.2. Physical Frailty
Frailty was operationalized using the components proposed by Fried et al [5].
These are: weight loss, weakness, exhaustion, mobility limitation and physical
activity level.
Weight loss was evaluated by self-reported unintentional weight loss of ≥5 kg
over the past year.
Muscle strength was evaluated by the grip strength test using a Jamar®
Dynamometer. Participants were positioned as descript by Pereira et al [21].
Three measures were taken and the arithmetic mean was used to identify this
criterion. Weakness was defined according to gender and the Body Mass Index
(BMI) cutoffs used by Fried et al [5].
Exhaustion was based on two questions of the CES-D questionnaire [22]: “I felt
everything I did was an effort” and “I could not get going". A frequency of
“occasionally” or “most of the time” to either of these questions was considered
as an indication of exhaustion.
87
Mobility limitation: subjects were considered to have lower body functional
limitations if they reported at least some difficulty to walk 100 yards and/or to
climb one flight of stairs [9].
Physical activity level: we have not used the Minnesota Leisure Time Activity
Questionnaire as proposed by Fried et al [5], but rather we used the short form
from International Physical Activity Questionnaire [23], which requires little time
to implement and has been validated in populations of developed and
developing countries [24,25]. Data were calculated in Kcal/week, as indicated in
Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical
Activity Questionnaire, available by internet (http://www.ipaq.ki.se/scoring.pdf).
Respondents were classified in gender-specific quintiles, and those in the
lowest quintile were considered as having low physical activity. The cutoffs were
299.54 Kcal/week for men and 208.82 Kcal/week for women. This questionnaire
provided a more valid measure of physical activity in older populations in our
pilot study when measured against accelerometer data (paper in preparation).
Finally, participants were scored one point for each criterion found, totalizing a
score that could range from 0 to 5. Besides, an ordinal variable was created
following Fried et al [5], i.e.: non-frail if the person did not score positively with
respect to any of the frailty components; pre-frail if the person scored positively
with respect to one or two; and frail if the person was scored positively with
respect to three or more.
2.2.3. Data analysis
Analyses were done in SPSS software, version 17.0. First, the study population
was described according to SPPB score, frailty categories and frailty final score.
88
Differences in frailty and SPPB measures between both cities were then
compared using t tests for continuous variables, and chi-square tests for
categorical variables. Comparisons of means of SPPB according to each
component of frailty was done using t test as a way to estimate the relationship
between each frailty component and SPPB. Bivariate linear regression analysis
was used to study the correlation between each SPPB component, the total
SPPB score, and frailty phenotype as dependent variable. Receiver Operating
Characteristics (ROC) analysis was realized to calculate the Area Under the
Curve (AUC) and the cutoff point which better discriminate between the frail
from the non frail respondents. In all stages it was considered a level of
significance p ≤ 0.05.
3. Results
A hundred and twenty-four elderly with an average age of 69.48 (±2.95) years
participated of this study, 58.9% were women. Elders from two cities differ in
relation to BMI (Santa Cruz – 26.32 ± 4.06; Saint Bruno – 30.01
± 8.47, p=0.003), presence of chronic conditions (37.5% in Santa Cruz and
66.7% in Saint Bruno have ≥ 2 chronic conditions, p=0.001), education level
(40.6% from Santa Cruz are non-literate, while 40.0% from Saint Bruno have
completed university) and monthly income (more participants in Santa Cruz
than in Saint Bruno reported their income was not sufficient to cover basic
needs, 33.3% and 11.9%, respectively, p=0.005).
Table 1 shows the results about the distribution of frailty categories, frailty
criteria and maximum scores of SPPB components. Santa Cruz had
89
significantly worse frailty profile with higher proportion of frail people and smaller
proportion of non frail. In the whole sample, mobility limitation was the most
frequent criterion, followed by weakness, exhaustion, low physical level and
weight loss. Sample of Santa Cruz presented higher proportion in all frail
criteria, with significant differences between cities in exhaustion, weakness and
mobility limitation.
Performance using the SPPB was also higher for respondents in Saint Bruno,
than in Santa Cruz (table 1). For instance, a higher percentage of respondents
in Saint Bruno had the highest total SPPB score (score=12). The same was
observed for all SPPB components: more people in Saint Bruno had the
maximum score for each test (score=4), with differences being significantly
different for chair stand and gait speed. The mean value of SPPB total score
was significantly lower (8.5 ±2.5) in Santa Cruz than in St Bruno (9.62 ±2.4;
p=0.01).
Table 2 shows the comparison of mean values of total SPPB scores by each
frailty component. Respondents who met each criterion had higher SPPB
scores than those who did not meet the criteria; however, this was significant for
weakness and mobility limitations in Santa Cruz, and for exhaustion, weakness
and mobility limitations in Saint Bruno. Frail people had significantly lower SPPB
scores than pre-frail and non-frail elders. A clear gradient is observed. Of note
is that in both populations, none of the persons classified as non frail have an
SPPB score < 6, and none of the persons classified as frail have an SPPB
score > 10.
90
Table 3 shows the results of linear regression analysis of SPPB on frailty score.
In both cities, each SPPB test is significantly correlated to frailty score, but the
relationship between gait speed and the frailty score in Santa Cruz’s sample
and balance test and frailty score in St Bruno’s were lower in relation to the
other SPPB tests. We found that total SPPB has moderate capacity to predict
frail scores among elderly in the whole sample, with stronger R square values
among Saint Bruno older adults (R2=0.43).
Table 4 presents ROC analyses. In the whole sample, a SPPB total score with
a cutoff point of 9 gave the best trade-off between sensitivity and specificity with
an AUC=0.78. Similar discriminatory capacity was obtained with the chair stand
test with a cut-off point of 2. The lowest discriminatory capacity was obtained
with balance test. In the Saint Bruno sample the AUC results were better than
from Santa Cruz, with greater sensitivity and specificity for each SPPB test and
SPBB total score. For pre-frail state versus non-frail the discriminatory capacity
of SPPB was very low, all AUC less than 0.6 (data not shown).
4. Discussion
The present study examined the correlation of frailty components and the
SPPB, and the ability of SPPB in identifying frailty syndrome in young old adults
from two distinct populations: a middle class living in Québec – Canada, and
another with low socioeconomic status living in Rio Grande do Norte – Brazil.
As in this pilot study, other studies have been trying to identify high risk of frailty
using performance measures [17,18]. Verghese & Xue [18] investigated the
91
association between SPPB and frailty in people with mean of age of 80.1 years,
but with good mobility (people with low gait speed were excluded). They found
low average in SPPB in those with higher frailty load and hypothesized that
SPPB may detect early signs of frailty even before the occurrence of slow gait.
Likewise, in our study, the mean SPPB scores were worse in elderly with each
frailty criteria, and the worst results were found in frail elderly, with better results
for pre-frail and non frail participants. In another study, Kim et al [17],
researched the discriminatory ability of five performance tests (usual and rapid
gait speed, chair stand, alternate step and time up and go tests) and found that
individuals (mean of 74.6 years old) at high risk of frailty performed significantly
worse than those at low risk in all tests, with better correlations for gait speed
tests and worst for chair stand test. In contrast, in our study, each component
and total SPPB score had similar R2 values, except in the gait speed test for
Santa Cruz’s sample and the balance test for Saint Bruno’s sample, with worse
predictive values.
We found that a value of 9 in SPPB might discriminate those frail from non-frail.
Confirming these findings, Bandinelli et al [26] also used the cutoff of 9 of SPPB
to classify frail elderly and found that they had worse health outcomes than
elderly with better SPPB scores. Similar to our results, Verghese & Xue [18]
found 52% sensitivity and 70% specificity with the cutoff of 8 to identify frailty in
elderly with good functionality and Vasunilashorn et al [27] found that a cutoff of
10 is important predictor of mobility loss (inability to walk 400 meters), with 69%
sensitivity and 84% specificity, for a population aged ≥ 65, in a longitudinal
study.
92
This stronger association between those performance measures and adverse
events in health might indicate that mobility performance is a strong and reliable
biomarker of health in older people as others have described [28]. Guralnik et al
[11] showed that the objective measurements of SPPB are strong and
consistent predictors of elder’s death and nursing home admission, in a followup of six years. Cesari et al [12] showed that timed usual gait, standing balance,
and repeated chair stand tests are useful in identifying subjects who will
experience functional limitation, hospitalization and death. And Galucci et al [13]
and Guralnik et al [14] also found that physical performance, measured by
SPPB, is a useful predictor of disability among old adults.
Most studies have found that gait speed is the strongest predictor of healthrelated adverse events compared to the other SPPB components or it has
performed almost as well as the full battery in predicting disability [12,14,17].
But in our analysis, this was not the case: the chair stand test had the best
result compared to the other components and has similar predictive value
compared to full SPPB for Saint Bruno’s elders and considering the whole
sample. For Santa Cruz, the same occurred for balance test but with closer
results for chair stand test. It has been cited that impairments in gait speed may
occur later in the disablement process [18] and confirming this affirmation, most
of our sample, composed of young-old adults, presents good scores in the gait
speed test. Probably, the low percentage of gait impairments was not sufficient,
in this pilot study, to elucidate a relationship between this test and frailty, as
presented in the studies with older adults.
93
Most of studies investigating the SPPB’s ability in predict adverse events were
performed in high income localities and we found distinct results when
compared with a population with poor socioeconomic condition. So these
findings emphasize the necessity of a longitudinal study to compare how
different cutoff of this performance measurement predicts frailty onset and
mortality among populations from low and high income countries.
Some potential limitations have to be considered. The study sample was small
and therefore we were unable to have enough power to adjust for cofounders in
the linear regression analysis. In addition, the cross-sectional design limits the
possibility of studying the temporality between SPPB and frailty. Future
longitudinal studies in populations from Quebec and Rio Grande do Norte will
validate our findings. In addition, some of the cutoffs used in our study, like the
cut points for the frailty criterion of weakness, and cut points for the SPPB
components were based on populations of early studies and may underestimate
or overestimate the characteristics of this study population.
5. Conclusions
The present study investigated the SPPB’s ability in screening for frailty a
young-old population, from two cities with different socioeconomic status, and it
has shown that SPPB has moderate ability to screen for frailty this population,
with better results for those with better socioeconomic conditions. SPPB is a
useful nonspecific but highly sensitive performance test that is easy to apply,
and can be used to identify people with good functionality and low frailty in
those with scores of 9 or more.
94
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100
Tables
Table 1: Distribution of frailty categories, frailty criteria and maximum scores of
SPPB components for Santa Cruz, Saint Bruno and total sample.
Variables
Total
Santa Cruz
Saint Bruno
P value
%
%
%
Frail
19.4
28.1
10.0
0.001
Pre-frail
50.0
54.7
45.0
0.21
Non frail
30.6
17.2
45.0
0.001
Weight loss
10.7
12.5
8.6
0.48
Weakness
35.2
48.4
21.7
0.002
Exhaustion
25.8
37.5
13.3
0.001
Mobility Limitation
52.4
65.6
38.5
0.002
Low Physical Activity
19.6
22.0
17.3
0.55
Balance (score=4)
75.0
70.3
80.0
0.21
Gait speed (score=4)
67.7
75.0
48.4
0.006
Chair Stand (score=4)
18.5
10.9
26.7
0.01
Total (score=12)
17.7
10.9
25.0
0.04
Frailty categories
Frailty criteria
SPPB
101
Table 2: Mean and standard deviations of SPPB scores between frailty
components and phenotype.
Frailty Criteria
SPPB score ( ±sd)
Santa Cruz
Saint Bruno
Total
Yes
6.75 (3.8)
8.6 (3.9)
7.46 (±3.79)
No
8.75 (2.2)
9.72 (2.3)
9.22 (±2.29)
7.79 (3.1)
6.75 (2.5)
Weight loss
Exhaustion
Yes
7.53 (±2.96)
8.93 (2.0)
10.06 (2.1)
9.57 (±2.15)a
Yes
7.90 (2.4)
7.92 (2.8)
7.91(±2.46)
No
9.44 (1.9)a
10.09 (2.1)a
9.82 (±2.09)a
Yes
7.27 (2.9)
8.56 (2.6)
7.85(±2.79)
No
8.64 (2.3)
9.98 (2.1)
9.34 (±2.29)a
Yes
7.86 (2.6)
7.61 (2.5)
7.77 (±2.59)
No
9.73 (1.8)a
10.86 (1.2)b
10.44 (±1.58)b
Non frail
9.64 (1.8)c
11.00 (1.2)d
10.61 (±1.53)d
Pre-frail
9.23 (1.8)
8.89 (2.5)
9.08 (±2.14)
Frail
6.39 (2.8)
6.67 (2.5)
6.43 (±2.73)
No
b
Weakness
Low physical activity
Mobilily limitation
Frailty phenotype
a
p< 0.05
b
p< 0.001
c
Non frail = Pre-frail ≠ Frail
d
Non frail ≠ Pre-frail ≠ Frail
102
Table 3: Linear regression analysis of SPPB on frailty, according to the city of
study and whole sample.
Variables
R2
βstandard
Β
p
Santa Cruz
Balance Score
0.17
3.29
-0.45
< 0.001
Gait Speed Score
0.06
3.01
-0.38
0.03
Chair Stand Score
0.12
2.55
-0.41
0.003
Total Score
0.19
3.66
-0.22
< 0.001
Saint Bruno
Balance Score
0.11
2.76
-0.49
0.005
Gait Speed Score
0.33
3.52
-0.72
< 0.001
Chair Stand Score
0.44
2.46
-0.61
< 0.001
Total Score
0.43
3.85
-0.30
< 0.001
Total
Balance Score
0.17
3.16
-0.50
< 0.001
Gait Speed Score
0.18
3.46
-0.61
< 0.001
Chair Stand Score
0.29
2.62
-0.57
< 0.001
Total Score
0.33
3.92
-0.28
< 0.001
103
Table 4: Sensitivity and Specificity of SPPB in identifying frailty in elderly of
Santa Cruz, Saint Bruno and whole sample
SPPB
Cutoff
point
Balance
3/4
Gait speed
3/4
Chair stand
Total
Sensitivity Specificity
(%)
(%)
Santa Cruz
81
AUC (CI 95%)
67
0.57 (0.49-0.84)
54
47
0.58 (0.42-0.75)
1/2
81
58
0.64 (0.48-0.81)
8/9
81
52
0.67 (0.49-0.84)
63
0.60 (0.46-0.75)
Saint Bruno
90
Balance
3/4
Gait speed
3/4
84
75
0.69 (0.56-0.83)
Chair stand
1/2
92
70
0.82 (0.72-0.93)
Total
8/9
92
80
0.81 (0.70-0.92)
Balance
3/4
Total
89
68
0.60 (0.51-0.70)
Gait speed
3/4
84
51
0.68 (0.59-0.80)
Chair stand
1/2
92
54
0.77 (0.68-0.86)
Total
8/9
92
54
0.78 (0.69-0.86)
Highlights
>SPPB has moderate ability to screen for frailty young-old elderly. > The
screening ability of SPPB is better for elderly with higher socioeconomic
conditions. > A cutoff of 9 in SPPB is useful to identify people with good
functionality and low frailty.
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