UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA A SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY (SPPB) COMO PREDITORA DA FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE SAIONARA MARIA AIRES DA CÂMARA Natal/RN 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA A SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY (SPPB) COMO PREDITORA DA FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE SAIONARA MARIA AIRES DA CÂMARA Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Programa de pós-graduação em Fisioterapia, para a obtenção do título de Mestre em Fisioterapia. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Co-orientador: Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra Natal/RN 2011 CATALOGAÇÃO NA FONTE C173s Câmara, Saionara Maria Aires da. A Short Physical Performance Battery (SPPB) como preditora da fragilidade em idosos residentes na comunidade / . Saionara Maria Aires da Câmara – Natal, 2011. 51p. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti. Cooerientador: Prof Dr Ricardo Oliveira Guerra Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1. Idoso fragilizado - dissertação. 2.Idoso - incapacidade dissertação. 3. Envelhecimento - dissertação. I. Cavalcanti, Álvaro Campos. II. Guerra Ricardo Oliveira. III. Título. RN-UF/BS-CCS CDU: 616.-053.9 (043.3) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro iii UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA A SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY (SPPB) COMO PREDITORA DA FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel - Presidente - UFRN Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra - UFRN Prof. Dr. José Angelo Barela – UNICSUL Aprovada em 03/03/2011 iv Dedicatória Aos idosos participantes desta pesquisa, pela paciência e carinho com que contribuíram para que este trabalho pudesse ser realizado. v Agradecimentos Agradeço a Deus, por sempre iluminar minhas escolhas e proporcionar conquistas à minha trajetória. Aos meus pais, Eduardo e Algecira, por todo o apoio e por acreditarem em mim, mesmo antes de eu mesma acreditar. Agradeço pelos sacrifícios, pelos ensinamentos, por serem meus conselheiros e por serem responsáveis pelo que sou hoje. Aos meus irmãos, meus melhores amigos, pelo companheirismo e cumplicidade. É maravilhoso tê-los em minha vida. Ao meu namorado Gabriel, por me proporcionar sempre momentos maravilhosos, por me trazer tranquilidade e amor. Ao meu orientador Professor Álvaro Campos, por me guiar de forma tão sábia, desde o período de graduação e pela paciência que conduziu este projeto. E ao Professor Ricardo Guerra, pela grande contribuição que tem me dado, desde o período da graduação. Tenho orgulho de tê-los como meus professores. Ao professor José Barela, pela disponibilidade, atenção e pelas contribuições a este trabalho. Aos colegas do grupo de pesquisa, que participaram da organização e operacionalização desta pesquisa. E por fim, aos meus queridos amigos e amigas, por trazerem alegria à minha vida, por sempre me apoiarem e acreditarem em mim. vi Sumário Lista de tabelas viii Lista de figuras ix Resumo x Abstract xi 1. INTRODUÇÃO 1 1.1. O processo de envelhecimento: considerações gerais 2 1.2. Fragilidade no idoso 3 1.3. A avaliação do desempenho físico e funcional no idoso 5 1.4. Justificativa 8 1.5. Objetivos 9 1.6. Hipóteses 10 2. MATERIAIS E MÉTODOS 11 2.1. Caracterização da pesquisa 12 2.2. Local do estudo 12 2.3. População e Amostra 12 2.4. Critérios de Inclusão e Exclusão 13 2.5. Variáveis do estudo 14 2.6. Instrumentos 16 2.7. Procedimentos 17 2.8. Análise dos dados 21 2.9. Aspectos Éticos 22 3. RESULTADOS 23 4. DISCUSSÃO 32 5. CONCLUSÃO 38 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40 5. ANEXOS 51 Apêndices vii Lista de tabelas Tabela 01: Dados demográficos e medidas antropométricas da amostra de idosos de Santa Cruz e Saint Bruno. Tabela 02: Médias e desvios-padrão dos escores da SPPB pelos componentes e fenótipo de fragilidade. Tabela 03: Correlação dos escores dos componentes da SPPB (equilíbrio, velocidade da marcha e levantar da cadeira) e escore total, com o escore da fragilidade entre os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno. Tabela 04: Sensibilidade e Especificidade da SPPB em discriminar idosos da comunidade frágeis de não frágeis. Tabela 05: Análise de regressão linear entre as dimensões e escores da SPPB com a fragilidade, de acordo com a cidade e para a amostra total. viii Lista de figuras Figura 01: Proporção da presença dos critérios da fragilidade entre os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno, e da amostra total. Figura 02: Perfil de fragilidade da amostra, comparando os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno. Figura 03: Médias e desvios-padrão dos escores dos componentes da SPPB (equilíbrio, velocidade da marcha e levantar da cadeira) e escore total, entre os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno. ix Resumo Introdução: A SPPB proporciona informação sobre a função física e é preditora de eventos adversos de saúde em idosos. A fragilidade é uma síndrome multidimensional que aumenta a susceptibilidade à doenças e incapacidade. Entretanto, pode ser possível prevenir ou postergar a fragilidade se ela for identificada precocemente. O objetivo desse estudo foi analisar a habilidade da SPPB em predizer a fragilidade em uma população de idosos jovens residentes na comunidade de cidades com condições socioeconômicas distintas. Métodos: Os dados foram extraídos da comunidade de idosos (65-74 anos) do Canadá (Saint Bruno; n = 60) e do Brasil (Santa Cruz; n = 64). A SPPB foi usada para avaliar o desempenho físico. A fragilidade foi definida como a presença de ≥ 3 dos critérios: perda de peso, exaustão, fraqueza, limitação da mobilidade e baixo nível de atividade física. Um ponto foi dado para cada critério encontrado, totalizando um escore da fragilidade que variou de 0 a 5. As análises de Regressão Linear e ROC foram realizadas para avaliar a capacidade preditiva da SPPB. Resultados: A média de idade foi de 69,48 anos, 10% da amostra de Saint Bruno e 28,1% da amostra de Santa Cruz eram frágeis (p = 0,001), as médias de escores da SPPB foram de 9,6 e 8,5 respectivamente (p = 0,01). A SPPB correlacionou-se ao escore da fragilidade (R2 = 0,33), com melhores resultados para Saint Bruno. Um ponto de corte de 9 na SPPB teve boa sensitividade e especificidade em discriminar frágeis de não frágeis em Saint Bruno (AUC = 0,81), mas mostrou piores resultados em Santa Cruz (AUC = 0,61). Conclusão: A SPPB tem moderada habilidade em predizer a fragilidade entre a população de idosos e é um teste útil para identificar pessoas com boa funcionalidade e baixa fragilidade quando os escores da SPPB são ≥ 9. Palavras-chave: Idoso frágil, envelhecimento, incapacidade. x Abstract Introduction: The SPPB provides information about physical function and is a predictor of adverse events in the elderly. Frailty is a multidimensional syndrome that increases susceptibility to diseases and disability. However it may be possible to prevent or postpone frailty if is identified early. Our objective is to analyze SPPB’s ability in screening for frailty a community-dwelling young elderly from cities with distinct socioeconomic conditions. Methods: Data were originated from community dwelling adults (65-74 years old) in Canada (Saint Bruno; n = 60) and Brazil (Santa Cruz; n = 64). SPPB was used to assess physical performance. Frailty was defined as the presence of ≥ 3 of these criteria: weight loss, exhaustion, weakness, mobility limitation and low physical activity. One point was given for each criterion met, totalizing a frailty score ranged from 0 to 5. The Linear Regression and Receiver Operating Characteristics analyses were performed to evaluate the SPPB’s screening ability. Results: Mean age was 69.48, 10.0% of the Saint Bruno’s sample and 28.1% of Santa Cruz’s were frail (p = 0.001), the SPPB score means were 9.6 and 8.5 respectively (p = 0.01). SPPB correlated with the frailty score (R2 = 0.33), with better results for Saint Bruno. A cutoff of 9 in SPPB had good sensitivity and specificity in discriminating frail from non frail in Saint Bruno (AUC = 0.81) but showed fair results in Santa Cruz (AUC = 0.61). Conclusion: The SPPB has moderate ability in predicting frailty among older adult’s population, and is an useful test to identify people with good functionality and low frailty when SPPB scores are ≥9. Key words: Frail elderly, aging, disability. xi 1 INTRODUÇÃO 2 1.1. O processo de envelhecimento: considerações gerais O aumento da população idosa em todo o mundo observado nas últimas décadas, bem como as suas estimativas de crescimento para as décadas seguintes, representam uma vitória para a sociedade e, também, um dos maiores desafios para a saúde pública contemporânea (BANDINELLI et al., 2006; LIU & FIELDING, 2011). O Brasil, semelhante a outros países em desenvolvimento, experimenta um processo de envelhecimento da sua população extremamente rápido e, de fato, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, esta é a parcela da população que mais cresce nos últimos anos (OLIVEIRA et al., 2008; NOGUEIRA et al., 2010). Isto traz implicações importantes ao sistema de saúde, uma vez que o aumento no número de idosos é acompanhado pelo aumento de condições adversas como a presença de múltiplas doenças crônicas (comorbidades), maior vulnerabilidade a estressores (fragilidade), e dependência para realização de atividades funcionais (incapacidade). Segundo Fried et al. (2004), o aumento no número de doenças se dá, em grande parte, em virtude da frequência das condições individuais crônicas aumentarem com a idade o que, associado a fatores de risco variados, tornam essas patologias diferentes das de outros grupos etários. Nos idosos elas são multicausais, ou seja, pela ação de fatores endógenos ou exógenos, produzindo várias alterações sobre os diversos sistemas e funções (LIMA COSTA & VERAS, 2003). Desta forma, o perfil de morbi-mortalidade da população foi alterado pelo envelhecimento populacional. Segundo Carmo et al. (2003), as doenças infecciosas representavam quase a metade do total de óbitos ocorridos no Brasil em 1930, sendo observada redução nas décadas mais atuais, tanto nas taxas de mortalidade quanto de morbidade. Hoje, observa-se a predominância dos agravos crônicos, com enfermidades complexas e mais onerosas, que são típicas das faixas etárias mais avançadas (KALACHE & KELLER, 2001). Não obstante, apesar de esses dados suscitarem melhorias para os indicadores de saúde do país, um efeito que pode ser observado é a 3 manutenção ou mesmo incremento no número de incapacidades (CARMO et al., 2003). Além disso, estudos têm relatado que populações de idosos com piores condições socioeconômicas apresentam também piores resultados de saúde (LANG et al., 2009, SZANTON et al., 2010; SANTOS-EGGIMANN et al., 2009; RAMOS, 2007). Nesse aspecto, o desafio para as políticas de saúde, integradas às demais políticas sociais, é agregar ao aumento da longevidade humana a qualidade de vida, principalmente nos países em desenvolvimento (CARMO et al., 2003). Esse efeito de aumento dos índices de incapacidade entre a população idosa ocorre porque a cronicidade com que cursa a maioria das suas enfermidades origina limitações orgânicas e funcionais que os impedem, de forma progressiva, de realizarem atividades próprias da vida diária (GARRIDO & MENEZES, 2002). Com isso, e associado a outros fatores adversos como o próprio envelhecimento, comorbidades, fatores socioeconômicos, déficit sensorial e/ou cognitivo, observa-se que muitos acabam por se tornarem mais vulneráveis a qualquer agente agressor, colocando-se em situações de “fragilidade” (BANDEEN-ROCHE et al., 2006). 1.2. Fragilidade no idoso O termo fragilidade vem sendo utilizado por geriatras e gerontólogos para caracterizar os idosos mais debilitados, que apresentam diminuição da resiliência e das reservas fisiológicas (ÁVILA-FUNES et al., 2009). Rockwood et al. (1994) consideram que o indivíduo possui uma reserva fisiológica inicial que diminui ao longo da vida e, com o envelhecimento, essa reserva alcança níveis tão baixos que geram as manifestações características desta condição. Dessa forma, o idoso frágil apresenta redução da habilidade em manter a sua homeostasia frente a agentes agressores (LANG, MICHEL & ZECRY, 2009). A fragilidade tem sido considerada como uma síndrome multidimensional, envolvendo diferentes fatores em seu surgimento: biológicos, físicos, cognitivos, sociais, econômicos e ambientais. Com isso, ela priva os 4 idosos de uma “margem de segurança” e aumenta a susceptibilidade às doenças e incapacidade (FRIED et al., 2001; BANDEEN-ROCHE et al., 2006). Esta síndrome é mais prevalente com o aumento da idade, mas não é considerada como uma consequência inevitável do envelhecimento (CHANDLER et al., 1998). Desta forma, entender os processos patológicos do idoso neste cenário pode favorecer a identificação de pessoas mais vulneráveis a eventos adversos em saúde e com isso intervir de forma eficaz na prevenção desta condição. Nesta perspectiva, vários autores se propuseram a estudar marcadores para identificar idosos frágeis (PAW et al., 1999; JONES, SONG & ROCKWOOD, 2004; ROLFSON et al., 2006) e, atualmente, a classificação proposta por Fried et al. (2001) é a mais aceita devido a sua operacionalidade. De acordo com esta classificação, a fragilidade estará presente quando são identificados no mínimo três dos cinco componentes seguintes: perda de peso não intencional, exaustão, fraqueza muscular, baixo nível de atividade física e lentidão na marcha. Caso o idoso apresente um ou dois critérios é considerado como préfrágil. Esta definição tem sido bastante usada e é considerada como preditora de eventos adversos de saúde em diferentes populações de idosos (FRIED et al., 2001; WOODS et al., 2005; BANDEEN-ROCHE et al., 2006; ÁVILA-FUNES et al., 2008). Com base nesta classificação, vê-se que as características do fenótipo de fragilidade estão relacionadas principalmente à função física, e observa-se a importância de buscar métodos de avaliação que auxiliem na identificação dos estágios iniciais desta condição (KO, 2011; VERGHESE & XUE, 2010). Isso porque, trata-se de um tipo de síndrome que pode ser evitada quando identificada no estágio inicial, ou no mínimo adiada através de intervenção baseada em seus indicadores (FABRÍCIO-WEHBE et al. 2009). Por esse motivo, o conhecimento sobre as alterações da função física no envelhecimento e o uso de métodos eficazes de rastrear os idosos com indicativo desta síndrome são essenciais para a atuação fisioterapêutica na fragilidade do idoso (ARANTES et al., 2009; FARRELL, 2004). 5 Dos critérios da fragilidade, força muscular e velocidade da marcha, têm sido medidos objetivamente, enquanto perda de peso, exaustão e nível de atividade física são usualmente auto-relatados em estudos desenvolvidos na América do Norte e América Latina (8-10). Como as medidas auto-relatadas da função física são passíveis de viés relacionado a diferenças sócio-econômicas e culturais dos relatos sobre dificuldade (11), os critérios de fragilidade, especialmente os componentes auto-relatados, devem ser validados contra medidas objetivas para serem usadas para comparações trans-culturais. 1.3. A avaliação do desempenho físico e funcional no idoso A manutenção da completa autonomia e independência pelo máximo de tempo possível é o principal desejo de pessoas chegando à velhice, pois se sabe que, com o envelhecimento, a incidência de incapacidade física ou limitação funcional aumenta substancialmente (FERRUCI et al., 2000; PEREIRA et al., 2009). A capacidade de realizar atividades comuns da vida diária sem necessidade de ajuda de outra pessoa é essencial para qualidade de vida (LANDI et al., 2007; HUANG et al., 2010). Isso pode ser confirmado pelo fato de que os idosos frequentemente julgam este critério mais pelo seu próprio nível de funcionalidade e de capacidade para manter-se independente, do que pelo diagnóstico médico de doenças específicas (CESARI et al., 2009). A incapacidade relacionada à idade tem consequências importantes para a sociedade porque é associada com excesso de custos, aumento do uso de sistemas de saúde, elevada sobrecarga às famílias e alto risco de institucionalização (CESARI et al. 2006). Considerando a importância deste tema, vários protocolos de avaliação funcional na velhice foram desenvolvidos, tanto os que utilizam a forma direta de avaliação (testes de desempenho) quanto indireta (questionários de autorelato). Embora as duas formas sejam amplamente utilizadas, alguns autores consideram que o uso de medidas diretas, realizadas por meio de testes funcionais, apresenta vantagens sobre a avaliação indireta, já que a informação 6 por relatos pode não ser fidedigna, podendo constituir um viés tanto para a prática clínica como para a pesquisa (GURALNIK & WINOGRAD, 1994; RICCI et al., 2005). Segundo Guralnik et al. (1994) as medidas de desempenho são avaliações objetivas de limitações funcionais (definidas como a restrição ou perda da habilidade de desempenhar uma ação ou atividade), enquanto medidas de auto-avaliação refletem incapacidade (definida como inabilidade ou limitação em desempenhar socialmente atividades definidas e papéis). Esses autores afirmam ainda que os testes de desempenho são melhores preditores de eventos adversos do que os questionários de auto-relato. Com isso, durante a última década, medidas do desempenho têm ganhado crescente aceitação na avaliação do nível funcional de pessoas idosas, particularmente o desempenho funcional dos membros inferiores (MMII), uma vez que o seu déficit é frequente nesta população (KRYGER &.ANDERSEN, 2007). Essa alteração pode ser explicada, em parte, pela diminuição da força e massa muscular durante o envelhecimento que afetam preferencialmente os MMII (JANSSEN, 2006; FRONTERA et al., 2000; REBELATTO & MORELLI, 2004; NARICI & MAFFULLI, 2010). Isso faz com que atividades como deambular, manter o equilíbrio e levantar-se de uma cadeira ou da cama estejam entre as primeiras a serem prejudicadas na senilidade (DAVINI & NUNES, 2003; HENWOOD & TAAFFE, 2005; MORIE et al., 2010; PEREIRA & GOMES, 2003), e com o passar do tempo vão levando à incapacidade. Fatores como traumatismos, processos degenerativos e perdas na amplitude de movimento ao longo da vida também contribuem para o surgimento dessas alterações (SCHENATTO et al., 2009). Desta forma, o desempenho reduzido dos membros inferiores tem se destacado entre os estudos, pois vem sendo apontado como um valioso critério de triagem para identificar idosos com risco iminente de incapacidade (GURALNIK et al., 2000; FERRUCI et al., 2000; CESARI et al., 2009; GALUCCI et al., 2010, HUANG et al., 2010, FARRELL, 2004), que são considerados como os que apresentam melhores respostas a métodos de tratamento (MARSH et al., 2009). 7 Dentre os critérios de rastreamento do idoso frágil, a alteração na mobilidade, representada pela dificuldade na marcha, presente na classificação de Fried et al. (2001), apesar de ser considerada como o fator mais facilmente detectável, normalmente ocorre mais tardiamente no processo de deterioração das funções dos MMII e, por isso, é importante que sejam investigados métodos que possam auxiliar na detecção dos estágios mais iniciais para atuar de maneira preventiva (VERGHESE & XUE, 2010). Pactuando com este pensamento, Goodlin (2010) afirma que, embora a impressão clínica de comprometimento da mobilidade possa identificar as pessoas frágeis, a avaliação objetiva do comprometimento dos membros inferiores é provavelmente mais poderosa. Um teste de desempenho dos MMII amplamente utilizado nos estudos sobre o envelhecimento é a Short Physical Performance Battery (SPPB) (GURALNIK et al., 1994). Estudos mostram que esta bateria fornece informação não somente sobre a função física, mas também pode prever, tal como a fragilidade, algumas das principais causas de eventos de saúde adversos em idosos, tais como incapacidade, institucionalização, hospitalização e mortalidade, mesmo em idosos com alto índice de funcionalidade (GOODLIN, 2010 e FERRUCI et al., 2000). Sua validade e confiabilidade têm sido apresentada em estudos prévios em idosos na América do Norte e Europa (12,16,17). Assim como na fragilidade, o baixo desempenho dos MMII também aumenta com o avançar da idade e tem sido associado com fatores fisiológicos como inflamação e composição corporal, que podem ser a base de eventos específicos relacionados à saúde (CESARI et al., 2009). A SPPB tem a vantagem de ser um teste de desempenho, que fornece informações objetivas sobre a função física, consideradas mais fidedignas, enquanto a fragilidade incorpora alguns componentes de auto-relato em sua avaliação. Além disso, ela leva poucos minutos para ser realizada, requer pouco treino, pouco espaço e equipamento simples, seus resultados podem ser quantificados por meio de escores, é reproduzível e também sensível a alterações na funcionalidade com o passar do tempo (15-17). Portanto, é uma boa medida para comparações trans-culturais do desempenho físico. 8 Desta forma, ao considerar a importância de atuar de maneira preventiva sobre a síndrome de fragilidade e a necessidade de buscar métodos práticos e fidedignos de avaliação do idoso frágil, surgiu o interesse em se investigar a capacidade da SPPB em predizer a fragilidade em uma amostra populacional geriátrica, residente em comunidades com perfis sócio-econômicos distintos, uma localizada na cidade de Saint Bruno, em Québec – Canadá, e outra em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte - Brasil. 1.4. Justificativa Tem-se observado uma crescente preocupação em entender o processo de envelhecimento e suas consequências, haja vista o aumento cada vez mais substancial da população idosa em todo mundo. Devido à grande complexidade que envolve as alterações decorrentes do envelhecimento, se faz importante a elaboração de políticas públicas que focalizem o processo de senescência, pois os índices de morbidade e incapacidade também têm aumentado. Para que tais políticas sejam efetivas, deve-se identificar os fatores de risco da população e atuar sobre eles de maneira apropriada. Por este motivo é importante a avaliação multidimensional no estudo da fragilidade do idoso, buscando identificar os aspectos que contribuem para o seu surgimento antes que a condição tenha se instalado, utilizando testes validados para a população idosa, fáceis de aplicar em ambientes diversos e de baixo custo para facilitar sua operacionalização. Tanto fragilidade quanto incapacidade são complicações frequentes no processo de envelhecimento humano e trazem inúmeros prejuízos para o indivíduo e para a sociedade. Como os idosos com redução do desempenho dos MMII, porém com boa funcionalidade nas atividades da vida diária, são apontados como aqueles mais prováveis a se beneficiar de ensaios de intervenção para prevenção de incapacidade, e idosos nos estágios iniciais da síndrome da fragilidade podem 9 ter essa condição revertida através de intervenções específicas, é importante a investigação dessas condições em idosos jovens e residentes na comunidade, que geralmente apresentam melhores condições gerais de saúde comparados a idosos mais idosos e institucionalizados. Apenas alguns estudos têm comparado as medidas da SPPB com medidas de fragilidade, encontrando que indivíduos frágeis também têm desempenhos significativamente piores do que os não frágeis, mas nenhum deles foi realizado em localidades do Canadá ou América Latina. A SPPB tem a vantagem de ser um teste de desempenho, que traz resultados confiáveis para o examinador, é fácil de aplicar e de baixo custo, o que facilita sua utilização no contexto da prática clínica e da pesquisa. A partir da verificação da sua capacidade de identificar idosos com fragilidade, o fisioterapeuta terá mais uma importante ferramenta que poderá servir de direcionamento para condutas de tratamento e prevenção. Além disso, nenhum estudo tem sido realizado para entender como as medidas de fragilidade podem diferir devido a diferenças culturais ou sociais nas respostas das pessoas para as questões desenvolvidas para avaliar a fragilidade. Dessa forma, o uso de medidas de desempenho com capacidade de predizer a fragilidade pode oferecer vantagens em estudos internacionais sobre a função física de populações de idosos. 1.5. Objetivos 1.5.1. Objetivo Geral Analisar a capacidade da SPPB em predizer a fragilidade em idosos residentes em comunidade. 1.5.2. Objetivos Específicos • Identificar o perfil de fragilidade da amostra estudada; • Avaliar a função dos membros inferiores dos idosos pela SPPB; 10 • Analisar a associação entre cada item da fragilidade e função dos membros inferiores pela SPPB; • Comparar os idosos de duas cidades estudadas com diferentes perfis sócio-econômicos quanto aos dados demográficos, presença de comorbidades, perfil de fragilidade e desempenho dos MMII. • Identificar o ponto de corte da SPPB que melhor discrimina os idosos frágeis dos não frágeis. 1.6. Hipóteses H0 – A SPPB não é capaz de predizer idosos com fragilidade. H1 – A SPPB é capaz de predizer idosos com fragilidade. 11 2. MATERIAIS E MÉTODOS 12 2.1. Caracterização da pesquisa Esta pesquisa faz parte do estudo multicêntrico vinculado a Universidade de Montreal – Canadá, intitulado “Biomarcadores do estresse, função e fragilidade em uma população de idosos: um estudo piloto”. Caracteriza-se por ser do tipo observacional analítico de caráter transversal que objetiva avaliar a associação entre o desempenho dos membros inferiores e fragilidade em uma amostra de idosos da comunidade. 2.2. Locais do Estudo O estudo avaliou idosos dos municípios de Santa Cruz (Rio Grande do Norte, Brasil) e de Saint Bruno (Quebec, Canadá) durante os meses de Outubro a Dezembro de 2009. Santa Cruz é uma cidade de 32.000 habitantes, localizada a 150 km de Natal, capital do estado, e Saint Bruno é uma cidade suburbana de 25.000 habitantes, localizada a 15 km de Montreal. 2.3. População a amostra 2.3.1. População A população do estudo foi constituída, em Santa Cruz, por 391 idosos (acima de 65 anos) residentes na comunidade e participantes do estudo da Rede FIBRA (Rede de Pesquisa sobre Fragilidade em Idosos Brasileiros). Tal estudo traçou o perfil de fragilidade da população brasileira e a cidade de Santa Cruz foi um dos locais de coleta dos dados. Em Saint Bruno, a população consistiu dos idosos acima de 65 anos residentes na comunidade. 13 2.3.2. Amostra Para o cálculo do tamanho da amostra dos idosos de Santa Cruz, utilizou-se os seguintes parâmetros estatísticos: erros estatísticos máximos de 5,0% para o tipo I e 20,0% para o erro de tipo II, com um poder de 80,0% para o estudo. Para um desvio de 5,0%, para mais ou para menos, nas estimativas efetuadas e, considerando a população de referência em 391 idosos acima de 65 anos, que participaram do estudo da Rede FIBRA, foi definida a amostra de 64 indivíduos, sendo homens e mulheres na mesma proporção. Para haver pareamento da amostra, foram recrutados 60 idosos homens e mulheres da cidade de Saint Bruno, através de divulgação em jornais e lojas locais, sem estratificação por gênero, porém, respeitando-se o perfil sociodemográfico local. A amostra final foi composta por homens e mulheres, sendo de 64 idosos residentes em Santa Cruz e 60 idosos residentes em Saint Bruno, totalizando 124 idosos. 2.4. Critérios de Inclusão e Exclusão Foram incluídos voluntários com capacidade de compreensão e comunicação verbal, com capacidade de deambular, que não apresentassem amputação de membro inferior e sem limitação severa em atividades da vida diária (AVDs). Limitação severa nas AVDs foi definida como a inabilidade de desempenhar qualquer uma das seguintes atividades sem ajuda: tomar banho, sair da cama, alimentar-se, vestir-se ou usar o banheiro. Aqueles que reportaram dificuldades, mas que conseguiam desempenhar estas funções, foram incluídos no estudo. A desistência durante a realização das avaliações foi considerado critério de exclusão. 14 2.5. Variáveis do estudo 2.5.1. Variáveis independentes Quadro 01: Lista das variáveis independentes do estudo. Nome Descrição Tipo Idade Idade do idoso em anos Quantitativa contínua Gênero Masculino ou Feminino Categórica nominal Local de Santa Cruz ou Saint Bruno residência Peso Altura IMC Categórica nominal Medida padronizada do peso, em Quantitativa quilogramas (Kg). contínua Medida padronizada da altura, em metros Quantitativa (m). contínua Quociente do peso pela altura elevada à Quantitativa segunda potência, em quilogramas por contínua metro quadrado (Kg/m2) Não Alfabetizado; Ensino fundamental incompleto; Ensino fundamental completo; Escolaridade Ensino médio incompleto; Ensino médio Categórica completo; Ensino superior incompleto; ordinal Ensino superior completo Renda Comorbidades Ganho mensal de acordo com a moeda Quantitativa local (reais ou dólares canadenses) contínua Presença de doenças crônicas: Categórica 0a1 ordinal 2 ou mais 15 Soma dos escores de: Desempenho dos MMII (SPPB) Equilíbrio em pé (0 a 4) Velocidade da marcha (0 a 4) Quantitativa discreta Levantar e sentar da cadeira (0 a 4) 2.5.2. Variáveis dependentes Quadro 02: Lista das variáveis dependentes do estudo. Nome Descrição Tipo Perda de Auto-relato de perda ou não de: 4,5kg ou Categórica peso 5% do peso corporal nominal Resposta às questões 7 e 20 da CES-D Exaustão (Center for Epidemiological Studies – Categórica Depression): nunca; raramente; às vezes e ordinal sempre. Força de Medida com dinamômetro portátil, em Quantitativa preensão quilogramas-força (Kgf) contínua manual Dificuldade de subir um lance de escadas Mobilidade e/ou caminhar 1,6km, graduada em: Categórica nenhuma, pouca, mais ou menos, muito, ordinal incapaz. Nível de Avaliado pelo IPAQ (International Physical Quantitativa atividade Activity Questionaire) e calculado o gasto contínua física calórico em Kcal/sem 16 Um ponto para a presença de cada um dos critérios: Escore de Perda de peso Quantitativa fragilidade Exaustão discreta Fraqueza muscular Mobilidade reduzida Baixo nível de atividade física Classificação Não frágil (escore = 0) de Pré-frágil (escore = 1 ou 2) Categórica Fragilidade Frágil (escore = 3 ou mais) ordinal 2.6. Instrumentos Para a medida de peso foi utilizada uma balança da marca Filizola®, Série 3.134, com divisões de 100g e, para o registro da altura, fitas métricas com divisões de 1 mm. Para a avaliação da força de preensão manual, foi utilizado um dinamômetro Jamar® que fornece registro da força de preensão na unidade de quilogramas/força (Kgf). O questionário IPAQ (International Physical Activity Questionaire), versão curta (CRAIG et al., 2003; MATSUDO et al., 2001), foi utilizado para avaliar o nível de atividade física dos idosos, como critério de rastreamento da fragilidade. Trata-se de um questionário que avalia o auto-relato da realização de três diferentes atividades na última semana, que são: caminhar, atividades de moderada intensidade e atividades de intensidade vigorosa. Para cada atividade é feito o cálculo do gasto energético da atividade, tomando como base o equivalente metabólico em repouso (MET) e considerado quantos dias da semana e minutos esta atividade foi desempenhada, promovendo os resultados em MET-minutos/semana. Para a atividade de caminhar considerase o gasto de 3,3 METs, atividades moderadas equivalem a 4 METs e 17 vigorosas 8 METs. As instruções para cálculo dos gastos energéticos estão presentes no guia para processamento e análise do IPAQ (Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical Activity Questionnaire) disponível no site http://www.ipaq.ki.se/scoring.pdf. A SPPB, utilizada para avaliação do desempenho dos MMII é um teste composto da avaliação do equilíbrio em pé, da velocidade da marcha e da força muscular dos MMII (GURALNIK et al., 1994). O escore total da SPPB, obtido pela soma das pontuações de cada teste, pode variar entre 0 e 12 pontos (4 pontos para cada etapa) e representa o desempenho dos MMII dos idosos por meio da seguinte graduação: 0 a 3 pontos, quando é incapaz ou mostra desempenho muito ruim; 4 a 6 pontos representa baixo desempenho; 7 a 9 pontos, em caso de moderado desempenho e 10 a 12 pontos, ao apresentar bom desempenho (SPOSITO et al., 2010). 2.7. Procedimentos Os idosos que concordaram em participar do estudo assinaram um termo de consentimento (Apêndice 01) com as informações sobre seus objetivos e os procedimentos que seriam realizados, e foram avaliados em suas residências, no período de outubro a dezembro de 2009. Os dados foram coletados através de um questionário especialmente planejado para este estudo (Apêndice 02), aplicado por pesquisadores previamente treinados. Os questionários e todos os documentos para coleta de dados foram traduzidos do inglês para o francês e o português. Os procedimentos de coleta constam das etapas descritas a seguir. 2.7.1. Variáveis sócio-demográficas e medidas antropométricas Inicialmente foram coletados dados gerais como: idade, gênero, renda, grau de instrução e, posteriormente, feitas mensurações do peso e altura. 18 Os idosos foram também questionados se já foram diagnosticados com alguma das seguintes condições: hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer, doença pulmonar, doença cardíaca, acidente vascular encefálico, problemas reumatológicos e depressão. 2.7.2. Avaliação da fragilidade Para a avaliação da presença de fragilidade, foram utilizados os critérios seguintes, com base no que foi proposto por Fried et al. (2001): • Perda de peso não intencional superior a 4,5kg ou 5% do peso corporal no ano anterior, aferida por auto-relato; • Exaustão avaliada por auto-relato de fadiga de acordo com as questões 7 e 20 da CES-D (Center for Epidemiological Studies – Depression) (RADLOFF, 1977; BATISTONI, NERI & CUPERTINO, 2007). Aquele que respondeu às vezes (3-4 dias da semana) ou sempre (5-7 dias) às afirmações “Senti que tive que fazer esforço para fazer tarefas habituais” e/ou “Não consegui levar adiante minhas coisas”, recebeu pontuação neste critério. • Fraqueza muscular: avaliada pela diminuição da força de preensão (FP), medida com dinamômetro portátil na mão dominante, sendo considerada a média aritmética de três medidas consecutivas (PEREIRA et al., 2009). A medição foi feita com o voluntário na posição sentada, com ombro aduzido e em rotação neutra, cotovelo posicionado em 90º de flexão, com o antebraço e punho em posições neutras (MOREIRA et al., 2003). Para pontuação, foi considerado o gênero e ao índice de massa corporal (IMC) de acordo com os pontos de corte descritos no quadro abaixo (FRIED et al., 2001; ALVARADO et al., 2008). 19 Quadro 03: Pontos de corte para avaliação da presença de fraqueza muscular, segundo gênero e IMC. HOMENS MULHERES IMC (Kg/m2) ≤ 24 Ponto de corte da FP (Kgf) ≤29 IMC (Kg/m2) ≤23 Ponto de corte da FP (Kgf) ≤17 24,1 – 26 ≤30 23,1 – 26 ≤17,3 26,1 – 28 ≤30 26,1 – 29 ≤18 >28 ≤32 > 29 ≤21 • Nível de atividade física: neste estudo optou-se por avaliar este critério pelo IPAQ versão curta (Anexo 01), ao passo que Fried et al. (2001) utilizou o questionário Minessota Leisure Time Activity. A versão curta do IPAQ foi utilizada por demandar pouco tempo de aplicação e por fornecer uma medida validada para avaliação do nível de atividade física tanto em população de países desenvolvidos (HURTIG-WENNLÖF et al., 2010), quanto em desenvolvimento (MATSUDO et al., 2001). Os resultados calculados em METminutos/semana foram multiplicados pelo peso do idoso e dividido por 60 quilogramas, dando os resultados em Kcal/semana, conforme indicado pelo Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical Activity Questionnaire. A partir deste cálculo, foram identificados os menores quintis para cada gênero, e utilizados como ponto de corte para classificar como baixo nível de atividade física (KIM et al., 2010; ESPINOZA, et al., 2010; FRIED et al., 2001). O ponto de corte para homens foi de 299,54 Kcal/semana e para as mulheres, 208,82 Kcal/semana. • Limitação na mobilidade: neste critério substituiu-se a avaliação da velocidade da marcha, proposto por Fried et al (2001), pela avaliação de auto-relato de dificuldade de subir um lance de escadas ou caminhar 1,6 km, conforme utilizado previamente por Alvarado et al. (2008) e por SantosEggimann et al. (2009). 20 Assim, os idosos receberam um ponto para cada critério encontrado, resultando em um escore de fragilidade que variou de 0 a 5. Eles foram classificados como frágeis ao apresentarem escore de 3 ou mais, pré-frágeis se apresentassem escore igual a 1 ou 2 e não frágeis se apresentassem escore igual a 0. 2.7.3. Desempenho dos MMII: Short Physical Performance Battery Uma versão em inglês do manual de instruções da SPPB, que está disponível no site http://www.grc.nia.nih.gov/branches/ledb/sppb/, foi traduzida para o francês por tradutores profissionais. No Brasil, foi utilizada uma versão previamente adaptada e testada em uma amostra de idosos brasileiros (NAKANO, 2007) (Anexo 02). A SPPB foi aplicada conforme indicado por Guralnik et al (1994), constando de avaliação do equilíbrio, velocidade da marcha e teste de levantar-se da cadeira. A avaliação de equilíbrio é realizada em 3 etapas com grau de dificuldade crescente: 1) pés juntos em paralelo; 2) com um pé parcialmente à frente (hálux encostado na borda medial do calcanhar do outro pé) e 3) com um pé à frente do outro (hálux encostado na borda posterior do calcanhar). Para cada posição, o entrevistador primeiro mostra a tarefa, então apóia com o braço enquanto o sujeito posiciona seus pés, pergunta se ele está pronto, retira o suporte e começa a marcar o tempo. A marcação para quando o sujeito move seus pés, ou necessita de apoio, ou quando os 10 segundos terminam. Ao conseguir realizar as 2 primeiras posições o idoso recebe escore de 1 e, se não conseguir, recebe o escore de 0, passando para o teste de equilíbrio seguinte apenas se conseguir realizar o anterior. Na terceira posição, a pontuação varia de 0 para manutenção da posição em menos de 3 segundos, 1 para tempo entre 3 e 9 segundos e 2 para 10 segundos. Para avaliação da velocidade da marcha, foi demarcado espaço de 3 ou 4 metros com fita adesiva e solicitado que o idoso caminhasse da marca inicial até ultrapassar a marca final em passo habitual. Inicialmente o examinador demonstra e, durante o teste, permanece ao lado do idoso. O tempo é marcado 21 em 2 tentativas, considerando o menor tempo para pontuação. Escore de 0 será dado caso a tarefa não tenha sido completada, podendo atingir escore máximo de 4, quanto menor for o tempo utilizado para completar a tarefa (ver Anexo 02). O último teste é o de levantar-se da cadeira. O examinador demonstra como deve ser realizado o teste, levantando-se da cadeira com os braços cruzados sobre o tórax e solicita que o paciente repita uma vez. Se ele não for apto a fazê-lo, encerra-se o teste e é dada pontuação igual a 0. Se conseguir fazê-lo, passa para o teste de levantar-se 5 vezes, o mais rápido possível, sendo demonstrado inicialmente pelo examinador. O tempo de realização é cronometrado e utilizado para pontuação que pode ser de 0 quando incapaz ou quando realiza em tempo superior a 60 segundos; 1 se o tempo for maior que 16,7 segundos; 2 com o tempo entre 13,7 e 16,69 segundos; 3 entre 11,2 e 13,69 segundos e 4 se o tempo for menor que 11,19 segundos. 2.8. Análise dos dados Os dados foram armazenados e analisados pelo programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 17.0. A estatística descritiva foi realizada usando-se medidas de distribuição (médias e desvios-padrão para variáveis quantitativas; frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas), sumarizadas de acordo com a cidade de estudo. Posteriormente foi utilizado o teste t para comparação entre os locais, quanto às variáveis quantitativas e o teste qui-quadrado para as variáveis categóricas. Em seguida, foi realizada análise por meio do teste de correlação de Pearson entre os resultados da avaliação de fragilidade e desempenho na SPPB, analisando tanto o resultado total como cada dimensão do teste (avaliação da marcha, equilíbrio e capacidade de levantar-se e sentar-se na cadeira). 22 A análise da acurácia foi realizada por meio da sensibilidade e especificidade, calculada a partir da curva ROC (Receiver Operating Characteristics) e a partir da área sob a curva, identificou-se o ponto de corte que melhor discriminou os frágeis dos não frágeis e os pré-frágeis dos não frágeis. A última etapa da análise estatística consistiu na construção de modelos de regressão linear, com o objetivo de identificar os fatores que podem predizer as relações entre desempenho na SPPB e o fenótipo de fragilidade. O critério de saída para todas as variáveis introduzidas no modelo foi de p<0,10. Em toda análise estatística foi considerado um intervalo de confiança (IC) de 95% e um p≤ 0,05. 2.9. Aspectos Éticos O estudo foi aprovado pelos comitês de ética e pesquisa locais, com o parecer da pesquisa no Brasil dado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP-HUOL), de acordo com a Resolução 196/96, parecer – 447/10 (Anexo 03). 23 3 RESULTADOS 24 Um total de 124 idosos foi avaliado e a Tabela 01 mostra as características da amostra, comparando os idosos das cidades de Santa Cruz e Saint Bruno. Foram observadas diferenças significativas nas variáveis peso, IMC, gênero e comorbidades. Tabela 01: Dados demográficos e medidas antropométricas da amostra de idosos de Santa Cruz e Saint Bruno. VARIÁVEIS CIDADES P Santa Cruz Saint Bruno Total 69,53 (±2,95) 69,43 (±2,98) 69,48 (±2,95) 0,85 Peso (Kg) (±dp) 65,23 (±11,00) 76,06 (±19,90) 70,48 (±16,78) <0,001 Altura (m) (±dp) 1,57 (±0,09) 1,59 (±0,11) 1,58 (±0,10) 0,20 IMC (Kg/m2) (±dp) 26,32 (±4,06) 30,01 (±8,47) 28,11 (±6,80) 0,003 Gênero (%) Feminino Masculino 50,0 50,0 68,3 31,7 58,9 41,1 0,03 Comorbidades (%) 0-1 2 ou mais 62,5 37,5 33,3 66,7 48,4 51,6 0,001 Idade (anos) (±dp) 25 Em relação ao grau de instrução e à renda mensal, observou-se piores resultados entre os idosos de Santa Cruz. Dentre eles, 40,6% são nãoalfabetizados, ao passo que entre os idosos de Saint Bruno, há maior proporção daqueles que concluíram o ensino superior (40,0%). Em relação à renda, apenas 9,4% dos idosos de Santa Cruz apresentam ganho mensal superior a R$2.500,00. Já 46,6% dos idosos de Saint Bruno recebem mensalmente mais que R$3.350,00 (equivalente a dois mil dólares canadenses). A Figura 01 apresenta a proporção da presença dos critérios de fragilidade comparando as duas cidades do estudo. Observa-se que os idosos de Santa Cruz apresentam maior percentual de pontuação em todos componentes da fragilidade, apresentando diferenças estatisticamente significativas entre os critérios de exaustão, fraqueza e redução da mobilidade. A presença de mobilidade reduzida foi a mais frequente entre os idosos de ambas as localidades e a perda de peso foi o componente menos relatado. *p<0,05 Figura 01: Proporção da presença dos critérios da fragilidade entre os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno, e da amostra total. 26 Com base nos critérios de rastreamento da fragilidade, a amostra foi classificada em não frágeis, pré-frágeis e frágeis e os resultados apresentados na Figura 02. A proporção de idosos pré-frágeis foi superior que as demais para a amostra total, sem diferença significativa entre as duas populações. A amostra de Santa Cruz apresentou pior perfil de fragilidade, com proporção significativamente maior de frágeis e menor de não frágeis em relação a Saint Bruno. *p<0,05 Figura 02: Perfil de fragilidade da amostra, comparando os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno. Em relação ao desempenho na SPPB, observa-se que os idosos de ambas as cidades apresentaram médias semelhantes nos escores de equilíbrio e velocidade da marcha. No entanto, eles foram significativamente diferentes entre o escore de levantar da cadeira e o escore total, sendo os idosos de Saint Bruno os que apresentaram melhores resultados (Figura 03). 27 *p<0,05 Figura 03: Médias e desvios-padrão dos escores dos componentes da SPPB (equilíbrio, velocidade da marcha e levantar da cadeira) e escore total, entre os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno. Ao comparar-se os escores da SPPB em relação os critérios de fragilidade, encontraram-se médias significativamente menores entre aqueles apresentaram pontuação no critério, exceto para a perda de peso (Tabela 02). Da mesma forma, as médias dos escores da SPPB são maiores para não frágeis, seguida pelos pré-frágeis e menores para os frágeis. Portanto, os 28 idosos com piores desempenhos dos MMII apresentaram pior fenótipo de fragilidade. Tabela 02: Médias e desvios-padrão dos escores da SPPB pelos componentes e fenótipo de fragilidade. Critérios de fragilidade Escore SPPB (±dp) Santa Cruz Saint Bruno Total Sim 6,75 (±3,8) 8,6 (±3,9) 7,46 (±3,8) Não 8,75 (±2,2) 9,72 (±2,3) 9,22 (±2,3) Sim 7,79 (±3,1) 6,75 (±2,5) 7,53 (±3,0) Não 8,93 (±2,0) 10,06 (±2,1)** 9,57 (±2,2)* Sim 7,90 (±2,4) 7,92 (±2,8) 7,91(±2,5) Não 9,44 (±1,9)* 10,09 (±2,1)* 9,82 (±2,1)* Sim 7,27 (±2,9) 8,56 (±2,6) 7,85(±2,8) Não 8,64 (±2,3) 9,98 (±2,1) 9,34 (±2,3)* Sim 7,86 (±2,6) 7,61 (±2,5) 7,77 (±2,6) Não 9,73 (±1,8)* 10,86 (±1,2)** 10,44 (±1,6)** Não frágeis 9,64 (±1,8)§ 11,00 (±1,2)§§ 10,61 (±1,5)§§ Pré-frágeis 9,23 (±1,8) 8,89 (±2,5) 9,08 (±2,1) Frágeis 6,39 (±2,8) 6,67 (±2,5) 6,43 (±2,7) Perda de peso Exaustão Fraqueza Baixa atividade física Mobilidade reduzida Fenótipo de fragilidade *p< 0,05 **p< 0,001 § Não frágeis = Pré-frágeis ≠ Frágeis §§ Não frágeis ≠ Pré-frágeis ≠ Frágeis 29 Ao analisar-se a correlação entre os escores de cada dimensão da SPPB e o escore total com o escore da fragilidade, observa-se presença de correlação negativa moderada para o item levantar da cadeira e para o escore total, para a amostra total, conforme apresentado na Tabela 03. Ao se observar os resultados para cada cidade do estudo, verificou-se maior correlação destas variáveis entre os idosos de Saint Bruno do que entre os idosos de Santa Cruz, exceto para o escore de equilíbrio, em que a correlação foi maior para os idosos de Santa Cruz. Tabela 03: Correlação dos escores dos componentes da SPPB (equilíbrio, velocidade da marcha e levantar da cadeira) e escore total, com o escore da fragilidade entre os idosos de Santa Cruz e Saint Bruno. SPPB Escore da fragilidade Santa Cruz Saint Bruno Total Equilíbrio r= -0,43; p<0,001 r=-0,36; p= 0,005 r=-0,42; p<0,001 Velocidade da marcha r= -0,28; p=0,03 r=-0,58; p< 0,001 r=-0,44; p<0,001 Levantar da cadeira r=-0,36; p=0,003 r= -0,67; p<0,001 r=-0,55; p<0,001 Total r=-0,46; p<0,001 r=-0,67; p<0,001 r=-0,58;p<0,001 A Tabela 04 apresenta os resultados da análise ROC, que mostra melhor especificidade e sensibilidade do escore total da SPPB em discriminar frágeis de não frágeis do que cada componente separadamente, com melhores resultados para os idosos de Saint Bruno. A capacidade da SPPB de discriminar os pré-frágeis dos não frágeis foi baixa, com todas as áreas sob a curva (AUC) menores que 0,6 (dados não apresentados). 30 Tabela 04: Sensibilidade e Especificidade da SPPB em discriminar idosos da comunidade frágeis de não frágeis. Santa Cruz Escores da SPPB Ponto de corte Sensibilidade (%) Especificidade (%) Equilíbrio 3/4 81 67 0.57 (0.49-0.84) Velocidade da marcha 3/4 54 47 0.58 (0.42-0.75) Levantar da cadeira 1/2 81 58 0.64 (0.48-0.81) Total 8/9 81 52 0.67 (0.49-0.84) 63 0.60 (0.46-0.75) Saint Bruno 90 AUC (CI 95%) Equilíbrio 3/4 Velocidade da marcha 3/4 84 75 0.69 (0.56-0.83) Levantar da cadeira 1/2 92 70 0.82 (0.72-0.93) Total 8/9 92 80 0.81 (0.70-0.92) Equilíbrio 3/4 Total 89 68 0.60 (0.51-0.70) Velocidade da marcha 3/4 84 51 0.68 (0.59-0.80) Levantar da cadeira 1/2 92 54 0.77 (0.68-0.86) Total 8/9 92 54 0.78 (0.69-0.86) 31 A Tabela 05 mostra os resultados da análise de regressão linear realizada entre cada dimensão da SPPB com a fragilidade, apresentando os resultados tanto para cada cidade, quanto o resultado geral da amostra. A análise mostra que a SPPB tem uma capacidade moderada de predizer a fragilidade nos idosos da amostra total, com resultados mais satisfatórios entre os idosos de Saint Bruno. Tabela 05: Análise de regressão linear entre as dimensões e escores da SPPB com a fragilidade, de acordo com a cidade e para a amostra total. Santa Cruz Variáveis R2 β padrão β p Escore Equilíbrio 0,17 3,29 -0,45 < 0,001 Escore Velocidade da Marcha 0,06 3,01 -0,38 0,03 Escore Levantar da Cadeira 0,12 2,55 -0,41 0,003 Escore Total 0,19 3,66 -0,22 < 0,001 Saint Bruno Escore Equilíbrio 0,11 2,76 -0,49 0,005 Escore Velocidade da Marcha 0,33 3,52 -0,72 < 0,001 Escore Levantar da Cadeira 0,44 2,46 -0,61 < 0,001 Escore Total 0,43 3,85 -0,30 < 0,001 Geral Escore Equilíbrio 0,17 3,16 -0,50 < 0,001 Escore Velocidade da Marcha 0,18 3,46 -0,61 < 0,001 Escore Levantar da Cadeira 0,29 2,62 -0,57 < 0,001 Escore Total 0,33 3,92 -0,28 < 0,001 32 4 DISCUSSÃO 33 O presente estudo analisou a capacidade da SPPB em identificar idosos jovens com a síndrome da fragilidade em duas populações distintas: uma de classe média que vive em Quebec, no Canadá, e a outra de baixo status socioeconômico que vive no interior do Rio Grande do Norte, no Brasil. Em relação aos dados de caracterização da amostra, observou-se que as duas cidades diferiram quanto à presença de comorbidades, sendo os idosos de Saint Bruno os que apresentam maior número de doenças associadas. Dados da Pesquisa sobre Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento na América Latina e Caribe (SABE) encontrou número reduzido de comorbidades relatadas em idosos brasileiros do município de São Paulo (média de 1,52 ±0,18) (RAMOS, 2007), semelhante ao que se observou nos idosos de Santa Cruz (maior proporção de idosos com menos de duas condições). Isso pode ser atribuído ao fato de algumas doenças terem sido não diagnosticadas nestes idosos ou, devido ao seu baixo grau de instrução (grande proporção de não alfabetizados), as doenças não tenham sido relatadas durante a entrevista. Analisando o perfil de fragilidade da amostra, observou-se que os idosos de Santa Cruz apresentaram piores resultados, com maior número de frágeis e menor de não frágeis. Alvarado et al. (2008) também encontraram altas porcentagens de idosos frágeis (40,6%) e pré-frágeis (48,8%), com menor proporção de não frágeis (10,6%) em idosos brasileiros, com resultados semelhantes para outras localidades da América Latina (dados do estudo SABE). Já os resultados encontrados por Alcalá et al. (2010), em idosos de Madrid na Espanha, mostraram menor porcentagem de frágeis (10,3%), semelhante ao que foi encontrado entre os idosos de Saint Bruno. Tais resultados ressaltam a influência das condições socioeconômicas sobre o perfil de fragilidade de uma determinada população, com piores resultados para regiões com piores status socioeconômicos. Isso também foi encontrado por outros estudos (WOO et al., 2010; WOODS et al., 2005; SZANTON et al., 2010). Além disso, os resultados comprovam que fragilidade e comorbidades são entidades distintas que podem vir associadas, mas não obrigatoriamente (ALCALÁ et al. 2010; FRIED et al, 2004; TEIXEIRA, 2008), uma vez que os idosos de Saint Bruno apresentaram menor presença de fragilidade e maior número de doenças associadas. 34 Considerando a frequência da presença dos critérios de rastreamento da fragilidade, observou-se que, assim como neste estudo, a presença de perda não intencional de peso está entre os menos citados em estudos prévios (ALCALÁ et al., 2010; FRIED et al., 2001; ALVARADO et al., 2008; BANDEENROCHE et al., 2006). A redução da mobilidade foi o critério mais frequente em ambas as cidades, ao passo que estudos anteriores relatam o baixo nível de atividade física como critério mais frequente (ALVARADO et al., 2008; FRIED et al., 2001; KIM et al., 2010) ou a fraqueza muscular (ALCALÁ et al., 2010). No entanto, cabe ressaltar que as diferenças nas formas de avaliação destes critérios entre os estudos trazem limitações para comparações fidedignas entre sua prevalência. Por exemplo, o nível de atividade física foi avaliado por Fried et al (2001) pelo questionário Minnesota e a mobilidade pela velocidade da marcha, enquanto neste estudo foi utilizado o IPAQ versão curta e o auto relato de dificuldade de caminhar e subir escadas, respectivamente. A avaliação da perda de peso também é variável: enquanto neste foi utilizado o critério proposto por Fried et al. (2001) (perda de peso no ano anterior), alguns estudos substituíram por outras variações, como IMC abaixo de 18,5kg/m2 (KIM et al., 2010) ou perda de peso nos últimos três meses (ALVARADO et al., 2008). Os idosos das duas cidades apresentaram médias dos escores da SPPB semelhantes para equilíbrio e velocidade da marcha, sendo significativamente diferentes para o escore de levantar da cadeira e o escore total. Apesar de diferentes, ambos apresentaram desempenho satisfatório dos MMII, como era esperado, uma vez que são idosos jovens, residentes na comunidade e sem limitações severas nas AVDs. Estudo prévio (SPOSITO et al, 2010) com idosos brasileiros encontrou médias dos escores da SPPB menores comparadas a este estudo (5,53 ±2,4). Porém sua amostra incluiu idosos com mais de 80 anos ou idosos com idade inferior que possuíssem dependência para AVDs. Assim como na presente pesquisa, outros estudos têm tentado identificar indivíduos com alto risco de fragilidade usando medidas de desempenho com resultados positivos (KIM et al, 2010; VERGHESE & XUE, 2010). Verghese & Xue (2010) investigaram a associação da SPPB com a fragilidade em idosos com média de 80,1 anos, porém com boa mobilidade (foram excluídos idosos com lentidão na marcha). Eles encontraram piores 35 resultados na SPPB naqueles com maior carga de fragilidade, e ressaltaram que esta bateria pode identificar os estágios iniciais da fragilidade, quando a lentidão na marcha ainda não está presente. Da mesma forma, constatou-se no presente estudo que as médias dos escores da SPPB foram piores para aqueles que apresentaram pontuação em cada critério da fragilidade, bem como para os que foram classificados como frágeis, com melhores resultados para os pré-frágeis e não frágeis. Em outro estudo, Kim et al (2010) pesquisaram a habilidade discriminatória de cinco testes de desempenho (velocidade da marcha habitual e rápida, levantar da cadeira, passo alternado e time up and go) e encontraram que indivíduos (media de idade de 74,6 anos) com alto risco de fragilidade apresentaram desempenho significativamente piores do que aqueles com baixo risco em todos os testes, com melhores correlações para o teste de levantar da cadeira e os testes de velocidade da marcha. Em contraste, em nosso estudo, cada componente da SPPB e o escore total tiveram resultados similares de correlação, exceto na velocidade da marcha para a amostra de Santa Cruz e no teste de equilíbrio para a amostra de Saint Bruno, que apresentaram piores correlações. No presente estudo, encontrou-se que um escore de 9 da SPPB poderia discriminar os frágeis dos não frágeis. Confirmando estes achados, Bandinelli et al (2006) utilizou o ponto de corte de 9 da SPPB para caracterizar idosos frágeis e observou que estes apresentaram piores resultados de saúde dos que têm melhores escores. Semelhante aos nossos estudos, Verghese & Xue (2010) encontrou 52% de sensibilidade e 70% de especificidade com ponto de corte de 8 da SPPB, para identificar a fragilidade em idosos com boa funcionalidade e Vasunilashorn et al (2009) encontrou que um ponto de corte de 10 é um importante preditor da perda da mobilidade (inabilidade de caminhar 400 metros), com 69% de sensibilidade e 84% de especificidade, para uma população acima de 65 anos em um estudo longitudinal. Esta forte associação entre estas medidas de desempenho e eventos adversos em saúde deve indicar que o desempenho físico é um biomarcador forte e confiável de saúde em pessoas idosas como outros têm descrito (VESTERGAARD et al. 2009). Guralnik et al (1994) mostrou que as medidas 36 objetivas da SPPB são preditores fortes e consistentes de mortalidade em idosos e admissão em instituições de longa permanência em um estudo longitudinal de 6 anos. Cesari et al (2009) mostrou que os testes de velocidade da marcha, equilíbrio e levanter da cadeira são úteis em identificar sujeitos que irão apresentar limitação funcional, hospitalização e morte. E Galicci et al (2010) e Guralnik et al (2000) também encontraram que o desempenho físico, medido pela SPPB, é um preditor útil da incapacidade entre idosos. A maioria dos estudos tem encontrado que a velocidade da marcha é o preditor mais forte de eventos de saúde adversos comparada a os outros componentes da SPPB ou desempenha tão bem quanto a bateria completa em predizer a incapacidade (CESARI et al, 2009; GURALNIK et al, 2000; KIM et al, 2010). Mas neste trabalho, isto não ocorreu: o teste de levantar da cadeira teve o melhor resultado comparado aos outros componentes e teve valor preditivo similar comparado a SPPB completa para a amostra de Saint Bruno e considerando a amostra toda. Para Santa Cruz, o mesmo ocorreu para o teste de equilíbrio, mas com resultados similares para o teste de levantar da cadeira. Tem sido citado que alterações na velocidade da marcha devem ocorrer mais tardiamente no processo de incapacidade (VERGHESE & XUE, 2010) e confirmando esta afirmação, a maioria da nossa amostra, composta de idosos jovens, apresentou bons escores no teste de velocidade da marcha. Provavelmente, a baixa porcentagem de alterações na marcha não foi suficiente, neste estudo piloto, para elucidar a relação entre esse teste e a fragilidade como apresentado em estudo com idosos mais velhos. A maior parte dos estudos investigando a habilidade preditora de eventos adversos da SPPB foi realizada em localidades com boas condições socioeconômicas e neste estudo encontrou-se resultados distintos quando comparado com uma população com condição socioeconômica pobre. Assim, estes achados enfatizam a necessidade de um estudo longitudinal para comparar como diferentes pontos de corte desta medida de desempenho predizem a fragilidade e a mortalidade entre populações de baixo e alto status socioeconômico. Algumas limitações devem ser consideradas nesta pesquisa. A amostra do estudo foi pequena e desta forma, não houve poder suficiente para ajustar 37 por variáveis de confundimento na análise de regressão linear. Além disso, o desenho transversal limitou a possibilidade de estudar a temporalidade entre SPPB e fragilidade. Futuros estudos longitudinais nas populações de Quebec e do Rio Grande do Norte irão validar estes achados. Além disso, alguns dos pontos de corte usados em nosso estudo, como para o critério de fraqueza muscular da fragilidade, e os pontos de corte dos componentes da SPPB foram baseados em populações de estudos prévios e podem ter subestimado ou superestimados as características da população deste estudo. 38 5 CONCLUSÃO 39 O presente estudo investigou a habilidade da SPPB em triar por fragilidade uma população de idosos jovens, de duas cidades com condições socioeconômicas distintas, e mostrou que a SPPB tem capacidade moderada de identificar fragilidade nesta população, com melhores resultados para aqueles com melhores condições socioeconômicas. A SPPB é um teste de desempenho não específicos mas altamente sensível que é fácil de aplicar, e pode ser usado para identificar pessoas com boa funcionalidade e baixa fragilidade naqueles que apresentarem escore de 9 ou mais. 40 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41 ALCALÁ, Maria Victoria Castell; PUIME, Ángel Otero; SANTOS, Maria Teresa Sánchez; BARRAL, Araceli Garrido; MONTALVO, Juan Ignacio González; ZUNZUNEGUI, Maria Victoria. Prevalencia de fragilidad em una población urbana de mayores de 65 años y su relación com comorbilidad y discapacidad. Aten Primaria. 42(10): 520–7, 2010. ALVARADO, Beatriz E.; ZUNZUNEGUI, Maria-Victoria; BÉLAND, Francois; BAMVITA, Jean-Marie. Life Course Social and Health Conditions Linked to Frailty in Latin American Older Men and Women. J Gerontol Med Sci. 63A(12): 1399–406, 2008. ARANTES, Paula M. M.; ALENCAR, Mariana A.; DIAS, Rosângela C.; DIAS, João Marcos D.; PEREIRA, Leani S. M. Atuação da fisioterapia na síndrome de fragilidade: revisão sistemática. 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Conflict of interest All authors are requested to disclose any actual or potential conflict of interest including any financial, personal or other relationships with other people or organizations within three years of beginning the submitted work that could inappropriately influence, or be perceived to influence, their work. See also http://www.elsevier.com/conflictsofinterest. Submission declaration Submission of an article implies that the work described has not been published previously (except in the form of an abstract or as part of a published lecture or academic thesis), that it is not under consideration for publication elsewhere, that its publication is approved by all authors and tacitly or explicitly by the responsible authorities where the work was carried out, and that, if accepted, it will not be published elsewhere including electronically in the same form, in English or in any other language, without the written consent of the copyrightholder. 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A combined Results and Discussion section is often appropriate. Avoid extensive citations and discussion of published literature. Conclusions The main conclusions of the study may be presented in a short Conclusions section, which may stand alone or form a subsection of a Discussion or Results and Discussion section. Appendices If there is more than one appendix, they should be identified as A, B, etc. Formulae and equations in appendices should be given separate numbering: Eq. (A.1), Eq. (A.2), etc.; in a subsequent appendix, Eq. (B.1) and so on. Similarly for tables and figures: Table A.1; Fig. A.1, etc. Essential title page information • Title. Concise and informative. Titles are often used in information-retrieval systems. Avoid abbreviations and formulae where possible. • Author names and affiliations. Where the family name may be ambiguous (e.g., a double name), please indicate this clearly. 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The address at which the author actually did the work must be retained as the main, affiliation address. Superscript Arabic numerals are used for such footnotes. Abstract A concise and factual abstract is required. The abstract should state briefly the purpose of the research, the principal results and major conclusions. An abstract is often presented separately from the article, so it must be able to stand alone. For this reason, References should be avoided, but if essential, then cite the author(s) and year(s). Also, non-standard or uncommon abbreviations should be avoided, but if essential they must be defined at their first mention in the abstract itself. Graphical abstract A Graphical abstract is optional and should summarize the contents of the article in a concise, pictorial form designed to capture the attention of a wide readership online. Authors must provide images that clearly represent the work described in the article. Graphical abstracts should be submitted as a separate file in the online submission system. Image size: Please provide an image with a minimum of 531 × 1328 pixels (h × w) or proportionally more. The image should be readable at a size of 5 × 13 cm using a regular screen resolution of 96 dpi. Preferred file types: TIFF, EPS, PDF or MS Office files. See http://www.elsevier.com/graphicalabstracts for examples. Highlights 67 Highlights are mandatory for this journal. They consist of a short collection of bullet points that convey the core findings of the article and should be submitted in a separate file in the online submission system. Please use 'Highlights' in the file name and include 2 to 5 bullet points (maximum 85 characters, including spaces, per bullet point). See http://www.elsevier.com/highlights for examples. Keywords Immediately after the abstract, provide a maximum of 6 keywords, using American spelling and avoiding general and plural terms and multiple concepts (avoid, for example, "and", "of"). Be sparing with abbreviations: only abbreviations firmly established in the field may be eligible. These keywords will be used for indexing purposes. Abbreviations Define abbreviations that are not standard in this field in a footnote to be placed on the first page of the article. Such abbreviations that are unavoidable in the abstract must be defined at their first mention there, as well as in the footnote. Ensure consistency of abbreviations throughout the article. Acknowledgements Collate acknowledgements in a separate section at the end of the article before the references and do not, therefore, include them on the title page, as a footnote to the title or otherwise. List here those individuals who provided help during the research (e.g., providing language help, writing assistance or proof reading the article, etc.). Tables Number tables consecutively in accordance with their appearance in the text. 68 Place footnotes to tables below the table body and indicate them with superscript lowercase letters. Avoid vertical rules. Be sparing in the use of tables and ensure that the data presented in tables do not duplicate results described elsewhere in the article. References Citation in text Please ensure that every reference cited in the text is also present in the reference list (and vice versa). Any references cited in the abstract must be given in full. Unpublished results and personal communications are not recommended in the reference list, but may be mentioned in the text. If these references are included in the reference list they should follow the standard reference style of the journal and should include a substitution of the publication date with either "Unpublished results" or "Personal communication" Citation of a reference as "in press" implies that the item has been accepted for publication. Web references As a minimum, the full URL should be given and the date when the reference was last accessed. Any further information, if known (DOI, author names, dates, reference to a source publication, etc.), should also be given. Web references can be listed separately (e.g., after the reference list) under a different heading if desired, or can be included in the reference list. Reference style Text: Indicate references by number(s) in square brackets in line with the text. The actual authors can be referred to, but the reference number(s) must always be given. Example: "..... as demonstrated [3,6]. Barnaby and Jones [8] obtained a different result ...." List: Number the references (numbers in square brackets) in the list in the order in which they appear in the text. 69 Examples: Reference to a journal publication: [1] J. van der Geer, J.A.J. Hanraads, R.A. Lupton, The art of writing a scientific article, J. Sci. Commun. 163 (2000) 51–59. Reference to a book: [2] W. Strunk Jr., E.B. White, The Elements of Style, third ed., Macmillan, New York, 1979. Reference to a chapter in an edited book: [3] G.R. Mettam, L.B. Adams, How to prepare an electronic version of your article, in: B.S. Jones, R.Z. Smith (Eds.), Introduction to the Electronic Age, EPublishing Inc., New York, 1999, pp. 281–304. Journal abbreviations source Journal names Index Medicus should be journal abbreviated abbreviations: according to http://www.nlm.nih. gov/tsd/serials/lji.html; List of title word abbreviations: http://www.issn.org/2-22661-LTWA- online.php; CAS (Chemical Abstracts Service): http://www.cas.org/sent.html. Supplementary data Elsevier accepts electronic supplementary material to support and enhance your scientific research. Supplementary files offer the author additional possibilities to publish supporting applications, high-resolution images, background datasets, sound clips and more. Supplementary files supplied will be published online alongside the electronic version of your article in Elsevier Web products, including ScienceDirect: http://www.sciencedirect.com. In order to ensure that your submitted material is directly usable, please provide the data in one of our recommended file formats. Authors should submit the material in electronic format together with the article and supply a concise and descriptive caption for each file. For more detailed instructions please visit our artwork instruction pages at http://www.elsevier.com/artworkinstructions. 70 Apêndices Apêndice 01: Termo de consentimento livre e esclarecido TÍTULO DA PEQUISA: BIOMARCADORES DO ESTRESSE, FUNÇÃO E FRAGILIDADE EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS: UM ESTUDO PILOTO. NOME DO PARTICIPANTE: _______________________________________________________________ Este termo de consentimento livre e esclarecido poderá conter palavras que você não entende. Peça a uma pessoa da equipe de estudo para explicar qualquer palavra ou informação que você não tenha entendido claramente. OBJETIVO DO ESTUDO Você está sendo convidado a participar de um estudo piloto. O objetivo desse estudo é analisar as relações associativas entre carga alostática, através dos fatores sociais estressores e marcadores biológicos do estresse, com a fragilidade e o estado funcional de populações idosas residentes na comunidade. DESENHO DO ESTUDO A população selecionada para participar das atividades será composta por idosos de ambos os sexos, com idade entre 65 a 74 anos, residentes na comunidade na cidade de Santa Cruz/RN. PROCEDIMENTOS Se você concordar em participar do estudo, será submetido a uma avaliação utilizando alguns questionários. Primeiramente, responderá ao questionário contendo informações sobre o curso de vida, estado de saúde, nível cognitivo, incapacidade funcional. Após, será dadas as orientações para a coleta da saliva a ser realizada em dois dias consecutivos. CUSTOS Todos os serviços profissionais exigidos como parte deste estudo serão gratuitos. CONFIDENCIALIDADE 71 Sua identidade será preservada em todas as situações que envolvam discussão, apresentação e/ou publicação dos resultados da pesquisa. Somente suas iniciais identificarão as informações coletadas sobre você. Os registros que identificam você e este termo de consentimento poderão ser inspecionados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRN, além do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes. Não haverá qualquer forma de gratificação pela participação no experimento e os resultados obtidos a partir dele serão propriedade exclusiva dos pesquisadores, podendo ser divulgados de quaisquer formas (escrita e oral), a critério dos mesmos. PARTICIPAÇÃO/RETIRADA VOLUNTÁRIA DO ESTUDO Sua participação é voluntária. Você é livre para aceitar participar deste estudo ou poderá retirar-se a qualquer momento. QUEM CONTACTAR EM CASO DE DÚVIDA Se você tiver alguma dúvida sobre este estudo ou algum problema relacionado à pesquisa, deverá entrar em contato com a investigadora do estudo, Aline do nascimento Falcão Freire, rua dos Tororós, n 2310, Lagoa Nova; telefone (84) 88045941; e-mail: [email protected]. Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes no endereço Av. Nilo Peçanha nº 620, Petrópolis, Natal/RN, CEP: 59012-300, telefone:3342-5003. *Não assine nem date este formulário a menos que você tenha tido a oportunidade de esclarecer suas dúvidas e tenha recebido respostas satisfatórias a todas as suas perguntas. CONSENTIMENTO INFORMADO Li e entendi as informações acima. Perguntei e discuti os detalhes do estudo com uma pessoa da equipe de pesquisa. Concordo em participar deste estudo baseado nas informações fornecidas. Entendo que receberei uma cópia assinada e datada deste termo de consentimento. Participante da pesquisa: 72 Nome:_______________________________________________________ Data:____/____/____ ____________________________________________________________ Assinatura Pesquisador responsável: Nome: Professor Doutor Ricardo Oliveira Guerra Endereço: Centro de Ciências da Saúde – Departamento de Fisioterapia Av. Senador Salgado Filho, 300, Campus Universitário, CEP: 59078-970, Natal-RN, 2ª andar. Telefone: 3342-2002. E-mail: [email protected] Assinatura Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes: Av. Nilo Peçanha, nº 620, Petrópolis, CEP: 59012-300, Natal-RN, telefone: 3342-5003. 73 Apêndice 02: Questionário de avaliação geral I) IDENTIFICAÇÃO ENTREVISTADOR Identificação do Entrevistador (No.) Data da entrevista: 2 0 Ano Mês Dia PARTICIPANTE Identificação do participante(No.) Língua do questionário Lugar Francês Inglês St Bruno Português Santa Cruz Entrevista completa 1 □ sim 2 □ não Identificação do entrevistador (No.) Identificação do coordenador (nº) Data da realização da entrevista Ano Mês Dia Assinou consentimento Hora que iniciou H(24h) Min. 1 □ sim 2 □ não Hora que terminou H(24h) Min. 74 II) INFORMAÇÕES PESSOAIS Identificação do participante (No.) Nome de família Primeiro Nome Endereço completo No. do telefone Código da região Número Código da região Número Pessoa de contato Relação com o participante Nome da família Primeiro nome Endereço completo No. de telefone III) Dados demográficos 1 Data de nascimento do participante Ano 2 Idade do participante Mês Dia 75 3 Sexo do participante 1 □ Homem 2 □ Mulher Colocar sem perguntar IV) DOENÇAS CRÔNICAS “Eu vou fazer algumas perguntas sobre a sua saúde” 1 Algum médico ou enfermeiro disse que você tem pressão alta ou sofre de hipertensão? Se uma outra pessoa responder pelo participante, referir ao participante que a resposta é dela. 2 3 4 5 Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que você sofre de diabetes, ou tem um nível elevado de açúcar no sangue? Algum médico ou enfermeiro disse que você sofre de câncer ou de um tumor maligno? Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que você sofre de alguma doença pulmonar crônica, como bronquite crônica, enfisema ou asma? Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que você teve um ataque cardíaco, doença coronária, sofre de angina, de insuficiência cardíaca ou outros problemas cardíacos? 1 sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 Sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 Sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 Sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 Sim 2 Não 3 Não sei 76 6 7 8 9 10 4 Não tenho resposta 1 Sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 sim 2 não 3 Não sei 4 não tenho resposta 1 Sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 Sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta Você perdeu peso sem intenção de no último ano? 1 Sim Se sim, quantos quilos? ___________ 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 Nenhuma 2 Um pouco 3 mais ou menos 4 muito 5 Incapaz 1 Nenhuma Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que você sofreu de embolia cerebral, de acidente vascular cerebral (AVC), de um ataque ou trombose? Algum médico ou enfermeiro disse que você sofre de reumatismo, de artrite ou artrose? Algum médico ou enfermeiro disse que você sofre de depressão? Algum médico ou enfermeiro disse que você sofre de alguma doença? (não mencionar nenhuma) Qual :_________ V) MOBILIDADE 1 2 Você tem dificuldade de subir um lance de escadas? Você tem dificuldade de caminhar uma milha (1,6 km)? 77 2 Um pouco 3 mais ou menos 4 muito 5 Incapaz VI) CAPACIDADES FUNCIONAIS (AVQ/AVD) “Vou nomear algumas atividades que você faz durante o seu dia. Me diga por favor se você tem dificuldades de fazê-las por algum MOTIVO DE SAÚDE OU POR UM MOTIVO PSIQUICO. Excluir toda dificuldade que seja temporária, que dure alguns meses (de 2 a 3 meses).” 1 2 3 4 5 Você tem dificuldade para se inclusive para colocar os sapatos? vestir, Você tem dificuldade de tomar banho? Você tem dificuldade de comer segurando os talheres, ou de colocar a bebida no copo, etc.? Você consegue sair sozinha da cama? Você tem dificuldade de sentar ou levantar do vaso sanitário? 1 sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 sim 2 Não 3 Não sei 4 Não tenho resposta 1 sim 2 Não 78 3 Não sei 4 Não tenho resposta VII) SINTOMAS DEPRESSIVOS « Agora eu vou ler algumas frases para você e você me diz se teve ou se sentiu durante última semana. Tem que me dizer se foi frequente, ou se foi alguns dias, ou no inicio ou no fim da semana.» « Para as respostas você deve me dizer de que maneira sentiu se nunca, se às vezes, se frequentemente, se todo dia, se alguns dias, durante a última semana. » Raramente ou nunca (menos que 1 dia) Poucas vezes (1-2 dias) Às vezes (3-4 dias) Quase sempre ou semrpre (5-7 dias) Senti que tive que fazer esforço para fazer tarefas habituais Não consegui levar adiante minhas coisas VIII) RENDAS 1 Qual sua renda mensal? Valor: ______________ IX) ESCOLARIDADE 1 Qual o seu nível de escolaridade? 1 Ensino fundamental incompleto 2 Ensino fundamental completo 3 Ensino médio incompleto 4 Ensino médio completo 5 Ensino superior incompleto 6 Ensino superior completo 7 Não sei 79 Formulário de Força de Preensão A Força de preensão não é medida nessas questões seguintes : A) Dores agudas na mão ou no pulso Sim B) Artrite na mão dominante Sim C) Tendinite ao lado da mão dominante Não Não Sim Não D) Outras razões, especificar __________________ Medida da força de pressão : 1)__________Kgf 2)_________Kgf 3)_________Kgf Formulário de medidas antropométricas O peso não é mensurado pelas questões seguintes : A) A pessoa não consegue ficar em pé na balança Sim Não B) Outras rezões, especificar (olhar o formulário de triagem)______________________ A medida não é mensurada pelas questões seguintes : A) A pessoa não consegue ficar em pé sobre a estadiômetro Sim Não B) Outras razões , especificar (olhar o formulário de triagem)_____________________ Escrever as medidas 1) Peso : _____.___ Kg 2) Altutra : _____._____ cm 80 Apêndice 03: Manuscrito submetido à revista Experimetal Gerontology, segundo as normas presentes no Anexo 04. Using the Short Physical Performance Battery (SPPB) to screen for frailty young-old adults with distinct socioeconomic conditions Authors: Saionara Maria Aires da Câmaraa, Beatriz Eugenia Alvaradob, Jack M. Guralnikc, Ricardo Oliveira Guerraa, Álvaro Campos Cavalcanti Maciela . a. Department of Physiotherapy, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, b. Department of Community Health and Epidemiology, Queens University c. School of Medicine, University of Maryland Corresponding author: Álvaro Campos Cavalcanti Maciel Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Avenida Senador Salgado filho, S/N, CEP : 59200-000 e-mail: [email protected] Telephone number : +55 84 3342-2017 Fax : +55 84 3342-2001 81 Abstract The SPPB provides information about physical function and is a predictor of adverse events in the elderly. Frailty is a multidimensional syndrome that increases susceptibility to diseases and disability. However it may be possible to prevent or postpone frailty if is identified early. Our objective is to analyze SPPB’s ability in screening for frailty a community-dwelling young elderly from cities with distinct socioeconomic conditions. Data were originated from community dwelling adults (65-74 years old) in Canada (Saint Bruno; n = 60) and Brazil (Santa Cruz; n = 64). SPPB was used to assess physical performance. Frailty was defined as the presence of ≥ 3 of these criteria: weight loss, exhaustion, weakness, mobility limitation and low physical activity. One point was given for each criterion met, totalizing a frailty score ranged from 0 to 5. The Linear Regression and Receiver Operating Characteristics analyses were performed to evaluate the SPPB’s screening ability. Mean age was 69.48, 10.0% of the Saint Bruno’s sample and 28.1% of Santa Cruz’s were frail (p=0.001), the SPPB score means were 9.6 and 8.5 respectively (p=0.01). SPPB correlated with the frailty score (R2=0.33), with better results for Saint Bruno. A cutoff of 9 in SPPB had good sensitivity and specificity in discriminating frail from non frail in Saint Bruno (AUC=0.81) but showed fair results in Santa Cruz (AUC=0.61). The SPPB has moderate ability in predicting frailty among older adult’s population, and is an useful test to identify people with good functionality and low frailty when SPPB scores are ≥9. Key words: Frail elderly, aging, disability. 82 1. Introduction The term “frailty” has been used by geriatricians to characterize elderly with reduced physiological reserves and resilience [1]. Several studies have searched methods to identify elderly people with this condition [2-4] and currently the classification proposed by Fried et al [5] is the most commonly accepted because it can be easily operationalized. This definition has been widely used and is considered a predictor of adverse health events in different populations of older adults [1,5,6]. However, it is believed that frailty is a type of syndrome that can be prevented or postpone if it is identified at the early stage [7]. Of the frailty criteria, muscle strength and gait speed have been objectively measured, while weight loss, exhaustion, and physical activity are usually selfreported [8,9]. Just as for self-reported measures of physical function that are prone to bias related to cultural and socio-economic differences in thresholds of reporting difficulty [10], frailty criteria, especially its self-reported components, should be validated against objective measures if to be used to do crosscultural comparisons. As far as we know, no research has been undertaken to understand how measures of frailty may differ due to social differences in people’s responses to the questions developed to ascertain frailty. Therefore, use of performance measures that are associated with frailty can offer advantages in international studies on physical function of older populations. The Short Physical Performance Battery (SPPB) has been widely used in studies on aging and, besides providing objective information about physical 83 function [11], it also has been reported as a predictor of adverse health events in older adults, such as disability, institutionalization, hospitalization and mortality, even in high functioning elderly [12-14]. Its validity and reliability has been shown in previous studies in North America and European elders [11,15,16]. As an objective measure of physical function, the SPPB has many advantages: it takes a few minutes to complete, requires little training, simple equipment, the results can be quantified by scores, it is reproducible and sensitive to changes in functionality through time [14-16]. Therefore, it is a good measure to do cross-cultural comparisons of physical performance. We have completed a pilot study in 124 elderly people, 60 in a small city in Canada, Saint Bruno, and 64 in a small city in Brazil, Santa Cruz. Our previous analysis has shown that SPPB is a reliable measure and has a high correlation with mobility disability, chronic conditions, socio-economic position and self-rated health, despite differences in cultural and socio-economic conditions. Using the same data from our pilot study, in this paper we will explore the correlation of the SPPB with the five components of the frailty phenotype, and the capacity of SPPB in identifying frailty in young-old community-dwelling populations in Saint Bruno and Santa Cruz. Only a few studies have compared the SPPB with measures of frailty [17,18], which showed that frail individuals also had significantly worse performance than the non-frail, but none have done this in Canadian and Latin-American contexts. 2. Methods 84 We have conducted a pilot study in 124 people age 65 to 74 to establish the validity and reliability of self-reported and objective physical performance measures in two different socio-economic contexts. The final purpose of this pilot study was to prepare for a population-based cohort study, to be conducted in Canada and Brazil. This study aims to increase knowledge to explain the sex/gender mobility gap and to guide community preventive strategies. The pilot study took place in Saint Bruno (Québec, Canada) and in Santa Cruz (Rio Grande do Norte, Brazil) during October-December, 2009. Saint Bruno is a middle class suburban population of 25,000 inhabitants, 15 Km from Montreal. Santa Cruz is a city of 32,000 inhabitants which is 50 Km from Natal (capital of the Rio Grande do Norte state). Community-dwelling elders were included if their age was between 65 and 74 years old and if they were free of severe Activity of Daily Living (ADL) disability. We excluded participants older than 74 and those with severe disability as we were looking for participants able to complete the performance tests. Severe ADL disability was defined as the inability to perform any of these activities: bathing, getting out of bed, eating, grooming or using the toilet. Those who reported difficulties but could do the above activities were included. The sample size of this study (n=60 at each research site) was designed to estimate intra-rater reliability of SPPB measures of 0.8 with a confidence of 95% and a power of 80% [19]. At Santa Cruz, a community random sample was drawn from municipal rolls and stratified by mobility disability (inability to walking a mile or climbing one flight of stairs) and sex (equal cells of 16 people were obtained). A random sample was not possible in Saint Bruno since a list of people living in the area 85 was impossible to obtain Then participants were recruited by ads in the local newspapers and local stores. 2.1. Data collection Data were collected at home visits. Interviewers were trained using the same standard training based on videotapes, protocol instructions and data entry forms at each site. Assessments in Saint Bruno were done by local nurses who were trained by the principal researchers in the domains of their expertise. Assessments in Santa Cruz were done by local physiotherapists who were trained by the principal researchers who also participated in the training in Saint Bruno. All data collection documents were translated from English to French and Portuguese. Questionnaires asked about demographic and socio-economic information (income and education), chronic conditions, depression (Center of Epidemiological Studies – Depression - CES-D), mobility and activities of daily living difficulties. 2.2. Procedures 2.2.1. Physical Performance The Short Physical Performance Battery (SPPB) manual is available in English language in Internet (http://www.grc.nia.nih.gov/branches/ledb/sppb/) and it was translated to French. In Brazil, we used a Portuguese trans-cultural adaptation previously developed and tested in a nursing home population [20]. SPPB includes tests of walking speed, standing balance and chair stand [11]. Each SPPB component test (gait, balance and chair stand) is scored from 0 to 4 with 86 a score of 0 representing inability to perform the test and 4 the best performance. For balance, the participants are asked to maintain their feet in side by side, semi-tandem and tandem positions for 10 seconds each. For gait, a 4-meter walk at the subjects’ usual speed was timed. For the chair stand test, participants were asked to stand up and sit down five times as quickly as possible. Further details on the administration of these tests have been published in the original papers and can be viewed at the SPPB website. A summary performance score was obtained by adding the scores of each SPPB component test [11]. 2.2.2. Physical Frailty Frailty was operationalized using the components proposed by Fried et al [5]. These are: weight loss, weakness, exhaustion, mobility limitation and physical activity level. Weight loss was evaluated by self-reported unintentional weight loss of ≥5 kg over the past year. Muscle strength was evaluated by the grip strength test using a Jamar® Dynamometer. Participants were positioned as descript by Pereira et al [21]. Three measures were taken and the arithmetic mean was used to identify this criterion. Weakness was defined according to gender and the Body Mass Index (BMI) cutoffs used by Fried et al [5]. Exhaustion was based on two questions of the CES-D questionnaire [22]: “I felt everything I did was an effort” and “I could not get going". A frequency of “occasionally” or “most of the time” to either of these questions was considered as an indication of exhaustion. 87 Mobility limitation: subjects were considered to have lower body functional limitations if they reported at least some difficulty to walk 100 yards and/or to climb one flight of stairs [9]. Physical activity level: we have not used the Minnesota Leisure Time Activity Questionnaire as proposed by Fried et al [5], but rather we used the short form from International Physical Activity Questionnaire [23], which requires little time to implement and has been validated in populations of developed and developing countries [24,25]. Data were calculated in Kcal/week, as indicated in Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical Activity Questionnaire, available by internet (http://www.ipaq.ki.se/scoring.pdf). Respondents were classified in gender-specific quintiles, and those in the lowest quintile were considered as having low physical activity. The cutoffs were 299.54 Kcal/week for men and 208.82 Kcal/week for women. This questionnaire provided a more valid measure of physical activity in older populations in our pilot study when measured against accelerometer data (paper in preparation). Finally, participants were scored one point for each criterion found, totalizing a score that could range from 0 to 5. Besides, an ordinal variable was created following Fried et al [5], i.e.: non-frail if the person did not score positively with respect to any of the frailty components; pre-frail if the person scored positively with respect to one or two; and frail if the person was scored positively with respect to three or more. 2.2.3. Data analysis Analyses were done in SPSS software, version 17.0. First, the study population was described according to SPPB score, frailty categories and frailty final score. 88 Differences in frailty and SPPB measures between both cities were then compared using t tests for continuous variables, and chi-square tests for categorical variables. Comparisons of means of SPPB according to each component of frailty was done using t test as a way to estimate the relationship between each frailty component and SPPB. Bivariate linear regression analysis was used to study the correlation between each SPPB component, the total SPPB score, and frailty phenotype as dependent variable. Receiver Operating Characteristics (ROC) analysis was realized to calculate the Area Under the Curve (AUC) and the cutoff point which better discriminate between the frail from the non frail respondents. In all stages it was considered a level of significance p ≤ 0.05. 3. Results A hundred and twenty-four elderly with an average age of 69.48 (±2.95) years participated of this study, 58.9% were women. Elders from two cities differ in relation to BMI (Santa Cruz – 26.32 ± 4.06; Saint Bruno – 30.01 ± 8.47, p=0.003), presence of chronic conditions (37.5% in Santa Cruz and 66.7% in Saint Bruno have ≥ 2 chronic conditions, p=0.001), education level (40.6% from Santa Cruz are non-literate, while 40.0% from Saint Bruno have completed university) and monthly income (more participants in Santa Cruz than in Saint Bruno reported their income was not sufficient to cover basic needs, 33.3% and 11.9%, respectively, p=0.005). Table 1 shows the results about the distribution of frailty categories, frailty criteria and maximum scores of SPPB components. Santa Cruz had 89 significantly worse frailty profile with higher proportion of frail people and smaller proportion of non frail. In the whole sample, mobility limitation was the most frequent criterion, followed by weakness, exhaustion, low physical level and weight loss. Sample of Santa Cruz presented higher proportion in all frail criteria, with significant differences between cities in exhaustion, weakness and mobility limitation. Performance using the SPPB was also higher for respondents in Saint Bruno, than in Santa Cruz (table 1). For instance, a higher percentage of respondents in Saint Bruno had the highest total SPPB score (score=12). The same was observed for all SPPB components: more people in Saint Bruno had the maximum score for each test (score=4), with differences being significantly different for chair stand and gait speed. The mean value of SPPB total score was significantly lower (8.5 ±2.5) in Santa Cruz than in St Bruno (9.62 ±2.4; p=0.01). Table 2 shows the comparison of mean values of total SPPB scores by each frailty component. Respondents who met each criterion had higher SPPB scores than those who did not meet the criteria; however, this was significant for weakness and mobility limitations in Santa Cruz, and for exhaustion, weakness and mobility limitations in Saint Bruno. Frail people had significantly lower SPPB scores than pre-frail and non-frail elders. A clear gradient is observed. Of note is that in both populations, none of the persons classified as non frail have an SPPB score < 6, and none of the persons classified as frail have an SPPB score > 10. 90 Table 3 shows the results of linear regression analysis of SPPB on frailty score. In both cities, each SPPB test is significantly correlated to frailty score, but the relationship between gait speed and the frailty score in Santa Cruz’s sample and balance test and frailty score in St Bruno’s were lower in relation to the other SPPB tests. We found that total SPPB has moderate capacity to predict frail scores among elderly in the whole sample, with stronger R square values among Saint Bruno older adults (R2=0.43). Table 4 presents ROC analyses. In the whole sample, a SPPB total score with a cutoff point of 9 gave the best trade-off between sensitivity and specificity with an AUC=0.78. Similar discriminatory capacity was obtained with the chair stand test with a cut-off point of 2. The lowest discriminatory capacity was obtained with balance test. In the Saint Bruno sample the AUC results were better than from Santa Cruz, with greater sensitivity and specificity for each SPPB test and SPBB total score. For pre-frail state versus non-frail the discriminatory capacity of SPPB was very low, all AUC less than 0.6 (data not shown). 4. Discussion The present study examined the correlation of frailty components and the SPPB, and the ability of SPPB in identifying frailty syndrome in young old adults from two distinct populations: a middle class living in Québec – Canada, and another with low socioeconomic status living in Rio Grande do Norte – Brazil. As in this pilot study, other studies have been trying to identify high risk of frailty using performance measures [17,18]. Verghese & Xue [18] investigated the 91 association between SPPB and frailty in people with mean of age of 80.1 years, but with good mobility (people with low gait speed were excluded). They found low average in SPPB in those with higher frailty load and hypothesized that SPPB may detect early signs of frailty even before the occurrence of slow gait. Likewise, in our study, the mean SPPB scores were worse in elderly with each frailty criteria, and the worst results were found in frail elderly, with better results for pre-frail and non frail participants. In another study, Kim et al [17], researched the discriminatory ability of five performance tests (usual and rapid gait speed, chair stand, alternate step and time up and go tests) and found that individuals (mean of 74.6 years old) at high risk of frailty performed significantly worse than those at low risk in all tests, with better correlations for gait speed tests and worst for chair stand test. In contrast, in our study, each component and total SPPB score had similar R2 values, except in the gait speed test for Santa Cruz’s sample and the balance test for Saint Bruno’s sample, with worse predictive values. We found that a value of 9 in SPPB might discriminate those frail from non-frail. Confirming these findings, Bandinelli et al [26] also used the cutoff of 9 of SPPB to classify frail elderly and found that they had worse health outcomes than elderly with better SPPB scores. Similar to our results, Verghese & Xue [18] found 52% sensitivity and 70% specificity with the cutoff of 8 to identify frailty in elderly with good functionality and Vasunilashorn et al [27] found that a cutoff of 10 is important predictor of mobility loss (inability to walk 400 meters), with 69% sensitivity and 84% specificity, for a population aged ≥ 65, in a longitudinal study. 92 This stronger association between those performance measures and adverse events in health might indicate that mobility performance is a strong and reliable biomarker of health in older people as others have described [28]. Guralnik et al [11] showed that the objective measurements of SPPB are strong and consistent predictors of elder’s death and nursing home admission, in a followup of six years. Cesari et al [12] showed that timed usual gait, standing balance, and repeated chair stand tests are useful in identifying subjects who will experience functional limitation, hospitalization and death. And Galucci et al [13] and Guralnik et al [14] also found that physical performance, measured by SPPB, is a useful predictor of disability among old adults. Most studies have found that gait speed is the strongest predictor of healthrelated adverse events compared to the other SPPB components or it has performed almost as well as the full battery in predicting disability [12,14,17]. But in our analysis, this was not the case: the chair stand test had the best result compared to the other components and has similar predictive value compared to full SPPB for Saint Bruno’s elders and considering the whole sample. For Santa Cruz, the same occurred for balance test but with closer results for chair stand test. It has been cited that impairments in gait speed may occur later in the disablement process [18] and confirming this affirmation, most of our sample, composed of young-old adults, presents good scores in the gait speed test. Probably, the low percentage of gait impairments was not sufficient, in this pilot study, to elucidate a relationship between this test and frailty, as presented in the studies with older adults. 93 Most of studies investigating the SPPB’s ability in predict adverse events were performed in high income localities and we found distinct results when compared with a population with poor socioeconomic condition. So these findings emphasize the necessity of a longitudinal study to compare how different cutoff of this performance measurement predicts frailty onset and mortality among populations from low and high income countries. Some potential limitations have to be considered. The study sample was small and therefore we were unable to have enough power to adjust for cofounders in the linear regression analysis. In addition, the cross-sectional design limits the possibility of studying the temporality between SPPB and frailty. Future longitudinal studies in populations from Quebec and Rio Grande do Norte will validate our findings. In addition, some of the cutoffs used in our study, like the cut points for the frailty criterion of weakness, and cut points for the SPPB components were based on populations of early studies and may underestimate or overestimate the characteristics of this study population. 5. Conclusions The present study investigated the SPPB’s ability in screening for frailty a young-old population, from two cities with different socioeconomic status, and it has shown that SPPB has moderate ability to screen for frailty this population, with better results for those with better socioeconomic conditions. SPPB is a useful nonspecific but highly sensitive performance test that is easy to apply, and can be used to identify people with good functionality and low frailty in those with scores of 9 or more. 94 References 1. J.A. Ávila-Funes, H. Amieva, P. Barberger-Gateau, M. Le Goff, N. Raoux, K. Ritchie, I. Carrière, B. Tavernier, C. Tzourio, L.M. Gutiérrez-Robledo, J.F. Dartigues, Cognitive Impairment Improves the Predictive Validity of the Phenotype of Frailty for Adverse Health Outcomes: The Three-City Study, J Am Geriatr Soc. 57(3) (2009) 453-461. 2. M.J.M.C.A. Paw, J.M. Dekker, E.J.M Feskens, E.G. Schouten, D. Kromhout, How to Select a Frail Elderly Population? A Comparison of Three Working Definitions, J Clin Epidemiol. 52(11) (1999) 1015-1021. 3. D.M. Jones, X. Song, K. Rockwood, Operationalizing a Frailty Index from a Standardized Comprehensive Geriatric Assessment, J Am Geriatr Soc. 52 (2004) 1929-1933. 4. D.B. Rolfson, S.R. Majumdar, R.T. Tsuyuki, A. Tahir, K. 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Variables Total Santa Cruz Saint Bruno P value % % % Frail 19.4 28.1 10.0 0.001 Pre-frail 50.0 54.7 45.0 0.21 Non frail 30.6 17.2 45.0 0.001 Weight loss 10.7 12.5 8.6 0.48 Weakness 35.2 48.4 21.7 0.002 Exhaustion 25.8 37.5 13.3 0.001 Mobility Limitation 52.4 65.6 38.5 0.002 Low Physical Activity 19.6 22.0 17.3 0.55 Balance (score=4) 75.0 70.3 80.0 0.21 Gait speed (score=4) 67.7 75.0 48.4 0.006 Chair Stand (score=4) 18.5 10.9 26.7 0.01 Total (score=12) 17.7 10.9 25.0 0.04 Frailty categories Frailty criteria SPPB 101 Table 2: Mean and standard deviations of SPPB scores between frailty components and phenotype. Frailty Criteria SPPB score ( ±sd) Santa Cruz Saint Bruno Total Yes 6.75 (3.8) 8.6 (3.9) 7.46 (±3.79) No 8.75 (2.2) 9.72 (2.3) 9.22 (±2.29) 7.79 (3.1) 6.75 (2.5) Weight loss Exhaustion Yes 7.53 (±2.96) 8.93 (2.0) 10.06 (2.1) 9.57 (±2.15)a Yes 7.90 (2.4) 7.92 (2.8) 7.91(±2.46) No 9.44 (1.9)a 10.09 (2.1)a 9.82 (±2.09)a Yes 7.27 (2.9) 8.56 (2.6) 7.85(±2.79) No 8.64 (2.3) 9.98 (2.1) 9.34 (±2.29)a Yes 7.86 (2.6) 7.61 (2.5) 7.77 (±2.59) No 9.73 (1.8)a 10.86 (1.2)b 10.44 (±1.58)b Non frail 9.64 (1.8)c 11.00 (1.2)d 10.61 (±1.53)d Pre-frail 9.23 (1.8) 8.89 (2.5) 9.08 (±2.14) Frail 6.39 (2.8) 6.67 (2.5) 6.43 (±2.73) No b Weakness Low physical activity Mobilily limitation Frailty phenotype a p< 0.05 b p< 0.001 c Non frail = Pre-frail ≠ Frail d Non frail ≠ Pre-frail ≠ Frail 102 Table 3: Linear regression analysis of SPPB on frailty, according to the city of study and whole sample. Variables R2 βstandard Β p Santa Cruz Balance Score 0.17 3.29 -0.45 < 0.001 Gait Speed Score 0.06 3.01 -0.38 0.03 Chair Stand Score 0.12 2.55 -0.41 0.003 Total Score 0.19 3.66 -0.22 < 0.001 Saint Bruno Balance Score 0.11 2.76 -0.49 0.005 Gait Speed Score 0.33 3.52 -0.72 < 0.001 Chair Stand Score 0.44 2.46 -0.61 < 0.001 Total Score 0.43 3.85 -0.30 < 0.001 Total Balance Score 0.17 3.16 -0.50 < 0.001 Gait Speed Score 0.18 3.46 -0.61 < 0.001 Chair Stand Score 0.29 2.62 -0.57 < 0.001 Total Score 0.33 3.92 -0.28 < 0.001 103 Table 4: Sensitivity and Specificity of SPPB in identifying frailty in elderly of Santa Cruz, Saint Bruno and whole sample SPPB Cutoff point Balance 3/4 Gait speed 3/4 Chair stand Total Sensitivity Specificity (%) (%) Santa Cruz 81 AUC (CI 95%) 67 0.57 (0.49-0.84) 54 47 0.58 (0.42-0.75) 1/2 81 58 0.64 (0.48-0.81) 8/9 81 52 0.67 (0.49-0.84) 63 0.60 (0.46-0.75) Saint Bruno 90 Balance 3/4 Gait speed 3/4 84 75 0.69 (0.56-0.83) Chair stand 1/2 92 70 0.82 (0.72-0.93) Total 8/9 92 80 0.81 (0.70-0.92) Balance 3/4 Total 89 68 0.60 (0.51-0.70) Gait speed 3/4 84 51 0.68 (0.59-0.80) Chair stand 1/2 92 54 0.77 (0.68-0.86) Total 8/9 92 54 0.78 (0.69-0.86) Highlights >SPPB has moderate ability to screen for frailty young-old elderly. > The screening ability of SPPB is better for elderly with higher socioeconomic conditions. > A cutoff of 9 in SPPB is useful to identify people with good functionality and low frailty.