Instituto do Câncer do Estado de São Paulo
Octavio Frias de Oliveira (Icesp) do Hospital das
Clínicas da FMUSP
Projeto de Redução dos Resíduos e
Descarte Correto
Responsável pelo trabalho:
Vânia Rodrigues Pereira
Tel.: 3893-4775
e-mail: [email protected]
Título: Projeto de Redução dos Resíduos e Descarte Correto
Nome da Instituição: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Otávio Frias de
Oliveira”- Fundação Faculdade de Medicina da USP da Secretaria de Saúde do
Estado de São Paulo.
Nome dos autores do Projeto: Edite de Sousa Vasconcelos coordenadora de
Hotelaria-e-mail [email protected] e Vânia Rodrigues Pereira –
Gerente de Hotelaria
Nome do Responsável pela inscrição: Vânia Rodrigues Pereira – Gerente de
Hotelaria. E-mail vâ[email protected] Tel. Celular: 011 9 93208009
Comercial: Tel. 3893 4775
Diretor de Engenharia Clínica e Infraestrutura: José Eduardo Lopes Silva
e-mail: [email protected] – Tel. 3893 2930
1. Introdução
O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) do ICESP está baseado na
RDC – 306/04 ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e na Resolução 258/05 CONAMA
– Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Os resíduos se não forem manipulados adequadamente podem ocasionar acidentes com graves
conseqüências para os trabalhadores, notadamente os perfuro cortantes, que podem contrair
doenças como hepatite e AIDS, além de contribuírem para a infecção hospitalar.
O risco no manejo dos Resíduos em Serviços de Saúde (RSS) está principalmente vinculado aos
acidentes que ocorrem devido a falhas no acondicionamento e segregação dos materiais perfuro
cortantes sem a utilização de proteção mecânica. Nos aspectos ao meio ambiente estão em destaque
os potenciais de contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas quando descartado
inadequadamente ocasionando riscos diretos aos catadores de resíduos. O risco da contaminação do
ar está ligado diretamente ao processo de incineração descontrolada que emite poluentes ao ar. É
necessário que todas as unidades envolvidas saibam perfeitamente para onde o seu resíduo
biológico, radioativo e químico está sendo enviado e tratado.
E necessário o desenvolvimento de ações que visem minimizar a geração de resíduos e a disposição
nas unidades geradoras, diminuindo assim os custos financeiros do tratamento e a dificuldade de
criar áreas ambientais seguras disponíveis para o armazenamento.
Atualmente há um trabalho constante de conscientização ambiental feito através dos meios de
Comunicação no ICESP e campanhas sobre descarte corretos de resíduos do grupo A, B e E.
As campanhas eras realizada através de cartazes encaminhados para área assistencial e fixados nos
murais de todos os andares de internação e assistência conforme modelo abaixo
1. Caracterização da Instituição
O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Octavio Frias de Oliveira” (ICESP) criado pelo
Governo do Estado em parceria com a Fundação Faculdade de Medicina para ser o maior hospital
especializado em tratamento de câncer da América Latina e inaugurado em maio de 2008.
O ICESP possui uma área de 82486,36 m2 com 28 pavimentos, com 590 leitos, cerca de 6 mil
pacientes com diagnóstico de câncer são atendidos mensalmente e tratados por alguns dos mais
qualificados profissionais do Brasil nesta especialidade. Uma característica essencial do Instituto é a
inovação na assistência prestada, que permite ao paciente ter todas as fases de seu atendimento, do
diagnóstico à reabilitação, integradas no mesmo local.
A missão do Instituto é tornar-se um centro de excelência na área do Câncer, visando contribuir com
a saúde e a qualidade de vida da sociedade. Alem de almejar ser o maior Instituto especializado em
tratamento e pesquisa na área de Oncologia da América Latina.
2. Objetivo
Implantar ações focadas em gerenciamento de resíduos, com objetivo de diminuir os descartes
incorretos em 100%, aumentar os resíduos recicláveis em 50% e diminuir os acidentes de trabalho
com material perfuro cortante com descarte incorreto em 100%.
De esta forma alcançar maior sensibilização e conscientização da comunidade ICESP sobre o
descarte correto e sobre a preservação do meio ambiente.
3. Método
3.1 Treinamento
Em 2013 os treinamentos eram realizados mensalmente em dois horários, manhã e tarde com
duração de 1 hora cada, no auditório do Instituto, aberto para todas as áreas. Foram realizados 16
treinamentos, sendo treinados 258 funcionários neste modelo durante o ano.
Já em 2014, elaboramos os treinamentos focados para área de atuação e realizados in loco devido à
dificuldade de deslocamento das pessoas no auditório.
Para que os treinamentos obtivesse sucesso foi elaborado cronograma com os gestores
responsáveis para junto definirmos o melhor dia e horário. O objetivo era atingir 80% dos
colaboradores.
São treinamentos rápidos, 15 minutos para área administrativa e 30 para área assistencial.
Nesta modalidade de treinamento é aproveitado o momento em que todos os colaboradores estão
reunidos para passagem de plantão
O importante é garantir que a informação seja discutida entre todos a fim de que não restem dúvidas
sobre o assunto.
Modelo de Cronograma:
Para garantir o descarte correto foi realizada adequação de lixeiras para descarte dos recicláveis nos
andares de internação, foram disponibilizadas duas lixeiras, sendo uma para acondicionamento dos
plásticos e outra para os papeis.
Nesses andares produzem muitas embalagens como invólucros dos materiais, caixas de luvas,
embalagem plástica dos aventais descartáveis, entre outros e não havia lixeiras disponíveis para o
descarte correto, estes materiais acabavam sendo descartados com o resíduo biológico ou comum,
aumentando o volume incorreto, que prejudicava o meio ambiente ou o tratamento desnecessário.
Após o treinamento o setor de Hotelaria resolveu criar como incentivo às áreas , caricaturas de cor
verde para sinalizar as conformidades e vermelha para as não conformidades de descarte de
resíduos durante as auditorias realizadas através dos check list´s. Essas caricaturas são fixadas nos
quadros brancos de cada setor, em local visível e mensalmente substituída de acordo com a
avaliação do descarte de resíduos.
Modelo Check List
3.2 Acondicionamento de resíduos
A identificação dos recipientes para acondicionamento deve estar em local de facial visualização, de
forma indelével, utilizando símbolos, cores e frases, padronizadas especificando cada grupo de
resíduos, alem de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico.
Deve está aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos
recipientes de transporte interno e externo e nos locais de armazenamento. Em cada andar há
abrigos internos para armazenamento dos resíduos, onde as embalagens são acondicionados dentro
de containers separados e identificados por grupo. Já os abrigos externos são separados para cada
tipo de resíduos atendendo a legislação vigente.
Em 2013 o hospital contratou uma empresa para coleta dos materiais recicláveis onde a própria
empresa disponibiliza um funcionário, uma prensa e uma caçamba para acondicionamento dos
materiais que ficavam dispostos em contêiner devido à falta de local para armazenagem.
O funcionário opera a prensa, compactando os resíduos recicláveis e armazenando na caçamba.
Pensando ecologicamente, possuímos tratamento das lâmpadas de mercúrio, esse material é
acondicionado em container com carvão ativado que em caso de quebra acidental, o carvão ativado
reterá os vapores do mercúrio, impedindo que o mesmo vaze para o ambiente. Quando atingimos
uma quantidade significativa, acionamos a empresa para realizar o tratamento no próprio Instituto que
consiste na trituração, separação e destinação corretas das lâmpadas. Esse processo de
descontaminação e destino final é certificado pela CETESB e outros órgãos competentes.
As pilhas e baterias por conterem metais pesados são produtos altamente tóxicos, podendo causar
danos irreversíveis para o meio ambiente. Com a reciclagem é possível transformar as matérias
primas em pisos e azulejos através de lavagem de gases e o que não consegue ser reaproveitado,
são inutilizados com destinação em aterros especiais, vedados com proteção para que evitem a
contaminação do meio ambiente. Esses resíduos são armazenados em coletor de pilhas e baterias e
quando necessário, a empresa terceirizada realiza a coleta e encaminha para tratamento e
reciclagem.
Devido ao grande fluxo de pessoas fumantes, a calçada do hospital estava sempre suja com bitucas
de cigarro, mesmo com o funcionário da limpeza efetuando a varredura constantemente, não
conseguíamos deixa-la limpa, devido ao descarte incorreto. Esses resíduos eram destinados junto
com o resíduo comum.
Estudos indicam que 25% dos incêndios que ocorrem em meio urbano são causados por bitucas de
cigarro. Esse material no aterro sanitário polui os lençóis freáticos devido aos componentes químicos
contidos nele.
Para resolução do problema e a favor da redução de resíduos, o Instituto firmou contrato com uma
empresa fornecedora de coletores de bituca de cigarro. Serão instalados 3 coletores na área externa
do prédio, fixados em postes na calçada, área onde os fumantes ficam hoje, fazendo a destinação
correta como forma de abrandar o impacto sobre o meio ambiente e contribuindo com a saúde
pública. Após pesagem desse resíduo, é encaminhado para reciclagem. As bitucas são processadas
para transformação em adubos.
Os impressos com conteúdo sigiloso são encaminhados ao setor responsável por utilizar a maquina
fragmentadora. Os papeis depois de fragmentados e coletados pela empresa terceirizada, são
encaminhados ao nordeste para confecção de telhas recicláveis onde serão utilizadas em casas de
moradores de baixa renda e 1% dessa renda é revertida para uma Instituição de Caridade.
Para orientação de todos do Instituto, é enviado por e-mail através do setor de comunicação o
informativo abaixo:
Em fevereiro de 2014 encaminhamos 17.920 kg de aparas de papeis de arquivo morto onde fomos
certificados pelo processo de destinação final de forma ambientalmente correta.
3.3 Dia do PGRSS
Foi criado o workshop interno específico de PGRSS, que será realizado anualmente, com
palestrantes internos e externos. As palestras realizadas pelos gestores/ representantes dos setores
dissertarão sobre a interface do descarte dos resíduos gerados em sua área.
A divulgação interna também foi realizada através do setor de comunicação, com o layout abaixo:
4. Resultados obtidos
Resíduo comum, redução em de 28% em relação a 2013
Resíduo reciclável houve aumento de 48% em relação a 2013
O número de funcionários treinados
Aumento de 82%.em relação à 2013
Acidente com material perfuro cortante
Diminuiu em 57% em relação 2013 para 2014
Resíduos
2013
2014
Comum
70.264,70 Kg
50.503,30 Kg
4.585,10 Kg
10.965,00 Kg
Reciclável
Houve queda significativa no número de acidentes de trabalho com perfuro cortante com a empresa
terceirizada de limpeza. Isso ocorreu devido à conscientização da equipe assistencial quanto ao
descarte correto desses resíduos, dentro das caixas perfuro cortantes toxicas e infectantes. O
indicador abaixo comprova a queda anualmente dos acidentes causados por objetos perfuro
cortantes descartados incorretamente em lixeiras (embalagens) de resíduos:
Ano
2012
2013
2014
Acidentes registrados
22
07
03
5. Conclusão
Apesar de não termos conseguido atingir nosso objetivo em todos os quesitos, houve uma redução
no número de acidentes com material perfuro cortante devido ao descarte incorreto, aumento dos
recicláveis e aumento no número de funcionários treinados.
Como oportunidade de melhoria futura

Contratar empresa para implantação da coleta seletiva em toda Instituição

Realizar treinamento para intranet por categoria de público

Reciclagem dos campos cirúrgicos descartáveis

Realizar treinamento para a equipe médica
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Projeto de Redução dos Resíduos e Descarte Correto