IX Latin American IRPA Regional Congress on Radiation Protection and Safety - IRPA 2013
Rio de Janeiro, RJ, Brazil, April 15-19, 2013
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA - SBPR
INCENTIVANDO A PRÁTICA DA RADIOPROTEÇÃO
Natanael O. Silva1, José N. S. Junior2, Jessyca B. Silva3 and Paulo C. N. Cunha4
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Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL
Rua Doutor Jorge de Lima, nº 113 – Trapiche da Barra
57010-300 Maceió, AL
[email protected]
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Escola Técnica de Saúde Santa Bárbara
Rua 30 de Outubro, nº 48 - Centro
57300-380 Arapiraca, AL
[email protected]
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Escola Técnica de Saúde Santa Bárbara
Rua 30 de Outubro, nº 48 - Centro
57300-380 Arapiraca, AL
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Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL
Rua Doutor Jorge de Lima, nº 113 – Trapiche da Barra
57010-300 Maceió, AL
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RESUMO
Embora a radiação ionizante esteja presente desde os primórdios dos tempos, não foi identificada até o ano de
1895 quando Wilhelm C. Roentgen descobriu os raios X. A proteção radiológica dos trabalhadores
ocupacionalmente expostos à radiação ionizante (Raios-x diagnósticos, Medicina Nuclear, Radioterapia e
Odontologia) é essencial para minimizar o surgimento de efeitos deletérios das radiações. As formas de se
reduzir a possível exposição dos trabalhadores são: Tempo, Distância e Blindagem. A radioproteção tem como
finalidade mais importante fornecer condições seguras para as atividades que envolvem radiações ionizantes,
condições básicas de segurança que devem ser observadas no exercício profissional, cabendo ao profissional ter
pleno conhecimento do assunto e aprofundar-se na revisão das normas e diretrizes relacionadas à radioproteção
estabelecidas pela Vigilância Sanitária e Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. Como a radioproteção
deve ser considerada de inteira importância para o trabalhador. O trabalho realizado em uma escola de nível
técnico para o curso técnico em radiologia, onde os estudantes são incentivados a refletir sobre a proteção
radiológica de si, dos pacientes e do ambiente. Desenvolvido desde julho de 2012, com a participação de 30
alunos, sendo um líder de turma e três professores auxiliando no desenvolvimento do projeto. Com esse projeto
houve uma conscientização, tanto dos alunos, quanto dos instrutores de estágio que acompanham o dia a dia dos
alunos e dos próprios colegas de profissão. Seguindo um mesmo objetivo em 2013 o projeto continua com mais
adeptos a radioproteção.
1. INTRODUÇÃO
A radioatividade e as radiações ionizantes não são percebidas naturalmente pelos órgãos dos
sentidos do ser humano, diferindo-se da luz e do calor. Talvez seja por isso que a humanidade
não conhecia sua existência e nem seu poder de dano até os últimos anos do século XIX,
embora fizessem parte do meio ambiente.
Em 1895, o pesquisador alemão Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os raios X, cujas
propriedades despertaram o interesse da classe médica. Os raios X atravessavam o corpo
humano, provocavam fluorescência em determinadas substâncias e impressionavam chapas
fotográficas. Eles permitiam obter imagens do interior do corpo. Sua aplicação foi rápida,
pois em 1896 foi instalada a primeira unidade de radiografia diagnóstica nos Estados Unidos.
Naquele mesmo ano, em 1896, Antoine Henri Becquerel anunciou que um sal de urânio com
que ele fazia seus experimentos emitia radiações espontaneamente. Mais tarde, mostrou que
essas radiações apresentavam características semelhantes às dos raios X, isto é atravessavam
materiais opacos, causavam fluorescência e impressionavam chapas fotográficas.
As pesquisas e as descobertas sucederam-se. O casal Pierre e Marie Curie foi responsável
pela descoberta e isolamento dos elementos químicos naturalmente radioativos - o polônio e
o rádio.
Desde a descoberta até os dias de hoje surgiram várias modificações nos aparelhos iniciais a
fim de se reduzir a radiação ionizante usada nos pacientes, pois acima de certa quantidade é
prejudicial à saúde. Assim foram surgindo tubos de Raios X, diafragmas e grades
antidifusoras para diminuir a quantidade de Raios X assim diminuindo a radiação secundária
que, além de prejudicar o paciente, prejudicava a imagem final.
A profissão de Técnico em Radiologia do Brasil tornou-se realidade em 1975 quando o
Deputado Federal Dr. Gomes do Amaral deu entrada na Câmara dos Deputados Federais,
após muitas lutas com ida e volta o processo para regularização da profissão, sendo aprovado
pela Câmara dos Deputados Federais e encaminhando ao Senado Federal. Nesta jornada,
destacou-se a figura do Sr. Jair Pereira da Silva, presidente da Associação dos Técnicos do
Estado de Goiás, que politicamente conseguiu amizades com as mais iminentes figuras da
Política local e de Brasília, principalmente o Ilmo. Senador da República Henrique Santillo e
seus assessores diretos.
A Lei 7.394, que regulamenta a profissão, foi sancionada pelo Excelentíssimo Senhor
Presidente da República Dr. José Sarney e pelo Excelentíssimo Senhor Ministro do Trabalho
Dr. Almir Pazzianoto dia 29 de outubro de 1985.
Técnicos em radiologia trabalham sob condições inadequadas, do ponto de vista de
segurança, tais como a falta de sinalização indicando a utilização de radiação, ausência de
vidro plumbífero, EPIs insuficientes em quantidade e especificidade e desatenção às
precauções padrão, o que é preditivo de agravos à saúde do trabalhador. Assim como os
profissionais técnicos, estudantes de odontologia demonstraram alguma negligência no uso
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de EPIs e nas condutas de biossegurança em relação ao contato com a radiação, conforme
apontado num estudos.
2. Princípios da radioproteção
A principal finalidade da proteção radiológica é proteger os indivíduos, seus descendentes e a
humanidade como um todo dos efeitos danosos das radiações ionizantes, permitindo, desta
forma, as atividades que fazem uso das radiações. Para atingir essa finalidade, três princípios
básicos da proteção radiológica são estabelecidos: Justificação, Limitação de dose e
otimização.
2.1. Justificação
Toda exposição à radiação ionizante pode levar a algum risco de dano à saúde humana, e este
risco aumenta com o aumento da exposição. Consequentemente, qualquer aplicação da
radiação que conduza a um aumento da exposição do homem deve ser justificada, para
garantir que o benefício decorrente dessa aplicação seja mais importante que o risco devido
ao aumento a exposição.
2.2. Limitação de dose
Limites de dose representam um valor máximo de dose, abaixo do qual os riscos decorrentes
da exposição à radiação são considerados aceitáveis. No caso das radiações ionizantes, são
estabelecidos limites de dose anuais máximos admissíveis (LAMA), que são valores de dose
às quais os indivíduos podem ficar expostos, sem que isto resulte em um dano à sua saúde,
durante toda sua vida. Para o estabelecimento dos limites máximos admissíveis para
trabalhadores foram considerados os efeitos somáticos tardios, principalmente o câncer.
2.2.1Existem duas situações em que as pessoas podem estar sujeitas às radiações ionizantes:
(a) situação normal: situação em que a fonte radiativa está controlada e a exposição pode ser
limitada com o emprego de medidas adequadas de controle.
(b) situação anormal ou acidental: situação em que se perde o controle sobre a fonte de
radiação e a exposição, portanto, deve ser limitada unicamente com medidas corretivas.
2.3. Otimização
Ainda que a aplicação das radiações ionizantes seja justificada e que os limites de dose sejam
obedecidos, é necessário otimizar os níveis de radiação, ou seja, a exposição de indivíduos a
fontes de radiação deve ser mantido “tão baixo quanto razoavelmente exequível”, filosofia
ALARA (as low as reasonably achievable), considerando-se fatores sociais e econômicos.
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3. Uso de Equipamento de Proteção Individual - EPI
Considerando que muitos técnicos desempenham suas funções em ambiente sem renovação
adequada do ar, com sistemas deficientes de ventilação, preparam soluções e revelam
radiografias, sem EPI adequado, entre outros riscos físicos, químicos, ergonômicos e
psicossociais, este estudo reveste-se de relevância, na medida em que busca explorar
morbidades.
São equipamentos de proteção que devem ser usados no trabalho direto à fonte de radiação:
vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco e luva de segurança para proteção
das mãos contra radiações ionizantes, assim como anteparos de vidro plumbífero. Além
disso, considerando as atividades exercidas, são recomendados EPIs tais como luvas,
máscaras e aventais de látex nitrílico para proteção contra os agentes químicos usados
durante a preparação de soluções e máscaras próprias para retenção de impurezas menores do
que 5 m contra os agentes biológicos que expõem o trabalhador durante os exames.
Estudos demonstram que profissionais e/ ou estudantes de alguns hospitais ou centros de
saúde há negligência quanto ao uso/disponibilidade de todos os EPIs necessários ao trabalho
nesta atividade. Nem todos os sujeitos que têm contato com radiação ionizante, utilizam-se de
métodos de radioproteção individual tais como protetores de gônadas, de tireoide, luvas,
óculos plumbíferos, biombo de proteção individual, entre outros, embora os aventais sejam
usados por muitos o que demonstra a necessidade de investimentos em formação acadêmica e
em educação permanente em saúde, de forma a prevenir agravos.
3. CONCLUSÕES
O projeto “Incentivando a radioproteção” surgiu da ideia de receios e interrogações dos
estudantes, desde as primeiras aulas até a prática de estagio. Onde seus maiores medos ou
mitos, são referentes à radiação e o câncer. Daí surgindo à ideia de orientar desde o inicio do
estudo do curso técnico em radiologia. Como o projeto teve inicio em julho de 2012, e apenas
dois módulos com quatro disciplina cada foi concluído em dezembro de 2012. Mesmo com
pouco tempo de ação, já se observa nas reuniões sobre radioproteção que a visão dos alunos
em relação ao tema já surtiu efeitos, pois, alem do contato com a legislação o estudante pode
tirar suas duvidas e ser consciente no momento de seu estagio e durante sua vida profissional,
usando adequadamente os equipamentos para sua proteção, proteção do paciente e do meio
ambiente.
Mediante a análise dos dados que ao observados em alguns estudos pode-se inferir que a
saúde dos trabalhadores em radiologia é vulnerável a riscos. Embora as doenças tenham sido
pouco citadas, o uso dos EPI’s é negligenciado por alguns e os conhecimentos a respeito da
legislação sobre a segurança no trabalho é deficitário, o que sugere a necessidade de
educação permanente em saúde. Sugerem-se, como futuras pesquisas, a análise de doses
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absorvidas de radiação e a correlação com as doenças apresentadas ao longo da atuação do
trabalhador no serviço.
É importante citar que este trabalho de incentivo a radioproteção, é também um meio para
que as escolas de nível técnico possam interagir com seus alunos e professores de uma
necessidade maior de pesquisa, que mesmo de maneira simples, surte grandes efeitos na
conscientização do estudante, do futuro profissional a ser formado e de trabalhadores dos
serviços de radiologia.
Mencionamos ainda que este estudo não tem o intuito de ser concluído tão já, mas sim ser
propagado nas demais turmas que venha a se formar na Escola Técnica de Saúde Santa
Bárbara em Arapiraca/AL/Brasil. Como se pode perceber, o tema é um campo fértil para
pesquisas, na medida em que incita mudanças nos condicionantes de saúde, doença e
trabalho. Respeitar o trabalhador, otimizando proteção radiológica e oportunizando espaços
de educação permanente em saúde, efetivamente, contribui para a prevenção de agravos e
consciência dos trabalhadores em radiologia e dos que dela dependam.
AGRADECIMENTOS
Nossa gratidão a Deus. Outro agradecimento especial à oportunidade de mostrar nosso
trabalho que mesmo sem conclusão, mas, que já geram frutos no processo de interação entre
alunos, professores e profissionais na ativa da área de radiologia. Ao IX Congresso LatinoAmericano de Proteção Radiológica. A Escola Técnica de Saúde Santa Bárbara de
Arapiraca/AL e da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL,
Maceió/AL e a Escola Técnica de Saúde Profª. Valéria Hora, Maceió/AL. Aos alunos do
curso Técnico em Radiologia da turma “F” de Arapiraca/AL. A todos que se empenham que
tenham sucesso.
REFERENCIAS
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IRPA 2013, Rio de Janeiro, RJ, Brazil.
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