2021 Trabalho 3159 - 1/4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PREVENÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NAS ESCOLAS FERREIRA JÚNIOR, Antonio Rodrigues1 MONTE, Marília Oliveira Quixadá 2 SOUSA, Rosalice Araújo de3 LIMA, Tereza Monica Souza de 4 PEREIRA, Aline Souza5 ALBUQUERQUE, Vera Ligia Montenegro de 6 Resumo As Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST estão entre os problemas de Saúde Pública mais freqüentes no mundo, envolvendo as várias etapas do desenvolvimento humano, especialmente na adolescência. Souza (2004), nos informa que se faz necessária uma visão mais ampla acerca do adolescente, considerando principalmente as três etapas que ele está atravessando: a Adolescência Precoce, quando suas preocupações estão voltadas às modificações do próprio corpo; a Média, onde eles procuram uma identidade por meio da busca contínua de grupos de iguais e a Tardia, quando o comportamento de adulto começa a ser visualizado e torna-se importante a estabilidade social. Geralmente nesta etapa do ciclo vital ocorrem as primeiras experimentações sexuais e a educação em saúde constitui uma possibilidade de otimizar o conhecimento das doenças, prevenindo situações desestabilizadoras do processo saúde-doença, sendo a sala de aula boa opção para abordar o assunto. Ferreira et al.(2000) e Martins (2000), complementam assinalando que essa parcela populacional necessita de um olhar diferenciado por parte dos profissionais de Enfermagem, com o intuito de diminuir riscos biológicos e Enfermeiro. Aluno do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Email: [email protected]. Membro efetivo do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Acidentes e Violência (NEPAV). 2 Enfermeira. 3 Enfermeira. Aluna do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza – UNIFOR. 4 Enfermeira. 5 Enfermeira. Aluna do Mestrado em Saúde Coletiva da UNIFOR. Bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). Membro efetivo do NEPAV. 6 Enfermeira. Professora da UNIFOR. 1 2022 Trabalho 3159 - 2/4 emocionais que geralmente acompanham os indivíduos durante a passagem por esse período do ciclo vital humano. Salienta-se que o cumprimento do papel social e político do enfermeiro possui como condição essencial o desenvolvimento de ações propiciadoras de comportamentos saudáveis na sociedade. Ramos, Pereira e Rocha (2001), nos remetem à organização da assistência desse grupo, pois há necessidade da multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, por ser característico do quadro de saúde dos adolescentes possuírem inúmeras peculiaridades. Conforme Rocha (2000), o interesse do trabalho com adolescentes é que o grupo é jovem o bastante para ser permeável à prevenção, às modificações e construções, e suficientemente receptivo para ser estimulado à crítica, ao autoconhecimento e reflexão. Bydlowski, Westphal e Pereira (2004), nos relatam que a saída está em estimular não somente os profissionais e técnicos para o desenvolvimento de ações promotoras de saúde coletiva, como também as escolas, preocupadas em construir ambientes saudáveis em união com a comunidade, sendo peça fundamental para a resolução de problemas comuns. Portanto o estudo objetivou demonstrar os efeitos da Educação em Saúde relacionada à prevenção de DST em adolescentes de uma escola de ensino médio analisando o grau de conhecimento, compreensão e aprovação das ações desenvolvidas nas escolas. Realizou-se uma ação de educação em saúde com metodologias ativas em uma escola pública de Fortaleza – CE, no período de março a abril de 2009, nos turnos da tarde e noite. Os sujeitos foram 190 adolescentes de 15 a 22 anos, tendo sido utilizadas dinâmicas de grupo, roda de conversa, exposição de slides, álbum seriado, simulações de métodos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e avaliação do aprendizado. Observou-se que os jovens apresentam deficiências em relação ao conteúdo abordado, pois muitos tiveram uma iniciação sexual precoce, que contribuiu para deixá-los suscetíveis a adquirirem DST, por não conhecerem o próprio corpo, bem como também a não utilização do preservativo pelos adolescentes. Embora fique claro pela experiência vivenciada que eles confirmem sua importância, ocorrendo assim, incoerência entre conhecimento e prática. Pode-se inferir que há carência de informações, mas especialmente de ambientes propiciadores de discussões acerca da temática, possibilitando mudança de práticas, evitando a adoção de condutas 2023 Trabalho 3159 - 3/4 tidas como impróprias em suas experiência sexuais. Ressaltamos que a Enfermagem pode exercer papel importante na promoção da saúde dos adolescentes por meio de elaboração de atividades educativas nas escolas visando estimular os jovens para a realização de práticas promotoras da saúde, almejando um comportamento sexual saudável, contribuindo para reduzir a incidência dessas doenças. Descritores: Comportamento do Adolescente; Saúde do Adolescente; Enfermagem em Saúde Pública. . Referências Bibliográficas FERREIRA, M. A. et al. Inserção da saúde do adolescente na formação do enfermeiro: uma gestão de cidadania. In: RAMOS, F.R.S.;MONTICELLI, M.; NITSCHKE, R.G. (orgs.).Projeto Acolher um encontro da Enfermagem com o adolescente brasileiro. Brasília: ABEn/ Governo Federal, 2000, p. 68-72. BYDLOWSKI, Cynthia Rachid; WESTPHAL, Márcia Faria; PEREIRA, Isabel Maria Teixeira Bicudo. Promoção da saúde. Porque sim e porque ainda não!. Saude soc., São Paulo, v. 13, n. 1, abr. 2004 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0104-12902004000100003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em15 jun. 2009. doi: 10.1590/S0104-12902004000100003. MARTINS, A. L. et al. Mortalidade materna x gravidez na adolescência: um desafio para a Enfermagem. In: RAMOS, F.R.S.;MONTICELLI, M.; NITSCHKE, R.G.(orgs.).Projeto Acolher um encontro da Enfermagem com o adolescente brasileiro. Brasília: ABEn/ Governo Federal, 2000, p. 98-104. RAMOS, F.R.S.; PEREIRA, S.M.; ROCHA, C.R.M. da. Viver e adolescer com qualidade. In: RAMOS, F.R.S. Adolescer: compreender, atuar, acolher. Projeto Acolher/Associação Brasileira de Enfermagem. Brasília: ABEn, 2001. p-19-32. SOUZA, R. P. Adolescência: abordagem ao adolescente. In: DUNCAN, B. B.; SCHMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R. J. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004, p. 305-312. 2024 Trabalho 3159 - 4/4