Tipo de Clipping : Web Canal : Fernando Quércia Advogados Associados Veículo : Site Brand Press Data :24/07/2013 A verdadeira face da democracia: protestos, uma arma a favor do povo Há muito não se presenciava os hodiernos acontecimentos: multidões de pessoas reunidas pelos Entes Federativos deste País, em um brado retumbante por mudanças. Orlas de cidadãos protestando por um Brasil mais digno e honrado, trazendo à tona a etimologia do verbo protestar, vernáculo emanado do latim protestari, transladado para nosso idioma, significa declarar em público. Ato reconhecido mundialmente e objeto de manchetes de capa de vários jornais internacionais. Para nós filhos deste solo, vemos nestes protestantes verdadeiros cidadãos brasileiros que fazem bramir o real significado da democracia; forma de governo oriunda da principal cidade da Grécia Antiga, Atenas, onde a democracia era exercida de uma forma direta, quando os cidadãos reuniam-se em praça pública, por fito de discutir assuntos e problemas da sociedade em que habitavam. Com o aumento das cidades, esse modo de democracia tornou-se insustentável, surgindo a democracia indireta, onde o povo escolhia pessoas, seus representantes para discutir estes mesmos assuntos. Forma de governo adotada no Brasil e grafada no parágrafo único do artigo 1º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, qual garante que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição.” O povo, por meio do sufrágio universal, elege os seus representantes, verdadeiros mandatários do poder, que exercem mandatos em nome do povo e a este devem satisfação. Noutro norte, nada obsta que este mesmo povo que exerce o poder de uma forma indireta, possa exercê-la de uma forma direta, reunindo-se ‘‘pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização’’ e bradando a plenos pulmões por mudanças. Os protestos perfazem uma verdadeira arma a favor do povo, figurando no rol das garantias individuais preconizadas pelo artigo 05 da Constituição Federal e inexoravelmente perfazem o núcleo constitucional intangível como cláusula pétrea. A posteriori do indubitável caráter legalístico dos atos, tem-se a fulgente certeza que os atos que se abrolham por este País retumbam o alarido de um povo que discorda com as atitudes de seus mandatários, que usam do poder de uma forma esdrúxula, em benefícios por vezes pessoais, investindo o erário de forma até desdenhosa, em desperdícios homéricos e investimentos malfadados. Quiçá, o Dia D da revolta de um povo que segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT, labora anualmente cento e cinquenta dias somente para adimplir com os impostos, tenha se dado com o choque de realidade discrepante, onde de um lado os Administradores deste País, por nós eleitos, investem bilhões de reais públicos em suntuosas obras para um evento de pouco mais de um mês, e de outro, o brasileiro, que não apenas um mês, mas para seu infortúnio, diuturnamente, enfrenta o calvário dos transportes públicos, assolado pela insegurança das cidades, acuado pelo medo, por vezes frustrado com uma lida diuturna mal remunerada, da saúde pública em colapso, de cidades mal pavimentadas, saboreando todos os dias o fel de adimplir com uma das maiores carga tributárias do mundo e como retorno usufruir um dos piores serviços públicos do mundo. Paradoxal, mas é a veracidade de um povo, anátema que por muitos anos assolou o Brasil. Os recentes episódicos, protestos em escala progressiva, esposam a esperança de que o gigante adormecido, o povo brasileiro, outrora conformado e confinado, que nunca se armou e foi à luta, levante-se do seu sono, revelando o verdadeiro impávido colosso, fazendo ruir grilhões da injustiça e enfim o ''sol da liberdade, em raios fúlgidos'' resplandeça sobre esta nação, varrendo a faceta de uma democracia apática, e em seu lugar renasça uma nova realidade, onde muito se arrecada e muito se faz em favor destes munícipes e, quiçá, finalmente o povo que hoje clama e protesta, possa presenciar o seu dinheiro, arrecadados em altas cargas tributárias, fomentando a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça, valores supremos de uma sociedade e dignos ao decoro de um povo heroico. *** Artigo escrito pelo estagiário do escritório Fernando Quércia Advogados Associados, Eliel Moraes. LINK: http://www.brandpress.com.br/central-de-releases/governo/leis/27525/a-verdadeiraface-da-democracia-protestos-uma-arma-a-favor-do-povo.html