Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias - Português
Ensino Médio, 3º Ano
Prosa, poesia, teatro e o mundo atual.
LÍNGUA PORTUGUESA, 3º Ano do Ensino Médio
Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Imagem: Eduardo Valadares / Creative Commons Attribution 2.0
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PROSA, POESIA, TEATRO E O MUNDO ATUAL
Teatro Santa Isabel – Recife – PE
LÍNGUA PORTUGUESA, 3º Ano do Ensino Médio
Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a sociedade
passou por muitas transformações. Era a civilização
contemporânea que surgia trazendo consigo a velocidade da
informação. A televisão já não era mais o veículo mais rápido
na transmissão de informações. Surgia a internet trazendo em
tempo recorde os acontecimentos do mundo. O
conhecimento estanque, absoluto, já não tinha mais espaço.
Era chegada a globalização. As diferenças sociais
aumentaram. Enquanto alguns países melhoram a qualidade
de vida de seus habitantes, outros são massacrados por
guerras e pela ignorância que cresce entre as populações,
como as da África, onde ainda morrem crianças vitimadas
pela fome ou por doenças decorrentes da AIDS. Surge aí a era
dos extremos.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
No Brasil, vivenciavam-se os tempos difíceis da ditadura,
da repressão, da tortura enquanto também se vivia um
momento de intensa e rica produção cultural, que reagia
contra os problemas sociais como preconceitos e
moralização hipócrita. Nesse cenário, surgia o cinema novo,
o tropicalismo, o teatro engajado, e músicas de protestos
( Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque entre outros).
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Na literatura, com o desenvolvimento das novas
tecnologias, não havia mais a separação entre a arte culta e a
arte popular, o que importava no momento era a
comunicabilidade. Houve uma incorporação entre todas as
estéticas passadas de forma inovadora. E como forma de
tornar os problemas sociais mais leves, investe-se no humor
e no erotismo, muitas vezes, problemas sérios são tratados
com humor. Na prosa brasileira, destacamos o conto, a
crônica e o romance.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
O conto passa a ter um papel relevante na literatura, talvez
como forma de explorar a semelhança entre esta e a notícia
pela facilidade dos textos serem curtos e apresentarem
elementos do cotidiano urbano contemporâneo, como a
violência, a religião, a moral entre outros.
Leia um fragmento do conto de Dalton Trevisan, onde o leitor
pode reconstruir toda a angústia sentida pelo personagem.
(...)
O Senhor conhece um tipo azarado? Esse sou eu. Em
janeiro bati o carro, não tinha seguro. Depois roubam o tocafitas, nem era meu. Vendi os bancos para um colega e recebo
só a metade. Em março, despedido da firma onde trabalhei
sete anos. Empresto o último dinheirinho a outro amigo, que
não me paga. Vou a um bailão, não danço e acabo apanhando.
(...)
TREVISAN, Dalton. 111 Ais. Porto Alegre: L&PM, 2000. P. 47.
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Outros contistas que se destacam por essa mesma temática
são: João Antônio, Sérgio Sant’anna, Ricardo Ramos,
Domingos Pellegrini Jr. E Inácio de Loyola Brandão.
Murilo Rubião e J.J. Veiga trouxeram uma nova proposta
para os contos, o realismo fantástico que trata do real e do
sobrenatural. Moacyr Scliar também se aproximou dessa
vertente, não tratando do sobrenatural, mas do pouco
comum, do extraordinário. No conto O centauro no jardim,
Moacyr conta a história de um menino que nasce centauro e
os pais o isolam do mundo.
Destacaram-se na literatura brasileira contemporânea,
escritores como Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Teles,
Autran Dourado, Luiz Vilela, Fernando Sabino, Heloísa Seixas
e Otto Lara Rezende com suas obras de ficção introspectiva e
reflexiva.
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Outro tipo de gênero narrativo muito popular na literatura
contemporânea é a crônica. Rubem Braga, Otto Lara
Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino foram
alguns escritores que ajudaram a manter vivo o prestígio do
gênero. Na atualidade, merecem destaque Carlos Heitor Cony,
Luis Fernando Veríssimo e Martha Medeiros pela legião de
leitores que conquistaram. Gênero de forte tradição,
publicado por grandes escritores como Machado de Assis,
José de Alencar, Carlos Drummond e Manuel Bandeira hoje
ocupa espaços fixos nos principais jornais do país.
Heitor Cony transformou a crônica em um espaço que
combina reflexão e denúncia.
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Foi eleito para a cadeira 3, cujo
patrono é Artur de Oliveira, em 23 de
março de 2000, sendo o seu quinto
ocupante. Foi recebido em 31 de maio
do mesmo ano, por Arnaldo Niskier.
Suas qualidades literárias e
estilísticas são, porém, contestadas
por boa parte da crítica, que as julga
supervalorizadas graças aos contatos
VIP de Cony no mundo político,
financeiro e filantrópico. É
editorialista da Folha de São Paulo.
Cony transformou a crônica em um
espaço que combina reflexão e
denúncia.
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Luis Fernando Veríssimo
Conhecido por suas crônicas
e textos de humor, que adotou
como base para desencandear o
processo analítico da realidade,
publicados diariamente em vários
jornais brasileiros, Verissimo é
também cartunista e tradutor,
além de roteirista de televisão,
autor de teatro e romancista.
Desenhou por dois anos a tira As
cobras.
Imagem: Marcello Casal Jr./ABr / Creative
Commons Attribution 3.0 Brazil
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Martha Medeiros
Faz parte da novíssima geração de cronistas gaúchos e
conquista legiões de leitores interessados em suas
reflexões sobre os relacionamentos amorosos. Em comum
com Veríssimo, a autora tem a capacidade de expor o
ridículo de alguns comportamentos humanos.
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O romance na atualidade voltou-se mais para genêros
populares como a narrativa ficcional, a policial e a de ficção
científica. Alguns escritores contempâneos prosseguiram
com os romances regionais. João Ubaldo Ribeiro é um dos
mais conhecidos nessa vertente. Outros que aderiram a essa
tendência foram Márcio Souza, Mário Palmério, Bernardo Elis
e José Cândido de Carvalho.
Nos anos 70, alguns autores denunciaram os problemas
enfrentados pela ditadura militar através de seus romances,
entre eles estão: Renato Tapajós, Alfredo Sirkis, Fernando
Gabeira e Marcelo Rubens Paiva.
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Na linha de ficção memoralista, ganhou destaque
especial Antonio Callado com seu romance Quarup, onde ele
traça um panorama político e social do Brasil desde fins da
era Vargas até a ditadura militar. Outros escritores que
trabalharam na mesma linha memoralista foram: Ivan
Ângelo ( A Festa), Rubem Fonseca ( Agosto) e Carlos Heitor
Cony ( Quase Memória).
Milton Hatoum e Raduan Nassar são escritores atuais que se
destacam pela qualidade literária dos seus romances
memoralistas.
Nos romances policiais, ganharam destaque Luiz Alfredo
Garcia-Roza, Patricia Melo e Jô Soares, já nos romances
intimistas, Lygia Fagundes Telles, Lya Luft e Nélida Piño.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
De 1980 para cá, além da permanência de autores surgidos
em outras fases, registra-se a estreia de diversos escritores.
Prevalece a temática urbana, flagrando a violência, a exclusão
social e os desequilíbrios psicológicos decorrentes de um
contexto social caótico.
A partir da década de 1990, com a volta da democracia, a
literatura politizada e de protesto perde terreno, mas
continuam a ser trabalhados os temas da violência urbana e
da exclusão social. Paulo Lins, com Cidade de Deus (1997), é
um dos nomes em destaque dessa geração.
Do grupo conhecido como geração 90 sobressaem Marçal
Aquino e Fernando Bonassi.
Nos anos 2000, começa a ganhar corpo uma literatura
também chamada de marginal, por documentar a vida em
bairros violentos das grandes metropóles e nas prisões,
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Como em Capão pecado (2000), de Ferréz (Reginaldo Ferreira
de Sá), que nos apresenta um relato do quotidiano do bairro
de Capão Redondo, em São Paulo.
Jovens autores retomam alguns procedimentos da prosa
imediatamente anterior à sua geração e introduzem nela
traços inovadores. Fica evidente a multiplicidade de
tendência na prosa brasileira contemporânea e as
dificuldades de agrupar os autores em tendências,
especialmente os mais recentes. Luis Ruffato, Marcelo
Mirisola e André Sant’Anna são apenas três dos nomes que
se firmam no panorama literário contemporâneo.
FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; JÚNIOR, José Hamilton Maruxo.
Linguagem e Interação;v.3. 1ª ed. Editora Ática: São Paulo- 2011. p.306.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
A poesia no mundo atual
A poesia viveu anos agitados na década de 70.
Influenciados pela Tropicália, os autores criaram a poesia
marginal. Cópias das poesias eram penduradas em varais,
jogadas do alto de edifícios e distribuídas de mão em mão.
Com muita alegria e humor, mostravam os diferentes
caminhos para a crise que calava a sociedade brasileira.
Chacal Charles, Ronaldo Bastos, Ledusha, Cacaso, Francisco
Alvim, Pedro Lage, Luiz Olavo Fontes, Afonso Henrique,
Glauco Mattoso, Roberto Piva e outros participaram desse
movimento.
Com um caráter inovador desse tipo de poesia ganha
destaque Paulo Leminsk.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
A reinvenção da linguagem e a redescoberta do cotidiano
são características da poesia contemporânea. Manuel de
Barros destaca-se nessa nova cena literária, através das
palvras aprendemos a lançar um novo olhar para o mundo.
Leia um fragmento do poema “Retrato do artista quando
coisa”:
(...)
Retrato do artista quando coisa: borboletas
Já trocam as árvores por mim.
Insetos me desempenham.
Já posso amar as moscas como a mim mesmo.
Os silêncios me praticam.
LÍNGUA PORTUGUESA, 3º Ano do Ensino Médio
Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
De tarde um dom de latas velhas se atraca
em meu olho
Mas eu tenho predomínio por lírios.
Plantas desejam a minha boca para crescer
por cima.
Sou livre para os desfrutes das aves.
Dou meiguice aos urubus.
Sapos desejam ser-me.
Quero cristianizar as águas.
Já enxergo o cheiro do sol.
(...)
BARROS, Manuel de. Retrato do artista quando coisa.
Rio de Janeiro: Record, 1998. P. 11. ( Fragmento).
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Outro nome de destaque é o de Adélia Prado, mineira,
admiradora de Drummond, que segue seus passos na
transformação de pequenas situações cotidianas em poemas
cujo lirismo quase se pode tocar, e retoma uma tendência
inaugurada por outro grande mestre, Manuel Bandeira.
Leia um de seus poema onde ela faz uma paródia da poesia
de Drummond, Poema de sete faces.
Com licença poética – Adélia Prado
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
http://pensador.uol.com.br/autor/adelia_prado/
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Dos anos 80 até hoje, não é possível enquadrar a produção
literária das últimas três décadas sob rótulos. O que se
observa de 1960-70 até hoje é uma multiplicidade de
tendências e autores inovadores ao mesmo tempo que se
mantêm estilos consagrados.
De 1980 a 2000, nota-se grande diversidade de estilos.
Diversos poetas contemporâneos assimilaram a lição dos
modernistas. Outros optaram por retomar o lirismo romântico
ou, ainda, escolheram se manter na vanguarda da crítica
social.
FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; JÚNIOR, José Hamilton Maruxo.
Linguagem e Interação;v.3. 1ª ed. Editora Ática: São Paulo- 2011. p.306.
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O teatro no mundo atual
Tudo começou com a peça “Vestido de Noiva” de Nelson
Rodrigues. Antes, a produção teatral brasileira não tinha
muita relevância. Na maioria das vezes, as peças exibidas no
teatro eram estrangeiras. A peça é apresentada com uma
linguagem criativa, foi dividida em três planos: o da
realidade, o da alucinação e o da memória. Essa divisão
representou uma inovação nunca vista no palco. É
considerada pelos críticos a obra que melhor se encaixa na
definição de peça psicológica. Dez anos depois da peça
Vestido de Noiva, surge no teatro brasileiro, Jorge Andrade,
com a peça A moratória, que também significou uma
inovação ao trazer o Brasil rural para o teatro. Essa tendência
foi seguida por outros dramaturgos.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Em 1957, Ariano Suassuna
atribui à sociedade rural um novo
tratamento, fundindo em sua obra
tendências opostas como: o
espontâneo e o elaborado, o
popular e o erudito. A peça O auto
da compadecida é um exemplo
bem-sucedido. A peça conta
histórias folclóricas associadas a
manifestações de religiosidade. É
uma obra inspirada nas obras de
Gil Vicente.
Imagem: Wilson Dias / Creative Commons
Attribution 3.0 Brazil
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
A partir daí, surgiram outros dramaturgos que
revolucionaram e revolucionam o teatro brasileiro.
Surge o teatro de arena, que trouxe para o palco os
problemas sociais causados pela industrialização da
sociedade brasileira. Fizeram parte dessa tendência:
Gianfrancesco Guarnieri ( Eles não usam blak-tie-1958),
Oduvaldo Viana Filho ( Rasga coração), Dias Gomes ( O
pagador de promessas). Na década de 60, aparece mais um
autor revolucionário, Plínio Marcos, com as peças Dois
perdidos numa noite suja e Navalha na carne, que traz à tona
o problema da marginalidade e a hipocrisia da sociedade
brasileira.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Nos anos 70, inicia-se o teatro experimental, com
interpretações mais despojadas e de criação coletiva. A
primeira obra escrita nessa tendência foi Trate-me leão (1977),
dirigido por Vaz Pereira, Regina Casé e Luis Fernando
Guimarães. Era uma peça para a qual não havia cenário e
muitas passagens eram improvisadas.
Mais recentemente, o teatro do “besteirol” (esquetes
criados para explorar situações cômicas da vida cotidiana)
tem ajudado a dramaturgia brasileira a cair novamente nas
graças do público. Peças como Batalha de arroz num ringue
para dois, de Mauro Rasi, e Como encher um biquíni
selvagem, Miguel Falabella, tornaram-se sucesso imediato,
lotando centenas de apresentações feitas ao longo dos anos.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Hoje, o teatro brasileiro conta com vários autores de
grande estilo que produzem peças dramática e cômica
maravilhosas. Entre eles destacamos Juca de Oliveira, Maria
adelaide Amaral, Walcyr Carrasco, Leilah Assunção, Millôr
Fernandes, Fernando Bonassi , Naum Alves de Souza, Mário
Bortolotto e Rubens Rewald.
De 1980 para cá, além da permanência de autores
surgidos em outras fases, registra-se a estreia de diversos
escritores. Prevalece a temática urbana, flagrando a violência,
a exclusão social e os desequilíbrios psicológicos
decorrentes de um contexto social caótico.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Literatura na era da internet
Com o acesso à internet, difundiu-se o hipertexto: “ uma
nova forma de documentos compostos por textos
formatados e ligações (links) a outros documentos, os quais
poderão ser do tipo hipertexto ou mesmo imagens, sons,
vídeos, etc.”.
Na literatura, a linguagem digital possibilita a grande
difusão do que se chama de hipernarrativa e de poesia
digital. A hipernarrativa apresenta uma estrutura diferente da
narrativa convencional: o leitor pode escolher, por exemplo,
uma sequência entre os vários caminhos possíveis na
história, desde que tenha o CD-ROM como mídia.
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Prosa, poesia, teatro e o mundo moderno
Quando a mídia é a internet, ampliam-se os caminhos, pois
os links conduzem a outras obras, que remetem a outras, e
assim por diante. As hipernarrativas apresentam a
possibilidade de escolher vários começos e diferentes finais
para as narrativas.
A poesia digital tem suas raízes no poema concreto e no
poema objeto. Distingue-se da poesia veiculada no meio
impresso pelo fato de ser criada na linguagem digital, ser
veiculada por essa linguagem e poder ser acessada apenas
por meio de interfaces digitais. O CD-ROM Interpoesia, de
Philadelpho Menezes e Wilton Azevedo (2000), é um exemplo
de obra dessa natureza. Outro CD-ROM, Córtex, lançado em
2003, apresenta trabalhos em poesia composta na linguagem
digital ao lado de poesia visual.
FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; JÚNIOR, José Hamilton Maruxo.
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Algumas poesias contemporâneas
Poesia Marginal
Contranarciso
Paulo Leminsk
Em mim
Eu vejo o outro
E outro
E outro
Enfim dezenas
Trens passando
Vagões cheios de gente
Centenas
O outro
É você
Você
E você
Assim como
Eu estou com você
Eu estou nele
Em nós
E só quando
Estamos em nós
Estamos em paz
Mesmo que estejamos a sós
Paulo Leminsk. Caprichos e relaxos.
São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 12.
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Poesia atual
A namorada
Manuel de Barros
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra
presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa
dela.
Se a namorada respondesse pela mesma
Pedra era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos
galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo da onça era assim.
Manoel de Barros. Tratado geral das grandezas do infimo.
Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 17.
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Atividade
1. Visitar a biblioteca da escola, pesquisar poesias
contemporâneas e a biografia de seus autores para
produzir um painel em sala de aula.
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Atividade extra
1 Assistir ao vídeo, baseado no romance de Fernando Gabeira, O
Que é Isso Companheiro( 1997), para debates em sala de aula.
2 Ler para encenar passagens do livro de Ariano Suassuna, O auto
da compadecida.
3 Oferecer sugestões de leituras contemporâneas como:
 Boa companhia: contos, vários autores. São Paulo: Companhia das
letras, 2oo3.
Destino: poesia, vários autores, organização de Ítalo Moriconi.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.
O conto brasileiro contemporâneo, de Alfredo Bosi. São Paulo:
Cultrix, 2002, 14. ed.
Tabela de Imagens
n° do
slide
2
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10
23
direito da imagem como está ao lado da
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