ID: 61467822 19-10-2015 Tiragem: 5000 Pág: 8 País: Portugal Cores: Cor Period.: +2 por Semana Área: 25,41 x 26,55 cm² Âmbito: Regional Corte: 1 de 1 [ DR No fim dos anos 80 e início dos anos 90 a fisioterapia aquática era realizada apenas em clínicas e hospitais devidamente preparados para o efeito, mas Helena Murta decidiu que a prática desta vertente fisioterapeuta podia ser muito bem adequada a piscinas públicas. Hoje, a fisioterapia aquática é uma das mais procuradas por utentes e Helena Murta é reconhecida como impulsionadora da hidroterapia por todo o país, razão que levou o Grupo de Interesse em Hidroterapia - Fisioterapia no Meio Aquático (GIH-FMA) a elaborar uma menção honrosa em seu nome. Fisioterapeuta setubalense recebe menção honrosa por tratamento pioneiro POR ROGÉRIO MATOS E m 1989, saída do curso superior na Escola Superior de Saúde de Alcoitão, Helena Murta começou a realizar sessões de hidroterapia nas piscinas do Clube Naval Setubalense para todas as camadas da população, desde jovens desportistas a adultos, mas a temperatura da água revelou ser um problema para os utentes. “Era muito fria, o que fazia com que a sessão demorasse pouco tempo porque os utentes não podiam ficar muito tempo dentro de água”. Recebeu então um convite por parte da Câmara Municipal de Palme- la para usar as piscinas municipais, cuja temperatura da água é amena, para realizar as sessões de hidroterapia. Em 1994, torna-se Coordenadora do Centro de “Saúde em Movimento” da Palmela Desporto onde desenvolve na área da Hidroterapia- Fisioterapia Aquática adultos e crianças todo o seu conhecimento adquirido, sendo certificada em Halliwick, Bad Ragaz, Watsu, Ai-chi, Pilates, Hidroginástica e Natação Adaptada. “Há um enorme benefício da fisioterapia dentro de água já que o peso do paciente pode ser reduzido até 90 por cento, o que traz uma maior facilidade de movimentos e uma maior taxa de recuperação”, frisa Hele- na Murta. A falta de oportunidades de emprego para os profissionais da área nos anos 90 também ajudou a impulsionar a fisioterapia aquática, já que se afigurou como uma nova saída profissional. “Na altura, quando dei os primeiros passos nesta vertente sabia que muitos profissionais passavam por dificuldades para arranjar emprego, tal como hoje, o que fez com que esta nova vertente ganhasse relevo dentro da área”, explica Helena Murta. Desde início que a paixão por esta área da saúde foi conciliada com o amor ao mar. “Sou apaixonada por tudo o que tem a ver com o mar e em Setúbal temos um estuário excelente para a prática de qualquer modalidade no meio aquático”. Helena Murta dedica grande parte do seu tempo livre dentro de água no catamaran. “Se pudesse, passava todo o tempo livre que tenho na água”, frisa a fisioterapeuta a O Setubalense. Na menção honrosa, o GIH-FMA salienta que o “seu interesse em aprender, ensinar, partilhar e ajudar é crescente e notório. Partilha com outros colegas a vontade de criar um grupo de referência para divulgar cada vez mais esta área de intervenção”. Em Outubro de 1999, foi Co-fundadora do Grupo de Interesse em Hidroterapia - Fisioterapia no Meio Aquático (G.I.H.-F.M.A.), o qual foi aprovado pela Associação Portuguesa de Fisioterapeutas, em Maio de 2000, e da qual é presidente da direcção. “Esta etapa foi um ponto fulcral para o desenvolvimento e afirmação da Fisioterapia Aquática em Portugal quer a nível académico, quer a nível da prestação de cuidados à comunidade, como do seu reconhecimento internacional”, prossegue a menção honrosa. “O trabalho desenvolvido por esta fisioterapeuta marcou muitos por todo o país e fez com que esta área pouco explorada pela fisioterapia se tornasse uma das mais procuradas neste momento, evidenciando assim os efeitos positivos que a água pode ter na reabilitação dos utentes”.