REPRESSÃO ANTI SINDICAL AUMENTA POR TODO O MUNDO 213 Sindicalistas, menos 10 que no ano anterior, foram assassinados ou desapareceram durante o ano de 2002. Este é o resultado de um trabalho concluído e ontem divulgado em Bruxelas, pelo Gabinete de Imprensa da CISL - Confederação Internacional de Sindicatos Livres, que representa 157 milhões de trabalhadores, filiados em 225 Organizações de 148 Países e Territórios. Comparando estes números com igual apuramento realizado no ano anterior, conclui-se uma tendência para uma ligeira melhoria, com menos 14 óbitos ou desaparecimentos. À cabeça da lista, situa-se a Colômbia, com 184 assassinatos, 27 atentados visando a morte, 189 ameaças de morte, 9 desaparecidos, 139 prisões arbitrarias e 27 sequestros. Ainda 80 sindicalistas colombianos viram-se forçados a fugir para o exílio. Nesta informação anual, a CISL conclui que este ano, 95% das violações dos direitos sindicais se registaram em 24 Países da América Latina e Caraíbas, o que demonstra uma política antidemocrática em certos Estados, onde a violência, assassínios e intimidações a sindicalistas, são acompanhadas pela exploração sem escrúpulos dos trabalhadores que são vítimas de legislações antiquadas e despedimentos massivos, que só a solidariedade sindical internacional pode contrariar. O preço da luta pela democracia está patente em tantos exemplos, como é o caso do sindicalista colombiano, Carlos Alberto Bastidas Coral, do Sindicato dos Professores que foi primeiro caso confirmado do rol de assassinatos, desaparecimentos e intimidações levados a cabo naquele país com uma impunidade praticamente total, transformando a Columbina no país mais perigoso do Mundo para as actividades sindicais. Neste contexto, os Patrões utilizam os mais variados estratagemas para submeter os trabalhadores, reprimindo os Sindicalistas com sequestros e ameaças sob armas de fogo e muitos se vêem obrigados a recorrer ao exílio, continuando a sua acção na clandestinidade. Esta situação, verifica-se com mais acuidade, em zonas francas, especialmente na América Central, onde prevalece o trabalho de mulheres, mas estas praticas, são adoptadas noutros sectores como a agricultura e serviços públicos. É neste contexto, que a UGT considera a solidariedade sindical internacional determinante quando, correspondendo aos alertas lançados junto dos interlocutores Regionais e Internacionais, por pressão dos Sindicatos, da Imprensa e de outros Grupos de Solidariedade, se tem conseguido, nomeadamente, o reconhecimento de muitas Organizações Democráticas Representativas dos Trabalhadores, a libertação de Sindicalistas presos sem culpa formada, a integração de Sindicalistas despedidos pela sua actividade sindical. Lisboa, 11 de Junho de 2002 O Gabinete de Imprensa da UGT