Presidente do Município de Baia Mare Catalin Chereches Excelência, Venho por este meio demonstrar aminha preocupação ao saber que famílias ciganas do bairro informal de Craica, na cidade de Baia Mare, na Roménia, se encontram em risco eminente de sofrerem um novo desalojamento forçado. No dia 2 de agosto de 2013, aproximadamente 30 famílias receberam ordens para que abandonassem as suas casas até ao dia 5 de agosto de 2013. Cerca de 15 casas foram demolidas no dia 5 de agosto e as restantes famílias podem ser desalojadas a qualquer momento. Na primavera e verão de 2012, as autoridades locais de Baia Mare levaram a cabo desalojamentos forçados de cerca de metade da população residente no bairro informal de Craica. As pessoas e famílias desalojadas foram realojadas em casas situadas em edifícios da antiga fábrica de produtos químicos CUPROM. Depois destes desalojamentos, cerca de 500 pessoas continuaram a residir em Craica. A 2 de agosto de 2013, aproximadamente 30 famílias receberam ordens de demolição emitidas pela polícia local. As autoridades informaram os residentes de que as suas propriedades não possuíam a autorização necessária e que teriam de ser demolidas até ao dia 5 de agosto. A não obtenção dessa autorização irá resultar em demolições levadas a cabo pelas autoridades locais. Foi dito aos residentes que se demolissem as suas casas seriam autorizados a construir novas habitações numa parte diferente de Craica. Cerca de 3 famílias cumpriram a ordem e demoliram as suas casas. Na manhã de 5 de agosto foram demolidas 15 casas e ainda não foram providenciadas habitações alternativas às famílias desalojadas. Os residentes de Craica vivem há 3 anos com o receio de novos desalojamentos forçados. As autoridades locais demonstraram pouco ou nenhum respeito face ao direito à habitação adequada – incluindo o direito à proteção face a desalojamentos forçados – das famílias ciganas residentes em Craica. Além do mais, as autoridades nacionais pouco fizeram para assegurar que os cidadãos ciganos de Baia Mare não são sujeitos a desalojamentos forçados e que os responsáveis por estas violações de direitos humanos são punidos. Escrevo a Vossa Excelência apelando a que as autoridades locais de Baia Mare cessem os desalojamentos forçados e as demolições de casas de todos os habitantes de Craica, e que providenciem aos que já foram desalojados habitação alternativa adequada. Pretendo também relembrar às autoridades de Baia Mare que os desalojamentos das comunidades residentes em Craica só devem ser levados a cabo em última instância e que devem estar de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos. Por fim, apelo a que as autoridades de Baia Mare evitem qualquer desalojamento até que as comunidades afetadas sejam consultadas, por forma a identificar todas as alternativas viáveis aos desalojamentos e às opções de realojamento, e até que as alternativas adequadas de habitação, que estejam de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos, sejam disponibilizadas a todos os indivíduos afetados. Atenciosamente