Exmo. Presidente do município da Murtosa, Joaquim Santos Baptista; - na sua pessoa uma saudação aos eleitos presentes e a esta hospitaleira terra! Exmo. Diretor-Geral da Educação, em representação do Sr. Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, José Vítor Pedroso; Exmo. Presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, Estimado, Joaquim Pinto, - na tua pessoa uma saudação a todos os organizadores! Caros participantes no III Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa: É com muita satisfação que a Agência Portuguesa do Ambiente se associou, desde a primeira hora, a esta iniciativa de uma organização não-governamental de ambiente, de âmbito nacional, numa diligente dinâmica associativa! As Nações Unidas, através da UNESCO, produziram em 2014 um Guião para a implementação do Programa de Ação Global sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável1." Entre os seus objetivos queria destacar o propósito de: reorientar o ensino e aprendizagem para que todos tenham a oportunidade de adquirir os conhecimentos, competências, valores e atitudes que lhes permitam contribuir para desenvolvimento sustentável "; Já quanto às prioridades, entre as 5 definidas, chamaria a atenção para: 1 http://unesdoc.unesco.org/images/0023/002305/230514e.pdf Francisco Teixeira, Diretor do Departamento de Comunicação e Cidadania Ambiental Sessão de Encerramento 1 Integrar os princípios de sustentabilidade nas definições de educação e formação; Aumentar as capacidades dos educadores e formadores de promover de forma mais eficaz a EDS; Multiplicar ações de EDS entre os jovens. Entre os exemplos de ações a concretizar a UNESCO identifica: Os governos nacionais devem incluir a EDS entre os padrões e indicadores de qualidade que estabelecem os resultados da aprendizagem; As escolas devem desenvolver planos de sustentabilidade em parceria com a sua mais ampla comunidade; As instituições de formação de professores devem disponibilizar prévia e contínua formação em EDS; As organizações de juventude devem edificar uma coligação global para a juventude sobre estilos de vida sustentáveis; O sector empresarial local deve integrar a EDS nas suas atividades de responsabilidade social corporativa. Este congresso, as entidades que souberam articular-se na sua organização, também em Portugal, têm motivado fortemente parceiros privados e públicos na concretização deste ‘caderno de encargos’ que as Nações Unidas nos dita! A crise global de Ambiente não pode deixar de ser reconhecida. Releve-se a importância do princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. A ideia muito clara de que temos um problema global com responsabilidades diferentes de cada país. O problema é de toda a humanidade, mas países como os Estados Unidos, os membros da União Europeia ou os que se industrializaram há mais tempo têm responsabilidades maiores do que países emergentes ou em vias de desenvolvimento, como recordou o Papa Francisco recentemente. Francisco Teixeira, Diretor do Departamento de Comunicação e Cidadania Ambiental Sessão de Encerramento 2 Entre os Desafios Globais do nosso presente e que apelam à nossa ação, devemos reconhecer: Crise climática (Portugal, por exemplo, será substancialmente mais afetado do que a média europeia pelas consequências das alterações climáticas); • • • Degradação e escassez de recursos hídricos; Perda de biodiversidade; Efeitos demográficos nos recursos O efeito demográfico conduzirá ao aumento do consumo, até 2030: o de energia (45%); o de água (30%); o de alimentos (50%). Por si só, esta constatação deveria justificar um plano de ação integrado, partilhado e global! A educação ambiental (tanto a formal como a informal) constrói a motivação, as competências e a compreensão em que a cidadania ambiental se baseará. A comunicação ambiental procura a mudança de práticas e comportamentos e convida à participação ou ação no que respeita a questões ambientais. Caros professores, técnicos e formadores: A educação ambiental dinamizada na escola foi, e continua a ser, um dos melhores recursos para formar (novos) cidadãos; não é mero instrumento, é processo! As comunidades escolares são espaços de interação nas mais diversas temáticas, seja partindo dos currículos escolares ou através de projetos propostos pela sociedade civil, como são o caso de um número alargado de ONGA, autarquias ou empresas. Sensibilizar para agir, de forma a levar comportamentos sustentáveis e cimentados para lá dos muros da escola, nomeadamente até ao núcleo familiar, é um compromisso de quem dinamiza e se dedica à educação ambiental. É por isso de relembrar o interesse, quer de conhecimentos adquiridos, para além do conhecimento formal (escola), através de interações na comunidade (experiências de vida de evidente influência formativa), quer da exposição a diferentes perspetivas na análise dos problemas ambientais, em todo o processo de educação ambiental. Francisco Teixeira, Diretor do Departamento de Comunicação e Cidadania Ambiental Sessão de Encerramento 3 Em Portugal, as tutelas da Educação e Ambiente têm um antigo itinerário de cooperação; os primeiros esforços de sensibilização ambiental datal dos anos 70; o primeiro protocolo visando a Educação Ambiental e a Aprendizagem das Bases Científicas do Ambiente data de 1996; a atual parceria tem base na renovação desse compromisso ocorrida em 2005 e visa, numa ótica integradora, a Educação Ambiental para a Sustentabilidade nos sistemas do ensino do pré-escolar, ensinos básico e secundário. Há luz desta colaboração continua a ser possível trabalhar curricula e conteúdos, articular metodologias e ferramentas pedagógicas, colocar em mobilidade docentes para a coordenação de redes de projetos escolares e promover programas e iniciativas. [O Joaquim Pinto integra a rede de docentes destacados em ONGA para a coordenação de programas de educação ambiental que atualmente desenvolvem trabalho no quadro desta cooperação.] Entre as suas atribuições o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e da Energia identifica, como veículo estratégico da formação, e sensibilização dos cidadãos a promoção da educação ambiental. Esse desafio e compromisso é protagonizado pela Agência Portuguesa do Ambiente, que aqui represento. Aos cidadãos, nomeadamente os estudantes, depara-se o compromisso de aprender a refletir criticamente sobre o seu lugar no mundo, questionando o que é que a sustentabilidade significa para eles e para as suas comunidades. Um artigo numa revista internacional identificou no ano que acabou as 10 mais importantes questões filosóficas do século XXI2. Partilho duas: 2 Encontrar uma nova base para uma sensibilidade e valores comuns. (10ªquestão) - O mundo está economicamente mais interligado do que nunca. Mas ainda potencia fortemente divisões e fragmentação social. - Podemos encontrar uma nova base de valores comuns que nos una ao invés de nos separar? Os seres humanos e o Ambiente (2ªquestão) - Qual deve ser o relacionamento entre os seres humanos e o Ambiente? Somos chamados a ser mordomos do Ambiente? Ou é o Ambiente existe apenas para nosso uso e exploração? http://neouto.wordpress.com/2010/01/21/top-ten-philosophical-issues-of-the-21st-century/ Francisco Teixeira, Diretor do Departamento de Comunicação e Cidadania Ambiental Sessão de Encerramento 4 Nunca na história da humanidade tais questões se assumiram tão prementes. No entanto, nós mal começámos a pensar sobre elas de uma maneira (filosófica) sistemática. Parabéns aos resilientes, reunidos pela ASPEA, aqui presentes! Obrigado! 5 Francisco Teixeira, Diretor do Departamento de Comunicação e Cidadania Ambiental Sessão de Encerramento