ADULTOS DE BAIXA ESCOLARIDADE - NOVOS DESAFIOS PARA A APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA (ALV) EM PORTUGAL FUNDAMENTAÇÃO E OBJETIVOS DO ESTUDO A educação e a formação ao longo da vida assumem um papel central no novo modelo de crescimento económico preconizado pela Estratégia Europa 2020. Reconhece-se a sua importância na promoção da empregabilidade, dotando os cidadãos das competências e das qualificações necessárias para que a economia e as sociedades europeias se tornem mais competitivas e inovadoras, mas também a necessidade de reforçar a coesão social e a cidadania ativa, enquanto elementos fundamentais para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo da Europa na próxima década. Fazer da aprendizagem ao longo da vida uma realidade para todos e chegar a 2020 com, pelo menos, 15% dos adultos a participarem em atividades de aprendizagem ao longo da vida são dois dos objetivos principais da estratégia europeia “Educação e Formação 2020” e da “Agenda Europeia para a Educação de Adultos”. Presentemente, a educação de adultos é o elemento mais fraco no desenvolvimento dos sistemas de ALV. A taxa de participação média dos adultos (25-64 anos) em educação e formação na UE27, que progrediu consideravelmente entre 2000 e 2005 (de 7,1% para 9,6%), tem vindo a evidenciar, desde então, uma ligeira redução. Em 2012 era de 9%, o que torna mais difícil alcançar a meta de 15% prevista na Estratégia Educação e Formação 2020. Neste sentido, facilitar o acesso a oportunidades de ALV e à orientação é um dos grandes desafios que se coloca à Europa e a cada um dos seus Estados-membros numa conjuntura em que crise económica atual, o agravamento do desemprego e do risco de exclusão social e o envelhecimento da população vieram evidenciar a importância que se reveste a educação de adultos no âmbito dos processos de aprendizagem ao longo da vida. Em Portugal, a participação de adultos em atividades de ALV tem vindo a registar uma evolução muito favorável, sobretudo nos últimos anos. Em 2010, apenas 5,8% dos adultos participavam em atividades de educação e formação, um valor ainda muito afastado da meta europeia mas, em 2012, registou-se uma progressão significativa deste indicador – para 10,6% - superando inclusivamente a média europeia (UE27: 9%). No entanto, o acesso dos adultos à educação e formação ao longo da vida varia consideravelmente segundo o nível de escolaridade. São normalmente os mais qualificados que mais participam em ALV. Em Portugal, apesar do aumento muito significativo da participação dos adultos de baixa escolaridade em ALV, chegando-se a 6,2% em 2012, esta é ainda menos de metade da taxa de participação registada pelos adultos com qualificações ao nível do secundário e pós-secundário não superior (14,5%) e menos de um Gerir, conhecer e intervir terço da dos adultos com escolaridade superior (21,5%). Num país em que ainda cerca de 65% da população, dos 25 aos 64 anos de idade, tem baixas qualificações escolares, aumentar a participação deste vasto segmento da população em atividades de educação e formação ao longo da vida constitui um enorme desafio. O Estudo “Adultos de baixa escolaridade – novos desafios para a Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV) em Portugal”, calendarizado para decorrer entre Janeiro de 2013 e Março de 2014, pretende, assim, equacionar os desafios particulares com que Portugal se defronta na promoção da aprendizagem ao longo da vida, em especial o de aumentar a participação dos adultos de baixa qualificação em ALV, tornando os investimentos em educação e a formação mais atrativos, relevantes e acessíveis. “Fazer da aprendizagem ao longo da vida e da mobilidade uma realidade para todos” Gerir, conhecer e intervir