2 QUARTA-FEIRA, 18 DE MAIO DE 2011 www.ovale.com.br ideias & O VALE DIRETOR RESPONSÁVEL FERNANDO SALERNO EDITOR-CHEFE HÉLCIO COSTA EDITORA-EXECUTIVA SHEILA FARIA CHEFE DE REPORTAGEM MARCOS MEIRELLES CIRCULAÇÃO Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral Norte de São Paulo e no Sul de Minas Gerais ENDEREÇO Av. Samuel Wainer, 3735 - Jardim Augusta São José dos Campos - SP - CEP 12216-710 TEL. (12) 3909-3909 - Fax (12) 3909-3910 EDITORIAL TáxisPopulares? OPOSIÇÃODOSMOTORISTASFAZ PREFEITURACONGELAR O PROJETO Não deu outra: frente à resistência firme dos motoristas, a Secretaria de Transportes de São José decidiu ontem congelar o projeto do táxi popular. A ideia havia sido anunciada pelo prefeito Eduardo Cury (PSDB) há pouco mais de uma semana como uma alternativa para reduzir o número de carros em circulação nas ruas de São José. A meta era simples, segundo disse Cury na ocasião: sem ter pontos fixos, táxis populares ficariam circulando pela cidade, pegando passageiros em qualquer lugar e cobrando uma bandeirada mais barata que os táxis regulares. Pela ótica do prefeito, além de estimular o cidadão a deixar seu carro em casa, o táxi popular também seria uma alternativa a mais no sistema de transporte urbano --além dos ônibus e das vans. A ideia foi criticada pelos taxistas e, pelo jeito, morreu na praia. Além de criar uma categoria paralela de taxistas na cidade e deixar os motoristas em pé de guerra contra o governo há pouco mais de um ano das eleições municipais de 2012, o projeto de Cury teria, na realidade, eficácia duvidosa. Será que os cidadãos deixariam realmente seus carros em casa e usariam táxis por uma bandeirada menor? Ora, se isso funcionasse, porque não baixar simplesmente a bandeirada de todos? A resposta é uma só: o projeto não nasceu para dar certo, ele é, na verdade, um factoide, uma tentativa de mostrar preocupação com um setor que ainda desafia a prefeitura --o transporte urbano. Em resumo, ao invés de propôr a criação de uma subcategoria de táxis, a Prefeitura de São José deveria gastar o tempo, o dinheiro e a paciência do cidadão com projetos que melhorassem, efetivamente, o sistema de transporte coletivo na cidade. O que fazer? Ora, qualquer usuário tem a receita na ponta da língua: aumentar a oferta de horários, exigir ônibus melhores e maiores, implantar uma integração real e não pela metade, criar corredores de ônibus e retomar o projetos das ECOs. O que falta para tirar tudo isso da gaveta? Maurici Damasceno Advogado e professor universitário em São José dos Campos Saltoparaofuturo? O s 100 primeiros dias do novo governo de Geraldo Alckmin apontam o contingenciamento em áreas fundamentais como Transportes e Habitação. Não obstante às rupturas pontuais, de caráter vingativo e de desforra com o governo José Serra, na disputa do comando do PSDB, a atual gestão dá continuidade aos tradicionais cortes, denominados ajustes fiscais. Nos últimos dois meses, contingenciaram R$ 1,78 bilhões. Efetuaram cortes nos investimentos, manutenção de despesas com terceirizações e “arrocho salarial”. Foram cortados R$ 733 milhões dos repasses para investimentos das empresas públicas, R$ 732 milhões para investimentos diretos e R$ 315 milhões para o custeio. Em relação aos gastos com pessoal, considerando o mesmo período em 2010, o gasto foi menor em R$ 278 milhões. Entre as secretarias atingidas pelo contingenciamento do governador estão Habitação (corte de aproximadamente R$ 200 milhões), Transportes Metropolitanos (menos R$ 830 milhões) e Transportes (menos R$ 300 milhões). Na área de Transportes, fundamental para o nosso desenvolvimento e mobilidade, exatos R$ 519 milhões de repasses para as empresas estatais foram cortados neste primeiro ano de governo Alckmin. Somente o Metrô teve corte de R$ 303 milhões; a CPTM, de R$ 196 milhões; a EMTU, R$ 20 milhões. Em relação às enchentes, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) suspendeu o serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do rio Tietê. E o governo ainda cortou R$ 35 milhões da verba destinada à construção de piscinões. Na Habitação, tivemos o congelamento de R$ 142 mi- lhões dos repasses para investimentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Na Educação, embora tenham crescido bem (112%) os recursos para o programa Escola da Família, houve uma perda de quase R$ 80 milhões no ensino técnico. O trabalho mais efetivo até agora é o desmonte da gestão José Serra e a política de cortes em áreas vitais. O atual governo alega que alcançou melhorias e que o Estado se prepara para um grande “salto para o futuro”. Na verdade, Alckmin parou ou mudou tudo da gestão anterior, e não sobrou intacto nenhum programa tocado por José Serra --embora, ideologicamente, os governos se equiparem. Romperam na briga pelo poder, só não deram publicidade ao fato. Desmonte administrativo, centralização das decisões, falta de transparência e política de cortes em áreas vitais são as marcas daqueles que estão há 30 anos no poder. Não apresentam um projeto consistente para São Paulo e prescindem de propostas concretas para a Educação, a Saúde, a Segurança Pública, o Desenvolvimento, o Trânsito e muitas outras demandas que afetam, significativamente e diariamente, toda a população do Estado. Em nossa região, para ilustrar promessas não cumpridas, a rodovia dos Tamoios permanece sem intervenções há muitos anos. Ou seja, os 100 dias de governo que, nas palavras dos “alckmistas”, preparam o Estado para um “grande salto para o futuro”, se mostram, na verdade, como um grande salto no escuro para fugir da intensa “briga de foice”. E não só a classe média, sonho de consumo dos “neoliberais”, como toda a população, que se cuide, pois não pode saltar longe quem tem pernas curtas. Pe. Luís Fernando Soares Pároco da Paróquia Espírito Santo, em São José dos Campos Católicosemcélulas N ão basta saber que é preciso caminhar, necessário é ter um caminho para fazê-lo. Em meados de 2006, a Paróquia Espírito Santo, localizada no Jardim Satélite, em São José dos Campos, iniciou com 40 pessoas uma frutuosa experiência pastoral, denominada Paróquia Articulada em Células de Evangelização. Células são pequenos grupos de pessoas que se reúnem nas casas, ou em qualquer outro lugar, com o objetivo de A FRASE realizar o que chamamos de “P.E.S.C.A”: proclamação do evangelho, ensino da vida cristã, serviço pastoral, comunhão fraterna e adoração a Deus. A experiência celular é baseada nas vidas das primeiras comunidades cristãs registradas na Bíblia. As células na Paróquia Espírito Santo são agrupadas em redes homogêneas (infantil / mulheres / casais / adolescentes) ou heterogêneas (mista), de acordo com a natureza das mesmas. Hoje são 235 grupos, totalizando 2.350 pessoas. As células crescem e se multiplicam anualmente por meio de metas amparadas no empenho missionário de seus membros, que recebem a cada ano o encargo de trazer um amigo, um colega de trabalho ou um parente para o grupo. A experiência celular na paróquia é tão bem sucedida que hoje é exportada para dezenas de comunidades católicas em todo o Brasil por meio da agência Católicos em Células, que assessora e supervisiona a transição de uma pastoral tradicional de manutenção para uma pastoral missionária e discipuladora, baseada em pequenos grupos. No próximo mês, nos dias 24, 25 e 26, realizaremos o 3o Congresso Católicos em Células na Paróquia Espírito Santo, acolhendo líderes de todo Brasil e da Itália para partilha, aprofundamento e revisão do trabalho. Haverá uma apresentação para aqueles que não conhecem o sistema. Desta forma, a Paróquia Espírito Santo espera colaborar com a missão evangelizadora de toda a Igreja. [email protected] Fax (12)3909-3910 HUMOR por Rico “Se ele tem documentos, o material que diz ter, então deve divulgar e acabar logo com isso” WALTER PINHEIRO (PT-BA) SENADOR, SOBRE A EVOLUÇÃO PATRIMONIAL DO MINISTRO-CHEFE DA CASA CIVIL, ANTONIO PALOCCI CARTA DO LEITOR Av. SamuelWainer,3.735 CEP12216710- S.JosédosCampos Saúde 1 Novo secretário de Saúde, novo tempo, novas esperanças. O novo secretário de Saúde de São José é da rede e conhece bem as dificuldades dos funcionários e da população. Se, de fato, ele tiver autonomia para montar uma equipe com pessoas competentes e dispostas a construir uma saúde pública de fato na cidade, devemos dar crédito. Boa sorte, novo secretário. JOÃO GUSTAVO DE CARVALHO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Saúde 2 O maior problema da saúde pública, que recebe verbas su- ficientes, é o equívoco na gestão e falta de planejamento. Bom gestor não precisa ser médico. Deve ter experiência administrativa, de recursos humanos, de tecnologia da informação, de licitação. Ele deve ter disponibilidade para, além de administrar e fazer a política da área, visitar frequentemente os hospitais e UBSs para ver de que maneira está sendo prestado o serviço. Não deve ser influenciado pelo corporativismo que impede ações punitivas contra colegas. Deve ter autonomia administrativa e independência de ação. Por fim, deve poder trabalhar ao menos oito horas por dia, como todo servidor público --o que é impossível quando se trata de secretário-médico, com atividades em consultório e hospitais, até de outras cidades. JOSÉ RENATO AZEVEDO LUZ rio, tiveram a “ousadia” de manifestar opinião contra a união estável dos homossexuais, sem terem medo de serem enquadrados como criminosos, conforme escreveu um deles. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS RODOLPHO VILHENA DE MORAES Casamento gay Gostaria de parabenizar O VALE pela publicação, no último domingo, dos artigos relativos à união estável dos homossexuais: “Vitória de uma Estratégia” (Carlos Alberto Di Franco) e “A vida de cada um e de todos” (João Júlio da Silva). Os referidos articulistas, após criteriosa análise do comportamento recente do Poder Judiciá- SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Peixoto A tentativa do prefeito Roberto Peixoto de proibir a passeata contra seus atos não só foi inócua como descabida, e reflete o total desespero deste governo. O jornalista Hélcio Costa foi preciso em suas palavras no artigo do último domingo. JEFFERSON CABRAL TAUBATÉ Bancos De grande importância o projeto de lei do vereador Cristiano Pinto Ferreira que obriga os bancos de São José a colocarem em suas agências vigilantes até as 22h. No banco que possuo conta-corrente, quase toda segunda-feira amanhece com os caixas quebrados e violados pela ação dos marginais, sem falar dos assaltos a mão armada após o fechamento da agência, que corriqueiramente ali acontecem. Resta saber se, após a sanção do projeto pelo prefeito, as instituições bancárias realmente cumprirão o determinado pela norma ou se vão contesta-la, haja vista que a medida, ao contrário das outras (proibição de uso de celular e capacete dentro agência) irá acarretar despesa considerável aos bancos, mas nada que abalará os seus lucros estratosféricos! ALEXANDRE DE OLIVEIRA CAMPOS PRESIDENTE DA COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA DA OAB DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Asopiniõesemitidas pelos colunistaseleitores são de responsabilidadedeles próprios,enão traduzem o posicionamento de OVALE ASCARTAS DEVEMCONTER IDENTIFICAÇÃO, TELEFONE E ENDEREÇO.AS CARTAS PODERÃOSER RESUMIDASPELA REDAÇÃO