A carta do aiatolá Khamenei
aos jovens ocidentais
Após os recentes atentados na França que causaram a morte de centenas de pessoas, reivindicados
por grupo terrorista de Daesh, aiatolá Khamenei, o líder da Revolução islâmica do Irã envou a segunda
carta endereçada aos jovens de países ocidentais.
Nesta carta ele disse: Qualquer ser humano que tenha compaixão, certamente ficaria afetado por
estas cenas, tanto ocorridas na França, ou na Palestina, Iraque, Líbano ou mesmo na Síria. De fato,
um e meio bilhões de muçulmanos têm a mesma sensação, revoltados, repudiando dos perpetradores
destas atrocidades. Mas a questão é que se estes sofrimentos de hoje, não se transformassem em
fundamentos para construir um futuro melhor e mais seguro, apenas eles se tornarão como memórias
amargas e infrutíferas. A seguir se lê na integra a carta do líder iraniano:
Em nome de Deus, o Clemente , o Misericordioso
Aos jovens, em geral, nos países ocidentais.
Os amargos incidentes que o terrorismo cego tem causado na França, mais uma vez me levaram de
conversar com os jovens. Para mim é muito doloroso, que estes acontecimentos, fossem pano de
fundo para as nossas conversas, mas de fato, se as questões agonizantes não nos impulsione para
uma previa solução e consentimento, o seu dano e prejuízo seria duplo e ainda maior.
O sofrimento do ser humano em qualquer ponto no mundo, por sua vez é doloroso para outros seres
humanos. Olhando para uma cena em que uma criança está vendo a perda dos seus pais, ou uma
mãe que a alegria de sua família se torna em luto, ou ainda um marido levando apressadamente o
corpo sem vida da sua esposa, ou um espetador que não se sabe que está sendo exibidos os últimos
momentos da sua vida, são imagens que se afetam as emoções e sentimentos humanos. Quem tem
compaixão, sendo humano, certamente ficaria afetado por estas cenas, tanto ocorridas na França, ou
na Palestina, Iraque, Líbano ou mesmo na Síria. De fato, um e meio bilhões de muçulmanos têm a
mesma sensação, revoltados, repudiando dos perpetradores destas atrocidades. Mas a questão é que
se estes sofrimentos de hoje, não se transformassem em fundamentos para construir um futuro melhor
e mais seguro, apenas eles se tornarão como memórias amargas e infrutíferas.
Creio que apenas vocês, os jovens, tirando lições destas adversidades e intolerâncias de hoje, serão
capaz de criar novas trilhas, obstruindo os caminhos errados e atalhos que delinearam o Ocidente para
este ponto atual.
É certo que hoje o terrorismo é a nossa dilema comum, mas é necessário saber que existem duas
grandes diferenças entre a ansiedade e a insegurança que vocês têm experimentado, com o
sofrimento que os povos do Iraque, Iêmen, Síria e Afeganistão têm tolerado durante anos.
A primeira, é que o mundo do Islã, muito densamente, por muito tempo tem sido vítima de terror e
violência, e em segundo lugar, infelizmente, essas violências tinham sempre sido apoiados por
algumas das grandes potências com os métodos e variadas praticas.
Hoje, todas as pessoas sabem do papel dos Estados Unidos na criação ou reforço da Al-Qaeda, armar
os Talibãs e os outros seus afiliados.
Além de estes apoios diretos, os Estados partidários de terroristas, explicita ou implicitamente, apesar
de ter um sistema político reacionário, sempre foram aliados do Ocidente, isto é, enquanto a maioria
de pensamento dinâmico e democrático na região está sendo reprimido brutalmente.
O duplo critério do Ocidente de lidar com o movimento de despertar islâmico é um exemplo desta
contradição.
A outra face desta contradição é o apoio ao terrorismo de estado de Israel. O povo injustiçado
palestino está experimentado há mais de 60 anos, os piores tipos de terrorismo. Se os povos da
Europa, agora por estes acontecimentos, alguns dias têm que se abrigar em suas casas, tendo
abstinência em comparecimento em publico e em centros mais populosos, uma família Palestina há
dezenas de anos tem a sua casa insegura, agredida e invadida por aparato de matança do regime
sionista.
Hoje, que tipo de violência pode ser comparado em termos da gravidade das atrocidades com os
assentamentos do regime sionista? Este regime, nunca tem sido criticado serio e eficazmente por seus
aliados
influentes,
ou
pelo
menos
cesurado
por
entidades
internacionais
alegadamente,
independentes, pela destruição diária de casas e os jardins e campos agrícolas palestinos, sem que os
palestinos tivessem oportunidade para recolher os seus colheitas agrícolas ou salvar os seus moveis,
agredidos frequentemente, perante os olhos assustados de mulheres e crianças que testemunham o
assedio e ferimento de membros da família ou ser levados para os centros tenebrosos de tortura.
Será que podemos apontar outras atrocidades deste tamanho e com esta dimensão? Disparar contra
mulheres no meio da rua, penas por protesto contra os soldados armados até os dentes, se não
chamar terrorismo, então o que é? Será que não são extremismo, estas barbaridades cometidas por
militares de um Estado de ocupação? Ou talvez essas imagens e cenas de crime, repetitivos há 60
anos como tivesse sido visto com frequência na televisão, já se tornaram em rotinas e não afetariam a
nossa consciência!
As recentes invasões ao mundo islâmico que têm deixado inúmeras vítimas são outros exemplos desta
lógica contraditória do Ocidente. Os países invadidos, não somente têm sofrido das perdas humanas,
como as suas infraestruturas econômicas e industriais, também foram destruídos, obstinados do
crescimento e deteriorando os seus desenvolvimentos e em alguns casos, dezenas de anos atrasados,
mesmo assim, simplesmente pediram-nos para não se considerar injustiçados. Como é que pode
transformar-se um país em ruínas e destruir as cidades e vilarejos e exigindo-os confessar que não
são oprimidos!
Em vez de convidar à nação ao esquecimento dos flagelos e desastres e à incompreensão, não seria
melhor pedir desculpas sinceras? O sofrimento que o mundo do Islã tem recebido da hipocrisia dos
invasores não é menos do que um prejuízo material.
Queridos jovens! Estou na esperança de que vocês vão alterar esta mentalidade contaminada pela
conspiração, uma mentalidade que a sua arte seria como disfarçar e adornar os seus objetivos
engenhosos e traiçoeiros de longo alcance.
Em minha opinião, o primeiro passo para o estabelecimento da paz e segurança, é a correção deste
pensamento gerador de violência. Enquanto, esta duplicidade domina as políticas do Ocidente e
quando exista uma visão de terrorismo dividindo-o em bom e mal entre os seus patrocinadores e
quando ainda os interesses dos governos sobrepõem aos valores humanos e morais, não se devem
procurar as raízes da violência em outros lugares.
Infelizmente, estas raízes, ao longo dos anos têm gradualmente penetrados nas profundezas das
políticas culturais do Ocidente, criando umas intrusões silenciosas e suaves.
Muitos países se orgulham pela sua cultura nacional e domestica que são ao mesmo tempo dinâmicas
e crescidas e com a procriação cultural, em que centenas de anos tinham sido alimentadas às
sociedades humanas. O mundo do Islã também não é de exceção.
Mas na época contemporânea, o mundo ocidental utiliza as ferramentas avançadas, insistindo na
globalização cultural no mundo.
Eu considero a imposição de cultura ocidental sobre outras nações e a humilhação de culturas
independente, como uma intriga silenciosa deletéria. Humilhação das culturas ricas é uma ofensa,
sabendo que uma cultura alternativa em nenhuma maneira tem a capacidade da sucessão. Por
exemplo, dois elementos de vulgaridade e agressão em que infelizmente, tornaram-se como principais
componentes da cultura ocidental, perderam as suas aceitações e posições mesmo no seu lugar da
nascença.
Agora a pergunta é se não queremos uma cultura agressiva, vulgar e sem profundidade, isto seria um
crime? Impediram-se a devastadora inundação de produtos aparentemente artísticos sobre a nossa
juventude, isto seria um crime? Eu não nego a importância e o valor dos laços culturais. Essas
relações, enquanto forem ocorridos em condições naturais e de respeito à comunidade, trarão o
crescimento e enriquecimento e o dinamismo, em contrapartida, heterogeneidade e as imposições
fracassadas podem trazer prejuízos. Infelizmente tenho que dizer que os grupos nocivos como Daesh
são resultados de tal conexão falhados com culturas importadas.
Se o problema fosse realmente ideológico, deveria anotar e observar estes fenômenos bem na época
pre-colonialíssimo no mundo islâmico, enquanto a história tem afirmado contrário. As documentações
históricas indiscutíveis mostram claramente como a confluência do colonialismo com um pensamento
extremista e decadente, dentro de uma tribo primitiva tinha sido semeado a intolerância e extremismo
na região. Como pode sair de uma das escolas religiosas mais éticas e mais humanas do mundo, que
na sua convicção matar um ser humano é considerar como matar toda a humanidade, um desprezado
como Daesh?
Por outro lado, deve-se perguntar, por que aqueles que nasceram na Europa e foram formados e
educados no mesmo ambiente intelectual e emocional, tinham sido atraídos por estes grupos
terroristas? Como pode acreditar que as pessoas com uma ou duas viagens as zonas de conflito, de
repente se tornaram tão extremistas que seriam capazes de massacrar os seus compatriotas?
Definitivamente não devemos esquecer um longo tempo da alimentação cultural não saudável num
ambiente contaminado e gerador de violência.
Neste contexto, deve ter um analise abrangente e analítico para decifrar e encontrar as infeções
ocultas e visíveis.
Talvez o profundo ódio, resultado de disparidade e desigualdade da época de prosperidade económica
e industrial, e possivelmente, descriminações legais e estruturais entre sociedades ocidentais, tenham
crido e plantado complexos em que às vezes comparecem abertos em formas mórbidos.
Em qualquer caso, vocês devem conhecer as camadas das suas comunidades, encontrando as nós e
localizando os rancores para trata-los.
Deve-se restaurar as fissuras. O grande erro na luta contra o terrorismo é uma reação precipitada que
aumenta os colapsos existentes. Qualquer movimento emocional e precipitado, que visa isolar a
comunidade muçulmana, que reside na Europa e nos EUA, a qual consiste em milhões de homens
ativos e responsáveis, ou intimidá-la ou mesmo privar esta comunidade mais do que passado, do seu
direito, não vai ajudar solucionar o problema, mas vai aprofundá-lo, aumentando as inimizades.
As medidas superficiais e reflexivas, especialmente quando tenham uma aceitabilidade legal,
conduzem para intensificar as polaridades existentes, abrindo o caminho para futuros conflitos.
De acordo com as notícias, em alguns dos países da Europa foram estabelecidos regulamentos que
obrigam cidadãos a vigiar os muçulmanos. Este é um comportamento ultrajante e sabendo que a
crueldade e opressão, voluntariamente ou involuntariamente tem um caráter retroativo e flexível. Além
disso, os muçulmanos não merecem esta ingratidão. O mundo ocidental, há séculos que conhece os
muçulmanos. No passado quando os ocidentais entraram no território do Islã, cobiçados e
interessados pelas riquezas destes países, aproveitando do pensamento e obras dos muçulmanos,
mesmo assim frequentemente tinham sido bem recebidos e com paciência e bondade.
Então, peço aos jovens ocidentais, com base num conhecimento correto com uma profundeza, tirando
lição desta terrível experiência, implantando bases para uma interação decente e correta com o mundo
do Islã. Neste caso, num futuro não longínquo, vocês verão que, tal construção sobre uma base sólida
vai trazer a sombra da confiança e segurança aos seus arquitetos, oferecendo o calor de segurança e
paz, proporcionando esperança e um futuro brilhante ao mundo.
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