V.4 - N.4 - Setembro de 2015 14 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line) Fauna do Parque Coruja Buraqueira W. Júnior Francisco Carlos Vilela Biólogo do Parque da Cidade A avifauna do Parque da Cidade é bastante diversificada, embora tenha sofrido impacto negativo pela ação antrópica ao longo de vários anos. No primeiro Diagnóstico Ambiental realizado nessa Unidade de Conservação Municipal, foram registrados 65 espécies de aves, pertencentes a 27 famílias (NATAL, 2008)¹. Dentre as aves registradas, destacamos a corujaburaqueira [Athene cunicularia (Molina, 1782)] que foi observada poucas vezes durante esse estudo. Apesar disso, atualmente temos registros de uma população estável, sendo comumente observada pelos funcionários e visitantes do Parque. As corujas desempenham um papel muito importante para o equilíbrio das populações de várias espécies da fauna, pois alimentam-se de roedores, baratas, escorpiões, aranhas, pequenas cobras e até mesmo filhotes de outras aves. O seu hábito de caça é principalmente crepuscular, porém podem caçar também durante o dia. São caçadoras muito eficientes, possuem olhos grandes dispostos frontalmente o que lhes confere uma visão binocular que também chega a ser 100 vezes mais aguçada que a do homem. Além disso, podem girar sua cabeça lateralmente em até 270°, aumentando assim o seu campo visual. Sua audição é extremamente eficiente, possibilitando identificar onde estão suas presas com precisão. Possuem ainda penas diferenciadas, ou melhor, bem macias tornando possível um voo silencioso. Conseguem cortar o ar e planar por muito tempo sendo muito discretas e imperceptíveis às suas presas. A coruja-buraqueira possui este nome, pois vive em buracos cavados no solo. Embora sejam capazes de cavar sua própria toca com a ajuda dos pés e do bico, também vivem nos buracos abandonados por outros animais. Seus ninhos ou tocas possuem em torno de 1,5 a 3 metros de profundidade e 30 a 60 centímetros de largura. Costumam realizar observação de suas V.4 - N.4 - Setembro de 2015 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line) 15 presas em lugares altos, em galhos de árvores, ou até durante o voo. Quando fazem uma varredura na área de caça, assim que uma presa é visualizada, a coruja voa silenciosamente até ela, mantendo sua cabeça em linha reta em direção ao alvo, quando então a joga para trás e empurra suas garras para frente a fim de prender firmemente a presa. Ao contrário da maioria das corujas, o macho é ligeiramente maior que a fêmea que, por outro lado, são normalmente mais escuras. São aves tímidas e costumam viver em campos, pastos, restingas, planícies e terrenos baldios nas cidades. Durante o dia, ela costuma cochilar em seu ninho ou “tomar banho de sol” nas proximidades da toca. O período reprodutivo da coruja-buraqueira começa nos meses de março e abril, podem pôr de 6 a 12 ovos por postura e são incubados por cerca de 28 dias somente pela fêmea. No Parque da Cidade essa espécie é protegida e pode ser vista praticamente todos os dias sobre as dunas ou empoleirada nos galhos das árvores ao longo das trilhas. CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA Nome Vulgar: Coruja Buraqueira Nome Científico: Athene cunicularia (Molina, 1782) Família: Strigidae Peso:100 a 200 g Tamanho: de 19-26cm de comprimento Carlos Vilela Carlos Vilela Carlos Vilela