Direcção de Planeamento e Controlo Planeamento Estratégico e Candidaturas Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Setembro de 2011 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 2 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Índice 1. Enquadramento ...................................................................................................................... 5 2. Resíduos Indiferenciados ..................................................................................................... 11 2.1. AMTRES.................................................................................................................................... 11 2.2. Cascais........................................................................................................................................ 13 2.3. Mafra .......................................................................................................................................... 14 2.4. Oeiras ......................................................................................................................................... 15 2.5. Sintra .......................................................................................................................................... 17 3. Resíduos provenientes de recolhas selectivas ...................................................................... 19 3.1. Papel/Cartão ............................................................................................................................... 19 3.1.1. AMTRES............................................................................................................................................ 19 3.1.2. Cascais ............................................................................................................................................... 22 3.1.3. Mafra .................................................................................................................................................. 23 3.1.4. Oeiras ................................................................................................................................................. 25 3.1.5. Sintra .................................................................................................................................................. 27 3.2. Embalagens de plástico, metal e ECAL ..................................................................................... 29 3.2.1. AMTRES............................................................................................................................................ 29 3.2.2. Cascais ............................................................................................................................................... 30 3.2.3. Mafra .................................................................................................................................................. 32 3.2.4. Oeiras ................................................................................................................................................. 34 3.2.5. Sintra .................................................................................................................................................. 36 3.3. Vidro .......................................................................................................................................... 37 3.3.1. AMTRES............................................................................................................................................ 37 3.3.2. Cascais ............................................................................................................................................... 39 3.3.3. Mafra .................................................................................................................................................. 41 3.3.4. Oeiras ................................................................................................................................................. 43 3.3.5. Sintra .................................................................................................................................................. 45 3.4. Biorresíduos ............................................................................................................................... 47 3.4.1. AMTRES............................................................................................................................................ 47 3.4.2. Cascais ............................................................................................................................................... 48 3.4.3. Mafra .................................................................................................................................................. 50 3.4.4. Oeiras ................................................................................................................................................. 52 3.4.5. Sintra .................................................................................................................................................. 52 3.5. Porta-a-Porta .............................................................................................................................. 53 4. Resíduos equiparados a Urbanos ........................................................................................ 58 4.1. Resíduos de Limpeza ................................................................................................................. 58 4.1.1. AMTRES............................................................................................................................................ 58 4.1.2. Cascais ............................................................................................................................................... 59 4.1.3. Mafra .................................................................................................................................................. 60 4.1.4. Oeiras ................................................................................................................................................. 61 4.1.5. Sintra .................................................................................................................................................. 63 4.2. Monstros..................................................................................................................................... 64 4.2.1. AMTRES............................................................................................................................................ 64 4.2.2. Cascais ............................................................................................................................................... 65 4.2.3. Mafra .................................................................................................................................................. 66 TRATOLIXO | DPC/PEC | 3 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 4.2.4. Oeiras ................................................................................................................................................. 67 4.2.5. Sintra .................................................................................................................................................. 69 4.3. Resíduos Verdes ........................................................................................................................ 70 4.3.1. AMTRES ........................................................................................................................................... 70 4.3.2. Cascais ............................................................................................................................................... 71 4.3.3. Mafra.................................................................................................................................................. 72 4.3.4. Oeiras ................................................................................................................................................. 73 4.3.5. Sintra .................................................................................................................................................. 74 5. Conclusões ............................................................................................................................ 76 4 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 1. Enquadramento A forma tradicional de se medir o crescimento económico de um país é através da medição do seu Produto Interno Bruto (PIB), que representa a quantificação do valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território económico do país, durante um determinado período de tempo. Por outro lado, o crescimento económico das sociedades encontra-se intrinsecamente associado à produção de resíduos, numa lógica de produção de bens, seu consumo e posterior eliminação. O Programa de Prevenção de Resíduos Urbanos (PPRU) da APA, de Junho de 2009, documenta claramente a relação entre o PIB nacional e a produção de resíduos, tal como se pode verificar no gráfico abaixo. Observa-se, com excepção dos anos de 2001 e 2004, que a tendência comportamental existente é registar-se um aumento da produção de resíduos urbanos com o acréscimo do PIB per capita. As inflexões na produção de resíduos podem significar anos de maior produção de bens de longa duração – tal como automóveis ou telemóveis – ou serviços – habitação, turismo – cuja eliminação não é efectuada imediatamente após o seu consumo ou é directamente inexistente. TRATOLIXO | DPC/PEC | 5 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES O sistema AMTRES é composto por quatro municípios (Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra), o que representa cerca de 8% do total nacional em termos de população servida. A actividade de tratamento de resíduos, a qual compete à TRATOLIXO, confere-lhe um dos lugares de topo no que respeita ao total de resíduos sólidos urbanos geridos a nível nacional. O seu longo histórico de actividade permitiu à TRATOLIXO obter know how de referência, não só em termos de processos e tecnologias utilizados no sector dos resíduos, como no desenvolvimento de novos projectos e produtos valorizáveis. Existem, porém, alguns factores externos que podem constituir dificuldades para o atingimento das metas e objectivos estabelecidos pela TRATOLIXO e pela tutela, colocando em risco o cumprimento das metas estabelecidas pela comunidade europeia para Portugal. Neste momento, o país enfrenta uma crise económica grave, atestada pela evolução negativa do indicador de clima económico apresentada no gráfico abaixo. Indicador de Clima Económico Jan 2006 a Ago 2011 % Mai-11 Jan-11 Set-10 Mai-10 Jan-10 Set-09 Mai-09 Jan-09 Set-08 Mai-08 Jan-08 Set-07 Mai-07 Jan-07 Set-06 Mai-06 Jan-06 2 1,5 1 0,5 0 -0,5 -1 -1,5 -2 -2,5 -3 -3,5 Indicador de Clima Económico Os valores obtidos no indicador de clima económico têm vindo a diminuir desde Junho de 2008 e embora se tenha registado uma recuperação em Maio de 2009, a situação tem-se vindo a agravar desde Setembro de 2010, com perspectivas de continuidade neste cenário. Este indicador afere as expectativas dos agentes económicos de várias componentes sectoriais (industria transformadora, construção e obras públicas, comércio e serviços) em relação ao ambiente económico do país. 6 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Por outro lado, o indicador de confiança dos consumidores tem-se apresentado sempre negativo ao longo do período em estudo, tendo registado entre Outubro de 2008 e Junho de 2009 um forte decréscimo – coincidente com a crise financeira que despontou naquele período em Portugal – e novamente desde Outubro de 2010 até ao momento, tal como se pode observar no gráfico abaixo. % Jan-06 Abr-06 Jul-06 Out-06 Jan-07 Abr-07 Jul-07 Out-07 Jan-08 Abr-08 Jul-08 Out-08 Jan-09 Abr-09 Jul-09 Out-09 Jan-10 Abr-10 Jul-10 Out-10 Jan-11 Abr-11 Jul-11 Indicador de confiança dos consumidores Jan 2006-Jul 2011 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60 Indicador de confiança dos consumidores Este último período vem registando continuamente o conjunto de valores mais baixos desde Janeiro de 2006 e evidencia uma estabilização desta tendência. Este indicador mede a confiança do consumidor na sua capacidade de compra e na situação do país, abordando expectativas em relação à inflação, ao desemprego e a rendimentos futuros. Face aos resultados apresentados, é de considerar que o poder de compra de bens de consumo por parte dos munícipes será bastante reduzido nos próximos meses, podendo mesmo ainda vir a sofrer nova queda. Considerando ainda a taxa de desemprego registada ao longo do período 2006-2011 (sendo que para 2011 apenas é possível apresentar o valor médio registado no 1º e 2º trimestre do ano) e apenas para a área geográfica referente à NUT II de Lisboa, verifica-se um aumento significativo da percentagem de desemprego entre 2009 e 2011, como se constata a partir do gráfico seguinte. TRATOLIXO | DPC/PEC | 7 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Taxa de desemprego NUT II Lisboa % 12,25 12 11,28 8,85 9 9,80 8,48 8,23 6 3 0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Média 1º e 2º Trimestre Taxa de desemprego Este indicador irá também reflectir-se de forma directa no poder de compra de bens de consumo por parte dos munícipes e influenciar o fim de linha dos mesmos, ou seja a produção de resíduos. Por outro lado, há ainda a considerar a evolução populacional residente no Sistema AMTRES entre 2006 e 2011 patente no gráfico abaixo. Evolução populacional na AMTRES Hab. 900.831 800.000 850.879 864.599 877.004 889.464 831.178 400.000 0 2006 2007 N.º de Habitantes AMTRES 8 | DPC/PEC | TRATOLIXO 2008 2009 2010 2011 Linear (N.º de Habitantes AMTRES) Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Os dados de 2006 a 2010 são estimativas intercensitárias do INE e é possível verificar que, nesse período, o número de habitantes servidos pelo Sistema TRATOLIXO teria registado um aumento anual consecutivo. Porém, os dados provisórios do Censos realizado já em 2011 apontam para um decréscimo de cerca de -8% no que se refere ao número de habitantes estimado para 2010, cujo contributo se deveu sobretudo ao decréscimo registado no município de Sintra, tal como se pode verificar no quadro abaixo. 2001 … 2006 2007 2008 2009 2010 2011 ∆ 2010 - 2011 ∆ 2001 - 2011 Cascais 170.683 … 185.279 186.947 188.244 189.606 190.625 205.117 7,60% 20,17% Mafra 54.358 … 66.453 68.709 70.867 73.061 75.277 76.749 1,96% 41,19% Oeiras 162.128 … 170.677 171.472 172.021 172.609 172.948 172.063 -0,51% 6,13% Sintra 363.749 … 428.470 437.471 445.872 454.188 461.981 377.249 -18,34% 3,71% Total AMTRES 750.918 … 850.879 864.599 877.004 889.464 900.831 831.178 -7,73% 10,69% Contudo, e como já foi referido, os dados entre 2001 e 2011 são estimativas do próprio INE, pelo que efectivamente o que sucedeu no período decorrido entre a realização dos dois inquéritos censitários à população foi um acréscimo de cerca de 11% no número de habitantes da área geográfica da AMTRES, onde todos os municípios registaram um crescimento populacional, bastante expressivo no município de Mafra (+41,19%) e Cascais (+20,17%) e mais ténue nos municípios de Sintra (+3,71%) e Oeiras (+6,13%). Desta forma verifica-se que a estimativa populacional intercensitária para Sintra foi demasiado ambiciosa face aos resultados finais de 2011. Assim sendo, torna-se mais fidedigno assumir uma taxa de crescimento populacional anual linear para cálculo das capitações de resíduos por município, cujos resultados se apresentam de seguida. TRATOLIXO | DPC/PEC | 9 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Cascais Mafra Oeiras Sintra AMTRES N.º de Habitantes Produção RU (t) Capitação (kg/hab.ano) N.º de Habitantes Produção RU (t) Capitação (kg/hab.ano) N.º de Habitantes Produção RU (t) Capitação (kg/hab.ano) N.º de Habitantes Produção RU (t) Capitação (kg/hab.ano) N.º de Habitantes Produção RU (t) Capitação (kg/hab.ano) 2006 188.609 103.502 1,503 66.515 35.492 1,462 167.157 75.024 1,230 370.549 157.702 1,166 792.829 371.721 1,285 2007 192.414 105.791 1,506 69.254 36.447 1,442 168.181 75.010 1,222 371.925 157.243 1,158 801.774 374.492 1,280 2008 196.296 106.713 1,489 72.107 36.850 1,400 169.212 74.739 1,210 373.305 156.760 1,150 810.919 375.063 1,267 2009 198.276 105.417 1,457 73.592 36.744 1,368 170.249 73.756 1,187 374.690 154.731 1,131 816.807 370.648 1,243 2010 202.276 104.108 1,410 75.108 36.420 1,328 171.292 73.126 1,170 376.081 154.927 1,129 824.757 368.581 1,224 Em resultado dos factos acima expostos, verifica-se pela análise do gráfico seguinte que a produção de RSU nos últimos meses tem sido inferior à verificada nos últimos 5 anos. 34.000,00 RSU Total 33.000,00 32.000,00 31.000,00 30.000,00 29.000,00 2006 2007 2008 2009 28.000,00 27.000,00 2010 2011 26.000,00 25.000,00 Estes factos são determinantes para o planeamento da actividade da TRATOLIXO e determinação dos objectivos de recolha municipal das diversas tipologias de resíduos. 10 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Este trabalho pretende fazer uma análise evolutiva da produção de resíduos no período de 2006 a 2011, correlacionando-a com os principais acontecimentos que potenciaram as principais alterações, de modo a que seja possível apontar soluções que determinem direcções de acção para os próximos anos. 2. Resíduos Indiferenciados 2.1. AMTRES Na área AMTRES tem-se vindo a registar continuamente um decréscimo anual dos resíduos indiferenciados ao longo do período 2006-2010, tal como se observa na figura abaixo. T 340.000 RSU indiferenciado AMTRES 335.359 332.829 332.594 329.788 327.655 2006 2007 2008 2009 2010 320.000 300.000 280.000 260.000 240.000 220.000 200.000 RSU indiferenciado É de considerar que face aos valores registados na recolha de resíduos indiferenciados no período de Janeiro-Agosto – com uma variação de -3,05% face a igual período de 2010 – e à actual conjectura económica nacional, que se atinja no final deste ano o valor mais reduzido destes últimos 6 anos. TRATOLIXO | DPC/PEC | 11 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Total RSU indiferenciado AMTRES (t) Variação anual (%) 2006 335.359,21 - 2007 332.829,22 -0,75 2008 332.593,84 -0,07 2009 329.787,76 -0,84 2010 327.655,34 -0,65 2011 (a Agosto) 212.299,50 -3,05 * *Comparação com período homólogo de 2010. Por outro lado, e tal como se poderá verificar nos próximos capítulos, o decréscimo ocorrido entre 2006 e 2008 deve-se também a um crescimento nas recolhas selectivas de resíduos recicláveis (papel/cartão, embalagens de plástico, metal e ECAL, vidro e biorresíduos), cujo desvio dos resíduos indiferenciados poderá justificar o seu decréscimo. Face ao anteriormente exposto, pode-se afirmar que o decréscimo observado entre 2008 e 2011 se deve exclusivamente a questões de perspectiva económica (aumento da taxa de desemprego e quebra nos índices de clima económico e de confiança do consumidor), já a presença de resíduos valorizáveis nos indiferenciados tem vindo a diminuir desde 2008, tal como se observa no gráfico abaixo. % Evolução da composição física dos resíduos indiferenciados da AMTRES 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Papel/cartão Embalagens 2008 2009 Vidro 2010 Salienta-se que os valores anuais apresentados para as recolhas não incluem entradas de particulares. 12 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 2.2. Cascais Particularizando a análise para o município de Cascais, é possível verificar a tendência de decréscimo anual verificada no sistema AMTRES, no que concerne às recolhas de resíduos indiferenciados para o período em estudo. T RSU indiferenciado Cascais 94.500 94.000 93.931 93.874 93.933 93.341 93.500 93.000 92.500 92.012 92.000 91.500 91.000 2006 2007 2008 2009 2010 RSU indiferenciado Este comportamento deve-se, no respeitante ao período 2006-2008, ao aumento verificado nas recolhas selectivas, como se verá adiante. Para o período 2009-2011 será também possível verificar nos capítulos seguintes que ocorreu uma diminuição nas quantidades recolhidas selectivamente, facto que aliado à diminuição de resíduos valorizáveis na composição física dos resíduos indiferenciados deste município pressupõe que seja a conjectura económica a principal responsável pelo decréscimo observado neste período. TRATOLIXO | DPC/PEC | 13 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Evolução da composição física dos resíduos indiferenciados de Cascais % 14 12 10 8 6 4 2 0 Papel/cartão Embalagens 2008 2009 Vidro 2010 Apenas em 2008 se verifica um ligeiro aumento de +0,06% (58,90 t) na quantidade de resíduos indiferenciados recolhida por Cascais, sendo ainda de registar um decréscimo de cerca de -2% no período de Janeiro-Agosto de 2011 face ao período homólogo do ano anterior, tal como consta do quadro abaixo. Total RSU indiferenciado Cascais (t) Variação anual (%) 2006 93.931,29 - 2007 93.873,66 -0,06 2008 93.932,56 0,06 2009 93.340,64 -0,63 2010 92.012,12 -1,42 2011 (a Agosto) 60.448,80 -1,89* *Comparação com período homólogo de 2010. 2.3. Mafra Para o município de Mafra verifica-se um comportamento variável nas quantidades de recolhas de resíduos indiferenciados, com crescimentos observáveis nos anos de 2007 (+336,12 t) e 2009 (+102,26 t). 14 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES RSU indiferenciado Mafra T 32.279 32.615 32.513 32.615 32.531 2006 2007 2008 2009 2010 30.500 27.000 23.500 20.000 RSU indiferenciado No ano de 2007 ocorreu a transição da responsabilidade das recolhas selectivas para os municípios, podendo esta alteração operacional ter causado o aumento verificado nos resíduos indiferenciados. Total RSU indiferenciado Mafra (t) Variação anual (%) 2006 32.278,58 - 2007 32.614,70 1,04 2008 32.512,66 -0,31 2009 32.614,92 0,31 2010 32.531,16 -0,26 2011 (a Agosto) 21.455,82 -2,50* *Comparação com período homólogo de 2010. Verifica-se que no período Janeiro-Agosto de 2011 ocorreu um desvio de -2,5% na quantidade de resíduos indiferenciados recolhidos em Mafra, face ao mesmo período do ano anterior. 2.4. Oeiras No respeitante ao município de Oeiras, as recolhas de resíduos indiferenciados manifestaram um decréscimo generalizado ao longo do período 2006-2010, registando-se, contudo um aumento de +0,67% durante o ano de 2008, ou seja, +423,46 t. TRATOLIXO | DPC/PEC | 15 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES RSU indiferenciado Oeiras T 65.000 64.500 64.390 63.800 64.000 63.377 63.500 63.176 62.755 63.000 62.500 62.000 61.500 2006 2007 2008 2009 2010 RSU indiferenciado O aumento observado em 2008 está directamente associado ao abandono do sistema de recolha porta-a-porta, que como se verá mais adiante, teve um forte impacto durante o ano de 2008. Não devem, contudo ser negligenciados, os factores da taxa de desemprego – que assumiu em 2008 para a região NUT II de Lisboa um decréscimo para o valor mais reduzido do período em estudo (8,23%) e os valores positivos do índice de clima económico, registados até ao fim do 3º trimestre de 2008. Para a tendência genérica de diminuição observada entre 2006 e 2011 contribuem, mais uma vez, o aumento observado nas recolhas selectivas entre 2006 e 2007, sendo que entre 2009 e 2011 o decréscimo se atribui à crise económica, atestada pela diminuição das recolhas selectivas e decréscimo de resíduos valorizáveis na composição física dos indiferenciados de Oeiras. 16 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Evolução da composição física dos resíduos indiferenciados de Oeiras % 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Papel/cartão Embalagens 2008 2009 Vidro 2010 Deve-se ainda salientar que no período Janeiro-Agosto de 2011 registou-se um decréscimo de -3,59% nas entradas deste fluxo face a igual período de 2010, tal como é possível constatar a partir da análise do quadro abaixo. 2006 Total RSU indiferenciado Oeiras (t) 64.389,72 2007 63.376,98 -1,57 2008 63.800,44 0,67 2009 63.175,54 -0,98 2010 62.754,74 -0,67 2011 (a Agosto) 40.299,46 -3,59* Variação anual (%) - *Comparação com período homólogo de 2010. 2.5. Sintra No município de Sintra verifica-se uma tendência de decréscimo anual contínuo, no respeitante à recolha de resíduos indiferenciados. TRATOLIXO | DPC/PEC | 17 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES T RSU indiferenciado Sintra 146.000 145.000 144.760 144.000 142.964 143.000 142.348 142.000 141.000 140.657 140.357 2009 2010 140.000 139.000 138.000 2006 2007 2008 RSU indiferenciado Este comportamento está associado ao aumento verificado nas recolhas selectivas – sobretudo das embalagens e papel/cartão – tal como se irá analisar detalhadamente mais adiante. Este facto é também atestado através da evolução da percentagem de resíduos de embalagem recuperáveis presentes na caracterização dos indiferenciados do município de Sintra, conforme gráfico abaixo. % Evolução da composição física dos resíduos indiferenciados de Sintra 14 12 10 8 6 4 2 0 Papel/cartão Embalagens 2008 2009 Vidro 2010 Efectivamente, a partir das caracterizações físicas efectuadas a este fluxo de resíduos, assistiu-se desde 2008 a uma diminuição da percentagem de papel/cartão e embalagens, consistente com o aumento das recolhas selectivas destes materiais. 18 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Apesar do referido, o decréscimo observado em 2009 na recolha de resíduos indiferenciados de Sintra deve-se à conjuntura económica, que terá também afectado as recolhas selectivas da maior parte dos materiais, tal como se irá detalhar mais adiante. De salientar, porém, que a crise económica está a causar fortes impactes em 2011, uma vez que nos meses de Janeiro a Agosto já foram recepcionadas -3.461,44 t face ao período homólogo de 2010, ou seja, -3,7%. Total RSU indiferenciado Sintra (t) Variação anual (%) 2006 144.759,62 - 2007 142.963,88 2008 142.348,18 2009 140.656,66 2010 140.357,32 2011 (a Agosto) 90.095,42 -1,24 -0,43 -1,19 -0,21 -3,70 *Comparação com período homólogo de 2010. Este quantitativo (-3.461,44 t), verificado apenas nestes 8 meses constitui mais do dobro do decréscimo observado durante a crise económica de 2009. 3. Resíduos provenientes de recolhas selectivas 3.1. Papel/Cartão 3.1.1. AMTRES Assiste-se no período em estudo a um aumento da quantidade papel/cartão recolhido selectivamente no sistema AMTRES até 2008. TRATOLIXO | DPC/PEC | 19 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Papel/Cartão AMTRES T 25.000 20.000 18.806 20.004 19.420 19.987 2008 2009 2010 16.513 15.000 10.000 5.000 0 2006 2007 Papel/cartão Este aumento é fruto do reforço da colocação de ecopontos nos municípios, tal como se pode observar pelos dados fornecidos anualmente pelos municípios à SPV, no quadro abaixo. Cascais N.º N.º Variação ecopontos ecopontos anual 2007 2008 686 689 3 N.º ecopontos 2009 774 N.º Variação Variação ecopontos anual anual 2010 1 85 759 -15 Mafra 363 411 48 495 84 508 13 Oeiras 313 411 98 491 80 519 28 Sintra 1077 1159 82 1228 69 1228* 0 AMTRES 2439 2670 231 2988 318 4406 1418 *Não existem dados actualizados para 2010. Em 2009 ocorre uma quebra, fruto da instabilidade económica existente naquele ano, registando-se uma ligeira recuperação em 2010. Porém, e tal como se pode analisar a partir do quadro abaixo, nos primeiros 8 meses de 2011 deu-se um desvio de -6,73% face ao mesmo período do ano anterior, num total de -876,20 t. 1 Salienta-se que no caso de Cascais, o número de pontos de deposição diminuiu em 2010 face a 2009, tendo, no entanto, aumentado a capacidade de deposição, uma vez que a EMAC procedeu à substituição de ecopontos de superfície por ilhas ecológicas, cujo volume de deposição é substancialmente superior. Este projecto é cofinanciado pelo Programa Operacional Regional de Lisboa (POR Lisboa) e pretende optimizar os circuitos de recolha e a gestão da frota associada a esta operação de gestão de resíduos. 20 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 2006 Total Papel/cartão AMTRES (t) 16.512,56 2007 18.806,38 13,89 2008 20.004,44 6,37 2009 19.420,32 -2,92 2010 19.986,52 2,92 2011 (a Agosto) 12.145,58 -6,73* Variação anual (%) - *Comparação com período homólogo de 2010. Este desvio é justificado pelo cenário económico enfraquecido do país, cujas consequências se reflectem de forma directa no consumo dos bens não essenciais feitos a partir desta tipologia de material (ex: jornais, revistas e papel de escrita) e, indirectamente, a diminuição de consumo de bens essenciais diversos conduz a uma diminuição do consumo e consequente deposição das embalagens secundárias e terciárias (caixas de cartão e sacos de papel) que os armazenam e transportam. Salienta-se ainda que em termos de evolução da composição física desta fileira de material, o teor de resíduos recuperáveis se tem encontrado sempre acima dos 90%, o que constitui um indicador de correcta separação na origem. % 100 Evolução da composição física do Papel/Cartão de Recolha Selectiva AMTRES 94,70 95,00 92,72 80 60 40 20 5,30 7,28 5,00 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes TRATOLIXO | DPC/PEC | 21 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 3.1.2. Cascais Particularizando a análise evolutiva da recolha selectiva de papel/cartão por município, constata-se para Cascais um crescimento positivo até 2008, em resultado do reforço da contentorização de deposição selectiva. Papel/Cartão Cascais T 5.618 6.000 5.003 5.000 5.273 5.193 2009 2010 4.151 4.000 3.000 2.000 1.000 0 2006 2007 2008 Papel/cartão A partir de 2009, inclusive, assiste-se a um progressivo decréscimo nas entradas desta fileira de material, consubstanciada pela frágil situação económica que se vive actualmente. 2006 Total Papel/cartão Cascais (t) 4.150,58 2007 5.002,64 20,53 2008 5.618,32 12,31 2009 5.273,00 -6,15 2010 5.192,82 -1,52 2011 (a Agosto) 3.308,60 -3,01* Variação anual (%) - *Comparação com período homólogo de 2010. Este facto acentuou nos primeiros 8 meses de 2011 o decréscimo já referido anteriormente, onde se observa um desvio de -102,56 t (-3,01%) face ao período Janeiro-Agosto de 2010. 22 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Para além deste decréscimo, deve-se referir a existência de um agravamento nas características físicas do papel/cartão recolhido selectivamente no município de Cascais, tal como é possível observar no gráfico abaixo. % Evolução da composição física do Papel/Cartão de Recolha Selectiva Cascais 120 100 96,82 93,51 92,36 80 60 40 20 3,18 6,49 7,64 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.1.3. Mafra No respeitante ao município de Mafra, regista-se um crescimento positivo até 2008, em resultado do reforço da contentorização de deposição selectiva e igualmente pela consolidação da utilização do ecocentro da Ericeira – inaugurado em Julho de 2007. TRATOLIXO | DPC/PEC | 23 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Papel/Cartão Mafra T 2.000 1.790 1.573 1.617 1.615 2009 2010 1.356 1.500 1.000 500 0 2006 2007 2008 Papel/cartão Papel/Cartão recepcionado no Ecocentro da Ericeira t 400 328,86 297,1 300 277,66 160,54 200 100 0 2007 2008 2009 2010 A partir de 2009 inclusive, regista-se um decréscimo associado à crise económica, no qual o desvio de -9,68% verificado nesse ano causou uma diminuição de -173,36 t na quantidade de papel/cartão recolhido. Total Papel/cartão Mafra (t) Variação anual (%) 2006 1.356,04 - 2007 1.573,04 16,00 2008 1.790,14 13,80 2009 1.616,78 -9,68 2010 1.614,74 -0,13 983,56 -7,51* 2011 (a Agosto) *Comparação com período homólogo de 2010. 24 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Salienta-se ainda que entre os meses de Janeiro a Agosto já foi apurado um desvio de -7,51% face a igual período do ano anterior, com a redução de -79,92 t recolhidas. Apesar desta conjuntura, é de realçar a evolução positiva observada na qualidade de papel/cartão recolhido selectivamente pelo município de Mafra, registando-se progressivamente uma diminuição do teor de contaminantes presentes nesta fileira. % Evolução da composição física do Papel/Cartão de Recolha Selectiva Mafra 120 100 97,78 96,05 94,88 80 60 40 20 5,12 3,95 2,22 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.1.4. Oeiras Em Oeiras ocorre igualmente um primeiro crescimento na quantidade de papel/cartão recolhido selectivamente, embora neste município este aumento se verifique até 2009, ano caracterizado por uma crise económica. TRATOLIXO | DPC/PEC | 25 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Papel/Cartão Oeiras T 7.000 6.000 5.000 5.259 5.506 2007 2008 5.838 5.692 2009 2010 4.633 4.000 3.000 2.000 1.000 0 2006 Papel/cartão Estes factos devem-se ao reforço da colocação de ecopontos – também devido ao abandono do sistema de recolha porta-a-porta – e ao forte investimento em recolhas específicas em grandes produtores, responsável por cerca de 30% a 40% do material recolhido neste município. A partir de 2010 inclusive, apesar de todos estes esforços, a crise económica faz abrandar o consumo e consequentemente a quantidade de papel/cartão recolhida. Total Papel/cartão Oeiras (t) Variação anual (%) 2006 4.633,12 - 2007 5.258,60 13,50 2008 5.505,84 4,70 2009 5.837,68 6,03 2010 5.692,10 -2,49 2011 (a Agosto) 3.337,00 -10,99* *Comparação com período homólogo de 2010. Verifica-se que entre Janeiro e Agosto de 2011 existe uma diminuição de -10,99% face ao mesmo período de 2010, com um desvio de -411,84 t. Refere-se ainda como nota positiva a diminuição do teor de contaminantes presentes neste material, evidenciada pelas caracterizações efectuadas entre 2008 e 2010. 26 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES % Evolução da composição física do Papel/Cartão de Recolha Selectiva Oeiras 120 100 96,13 91,31 89,58 80 60 40 10,42 20 8,69 3,87 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.1.5. Sintra Também em Sintra se constata um aumento na quantidade de papel/cartão recolhida entre 2006 e 2008, o que se deve, uma vez mais ao reforço do número de ecopontos colocados na via pública. Papel/Cartão Sintra T 7.600 7.400 7.200 7.000 6.800 6.600 6.400 6.200 6.000 5.800 7.487 6.972 7.090 6.693 6.373 2006 2007 2008 2009 2010 Papel/cartão Em 2009 dá-se uma diminuição de -5,60%, o que corresponde a -397,28 t recolhidas. Para tal contribuiu a crise económica que também se manifestou nos resultados dos outros municípios. TRATOLIXO | DPC/PEC | 27 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Total Papel/cartão Sintra (t) Variação anual (%) 2006 6.372,82 - 2007 6.972,10 9,40 2008 7.090,14 1,69 2009 6.692,86 -5,60 2010 7.486,86 11,86 2011 (a Agosto) 4.516,42 -5,87* *Comparação com período homólogo de 2010. Entretanto, verifica-se para os primeiros oito meses de 2011 um desvio de -5,87% face ao mesmo período de 2010, com uma diminuição de -281,88 t. Em termos de qualidade de material recolhido, verifica-se que o município de Sintra apresenta entre 2008 e 2010 um teor de materiais recuperáveis acima dos 90%, tal como se pode constatar no gráfico abaixo. % Evolução da composição física do Papel/Cartão de Recolha Selectiva Sintra 120 100 95,89 95,39 92,52 80 60 40 20 4,11 7,48 4,61 0 2008 2009 Recuperáveis 28 | DPC/PEC | TRATOLIXO Contaminantes 2010 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 3.2. Embalagens de plástico, metal e ECAL 3.2.1. AMTRES Apesar da conjuntura económica, verifica-se para o período 2006-2011 uma evolução crescente na quantidade de resíduos de embalagem recolhidos selectivamente no sistema AMTRES. Embalagens AMTRES T 10.000 8.000 6.977 8.069 7.607 5.643 6.000 4.080 4.000 2.000 0 2006 2007 2008 2009 2010 Embalagens De facto, mesmo para o período Janeiro-Agosto de 2011 há a registar um desvio de +1,93% (102,54 t), quando comparado com o mesmo período do ano anterior, tal como se pode verificar a partir do quadro abaixo. Total Embalagens AMTRES (t) Variação anual (%) 2006 4.080,15 - 2007 5.643,18 38,31 2008 6.976,74 23,63 2009 7.606,86 9,03 2010 8.068,74 6,07 2011 (a Agosto) 5.405,46 1,93* *Comparação com período homólogo de 2010. TRATOLIXO | DPC/PEC | 29 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Para tal contribui principalmente o abandono progressivo desde 2008 do sistema de recolha porta-a-porta em Oeiras em detrimento do sistema de deposição colectiva, mas também o aumento da contentorização de deposição selectiva na via pública. Estes factos revelam que à partida, não terá ocorrido um decréscimo no consumo de bens e produtos essenciais (alimentares, limpeza, higiene), armazenados e transportados em embalagens de plástico, metal ou ECAL. Verifica-se, porém, em 2009 uma diminuição da qualidade do material recolhido, que poderá estar associada à alteração do sistema de deposição selectiva em Oeiras. 100 Evolução da composição física das % Embalagens de Recolha Selectiva AMTRES 80 60 40 78,17 73,53 71,73 20 21,84 28,27 26,47 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.2.2. Cascais Verifica-se para o município de Cascais um aumento generalizado nas recolhas de embalagens para o período em estudo, aumento que se acentua entre 2006 e 2008 devido ao reforço do número de ecopontos bem como ao investimento na recolha em grandes produtores. 30 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Embalagens Cascais T 2.500 2.107 2.000 1.500 2.223 2.217 2009 2010 1.713 1.167 1.000 500 0 2006 2007 2008 Embalagens O ligeiro desvio negativo de -0,24% (-5,34 t) observado em 2010 tem como origem o decréscimo nas recolhas em grandes produtores e atribui-se aos efeitos da crise económica. Verifica-se ainda existir um ligeiro aumento de +3,07% no período de Janeiro-Agosto de 2011 em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando um acréscimo de +45,26 t. Total Embalagens Cascais (t) Variação anual (%) 2006 1.167,16 - 2007 1.712,50 46,72 2008 2.107,16 23,05 2009 2.222,62 5,48 2010 2.217,28 -0,24 2011 (a Agosto) 1.518,26 3,07* *Comparação com período homólogo de 2010. Em termos de composição dos resíduos de embalagem de recolha selectiva deste município, em 2009 ocorreu um agravamento do teor de contaminantes nesta fileira. TRATOLIXO | DPC/PEC | 31 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 100 Evolução da composição física das % Embalagens de Recolha Selectiva Cascais 80 60 40 79,54 73,58 68,18 20 31,82 26,42 20,46 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.2.3. Mafra O município de Mafra regista até 2009 um crescimento nas recolhas de embalagens, o que está associado ao reforço de contentorização de deposição selectiva. Embalagens Mafra T 800 700 736 737 2008 2009 704 618 600 500 422 400 300 200 100 0 2006 2007 2010 Embalagens Ainda neste município, a consolidação da utilização do ecocentro da Ericeira coadjuvou o incremento referido, tal como se pode constatar no gráfico abaixo. 32 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Embalagens recepcionadas no Ecocentro da Ericeira t 70,58 80 74,7 60,06 60 36,06 40 20 0 2007 2008 2009 2010 A partir de 2010 observa-se já uma diminuição na quantidade de embalagens recolhidas, sendo de referir que no período de Janeiro-Agosto de 2011 existe já um desvio de -4,14% face ao período homólogo de 2010, respeitante a -20,00 t. Total Embalagens Mafra (t) Variação anual (%) 2006 422,46 - 2007 617,82 46,24 2008 735,92 19,12 2009 737,38 0,20 2010 703,92 -4,54 2011 (a Agosto) 462,94 -4,14* *Comparação com período homólogo de 2010. Esta variação está associada à situação sócio-económica que o país enfrenta actualmente. Em termos de qualidade de separação, verifica-se que tem existido uma melhoria contínua associada à redução da percentagem de contaminantes nas embalagens de Mafra, conclusão fundamentada pelas campanhas de caracterização efectuadas entre 2008 e 2010, cujos resultados são graficamente apresentados abaixo. TRATOLIXO | DPC/PEC | 33 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 100 Evolução da composição física das % Embalagens de Recolha Selectiva Mafra 80 60 40 82,12 79,48 78,22 20 21,78 20,52 17,88 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.2.4. Oeiras No período em estudo, Oeiras registou um aumento contínuo na recolha de embalagens. Embalagens Oeiras T 2.500 2.000 1.877 1.957 2009 2010 1.530 1.500 1.000 1.183 693 500 0 2006 2007 2008 Embalagens Para tal contribuíram o incremento do número de ecopontos neste município bem como o procedimento de abandono gradual (desde 2008) do porta-a-porta, sistema de recolha existente unicamente em Oeiras. É de referir que face ao seu nível qualitativo, o material proveniente da recolha porta-a-porta era descarregado na CITRS de Trajouce e processado enquanto indiferenciado. Assim sendo, é bastante plausível que com o término deste sistema de recolha tenha ocorrido a 34 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES transferência da deposição dos materiais recicláveis para a contentorização colectiva em ecopontos. Contudo, e uma vez mais devido ao panorama sócio-económico nacional, é possível verificar já nos primeiros 8 meses de 2011 um desvio negativo de -1,65% na quantidade de embalagens recolhidas, comparativamente ao mesmo período de 2010. Total Embalagens Oeiras (t) Variação anual (%) 2006 692,58 - 2007 1.183,44 70,87 2008 1.529,74 29,26 2009 1.877,08 22,71 2010 1.956,66 4,24 2011 (a Agosto) 1.273,78 -1,65* *Comparação com período homólogo de 2010. Esta diminuição representa -21,34 t, quantidade pouco significativa mas reveladora de uma tendência de recolha que possivelmente se irá manter até ao fim do ano. No respeitante à evolução qualitativa das embalagens de Oeiras, verificam-se teores de contaminantes acima de 30%, tendo-se registado em 2009 um forte agravamento da percentagem de recuperáveis. 100 80 % Evolução da composição física das Embalagens de Recolha Selectiva Oeiras 60 40 67,61 20 61,88 58,63 32,39 41,37 38,12 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes TRATOLIXO | DPC/PEC | 35 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Salientamos, no entanto, que a alteração do sistema de deposição e recolha associado ao porta-a-porta, sistema no qual havia a mistura dos fluxos de papel/cartão e plástico, metal e ECAL, estará na causa da elevada contaminação deste fluxo. As particularidades deste sistema de recolha serão analisadas em pormenor no ponto 3.5.. 3.2.5. Sintra A evolução da recolha de embalagens em Sintra tem sido positiva durante o período em estudo. Embalagens Sintra T 3.500 3.191 3.000 2.604 2.500 2.000 2.770 2.129 1.798 1.500 1.000 500 0 2006 2007 2008 2009 2010 Embalagens Os maiores crescimentos observam-se em 2007 (+331,47 t) e 2008 (+474,50 t), fruto duma situação sócio-económica nacional ainda favorável aliada ao incremento do número de ecopontos no município. Total Embalagens Sintra (t) Variação anual (%) 2006 1.797,95 - 2007 2.129,42 18,44 2008 2.603,92 22,28 2009 2.769,78 6,37 2010 3.190,88 15,20 2011 (a Agosto) 2.150,48 4,81* *Comparação com período homólogo de 2010. 36 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Existe posteriormente um abrandamento na recolha de embalagens de Sintra, em virtude da diminuição dos índices de clima económico e de confiança do consumidor, que recupera em 2010 e abranda nos primeiros 8 meses de 2011. Em termos qualitativos, tem-se vindo a assistir desde 2008 a uma diminuição do teor de resíduos recuperáveis nas embalagens, o que pressupõe um agravamento da separação destes resíduos no município de Sintra. 100 80 % Evolução da composição física das Embalagens de Recolha Selectiva Sintra 60 40 82,38 79,97 78,19 20 17,62 21,81 20,03 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.3. Vidro 3.3.1. AMTRES Em termos de quantitativos recolhidos no sistema AMTRES, o vidro regista um crescimento até 2008, fruto do reforço do número de ecopontos em cada município. TRATOLIXO | DPC/PEC | 37 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Vidro AMTRES T 14.000 12.158 12.000 12.024 11.306 11.039 10.411 10.000 8.000 2006 2007 2008 2009 2010 Vidro A partir de 2009, inclusive, dá-se um decréscimo como resultado da crise económica que terá conduzido a um menor consumo de produtos supérfluos não enquadráveis na categoria de primeira necessidade (refrigerantes, bebidas alcoólicas, etc.) Total Vidro AMTRES (t) Variação anual (%) 2006 10.411,05 - 2007 11.305,76 8,59 2008 12.157,96 7,54 2009 12.023,50 -1,11 2010 11.039,20 -8,19 2011 (a Agosto) 7.101,76 -3,16* *Comparação com período homólogo de 2010. Por outro lado, vem-se assistindo a uma progressiva substituição do vidro como material utilizado na embalagem de produtos alimentares e bebidas por outros materiais mais leves, robustos e menos onerosos, tal como o plástico. Há ainda a ter em consideração a quantidade de material rejeitado através do procedimento de cargas contaminadas, que em 2010 foi bastante expressivo, como se verá adiante. Desta forma, em 2010 foram recepcionadas -984,30 t, -8,19% face a 2009 e no período Janeiro-Agosto de 2011 deram entrada -3,16% que em igual período do ano passado, ou seja, -231,56 t. 38 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Com a aplicação do procedimento de acompanhamento de cargas contaminadas permite-se obter material de melhor qualidade à entrada, já que são rejeitadas as cargas não conformes e os contaminantes nelas presentes. Deste modo, verifica-se através das características físicas do vidro, que o teor de contaminantes tem sido inferior a 3%, conforme gráfico abaixo. 100 Evolução da composição física do Vidro Recolha Selectiva AMTRES % 80 60 97,35 98,31 97,21 40 20 2,79 2,65 1,69 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes Salienta-se, porém, que estes resultados só são parcialmente possíveis devido à desclassificação das cargas contaminadas recebidas e detectadas para resíduos indiferenciados. 3.3.2. Cascais Em Cascais registou-se um aumento na recolha de vidro até 2008 inclusive, aumento associado, uma vez mais, ao aumento do número de ecopontos colocados à disposição dos munícipes. TRATOLIXO | DPC/PEC | 39 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Vidro Cascais T 4.000 3.428 3.500 3.000 3.274 3.214 2009 2010 2.948 2.544 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 2006 2007 2008 Vidro A partir de 2009, sob o efeito da desaceleração económica e da substituição do material nas embalagens de produtos alimentares observa-se um progressivo decréscimo nas recolhas de vidro, prosseguindo ainda este ano uma diminuição de -0,54%, o que equivale a -11,52 t quando comparado com o período Janeiro-Agosto de 2010. 2006 Total Vidro Cascais (t) 2.544,14 2007 2.947,82 15,87 2008 3.428,36 16,30 2009 3.274,14 -4,50 2010 3.213,52 -1,85 2011 (a Agosto) 2.138,90 -0,54* Variação anual (%) - *Comparação com período homólogo de 2010. Com base nos argumentos expostos anteriormente, é possível afirmar que o ano de 2011 irá terminar com um valor de material recolhido em Cascais abaixo do registado em 2010. Em termos de análise qualitativa, verifica-se que Cascais registou em 2009 um ligeiro agravamento no teor de contaminantes, recuperando novamente durante o ano de 2010, tal como consta da figura abaixo. 40 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 100 Evolução da composição física do Vidro Recolha Selectiva Cascais % 80 60 97,79 97,3 96,88 40 20 3,12 2,21 2,7 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes Em todo o caso, a percentagem de resíduos recuperáveis existentes nas cargas de Cascais tem sido sempre superior a 95%, sendo um indicador de uma correcta separação na origem. 3.3.3. Mafra No respeitante a Mafra, observa-se igualmente um aumento crescente na quantidade de vidro recolhido selectivamente, entre 2006 e 2009. Vidro Mafra T 1.600 1.400 1.200 1.298 1.347 2007 2008 1.414 1.224 1.052 1.000 800 600 400 200 0 2006 2009 2010 Vidro Para este facto decorreu o reforço da colocação de ecopontos neste período, bem como a consolidação da utilização do ecocentro da Ericeira. TRATOLIXO | DPC/PEC | 41 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Vidro recepcionado no Ecocentro da Ericeira t 200 164,82 150 131,84 100 95,04 39,78 50 0 2007 2008 2009 2010 Como se pode verificar a partir da figura acima, as entradas de vidro no ecocentro da Ericeira aumentaram substancialmente em 2008, ano seguinte à sua inauguração, registaram ainda um aumento em 2009, sofrendo, porém em 2010 um decréscimo acentuado, derivado dos efeitos da crise económica que afectaram também o turismo da vila da Ericeira. Total Vidro Mafra (t) Variação anual (%) 2006 1.052,34 - 2007 1.297,76 23,32 2008 1.346,92 3,79 2009 1.413,54 4,95 2010 1.223,72 -13,43 853,12 4,87* 2011 (a Agosto) *Comparação com período homólogo de 2010. Esse decréscimo é generalizado para a totalidade do município, onde se verificou um desvio de -13,43% face a 2009, o que totaliza uma redução de -189,82 t. Apesar de tudo, nos primeiros 8 meses de 2011, a quantidade de vidro recolhido em Mafra já superava em +4,87% o observado no período Janeiro-Agosto de 2010, em resultado duma forte produção em Janeiro, meses de Abril, Maio e Agosto. 42 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Em termos qualitativos, pode-se afirmar que a separação do vidro em Mafra é correctamente efectuada, o que é validado pela existência de um teor de contaminantes abaixo dos 3%. 100 Evolução da composição física do Vidro Recolha Selectiva Mafra % 80 60 98,8 97,11 98,78 40 20 2,89 1,2 1,22 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.3.4. Oeiras Em Oeiras há também a registar até 2009 um crescimento nas recolhas de vidro em Oeiras, conforme se pode verificar no gráfico abaixo. Vidro Oeiras T 2.750 2.700 2.650 2.600 2.550 2.500 2.450 2.400 2.350 2.300 2.724 2.713 2009 2010 2.664 2.512 2.452 2006 2007 2008 Vidro O aumento evidenciado acima está relacionado com o reforço de colocação de ecopontos neste município. TRATOLIXO | DPC/PEC | 43 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES A partir do ano seguinte as recolhas denotam algum decréscimo, embora ligeiro, com 2010 a apresentar -0,41% face a 2009 – o que equivale a -11,18 t – e o período Janeiro-Agosto de 2011 com -5,31% em comparação com o mesmo período de 2010, ou seja -97,10 t. 2006 Total Vidro Oeiras (t) 2.452,17 2007 2.512,16 2,45 2008 2.664,46 6,06 2009 2.724,24 2,24 2010 2.713,06 -0,41 2011 (a Agosto) 1.733,16 -5,31* Variação anual (%) - *Comparação com período homólogo de 2010. Estes decréscimos poderão ser causados pela crise bem como pela substituição deste material nas embalagens de produtos alimentares. Qualitativamente, Oeiras apresenta bons resultados em termos de teor de resíduos recuperáveis existentes nas cargas entregues na TRATOLIXO, tendo-se, contudo, assinalado um ligeiro agravamento do teor de contaminantes em 2010. 100 Evolução da composição física do Vidro Recolha Selectiva Oeiras % 80 60 98,51 98,1 97,59 40 20 1,9 1,49 2,41 0 2008 2009 Recuperáveis 44 | DPC/PEC | TRATOLIXO Contaminantes 2010 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 3.3.5. Sintra No respeitante ao município de Sintra, a recolha selectiva de vidro regista uma evolução positiva até 2008, como resultado do investimento do município no reforço do número de ecopontos. Vidro Sintra T 5.000 4.362 4.718 4.548 4.612 3.889 4.000 3.000 2.000 1.000 0 2006 2007 2008 2009 2010 Vidro Em 2009 assiste-se a um decréscimo de -2,26%, associado aos efeitos da crise económica no consumo de bens não essenciais, o que totalizou -106,64 t recolhidas face a 2008. 2006 Total Vidro Sintra (t) 4.362,40 2007 4.548,02 4,25 2008 4.718,22 3,74 2009 4.611,58 -2,26 2010 3.888,90 -15,67 2011 (a Agosto) 2.376,58 -6,40* Variação anual (%) - *Comparação com período homólogo de 2010. Regista-se, contudo, um forte decréscimo de -15,67% em 2010, com a diminuição de -722,68 t entradas na TRATOLIXO. Este decréscimo teve como contributo as várias não conformidades que foram levantadas nesse ano, no âmbito da recolha selectiva do vidro deste município, que totalizaram 859,78 t de material desclassificado para recolha indiferenciada. TRATOLIXO | DPC/PEC | 45 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Estas não conformidades derivam da alteração do sistema de recolha tradicional para um sistema de recolha lateral em Sintra, que se iniciou em Setembro de 2004 no âmbito de um projecto-piloto e em meados de 2009 se encontrava implementado em todo o município. A tipologia de contentorização selectiva associada a esta recolha permitiu concentrar num mesmo local as quatro valências de recolha – indiferenciados, papel/cartão, plástico, metal e ECAL e vidro – contudo, possui aberturas que são permissivas à deposição de vários resíduos contaminantes. Salienta-se que no 1º semestre de 2011 foram já detectadas 551,82 t de vidro não conforme e que no período Janeiro-Agosto de 2011 foi recepcionado -6,4% de vidro face ao mesmo período do ano anterior, totalizando -162,52 t. Complementarmente ao já referido, é de considerar a substituição do vidro no fabrico de embalagens de produtos alimentares como coadjuvante para a tendência de decréscimo que se vem assistindo desde 2009. Através das caracterizações efectuadas a este material para o município de Sintra é possível verificar o elevado teor qualitativo do mesmo, com nível de recuperáveis acima de 95%. 100 Evolução da composição física do Vidro Recolha Selectiva Sintra % 80 60 96,68 99,49 96,18 40 20 3,82 3,32 0,51 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes Não deve, contudo, ser olvidado que o resultado obtido para 2010 é parcialmente possível devido à desclassificação das cargas contaminadas recebidas. 46 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 3.4. Biorresíduos 3.4.1. AMTRES Após uma evolução bastante razoável, face ao término em 2007 dos projectos piloto de recolha de Sintra e Cascais, assiste-se posteriormente a um decréscimo considerável no quantitativo de biorresíduos recolhidos selectivamente no sistema AMTRES. Biorresíduos AMTRES T 4.000 3.228 2.501 2.091 1.668 1.822 2008 2009 2010 2.000 0 2006 2007 Biorresíduos Durante o ano de 2009 o decréscimo de -20,23% que se regista é, porém, devido aos efeitos da contracção económica iniciada em Junho de 2008, que causou uma diminuição nas recolhas de biorresíduos provenientes do circuito piloto da Ericeira e Ribamar – zona turística caracterizada por produção sazonal de resíduos. Total Biorresíduos AMTRES (t) Variação anual (%) 2006 2.500,90 - 2007 3.228,06 29,08 2008 2.091,06 -35,22 2009 1.668,14 -20,23 2010 1.821,62 9,20 2011 (a Agosto) 1.319,08 7,08* *Comparação com período homólogo de 2010. No entanto, com o avanço das obras de construção e arranque iminente do funcionamento da CDA da Abrunheira houve um investimento por parte dos municípios de Cascais e Mafra TRATOLIXO | DPC/PEC | 47 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES no reforço desta recolha selectiva, no sentido de proporcionar material para a linha dedicada de biorresíduos daquela unidade. Esse esforço resultou em 2010 num aumento de +9,20 % na totalidade de biorresíduos recolhidos no sistema, com um desvio de +153,48 t. Apesar do clima de instabilidade económica actual, verifica-se que nos primeiros 8 meses de 2011 tinha ocorrido um aumento de +7,08% na quantidade de biorresíduos recolhidos face ao mesmo período do ano anterior, fruto dos desvios positivos verificados nos primeiros meses do ano. Em termos qualitativos, verifica-se que o teor de resíduos orgânicos presente nos biorresíduos do sistema AMTRES se encontra acima dos 80%, tendo-se, porém, registado um ligeiro agravamento da percentagem de contaminantes em 2010, devido, sobretudo à contaminação por plásticos, fraldas e têxteis sanitários. Evolução da composição física dos Biorresíduos Recolha Selectiva AMTRES % 100 80 60 40 87,03 86,75 20 13,24 84,41 12,98 15,6 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.4.2. Cascais No respeitante às recolhas de biorresíduos em Cascais, verifica-se um aumento de +545,5 t face ao ano de 2006. 48 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Biorresíduos Cascais T 2.500 2.000 2.255 1.709 1.627 1.473 1.307 1.500 1.000 500 0 2006 2007 2008 2009 2010 Biorresíduos Em 2007 deu-se a transição da responsabilidade das recolhas para os municípios, tendo terminado igualmente os projectos-piloto de recolha selectiva. Assim sendo, e no caso específico de Cascais, o término do Projecto de Recolha Selectiva Porta-a-Porta em S. Domingos de Rana foi a principal razão para o decréscimo observado em 2008. Já em 2009 ocorre novo decréscimo, este associado à conjectura económica que se começou a fazer sentir naquele período, resultando, por um lado, na menor produção de biorresíduos nas entidades de restauração e similares e na optimização operacional de custos de recolha por parte da EMAC, com a redução para um único circuito de recolha deste fluxo de resíduos. Total Biorresíduos Cascais (t) Variação anual (%) 2006 1.709,00 - 2007 2.254,50 31,92 2008 1.627,08 -27,83 2009 1.306,66 -19,69 2010 1.472,68 12,71 2011 (a Agosto) 1.080,36 9,46* *Comparação com período homólogo de 2010. O iminente início de funcionamento da CDA da Abrunheira e a ligeira recuperação económica foram propulsores para Cascais registar em 2010 um acréscimo de +12,71% na recolha de biorresíduos, cerca de +166 t que em 2009. TRATOLIXO | DPC/PEC | 49 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Ainda no período de Janeiro-Agosto de 2011 verifica-se um aumento de +9,46% face a mesmo período de 2010, com um aumento de +93,36 t associado aos aumentos registados nos dois primeiros meses de 2010. Na componente qualitativa, é possível observar uma ligeira melhoria na composição física dos biorresíduos de Cascais durante o ano de 2009, registando-se, porém, um agravamento em 2010. Evolução da composição física dos Biorresíduos Recolha Selectiva Cascais % 100 80 60 40 20 85,64 85,47 14,53 84,91 13,88 15,08 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.4.3. Mafra Em 2007 assiste-se um forte decréscimo na quantidade e biorresíduos provenientes do município de Mafra. 50 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Biorresíduos Mafra T 464 500 400 383 344 361 346 2009 2010 300 200 100 0 2006 2007 2008 Biorresíduos Mais uma vez, esta situação deve-se à transição da responsabilidade das recolhas para os respectivos municípios, o que no caso de Mafra, embora se tenha mantido o projecto-piloto de recolha na vila da Ericeira e Ribamar, esta alteração poderá ter causado algumas dificuldades de adaptação que resultaram num menor quantitativo recolhido. Em contrapartida, assiste-se a uma forte evolução positiva em 2008, fruto do acréscimo de novos produtores relevantes no circuito (Escola Prática de Infantaria de Mafra). Ocorre novo decréscimo a partir de 2009 fruto da conjectura económica que está a afectar fortemente as entidades de restauração alvo desta recolha, e no caso particular, na Vila da Ericeira, caracterizada pela sazonalidade de produção de resíduos associada ao turismo. Total Biorresíduos Mafra (t) Variação anual (%) 2006 382,98 - 2007 343,70 -10,26 2008 463,98 35,00 2009 361,48 -22,09 2010 346,32 -4,19 2011 (a Agosto) 238,72 -2,53* *Comparação com período homólogo de 2010. TRATOLIXO | DPC/PEC | 51 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Salienta-se ainda que o decréscimo de-2,53% observado no período de Janeiro-Agosto de 2011 perspectiva uma tendência que se irá prolongar até ao fim do ano, podendo vir a registar-se o valor mais reduzido desde o início desta recolha em Mafra. Qualitativamente é também de ter em consideração o preocupante agravamento do teor de contaminantes presentes nesta tipologia de resíduos, já reportado em relatórios específicos e que se encontra associado sobretudo ao aumento da quantidade de plásticos e fraldas. Evolução da composição física dos Biorresíduos Recolha Selectiva Mafra % 100 80 60 40 20 91,24 90,3 82,26 17,73 9,7 8,76 0 2008 2009 Recuperáveis 2010 Contaminantes 3.4.4. Oeiras Este município não efectuou ainda qualquer recolha selectiva de biorresíduos no período em estudo. 3.4.5. Sintra O município de Sintra regista, no respeitante à recolha de biorresíduos, um aumento do quantitativo recolhido em 2007, em resultado da consolidação dos hábitos de separação implementados no “Projecto-Piloto de Recolha Selectiva de Resíduos Orgânicos nas Freguesias de Agualva e Cacém”. 52 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Biorresíduos Sintra T 700 630 600 500 409 400 300 200 100 0 0 3 2008 2009 2010 0 2006 2007 Biorresíduos Tendo nesse mesmo ano transitado a responsabilidade das recolhas selectivas para os municípios, o projecto-piloto em causa foi extinto, o que justifica a ausência de quantitativos recolhdos. Total Biorresíduos Sintra (t) Variação anual (%) 2006 408,92 - 2007 629,86 54,03 2008 0,00 -100,00 2009 0,00 - 2010 2,62 - 2011 (a Agosto) 0,00 -* *Comparação com período homólogo de 2010. Salienta-se apenas uma recolha pontual e isolada em 2010, solicitada à HPEM por um grande produtor de produtos alimentares, que totalizou cerca de 3 t. 3.5. Porta-a-Porta No seguimento da adesão da Câmara Municipal de Oeiras a uma iniciativa europeia, foi assinado em Abril de 1993 um protocolo com o Ministério do Ambiente e duas associações privadas do sector das embalagens, o Grupo Intersectorial da Reciclagem (GIR) e a TRATOLIXO | DPC/PEC | 53 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES European Recovery & Recycling Association (ERRA), o que levou à implementação do Projecto Piloto de Recolha Selectiva Multimaterial e triagem de embalagens usadas para reciclagem de Queijas, uma freguesia do Concelho de Oeiras. Este projecto consistia na recolha porta-a-porta em dias específicos de todos os resíduos de embalagem recicláveis (plásticos, cartão e metal) à excepção do vidro – cuja deposição era efectuada nos vidrões colectivos – devidamente acondicionados em sacos azuis colocados na via pública, sendo estes posteriormente separados na unidade de triagem de Vila Fria, Oeiras. Face ao sucesso do referido projecto, em Março de 1997 a experiência de Queijas foi alargada a todo o Concelho de Oeiras. Em 1999, com o aumento do volume de embalagens recolhidas nos Municípios de Cascais, Mafra e Sintra foi construída em Trajouce uma nova estação de triagem que passou a receber os resíduos de embalagem destes 3 Municípios da área de intervenção da AMTRES. A gestão das duas unidades de triagem ficou a cargo da TRATOLIXO, ficando Vila Fria a servir apenas o concelho de Oeiras, uma vez que neste município era utilizado um sistema diferente de separação e de deposição de recicláveis. Cascais, Mafra e Sintra utilizavam ecopontos onde os resíduos eram depositados separadamente, ou seja, papel no papelão e embalagens no embalão, enquanto nos sacos azuis de Oeiras aparecia uma grande variedade de resíduos. Em 2004, após análise da viabilidade da Estação de triagem de Vila Fria passar a funcionar a dois turnos, optou-se por passar a fazer a triagem dos resíduos porta-a-porta em Trajouce, tendo a Estação de Triagem de Vila Fria sido desactivada. No entanto, é necessário salientar que a unidade de triagem de Trajouce possuía 2 linhas de triagem distintas – uma para o fluxo do papel/cartão e outra para o fluxo do plástico, metal e ECAL - não estando prevista uma mistura destes dois fluxos. Por este motivo, e de modo a não haver contaminações, os resíduos provenientes da recolha porta-a-porta eram processados num turno dedicado a esta fracção pois era necessária a utilização das duas linhas de triagem. 54 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Associado a este constrangimento operacional, encontrava-se o reduzido nível qualitativo do material recepcionado via este sistema, com percentagens consideráveis de biorresíduos e resíduos indiferenciados, tal como se pode constatar a partir dos resultados do quadro abaixo. Percentagem Resíduos recuperáveis Resíduos não recuperáveis Papel 48,8 Plástico 7,2 Embalagens compósitas 2,6 Vidro 3,2 Metais 2,3 Papel 3,06 Plástico 1,55 Têxteis 1,65 Orgânicos 10,38 Metais 2,53 Outros 16,71 Total 64,1 35,9 Nota: Caracterização efectuada no mês de Março de 2004,com base numa amostra de 1 430 kg. Com o aumento da recolha selectiva de papel e cartão, a triagem do porta-a-porta num turno dedicado na Estação de Triagem de Trajouce deixou de ser viável, pelo que, passado um ano, esta passou a ser feita na íntegra na triagem manual da Central Industrial de Tratamento de Resíduos (CITRS). Na tentativa de uniformização dos esquemas de deposição e recolha dos 4 Concelhos que compõem a área de intervenção da AMTRES e no âmbito da Medida 1.1. do Plano Estratégico da TRATOLIXO (PERECMOS) - Análise e reformulação de esquemas de deposição e recolha – a TRATOLIXO propôs à Câmara Municipal de Oeiras, em 2004, a reformulação do sistema de deposição em Oeiras para a separação dos materiais recicláveis nas suas 3 componentes - vidro, papel/cartão e embalagens de plástico, metal e TRATOLIXO | DPC/PEC | 55 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES ECAL - na origem, dotando todo o Concelho com sistemas de deposição de embalagens de plástico, metal e ECAL (embalões). Esta medida proporcionaria não só uma redução do material rejeitado, como iria evitar a existência de uma linha de triagem concebida exclusivamente para resíduos recolhidos porta-a-porta provenientes deste concelho. Também se pretendia reformular o sistema porta-a-porta para a recolha separada dos fluxos de recicláveis. Os principais motivos que levaram à proposta da reformulação do sistema de deposição e recolha do Concelho de Oeiras por parte da TRATOLIXO foram os seguintes: • Tentativa de uniformização dos esquemas de deposição e recolha dos 4 Concelhos que constituem a área de intervenção da TRATOLIXO, uma vez que nos outros 3 concelhos a separação e deposição dos recicláveis estava a ser feita nas 3 componentes (papel/cartão, plástico/metal/ECAL e vidro); • A necessidade da existência de uma linha de triagem concebida exclusivamente para os resíduos provenientes deste concelho; • A elevada percentagem de refugo dos resíduos provenientes da recolha porta-aporta de Oeiras, em comparação com o material proveniente dos ecopontos de separação multimaterial; • O sistema de deposição de sacos na via pública não se revelava conveniente para moradores em edifícios colectivos pela recusa em reter os sacos dentro de casa até aos dias e horas estabelecidos para a recolha; • Por vezes encontravam-se sacos rasgados por animais e com o conteúdo espalhado na via pública. A CMO mostrou todo o interesse em completar os ecopontos existentes, constituídos por papelão e vidrão, com embalão, pelo que, ainda em 2004, a TRATOLIXO iniciou, em conjunto com a Câmara Municipal de Oeiras, o processo de aquisição de embalões. 56 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES No período de 2005 a 2009 a TRATOLIXO fez o reforço do número de ecopontos de Oeiras mas principalmente do número embalões. Em meados de 2008, a Câmara Municipal de Oeiras comunicou à TRATOLIXO a intenção de abandono da recolha porta-a-porta nos moldes em que esta era praticada. Face ao aumento do número de ecopontos no Concelho, a recolha porta-a-porta foi sendo substituída gradualmente pela deposição colectiva em algumas zonas urbanas. Os efeitos destas substituições estão patentes no decréscimo anual das recolhas porta-a-porta a partir de 2006, sendo praticamente residual em 2009, como se pode verificar no gráfico seguinte. PAP Oeiras T 3.000 2.857 2.679 2.500 2.000 1.500 1.239 1.000 500 141 10 0 2006 2007 2008 2009 2010 PAP Verifica-se ainda e entrega de quantitativos residuais associadas a este sistema de recolha, o que se deve em 2010 e 2011, a uma possível utilização indevida de cartões de identificação dos circuitos municipais. Total Porta-a-Porta Oeiras (t) Variação anual (%) 2006 2.856,83 - 2007 2.678,92 -6,23 2008 1.238,78 -53,76 2009 141,46 -88,58 2010 9,86 -93,03 2011 (a Agosto) 1,70 -82,76* *Comparação com período homólogo de 2010. TRATOLIXO | DPC/PEC | 57 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 4. Resíduos equiparados a Urbanos 4.1. Resíduos de Limpeza 4.1.1. AMTRES As recolhas de resíduos de limpeza estão dependentes das necessidades específicas de cada município, associadas a factores tão díspares como as condições climatéricas, realização de campanhas de sensibilização e mobilização cívica, demolições, movimentação de terras, etc. O que se verifica no sistema AMTRES para o período 2006-2009 é um progressivo aumento do quantitativo recolhido até 2008, seguido posteriormente de um decréscimo. Resíduos de Limpeza AMTRES T 80.583 73.416 80.000 60.000 75.750 71.029 2009 2010 52.602 40.000 20.000 0 2006 2007 2008 Limpeza Observa-se ainda entre Janeiro e Agosto de 2011 um aumento de +2,80% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando +1.217,92 t. Total resíduos Limpeza AMTRES (t) Variação anual (%) 2006 52.602,48 - 2007 73.415,87 39,57 2008 80.583,36 9,76 2009 75.749,72 -6,00 2010 71.029,22 -6,23 2011 (a Agosto) 44.758,38 2,80* *Comparação com período homólogo de 2010. 58 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Numa campanha de caracterização efectuada em 2009 a esta tipologia de resíduos, verificou-se que estes são maioritariamente constituídos por resíduos de jardim, cerca de 84%, pelo que a diminuição nas recolhas dos resíduos de limpeza estão fortemente ligadas ao aumento verificado nas recolhas de resíduos verdes, como se verá adiante. 4.1.2. Cascais A recolha dos resíduos de limpeza em Cascais segue o padrão comportamental observado na análise para o sistema AMTRES, com uma excepção registada em 2010, onde se assiste a um aumento de +5,47% face ao ano anterior. T Resíduos de Limpeza Cascais 35.000 27.672 30.000 29.744 25.000 20.000 24.211 25.536 2009 2010 18.683 15.000 10.000 5.000 0 2006 2007 2008 Limpeza O aumento registado em 2010 traduz-se num acréscimo de +1.324,96 t, o que não é significativo, atendendo ao peso médio de cada carga entrada diariamente na TRATOLIXO, cerca de 4 t. Total resíduos Limpeza Cascais (t) Variação anual (%) 2006 18.683,06 - 2007 27.671,76 48,11 2008 29.743,70 7,49 2009 24.210,70 -18,60 2010 25.535,66 5,47 2011 (a Agosto) 17.172,86 -1,72* *Comparação com período homólogo de 2010. TRATOLIXO | DPC/PEC | 59 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES O mesmo se conclui para o decréscimo de -1,74% observado no período de Janeiro-Agosto de 2011 em relação ao mesmo período de 2010, ou seja -301,00 t. 4.1.3. Mafra No respeitante ao município de Mafra, verificam-se aumentos nas recolhas de resíduos de limpeza nos anos de 2007 e 2010. T Resíduos de Limpeza Mafra 2.377 2.500 2.166 2.000 1.500 1.767 1.444 1.353 1.000 500 0 2006 2007 2008 2009 2010 Limpeza O aumento de 2007, na ordem dos 65%, traduz-se num desvio de +932,24 t enquanto que o aumento de +60,12% registado em 2010 acresce +813,28 t de resíduos de limpeza. Entretanto, no período de Janeiro-Agosto de 2011 verifica-se um decréscimo de -56,17%, o que constitui um desvio de -938,58 t face ao mesmo período do ano passado. Total resíduos Limpeza Mafra (t) Variação anual (%) 2006 1.444,44 - 2007 2.376,68 64,54 2008 1.767,30 -25,64 2009 1.352,84 -23,45 2010 2.166,12 60,12 732,46 -56,17* 2011 (a Agosto) *Comparação com período homólogo de 2010. 60 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES De salientar que no âmbito da utilização do ecocentro da Ericeira, registou-se entre 2008 e 2010 um decréscimo nas entradas desta tipologia de resíduos. Resíduos de Limpeza recepcionados no Ecocentro da Ericeira t 400 350,93 331,7 300 287,74 200 79,94 100 0 2007 2008 2009 2010 Nesta situação específica, os tipos de resíduos integrados na categoria dos resíduos de limpeza são os RCD’s e o casco de vidro mistura, ambos de proveniência do sector de construção civil. Assim, é possível confirmar que a crise económica vigente neste período também afectou esta área de negócio. 4.1.4. Oeiras Em Oeiras, o ano de 2007 regista um incremento bastante acentuado, na ordem dos 90%, totalizando 8.127,61 t de resíduos de limpeza recolhidos face ao ano de 2006. Este facto deve-se a uma maior actividade de demolições coercivas, movimentação de terras e limpezas de ribeiras. (fonte: http://www.cm-oeiras.pt/noticias/Documents/matriz_residuos_urbanos_interior.pdf ) TRATOLIXO | DPC/PEC | 61 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES T Resíduos de Limpeza Oeiras 17.123 18.000 15.000 11.271 12.000 9.163 8.995 9.000 6.422 6.000 3.000 0 2006 2007 2008 2009 2010 Limpeza Posteriormente os valores registados mantêm-se na mesma ordem de grandeza, sofrendo uma oscilação de + 23% em 2009, o que significa +2.107,78 t, ou seja cerca de 3 cargas adicionais para este município. Total resíduos Limpeza Oeiras (t) Variação anual (%) 2006 8.994,94 - 2007 17.122,55 90,36 2008 9.163,26 -46,48 2009 11.271,04 23,00 2010 6.421,60 -43,03 2011 (a Agosto) 5.016,90 28,91* *Comparação com período homólogo de 2010. Igualmente na mesma perspectiva, o aumento de +28,91% observado no período JaneiroAgosto de 2011 representa, face ao mesmo período temporal de 2010, um acréscimo de +1.125,18 t, o que pressupõe a entrada nas instalações da TRATOLIXO de 2 cargas adicionais. 62 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 4.1.5. Sintra O município de Sintra regista um aumento gradual na quantidade de resíduos de limpeza recolhidos entre 2006 e 2008, mantendo posteriormente uma quantidade relativamente constante. T 45.000 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 Resíduos de Limpeza Sintra 23.480 2006 39.909 38.915 2008 2009 36.906 26.245 2007 2010 Limpeza O aumento observado é possivelmente atribuído a campanhas de remoção de entulhos levadas pela Câmara de Sintra. Total resíduos Limpeza Sintra (t) Variação anual (%) 2006 23.480,04 - 2007 26.244,88 11,78 2008 39.909,10 52,06 2009 38.915,14 -2,49 2010 36.905,84 -5,16 2011 (a Agosto) 21.836,16 6,50* *Comparação com período homólogo de 2010. O aumento mais significativo ocorre em 2008, com um acréscimo de +52,06% face ao ano de 2007 e +13.664,22 t. Face ao peso médio de uma carga de resíduos de limpeza deste município, o aumento referido implicou a entrada de 9 cargas adicionais. TRATOLIXO | DPC/PEC | 63 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Em termos de conclusão, verifica-se ainda um aumento de +6,5% no respeitante aos meses de Janeiro-Agosto de 2010, ou seja +1.332,32 t face ao mesmo período de 2010. 4.2. Monstros 4.2.1. AMTRES A recolha de monstros está, tal como nos restantes fluxos de resíduos, dependente da sua deposição por parte dos munícipes. Contudo, e enquadrando-se nesta tipologia vários resíduos produzidos a partir da utilização de bens de longa duração, tais como equipamentos eléctricos e electrónicos, mobílias, etc, interliga-se a eliminação dos mesmos à situação económica do país. Assim sendo, observa-se no sistema AMTRES que o total das recolhas anuais de monstros sofre decréscimo nos períodos de 2008 a 2009 e em 2011, já caracterizados anteriormente como anos de decréscimo dos indicadores de clima económico e de confiança dos consumidores. Monstros AMTRES T 12.000 10.793 10.629 10.000 10.334 10.246 2008 2009 9.470 8.000 2006 2007 2010 Monstros Para o ano de 2008 o decréscimo é de -2,99%, ou seja, ocorre um desvio de -294,64 t face ao total de monstros recolhidos no ano anterior. 64 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Em 2009, apesar de mais ligeiro, assiste-se ainda a um decréscimo de -0,86%, o que representa -88,43 t face a 2008. Total Monstros AMTRES (t) Variação anual (%) 2006 9.469,91 - 2007 10.628,94 12,24 2008 10.334,30 -2,77 2009 10.245,87 -0,86 2010 10.792,98 5,34 2011 (a Agosto) 6.560,94 -8,66* *Comparação com período homólogo de 2010. Contudo, no período de Janeiro-Agosto de 2011 observa-se um decréscimo de -8,66% face ao mesmo período de 2010, representando um desvio de -621,66 t. Dada a dimensão, peso e volume variável dos vários resíduos que compõem esta categoria, qualquer variação, quer positiva quer negativa, é de difícil interpretação. 4.2.2. Cascais No respeitante às recolhas de monstros do município de Cascais, a evolução é bastante semelhante ao verificado para todo o sistema. Monstros Cascais T 3.500 3.039 3.000 3.277 2.892 2.907 2007 2008 2.723 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 2006 2009 2010 Monstros TRATOLIXO | DPC/PEC | 65 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Salientam-se como principais diferenças o decréscimo de -4,84% observado em 2007 (-147,14 t), e o aumento de +20,33% registado em 2010, correspondente à recolha de +553,50 t que em 2009. Total Monstros Cascais (t) Variação anual (%) 2006 3.039,16 - 2007 2.892,02 -4,84 2008 2.906,56 0,50 2009 2.723,06 -6,31 2010 3.276,76 20,33 2011 (a Agosto) 2.133,54 -1,78* *Comparação com período homólogo de 2010. 4.2.3. Mafra O município de Mafra regista um aumento gradual na recolha de monstros até 2009. Monstros Mafra T 1.800 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 0 1.696 1.678 2009 2010 1.569 1.145 853 2006 2007 2008 Monstros Para este facto contribui a crescente utilização do ecocentro da Ericeira e particularmente dos utilizadores particulares que impulsionaram fortemente o funcionamento desta infraestrutura. 66 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Monstros recepcionados no Ecocentro da Ericeira t 491,8 500 483,88 423,19 400 300 163,76 200 100 0 2007 2008 2009 2010 É de salientar, que ao contrário do verificado no sistema AMTRES, entre Janeiro e Agosto de 2011 o total de monstros recolhidos em Mafra superou 3,94% o total obtido em igual período de 2010, com um aumento de +42,80 t. Total Monstros Mafra (t) Variação anual (%) 2006 852,60 - 2007 1.144,78 34,27 2008 1.569,20 37,07 2009 1.695,76 8,07 2010 1.677,70 -1,07 2011 (a Agosto) 1.128,14 3,94* *Comparação com período homólogo de 2010. 4.2.4. Oeiras Verifica-se que a recolha de monstros em Oeiras é consensual com o verificado no sistema, observando-se em 2007 um aumento de 35,4% de resíduos recolhidos, o que corresponde a 980,85 toneladas. TRATOLIXO | DPC/PEC | 67 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Monstros Oeiras T 3.752 4.000 3.500 3.000 2.771 3.001 3.141 2008 2009 2.874 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 2006 2007 2010 Monstros A principal diferença nas recolhas deste município é que os efeitos do primeiro abalo económico fizeram-se sentir exclusivamente em 2008, com um decréscimo de -20,01% e -750,78 t. O ano de 2009 já apresenta uma recuperação, sendo que, contrariamente ao verificado no sistema, ocorre novo decréscimo em 2010, com uma recolha de -266,98 t em relação ao ano anterior. Total Monstros Oeiras (t) Variação anual (%) 2006 2.771,11 - 2007 3.751,96 35,40 2008 3.001,18 -20,01 2009 3.140,76 4,65 2010 2.873,78 -8,50 2011 (a Agosto) 1.662,06 -15,51* *Comparação com período homólogo de 2010. Este decréscimo manteve-se nos primeiros 8 meses de 2011, onde se regista já um desvio de -15,51%, ou seja, -305,18 t face ao mesmo período de 2010. 68 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 4.2.5. Sintra A recolha de monstros em Sintra um ligeiro aumento gradual entre 2006 e 2008, um decréscimo em 2009 em conformidade com o verificado no sistema AMTRES e uma recuperação em 2010. Monstros Sintra T 3.000 2.950 2.900 2.850 2.800 2.750 2.700 2.650 2.600 2.550 2.500 2.965 2.807 2.857 2.840 2.686 2006 2007 2008 2009 2010 Monstros Em 2010 o aumento na recolha de monstros é até bastante significativo, + 10,37%, ou seja, +278,45 t. este facto pode estar associado à manifestação de recuperação económica do país, complementado com um maior investimento do município nesta recolha. Total Monstros Sintra (t) Variação anual (%) 2006 2.807,04 2007 2.840,18 1,18% 2008 2.857,36 0,60% 2009 2.686,29 -5,99% 2010 2.964,74 10,37% 2011 (a Agosto) 1.637,20 -16,38% *Comparação com período homólogo de 2010. Já nos primeiros 8 meses de 2011 verifica-se um forte decréscimo face ao observado em período homólogo do ano anterior, com um desvio de -16,38% e -320,66 t. TRATOLIXO | DPC/PEC | 69 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 4.3. Resíduos Verdes 4.3.1. AMTRES As recolhas de resíduos verdes são resultado da maior ou menor necessidade de manutenção dos espaços verdes existentes em cada município, influenciado por condições climatéricas propícias ao rápido crescimento do coberto vegetal. Assim sendo, no sistema AMTRES regista-se para o período em estudo um decréscimo nas recolhas de resíduos verdes em 2007 associado a um ano de menor precipitação, seguido de um aumento crescente a partir de 2008, coincidente com a diminuição das recolhas de resíduos de limpeza. Resíduos Verdes AMTRES T 22.705 24.000 20.674 20.000 16.000 14.427 13.288 11.161 12.000 8.000 4.000 0 2006 2007 2008 2009 2010 Verdes A maior variação verifica-se em 2009, com um aumento de +55,59%, o que equivale a um aumento de +7.386,08 t face ao ano anterior. 2006 Total Verdes AMTRES (t) 14.427,40 2007 11.161,18 -22,64 2008 13.287,80 2009 20.673,88 2010 22.704,76 2011 (a Agosto) 15.666,16 19,05% 55,59% 9,82% 12,30% Variação anual (%) *Comparação com período homólogo de 2010. 70 | DPC/PEC | TRATOLIXO - Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES No período de Janeiro-Agosto de 2011 também se evidencia um aumento de +12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando um acréscimo de +1.716,32 t. 4.3.2. Cascais O município de Cascais demonstra a mesma tendência de crescimento na recolha de resíduos verdes no período em estudo, apenas contrariada por um decréscimo em 2007. Este crescimento associado ao decréscimo observado nas recolhas de resíduos de limpeza deste município revela uma separação mais criteriosa destes resíduos. T Resíduos Verdes Cascais 14.986 16.000 14.000 10.728 12.000 10.000 8.211 8.000 7.013 7.300 2007 2008 6.000 4.000 2.000 0 2006 2009 2010 Verdes Este decréscimo poderá dever-se aos níveis de precipitação mais reduzidos em relação ao ano de 2006. Salienta-se que no período de Janeiro-Agosto de 2011 existe um aumento de cerca de +30%, +2.616 t, quando se compara com os resultados do período homólogo de 2010 Total Verdes Cascais (t) Variação anual (%) 2006 8.211,20 - 2007 7.012,88 -14,59 2008 7.300,12 4,10 2009 10.728,26 46,96 2010 14.985,92 39,69 2011 (a Agosto) 11.494,28 29,47* *Comparação com período homólogo de 2010. TRATOLIXO | DPC/PEC | 71 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 4.3.3. Mafra Em Mafra observa-se um aumento generalizado nas recolhas de resíduos verdes, com registo de alguns decréscimos, o primeiro em 2007 – relacionado com a menor quantidade de precipitação ocorrida nesse ano – associado a um maior investimento por parte da autarquia nesta recolha, o que levou a um decréscimo substancial nos resíduos de limpeza. T Resíduos Verdes Mafra 2.500 2.124 1.973 2.000 1.500 1.009 1.000 796 312 500 0 2006 2007 2008 2009 2010 Verdes O segundo decréscimo observa-se em 2010 e é relativamente reduzido. Apresenta um resultado de -7,10% em relação ao ano anterior, o que se traduz numa diminuição de -150,76 t. Total Verdes Mafra (t) Variação anual (%) 2006 796,18 2007 311,62 -60,86 2008 1.008,84 223,74 2009 2.123,58 110,50 2010 1.972,82 -7,10 2011 (a Agosto) 1.361,78 6,40 *Comparação com período homólogo de 2010. É de referir que entre 2008 e 2010 se registam valores bastante consideráveis para a recolha desta tipologia de resíduos em Mafra. 72 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Para tal pode ter contribuído a consolidação da utilização do ecocentro da Ericeira, cujos quantitativos totais poderão estar associados às entregas de resíduos verdes por parte de particulares. Resíduos de Jardins e Parques recepcionados no Ecocentro da Ericeira t 500 376,76 400 425,42 313,12 300 126,7 200 100 0 2007 2008 2009 2010 4.3.4. Oeiras A recolha de resíduos verdes em Oeiras apresenta uma diminuição acentuada em 2007, na ordem dos 51% (786,76 t), e no ano seguinte na ordem dos 31% (239,10 t). Resíduos Verdes Oeiras T 1.800 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 0 1.549 762 523 368 2006 2007 2008 2009 466 2010 Verdes TRATOLIXO | DPC/PEC | 73 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES Esta diminuição deve-se ao facto deste município ter vindo a aumentar, significativamente, a área de espaços verdes em regime de outsourcing, que em 2008 contava com 191 ha. Os resíduos verdes recolhidos nestes espaços são encaminhados para destino final adequado pelas próprias empresas que fazem a manutenção dos espaços verdes, sendo, por isso, desviados do fluxo que entra na TRATOLIXO imputado ao Concelho de Oeiras. Total Verdes Oeiras (t) Variação anual (%) 2006 1.549,14 - 2007 762,38 -50,79 2008 523,28 -31,36 2009 368,18 -29,64 2010 466,46 26,69 2011 (a Agosto) 328,08 25,25* *Comparação com período homólogo de 2010. Assim sendo, a quantidade de resíduos verdes contabilizada refere-se à manutenção de cerca de 20 ha de espaços verdes sob responsabilidade da Câmara Municipal de Oeiras, que diz respeito, essencialmente, a podas, abates, limpezas e desmatações. (Fonte: Matriz dos Resíduos de Oeiras 1999 – 2008; http://www.cm- oeiras.pt/noticias/Documents/matriz_residuos_urbanos_interior.pdf ) 4.3.5. Sintra Em conformidade com o observado para os restantes municípios e com excepção do ano de 2007, Sintra regista um aumento gradual nas recolhas de resíduos verdes até 2009, momento a partir do qual regista fortes decréscimos. 74 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES T 8.000 Resíduos Verdes Sintra 7.454 7.000 6.000 5.000 4.000 5.280 4.456 3.871 3.074 3.000 2.000 1.000 0 2006 2007 2008 2009 2010 Verdes O decréscimo de -29,17% observado em 2010 resulta numa diminuição de -2.174,30 t face às entradas de 2009 e no período de Janeiro-Agosto de 2011 ocorre um desvio de -29,68%, o qual resulta num decréscimo de -1.047,74 t face ao mesmo período de2010. Total Verdes Sintra (t) Variação anual (%) 2006 3.870,88 - 2007 3.074,30 -20,58 2008 4.455,56 44,93 2009 7.453,86 67,29 2010 5.279,56 -29,17 2011 (a Agosto) 2.482,02 -29,68* *Comparação com período homólogo de 2010. Os motivos para estas reduções não foram possíveis de apurar. TRATOLIXO | DPC/PEC | 75 Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES 5. Conclusões Ao efectuar este estudo verifica-se que é possível dividi-lo em dois momentos cronológicos distintos. Um primeiro momento, de decorre entre 2006 e 2008 e um segundo momento, associado aos anos de 2009 a 2011. No primeiro momento destaca-se a contínua diminuição na recolha de resíduos indiferenciados de todos os municípios e como consequência, ao aumento das respectivas recolhas selectivas, este último associado ao reforço de contentorização de deposição selectiva, consolidação dos resultados obtidos nos vários projectos-piloto de recolha existentes no terreno e a aposta em estratégias de recolha dedicada, tais como a recolha em grandes produtores em Oeiras e a construção do ecocentro da Ericeira. Surgem algumas excepções a esta regra, nomeadamente na recolha de resíduos indiferenciados de Mafra e em Oeiras, que neste primeiro momento cronológico registam ligeiros aumentos, associados, respectivamente, à transição das recolhas selectivas para a responsabilidade dos municípios e ao abandono do sistema de recolha porta-a-porta. No segundo momento cronológico do estudo, ou seja, entre 2009 e 2011, assiste-se ao decréscimo generalizado nas recolhas de resíduos indiferenciados bem como nas recolhas selectivas, ficando este comportamento a dever-se a razões associadas ao panorama sócioeconómico do país. Referem-se como motivos adicionais que colaboraram para a diminuição das recolhas selectivas, a alteração da contentorização de deposição selectiva em Sintra – que tem dado origem a inúmeras não conformidades no vidro – à percentagem de contaminação das cargas de embalagens de plástico, metal e ECAL de Oeiras, decorrente do fim da recolha porta-a-porta, e à substituição gradual do vidro como material de embalagem por outros menos frágeis. É ainda possível concluir que a recolha de biorresíduos é igualmente influenciada pela crise económica, motivo especialmente patente no segundo momento cronológico deste estudo, embora o maior decréscimo se tenha registado entre 2006 e 2008 e esteja associado ao 76 | DPC/PEC | TRATOLIXO Estudo Evolutivo de Produção de Resíduos no Sistema AMTRES término dos projectos piloto e alteração da estratégia de recolha, direccionada a partir de então para um público-alvo dedicado, os grandes produtores. No que diz respeito aos resíduos equiparados a urbanos, o comportamento das recolhas é atribuído a necessidades específicas de cada município, necessidades que dependem de factores mais abrangentes, como a área de jardins e parques existente, as condições climatéricas, limpezas de espaços públicos, campanhas específicas, etc. A única excepção que se aplica é no caso dos monstros, onde a deposição desta tipologia de resíduos pode também ela ser influenciada por factores de natureza económica. Em resumo, o PIB do país influencia directamente a produção de resíduos, que tem igualmente uma evolução dependente dos indicadores de clima económico, confiança dos consumidores e taxa de desemprego, já que nos anos em que estes três factores apresentaram valores mais negativos, ocorreram quebras no consumo de bens e produtos que se reflectiram na diminuição da quantidade de resíduos produzida no Sistema AMTRES. Por outro lado, um planeamento de gestão de resíduos que aborde múltiplas soluções direccionadas para vários tipos de públicos-alvo resulta num acréscimo de recolhas selectivas (caso observado com as recolhas de papel/cartão em grandes produtores do município de Oeiras e funcionamento do ecocentro da Ericeira) e num aumento da qualidade dos materiais recolhidos (tal como se observa na evolução das características físicas do vidro em Sintra). TRATOLIXO | DPC/PEC | 77