PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Questão no 1 Conhecimentos Específicos O texto dissertativo deve comtemplar e desenvolver os aspectos apresentados abaixo. • O papel do PPA é o de instrumento de planejamento de médio/longo prazo que visa à continuidade dos objetivos de governo. • A lei que instituir o plano plurianual (PPA), nos termos da Constituição, deve definir, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital, para as despesas delas decorrentes e para as despesas relativas aos programas de duração continuada. • A partir da lei que instituiu o PPA 2000/2003, verificam-se os objetivos abaixo. o A redução das disparidades entre as regiões geográficas do País o Organização por programas o Transparência o Parcerias o Gerenciamento e o Avaliação Sua organização se divide na base estratégica e nos programas. A base estratégica consiste em: o análise da situação econômica e social; o diretrizes, objetivos e prioridades propostas pelo chefe do poder executivo e aprovadas pelo poder legislativo; o previsão dos recursos orçamentários e sua distribuição entre os setores e/ou entre os programas; e o diretrizes, objetivos e prioridades dos orgãos setoriais compatíveis com a orientação estratégica do governo. Os programas consistem em um conjunto de ações que deverão ser empreendidas para alcançar os objetivos estabelecidos. Os programas são motivados pelos problemas a serem solucionados e os objetivos a serem alcançados na superação desses problemas. valor: 16,0 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Idioma conhecimentos ortográficos; conhecimentos gramaticais adequados à norma-padrão; conhecimentos textuais. valor: 4,0 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Questão no 2 Conhecimentos Específicos O texto dissertativo deve contemplar o que se explicita abaixo. (i) O sistema tornou-se menos eficiente com respeito à competitividade econômica. A descentralização provocou uma tendência à elevação da carga tributária ao longo dos anos 1990 com o aumento da carga de tributos incidentes sobre bens e serviços, explicado em boa parte pelo crescimento da carga de impostos cumulativos, que do ponto de vista econômico, são de pior qualidade, prejudicando o desempenho do setor produtivo. Quando um país tem, como o Brasil, uma estrutura tributária com forte presença de impostos cumulativos, não passíveis de desoneração plena, ele sofre perda de competitividade ao fabricar bens cujo preço está inchado por esses tributos, contrariamente ao que ocorre em outros países. Isso traz consequências negativas para as exportações e, consequentemente, para a produção, o nível de emprego, a renda e a própria arrecadação que também reduz com produção e renda menores. (ii) O sistema tornou-se menos equitativo. À eventual conveniência de diminuir a carga tributária, é desejável que a tributação sobre a renda, especificamente, aumente, permitindo uma taxação maior sobre os fatores de produção, em detrimento da taxação da produção ou circulação de bens em si. Isso tornaria mais equitativo. A tributação sobre a renda das pessoas físicas torna o sistema mais progressivo, tendo em vista que os impostos pessoais podem ser dosados conforme a renda do contribuinte (alíquota nominal e efetiva), sendo que a possibilidade de transferência da carga tributária para outros contribuintes é menor do que no caso de impostos sobre produtos e empresas. Estes tendem a ser transferidos, criando um sistema com caráter mais regressivo. Mas, após a Constituição Federal de 1988, a União viu-se compelida a recompor sua receita utilizando outros tributos, tecnicamente piores que o IR e o IPI do ponto de vista da equidade, mas com a vantagem de não ter a sua receita compartilhada. Houve, portanto, uma tendência de reintrodução pelo governo central de impostos cumulativos. Esses impostos incidem sobre produtos e empresas e, portanto, criam um sistema tributário regressivo, reduzindo a equidade. PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS (iii) O sistema tornou-se mais oneroso. A baixa participação da tributação sobre a renda e sobre o patrimônio reflete um viés do governo central na direção de impostos com arrecadação mais fácil, como os que utilizam o faturamento como base de incidência. Apesar de serem de pior qualidade, esses tributos são caracterizados por uma alta produtividade fiscal, principalmente, em contextos inflacionários. Como suas receitas não são partilhadas com os estados e municípios, a União visava a aumentar a sua receita disponível ante o aumento da descentralização das receitas tributárias no período pósreforma de 1988. Sendo assim, e o agravamento do seu equilíbrio fiscal e financeiro crônico, o governo federal adotou sucessivas medidas para compensar suas perdas, que pioraram a qualidade da tributação e dos serviços prestados. Assim, o governo aumentou a taxação sobre a produção e a circulação de bens e serviços, tornando estes mais onerosos. valor: 16,0 pontos Idioma conhecimentos ortográficos; conhecimentos gramaticais adequados à norma-padrão; conhecimentos textuais. valor: 4,0 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Questão no 3 Tomando o modelo com 3 agentes, famílias, empresas e governo, tem-se: Y= C+I+G Y=C0+c(Y-T)+I+G Na hipótese de que a tributação e os investimentos sejam autônomos Y 1 C0 I0 G0 cT0 (1 c) Como o multiplicador dos gastos do governo (3,333) será maior que o multiplicador dos tributos (2,333), então, nessas condições, será melhor construir o estádio. valor: 10,0 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Questão no 4 a) Nem sempre as forças do mercado levam a economia a um equilíbrio eficiente, quando os agentes econômicos não recebem do mercado a sinalização correta dos custos ou benefícios de suas ações. O benefício privado de consumir um determinado produto corresponde somente ao benefício para o agente que compra e consome um bem. No entanto, o benefício social leva em conta o impacto desse consumo para todos os indivíduos da sociedade. Portanto, o benefício social pode ser maior, menor ou igual ao benefício privado. Quando ele é maior, diz-se que existe uma externalidade positiva. Por sua vez, o custo de um produto para a sociedade engloba não somente os custos para os seus produtores e vendedores, os chamados custos privados, mas também os custos sociais dessa produção. valor: 2,5 pontos b) Quando os agentes não conhecem os benefícios totais de suas ações, eles não se engajam nessas atividades tanto quanto seria desejado. Surge então uma falha de mercado, que é uma ineficiência gerada pela externalidade. Uma das formas de corrigila é através da intervenção do governo, ao beneficiar os agentes econômicos que geram externalidades positivas com a concessão de um subsídio. O subsídio promove uma correção dos preços de mercado com que os agentes se defrontam. Assim, o subsídio é um meio de estimular produção e ou consumo via correção de preço de mercado. Com o subsídio, a sinalização recebida pelo mercado, através de preços, é para consumir e vender mais. Com o subsídio, o preço para o produtor é maior que para o consumidor, estimulando, por um lado, o aumento da quantidade produzida e, por outro, aumentando a quantidade consumida. valor: 2,5 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS c) O “peso morto” (corresponde à área do triangulo ABC) deixa de existir. A ineficiência desaparece porque, com a concessão de subsídio, o benefício marginal social passa a ser igual ao benefício marginal privado, que agora está acrescido pelo montante correspondente ao subsídio. A concessão de subsídio leva a economia para um equilíbrio com alocação eficiente de recursos, o que só foi possível com a correção dos preços do mercado. valor: 2,5 pontos d) As despesas totais do governo com o subsídio correspondente a área BCP PPC. Essa área é igual ao número de unidades consumidas na nova quantidade de equilíbrio (qB) multiplicado pelo subsídio por unidade comercializável. Figura: efeito da concessão de subsídio quando existe externalidade positiva. valor: 2,5 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Questão no 5 O deficit público – NFSP – é gerado pela: o diferença entre gastos não financeiros e receitas não financeiras que é a arrecadação tributária menos a despesa do governo, exceto pagamento de juros; o dívida interna contraída em moeda doméstica que são títulos de dívida pública federal negociados no mercado financeiro doméstico; o dívida contratada em moeda externa que são títulos de dívida pública federal negociados no mercado financeiro internacional; o dívida obtida ao BC, que é a dívida pública no BC com elevação da base monetária; o contratação de dívida, que gera o pagamento de juros referentes aos dispêndios financeiros líquidos ou pagamento de juros líquidos que incidem sobre diversos estoques de dívida pública; o variação da taxa de câmbio, que pode afetar o estoque da dívida em moeda estrangeira. As fontes de financiamento de que dispõe o setor público são: o emissão de títulos de dívida pública no mercado financeiro doméstico. o emissão de títulos de dívida pública no mercado financeiro internacional. o emissão de títulos de dívida pública adquiridos pelo Banco Central com elevação da base monetária. o Mudanças ocorridas no âmbito do balanço do Banco Central (BC), ou seja, resultado (perdas/ganhos) derivado das operações do Banco Central. Se as operações de seus ativos (títulos e reservas internacionais + créditos do BC com as instituições financeiras) rendem uma remuneração acima daquelas dos passivos (base monetária), o BC estará elevando seu patrimônio líquido e contribuindo, assim, para reduzir a dívida do setor público consolidado. valor: 10,0 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Questão no 6 a) Poder-se-ia editar nova lei, que alterasse o valor da receita para 1320 bilhões, observada a tendência do exercício, calculado da seguinte forma: Mês Valor janeiro + 120 fevereiro + 110 Meses restantes + 1000 Total 1320 valor: 5,0 pontos b) Havendo frustração de arrecadação, a programação financeira deverá ser ajustada por meio de limitação de empenho ou movimentação financeira. Ao longo do exercício, a previsão atualizada poderá vir a ser restabelecida, recompondo-se proporcionalmente as dotações cujos empenhos foram limitados. Assim, não é recomendável que ocorra alteração da legislação orçamentária para reduzir a previsão inicial da receita e os créditos orçamentários correspondentes. Por essa razão, a coluna PREVISÃO ATUALIZADA, a qual reflete as receitas previstas na LOA ou nas leis que a alterarem, dificilmente será afetada por frustração de arrecadação. valor: 5,0 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Questão no 7 A resposta deve contemplar os aspectos abordados abaixo. A existência de bens públicos dá origem a um tipo de falha de mercado, que leva à necessidade de soluções através do setor público. A produção de bens públicos é uma responsabilidade que recai sobre o governo (que financia a produção desses através da cobrança compulsória de impostos). A existência do governo é assim necessária para guiar, corrigir e complementar o sistema de mercado que, sozinho não é capaz de desempenhar todas as funções econômicas. O sistema de mercado só funciona adequadamente quando o princípio da exclusão no consumo pode ser aplicado, ou seja, quando o consumo pelo indivíduo A de um bem específico significa que A pagou um preço por tal bem, enquanto B, que não pagou por esse bem, é excluído do consumo do mesmo. Em outras palavras, o comércio não pode ocorrer sem que haja o direito de propriedade que depende da aplicação do princípio de exclusão. Como ao consumo de bens públicos se aplica o princípio da não exclusão, o sistema de mercado não funciona de forma adequada, já que os consumidores não farão lances que revelem sua preferência à medida que podem usufruir dos mesmos benefícios sem pagar por eles (existência de caronas). O fato de benefícios gerados pelos bens públicos estarem disponíveis para todos os consumidores faz com que não haja pagamentos voluntários aos fornecedores desses bens. Sendo assim, perde-se o vínculo entre produtores e consumidores, o que leva à necessidade de intervenção do governo para garantir o fornecimento dos bens públicos. Nesse sentido, o governo deve (a) determinar o tipo e a quantidade de bens públicos a serem ofertados e (b) calcular o nível de contribuição de cada consumidor. Distinção entre produção e provisão de bens e serviços públicos. Os chamados os bens (ou serviços) semipúblicos ou meritórios constituem um caso intermediário entre bens privados e os bens públicos. Os bens ou serviços que podem ser enquadrados nessa classificação podem ser submetidos ao princípio da exclusão e, dessa forma, ser explorados pelo setor privado. No entanto, o fato de gerarem altos benefícios sociais e externalidades positivas justifica a produção total ou parcial dos bens meritórios pelo setor público. Por isso sua provisão é feita pelo setor público. PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Quando um bem ou serviço não é público, o próprio funcionamento do sistema de preços se encarrega de que a oferta de tal bem ou serviço seja normalizada rapidamente. Mas o fornecimento de um serviço público (aquele que atende parte expressiva da população) é de responsabilidade (provisão) do governo. Portanto, há atividades em relação às quais, mesmo que o Estado deixe de ser responsável pela produção de um bem ou serviço, ele é intrinsecamente responsável pela sua provisão (o Governo deve zelar – diretamente ou através de órgãos reguladores – para que a população seja adequadamente servida em termos de oferta e da qualidade de certos bens ou serviços. valor: 10,0 pontos PADRÃO DE RESPOSTA Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 – FINANÇAS PÚBLICAS Questão no 8 a) ótica do produto, da renda e da despesa valor: 1,0 ponto b) Pela ótica do produto, o PIB da economia é obtido pela diferença entre o valor da produção e o consumo intermediário em cada etapa do processo produtivo.O resultado dessa diferença é o valor adicionado, ou seja, o que cada unidade produtiva adiciona ao produto total no processo de produção. Pela ótica da renda, o PIB da economia corresponde à remuneração dos fatores de produção no processo de produção. O PIB, pela ótica da renda, corresponde à soma das remunerações brutas e do excedente operacional bruto. Pela ótica da despesa, o PIB é obtido pela soma dos gastos finais em bens e serviços nacionais e importados, ou seja, totaliza as despesas de consumo das famílias e a formação de capital. valor: 9,0 pontos