SUBSEÇÃO DIEESE – FEM CUT/MG
Federação Estadual dos Metalúrgicos de Minas Gerais
Setor de Máquinas e Equipamentos
1. Introdução.
A indústria de bens de capital ou máquinas e equipamentos, é uma categoria importante para
análise econômica na medida em que representa a principal dimensão do investimento
produtivo. A incorporação de bem de capital ao processo produtivo pode implicar na ampliação
da capacidade da economia crescer, além do fato de que o bem de capital é portador de
conhecimento, pois incorpora tecnologia. A indústria de bens de capital é heterogênea, cada
tipo de indústria usuária de um bem de capital utiliza um produto diferente e específico.
Existem, máquinas para embalagens, implementos para agricultura, máquinas-ferramenta,
indústria extrativa, indústria têxtil, indústria siderúrgica, construção e etc.
2. Produção de Bens de Capital no Brasil em 2014.
De acordo com os dados da Produção Industrial Mensal do IBGE, no acumulado janeiro a julho
de 2014 em relação ao mesmo período do ano de 2013, a indústria de bens de capital apresentou
queda de 5,3%. Ao analisar os grupos do setor verifica-se crescimento na produção de máquinas
para o setor de energia elétrica (+5,9%), Bens de capital de uso misto (+4,2%) e de máquinas
para construção (+0,4%).
Tabela 1
Produção de Bens de Capital no Brasil - Ano de 2014
Atividades Industriais
Acumulado
Jan-Jul 2014
Últimos
12 meses
Bens de Capital
-5,3
0,1
Bens de Capital Para Fins Industriais
-7,4
-4,7
-8,6
-5,6
-3,1
-1,7
Bens de Capital Para Fins Industriais
Seriados
Bens de Capital Para Fins Industriais NãoSeriados
Bens de Capital Agrícolas
-3,6
5,5
Bens de Capital Peças Agrícolas
-14,9
4,4
Bens de Capital para Construção
0,4
19,8
5,9
3,5
-16
-6,5
4,2
1,7
Bens de Capital para o Setor de Energia
Elétrica
Bens de Capital Equipamentos de
Transporte
Bens de Capital de Uso Misto
Fonte: IBGE – PIM-PF
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG.
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2.1 Faturamento da indústria de Bens de capital no ano de 2014.
Segundo a ABIMAQ, o faturamento do setor de bens de capital no Brasil acumulado no período
de janeiro a julho de 2014 foi de R$ 40,2 bilhões. Comparado ao mesmo período do ano
anterior, teve um recuo de 9,05%.
GRÁFICO 1
Faturamento acumulado em milhões de R$ (jan a jul) da indústria de Bens de Capital Mecânicos
Brasil - 2009 a 2014
50.000
45.381
45.000
46.472
44.289
40.281
40.123
40.000
35.000
34.417
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Fonte: ABIMAQ
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG
2.2 Comércio Exterior do setor de bens de capital no Brasil.
Também de acordo com dados da ABIMAQ, verifica-se que o saldo da balança comercial no
acumulado de janeiro a julho, de 2010 a 2014, tem ficado negativo. O câmbio valorizado,
facilita a importação e torna o produto nacional menos competitivo. No acumulado de janeiro
a julho de 2014, verifica-se um crescimento nas exportações de 18,2% e uma queda de 9,7%
nas importações, em relação ao mesmo período de 2013.
2
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GRÁFICO 2
Balança Comercial em milhões de US$
Acumulado de janeiro a julho – 2010 a 2014 - Brasil
25.000,00
20.000,00
15.000,00
16.364,44
12.689,04
17.780,50
19.036,38
17.189,65
10.000,00
5.000,00
5.125,86
6.613,12
7.516,55
6.647,90
7.856,79
0,00
-5.000,00
-10.000,00
-7.563,18
-9.751,32
-15.000,00
2010
2011
Saldo
-10.263,95
2012
Exportação
-9.332,86
-12.388,48
2013
2014
Importação
Fonte: ABIMAQ
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG
2.3 Emprego no setor de Bens de Capital no Brasil.
De acordo com os dados da RAIS/Caged do MTE, o emprego no setor de bens de capital
apresentou forte crescimento no período de 2002 a 2013. No ano de 2014 até o mês de agosto,
registra-se uma perda de 3.950 empregos no setor, o que representa uma variação de -0,68%,
em relação ao estoque de empregos do ano de 2013.
GRÁFICO 3
Emprego no setor de Bens de Capital no Brasil– 2002-2013
700.000
600.000
500.000
400.000
255.963
300.000
200.000
100.000
0
533.615
577.035 573.085
451.700
360.757
279.492
Fonte: RAIS/CAGED - MTE
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG
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2.4 Rotatividade no setor de Bens de Capital no Brasil.
O segmento de máquinas e equipamentos registrou em 2012 taxa de 46,6% - taxa descontada (que exclui as demissões a pedido, aposentadoria, falecimento e transferência). Isso significa
que para cada 100 postos de trabalho gerados, 47 foram para substituir trabalhadores demitidos.
Este indicador esteve acima da média dos índices de rotatividade do ramo (32,4%), e é a pior
taxa dentro do setor metalúrgico. As causas devem ser mais bem estudadas, contudo a hipótese
observada nos leva a crer que as demissões e contratações de outros trabalhadores (no mesmo
cargo) servem para rebaixar os salários e garantir que os reajustes conquistados pelos
trabalhadores em suas negociações não tornem um custo para o patronal.
3. Produção de Bens de capital em MG.
Apesar do fraco comportamento da indústria do Estado de Minas Gerais no ano de 2014, a
produção do setor de máquinas equipamentos é positiva, apresentando crescimento de 2,2%,
no período de janeiro a julho de 2014, em relação ao mesmo período para o ano de 2013.
Importante destacar que a indústria de bens de capital do estado Minas Gerais é influenciada
pelo comportamento da mineração, indústria de transformação, siderurgia, agricultura, cimento
e petróleo.
GRÁFICO 4
Produção Industrial no Estado de Minas Gerais - Ano de 2014
Jan a Jul de 2014 / Jan a Jul 2013
Veículos automotores -18,90%
Máquinas e equipamentos
Produtos de metal - exclusive máquinas e
equipamentos
Metalurgia básica
Indústria de transformação
2,20%
-13,90%
-0,80%
-3,30%
Fabricação de Produtos alimentícios
4,55%
Indústria extrativa
Indústria geral
5%
-1,30%
Fonte: IBGE – PIM-PF
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG.
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3.1 Emprego no setor de Bens de Capital em MG.
De acordo com os dados do Rais/Caged do MTE de janeiro a julho de 2014, foram realizadas
422 demissões no setor de bens de capital do estado de Minas Gerais, o que significa uma queda
de 0,97% em relação ao estoque de empregos do ano de 2013.
43.125
43.547
43.497
41.994
39.634
32.067
34.076
33.758
19.481
18.748
14.144
14.318
30.005
GRÁFICO 5
Percentual dos empregados no setor de bens de capital por tamanho do estabelecimento - MG
2013
Fonte: RAIS/CAGED - MTE
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG
3.2 Perfil dos Estabelecimentos no setor de Bens de Capital em Minas Gerais.
Em relação ao número de estabelecimentos do setor de bens de capital do Estado de Minas
Gerais, verifica-se que em torno de 94,5% são de estabelecimentos pequenos que empegam no
máximo até 49 trabalhadores.
GRÁFICO 6
Perfil dos estabelecimentos no Setor de Bens de Bens de Capital em MG - 2013
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
45,80
9,99
16,85 13,25
8,66
3,41
1,47
0,32
0,18
0,07
Fonte: RAIS/CAGED - MTE
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG
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3.3 Percentual de empregados por tamanho dos estabelecimentos em MG.
Já em relação ao percentual de trabalhadores empregados, verifica-se que as grandes empresas
que empregam acima de 250 trabalhadores empregam 28,3% do total de trabalhadores do setor,
empresas com 20 a 249 trabalhadores empregam 47,3% do total, e empresas de 1 a 19
trabalhadores empregam 24,4% do total de trabalhadores do setor.
GRÁFICO 7
Percentual dos empregados no setor de bens de capital por tamanho do estabelecimento - MG
2013
18,00
16,76
16,00
15,70
14,86
13,04
14,00
11,46
12,00
10,00
8,00
6,00
7,04
7,75
7,55
5,82
4,00
2,00
0,00
De 1 a 4De 5 a 9 De 10 a De 20 a De 50 a De 100 De 250 De 500 1000 ou
19
49
99
a 249 a 499 a 999 Mais
Fonte: RAIS/CAGED - MTE
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG
3.4 Rotatividade no setor de bens de capital em MG.
O segmento de máquinas e equipamentos registrou em 2012 taxa de 53,7% - taxa descontada (que exclui as demissões a pedido, aposentadoria, falecimento e transferência). Isso significa
que para cada 100 postos de trabalho gerados, aproximadamente 54 foram para substituir
trabalhadores demitidos. Este indicador esteve acima da média dos índices de rotatividade do
ramo metalúrgico no estado de Minas Gerais (34,7%), e também é a pior taxa dentro do setor
metalúrgico do Estado.
3.5 Faturamento do setor de bens de capital em MG.
O índice de crescimento do faturamento setor de máquinas e equipamentos calculado pela
Fiemg, apresenta forte crescimento no período de janeiro de 2007 a julho de 2014. Também de
acordo com os dados da Fiemg, no período de janeiro a julho de 2014 o faturamento do setor
apresentou crescimento de 4,63% em relação ao mesmo período de 2013.
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GRÁFICO 8
Evolução do Faturamento do setor de Bens de Capital em MG – 2007-2014
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
jan 07
abr
jul
out
jan 08
abr
jul
out
jan 09
abr
jul
out
jan 10
abr
jul
out
jan 11
abr
jul
out
jan 12
abr
jul
out
jan13
abr
jul
out
jan14
abr
jul
-
Fonte: Fiemg Index
Elaboração: Subseção – FEM/CUT-MG
4. Perspectivas.
O comportamento do setor de bens de capital tem refletido no ano de 2014 a desaceleração
industrial do país. Porém pode-se perceber que em alguns grupos do setor como produção de
máquinas para o setor de energia elétrica, construção e bens de capital de uso misto, segue em
terreno positivo. No estado de Minas Gerais o setor apresenta, de acordo com os dados de
Produção Física do IBGE de janeiro a julho de 2014, crescimento de 2,2% em relação ao mesmo
período do 2013, e está em linha com o crescimento 4,63% do faturamento do setor, para o
mesmo período, segundo dados da FIEMG. O setor de Bens de Capital tem sido beneficiado no
período recente por medidas governamentais como juros baixos, desoneração da folha de
pagamentos, PAC equipamentos, Programa Mais Alimentos, que impactam na produção,
faturamento e emprego do setor. Caso o próximo governo continue com uma política industrial
para o setor de bens de capital, com garantia de incentivos a modernização do parque industrial
e inovação, desonerações, financiamento competitivo, as perspectivas para o setor seguem
positivas. O câmbio valorizado é um motivo de preocupação, pois torna o produto nacional
menos competitivo, e favorece a entrada de grande volume de produtos importados.
Elaboração: Subseção DIEESE – FEM CUT/MG
Marcelo Figueiredo: [email protected]
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MEDIDAS DO GOVERNO
MEDIDAS ATENDIDAS
* Manutenção do PSI até 2015.
* Margem de preferência de 25% para todos os produtos nacionais nas compras públicas
federais.
* Reintegra.
* Perenização da desoneração do INSS na folha de pagamento.
* Perenização da alíquota zero do IPI para máquinas e equipamentos.
MEDIDAS EM ESTUDO
* Aperfeiçoamento dos Regimes Especiais.
* Conteúdo local efetivo nas compras públicas ou compras privadas com financiamento público
* MODERMAQ.(modernização do parque industrial Brasileiro)
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