LOQ - 4007 Físico-Química Capítulo 3: A Primeira Lei: Formalismo Atkins & de Paula (sétima edição) Profa. Dra. Rita de Cássia L.B. Rodrigues Departamento de Biotecnologia – LOT E-mail: [email protected] ou [email protected] Fone: 3159-5027 Cap 3–A Primeira Lei: Formalismo 1. Funções de Estado e Diferenciais Exatas » 3.1. Funções de estado e funções de linha » 3.2. Diferenciais exatas e não exatas 2. Consequências Termodinámicas » 3.3. Variações de energia interna (a) Considerações gerais (b) A experiencia de Joule (c) Variações da energia interna a pressão constante 3.4. Dependência da entalpia com a temperatura (a) Variações da entalpia a volume constante (b) A compressibilidade isotérmica (c) O efeito Joule-Thomson 3.5. Relação entre Cv e Cp LISTA DE EXERCÍCIOS capítulo 3 – Atkins (sétima edição) Cap. 3 - A Primeira Lei - Formalismo Conceitos importantes: abordagem Funções de linha Diferencial exata Diferencial não-exata Pressão interna Experiência de Joule Coeficiente de expansão (térmica) Compressibilidade isotérmica (kT) Coeficiente de Joule-Thomson (µ) Processo isentálpico Efeito Joule-Thomson Coeficiente Joule-Thomson isotérmico Temperatura de inversão Funções de Estado versus Funções de Linha Funções de Estado: Propriedades que não dependem do modo de preparação de uma amostra. Em geral estas propriedades que são funções das variáveis que definem o estado em que se encontra o sistema (ex. temperatura e pressão) Exemplos: Energia interna (U) e Entalpia (H) (dependem somente do estado em que se encontra o sistema, e não da história anterior das transformações do sistema) Funções de Linha: Propriedades que dependem da maneira pela qual um certo estado foi atingido. Exemplos: trabalho feito para ser atingido um estado e a energia transferida, na forma de calor, neste processo. Não se diz que um sistema , num certo estado, tem uma certa quantidade de calor ou de trabalho, pois a energia trocada pelo sistema na forma de calor ou trabalho depende do processo, e não do estado do sistema. Funções de Estado versus Funções de Linha Função de estado: sistema possui U e H Funções de linha: Estado não possui q e w Não se diz que um sistema , num certo estado, tem uma certa quantidade de calor ou de trabalho, pois a energia trocada pelo sistema na forma de calor ou trabalho depende do processo, e não do estado do sistema. Funções de Estado Inicialmente: Estado tem energia interna U Processo 1: Expansão adiabática ao estado final com energia interna Uf Trabalho realizado sobre o sistema é w. Processo 2: Expansão não adiabática ao estado final com Uf. Onde q’ e w’ foram ambos realizados sobre o sistema. Quando o volume e a temperatura de um sistema se alteram, modifica-se também a energia interna. Na figura, o processo 1 é adiabático e o processo 2 é não-adiabático. Cada qual, tem um certo valor de q e de w, mas a variação de U e ΔU, é a mesma nos dois. U: propriedade de estado (mesmo valor de U em ambos os casos) w, q: propriedade de linha Diferenciais Exatas e Não-exatas Diferencial Exata Diferencial inexata Sistema evolui ao longo de um processo ( ex. aquecimento), ΔU=UfUi, e a variação global de U é a soma de todas as variações ao longo do processo (integral): ΔU é independente do processo que leva o sistema do estado inicial ao estado final – processo independente do caminho que liga os dois estados e é expresso dizendo que dU é uma diferencial exata – uma grandeza infinitesimal que ao ser integrada, leva a um resultado que é independente da curva, do caminho, que liga o estado inicial ao estado final. Sistema é aquecido, a energia total transferida para o sistema , na forma de calor é igual a soma de todas as contribuições em cada ponto do processo: Não se escreve Δq: pois q não é uma função de estado, energia não pode ser expressa por qf-qi q depende do processo efetuado de integração (por exemplo, adiabático vs não adiabático) – esta dependência frente ao processo é expressa dizendo que đq é uma diferencial inexata quantidade infinitesimal que quando integrada, dá um resultado que depende da curva que liga os estados inicial e final. (đ w também é um diferencial inexata) Diferenciais Exatas e Não-exatas Diferencial inexata O trabalho feito sobre um sistema para provocar uma transformação de um estado para outro depende do processo que o sistema sofre entre os dois estados. Ex. em geral o trabalho é diferente se o processo é adiabático ou se ele é não-adiabático. Conseqüentemente, o dw não é uma diferencial exata e por isso se escreve, muitas vezes, đw em lugar de dw. Trabalho, Calor, Energia interna e Processos Considere um gás perfeito em um cilindro com um pistão: Estado inicial Ti, Vi Estado final Tf, Vf Variação de estado: Processo1: Expansão livre contra o vácuo Processo 2: Expansão isotérmica reversível Processo 3: Expansão isotérmica irreversível contra pext ≠0 Calcule q, w e ∆U para cada processo Todos os processos: a energia interna aumenta a partir da energia cinética da moléculas, desde que os processos sejam isotérmicos, ∆U=0, assim q=-w Processo 1: expansão livre, w=0, assim q=0 Processo 2: w = -nRTln(Vf/Vi), assim q=nRTln(Vf/Vi) Processo 3: w = -pext ∆V, assim q=pext ∆V (desde que ∆U=0) Variação Energia Interna, 1 Para um sistema fechado de composição constante, U é função de V e T (possível expressar p em termos de V e T, então p não é uma variável independente) Disse –se que V faz uma pequena alteração para V + dV a T constante: Ou T varia T+dT a V constante: Os coeficientes (δU/ δV)T e (δU/ δT)V são derivadas parciais de U a V e T, respectivamente (o coeficiente angular da curva de U versus V a T constante e de U versus T a V constante) – se ambos V e T se alteram infinitesimalmente (chamamos dVdT≈ 0): Variação de Energia Interna, 2 Estas mudanças infinitesimais nas condições implicam que U´ difere de U por um quantidade infinitesimal dU, assim, Mudanças Infinitesimais em V e T resultam em uma mudança infinitessimal em U, com constantes de proporcionalidade sendo as derivadas parciais Lembre-se: estas dão uma inclinação da propriedade de interesse contra uma variável, mantendo-se constantes as outras variáveis . É importante ter em mente que todas as derivadas parciais têm significado físico, bem como são uma ferramenta matemática útil Lembre-se que (δU / δT) V = CV (ex., a variação da energia interna a volume constante com alteração na temperatura é a capacidade calorífica a volume constante) Variação de Energia Interna, 3 (δU / δ V) T, a variação da energia interna, como a variação de volume que ocupa uma substância, é denotado como πT, e é chamada de pressão interna πT é uma medida de forças coesivas na amostra: dU > 0, aumenta a energia interna, dV> 0 o volume, expande isotermicamente, e com forças atrativas dominando, πT > 0 Para um gás perfeito, πT = 0, e a energia interna é independente do volume de gás na amostra Experimento de Joule James Joule pensou que poderia medir a pressão interna com o seguinte aparelho – gás pressurizado se expande em um vácuo - no entanto, nenhuma mudança na temperatura foi medida: POR QUE? Expansão em vácuo: w = 0 Sem transferência de calor:∆T = 0, então q = 0 Conseqüentemente: ∆ U = w + q = 0 Conclue-se que U não se altera significantemente quando o gás se expande isotermicamente e que portanto: πT = 0 Na realidade, a capacidade calorífica do seu aparelho era muito grande, que a mudança de temperatura causada por essa expansão do gás foi simplesmente muito pequena para medir - desvios muito pequenos de gases reais não foram detectados ... Esquema do aparelho usado por Joule para tentar medir a variação da energia interna numa expansão isotérmica de um gás (inicialmente a 22atm). O calor absorvido pelo gás é proporcional à variação da temperatura do banho. Alterações na Energia Interna a Pressão Constante Como a energia interna varia com a temperatura a pressão constante? Tome as derivadas de ambos os lados da equação divida por dT e se impõe a condição de pressão constante sobre as diferenciais resultantes: A derivada parcial existente no membro direito da equação é o coeficiente angular da curva do volume contra a temperatura, a pressão constante. Esta propriedade é normalmente registrada na forma do COEFICIENTE DE EXPANSÃO (térmica), α, de uma substância pura, definido por : Um valor grande de α significa que o volume da amostra responde significantemente a variações de temperatura - POR QUE? (Fazer o exemplo 3.2-atkins edição) Quanto mais elevada for a temperatura, menos se altera o volume do gás com a modificação da temperatura Alterações na Energia Interna a Pressão Constante Substituir α na expressão por (δU / δ T) p: A dependência da energia interna com temperatura a pressão constante pode ser medida em termos de α ou πT (dois experimentos diferentes) e para um gás perfeito, desde que πT = 0: Então, nós sabemos que (δU / δ T) v= CV e (δU / δ T) p = Cv acima - em nossos experimentos, podemos facilmente usar a expressão mais simples primeiro pelo controle de volume: ou seja, a volume constante, w = 0, e ∆U = qV Alterações na Entalpia a Volume Constante Capacidade calorífica a pressão constante, Cp, é a variação de entalpia com a temperatura a pressão constante entalpia, H = U + pV, é uma função de estado termodinâmica importante, nomeadamente quando a pressão está controlada, assim, dH é uma diferencial exata Desde que ∆H = qp, podemos escrever H como uma função de p e T, e desenvolver as equações que descrevem a variação de H com T a V constante isto nos ajudará a entender as capacidades caloríficas Cp e CV Iniciando da mesma forma como fizemos para U: Para um sistema fechado de composição constante, H é uma função de p e T O que significa esta equação significa? Uma mudança infinitesimal na entalpia resulta de mudanças infinitesimais na pressão (a temperatura constante) e temperatura (a pressão constante) os coeficientes são as usuais derivadas parciais. Alterações na Entalpia a Volume Constante A partir do slide anterior, se (δH / δ T) p= Cp, a capacidade calorífica a p constante que podem ser rearranjadas e reescritas como (ver página seguinte) onde kT é a compressibilidade isotérmica e μ é o coeficiente de Joule-Thomson Justificando ∆H a volume constante começando com dividir por dT e impor volume constante para obter o terceiro coeficiente parece familiar - parece que ele está relacionado com (δ V/ δ T) p (que é α o coeficiente de expansão). As regras úteis de derivadas parciais nos ajudam aqui (em Atkins 6 ª Edição, Informações adicionais 1) - podemos usar a regra da cadeia de Euler assim: e portanto que: Justificando ∆H a volume constante, 2 O termo (δT / δ V) p aparece no denominador, em vez de (δV/ δ T) p - mas podemos usar uma outra propriedade útil das derivadas parciais - inversão: assim: desde onde α é o coeficiente de expansão de uma substância, e kT é a compressibilidade isotérmica (ambas definidas no início da aula) Agora, a mudança (MH / Mp) em algo útil Podemos reconhecer as expressões para Cp e do coeficiente de JouleThomson, μ, portanto, A compressibilidade isotérmica Lembre-se, O sinal negativo torna kT positivo - um aumento de p (+ve dp) traz uma diminuição no V (- ve dV) a temperatura constante Compressibilidade isotérmica é obtida a partir de gráfico de p vs V a uma temperatura constante Quanto maior a pressão do gás, menor compressibilidade Exemplo: Considere que a compressibilidade isotérmica da água, a 20 ° C e 1 atm, é 4,94 x 10-6 atm-1. Que mudança de volume ocorre quando uma amostra de 50 cm3 de volume é submetida a uma 1000 atm adicional de pressão a temperatura constante? Exemplo de compressibilidade isotérmica Compressibilidade isotérmica: uma mudança infinitesimal no volume resulta em uma mudança infinitesimal na pressão a temperatura constante Para a mudança mensurável, ∆V, devemos integrar O lado esquerdo da equação acima é ∆V. Se kT e V são aproximadamente constante ao longo da faixa de pressão de interesse Note que a compressão é de apenas 0,5%, assim a suposição de que kT e V são aproximadamente constante é válida O Efeito Joule-Thomson O efeito Joule-Thomson e o associado coeficiente μ, nos ajudam a compreender a liquefação de gases Gás se expande através de uma barreira porosa, de alta pressão constante para baixa pressão constante O recipiente tem paredes isoladas, de modo que o processo é adiabático A diferença na temperatura que resulta da expansão é monitorada O que se observa? Baixa temperatura no lado de baixa pressão Alta temperatura do lado de alta pressão ∆p α ∆T Joule-Thomson efeito: refrigeração por expansão adiabática Base Termodinâmica do Efeito Joule-Thomson adiabatic wall A n moles @ p1, V1, T1 » » B C Adiabatica, so q = 0 w = p1V1 - p2V2 A porous plug • silk • meerschaum B C n moles @ p2, V2, T2 U U 2 U1 q w w U 2 U1 p1V1 p2V2 U 2 p2V2 U1 p1V1 but H U pV so H1 H 2 Entalpia cons tan te! Base Termodinâmica do Efeito Joule-Thomson Regulador de pressão de Joule-Thomson descreve a base de expansão termodinâmica de J-T: Condições de partida: -Adiabático, q = 0 -Gás de alta pressão do lado, pi a Ti, ocupando Volume Vi -Gás no lado de baixa pressão, pf aTf, ocupando volume de Vf -Pressões a montante e a jusante atuam como "Pistões", que comprimem o gás Compressão isotérmica e expansão: -O gás do lado esquerdo é comprimido isotermicamente pelo pistão montante (pressão é pi volume é Vi torna-se 0), então o trabalho é w =-pi (0 - Vi) = piVi -Gás se expande isotermicamente no lado direito do regulador de pressão (T podem ser diferentes) contra pf, com o trabalho w = - pf (Vf - 0) =-pfVf Resultado final: ∆U de gás que se deslocam de um lado para o outro: ∆U = w = piVi - pfVf Efeito Joule-Thomson e Entalpia A variação da energia interna para J-T de expansão reorganizar: Processo é dito ser isoentalpico (ou seja, processo a entalpia constante) # Propriedade medida: ∆T / ∆p # Adicionando a restrição de entalpia constante, para uma pequena mudança em p, nós medimos (δT / δp) H, que é o coeficiente de Joule-Thomson, μ Interpretação física de μ: a razão da mudança de temperatura para a mudança na pressão sob condições adiabáticas Moderno método de medição de μ: coeficiente isotérmico de Joule-Thomson isotérmica Coefficiente de Joule-Thomson isotérmico Medição μ : T Gás é bombeado a uma pressão constante através de um trocador de calor (temperatura fixa) através de uma plugue poroso em um recipiente adiabático # A queda da pressão é medida ∆p, com refrigeração compensada por um aquecedor # Energia do aquecedor é monitorada (∆ H = qp) # μT obtidos a partir de ∆H / ∆p assim ∆ p 0 # μ pode ser calculado Refrigerador de Linde: utiliza a expansão J-T para liquefazer gases # Gás se expande através de um regulador de pressão # Se resfria e é circulado como gás de entrada # Gás esfria, expansão subseqüente esfria ainda mais # Gases circulantes se resfriam o suficiente para condensar –se na fase líquida # Se o gás sob temperaturas superiores a inversão, Ti, se resfriam em expansão através do regulador de pressão Coefficiente de Joule-Thomson isotérmico Gases reais têm coeficientes J-T diferente de zero: depende do gás, pressão, e interações intermoleculares repulsivas e atrativas e repulsivas e temperatura: μ> 0: dT é - é quando dP é – o gás esfria em expansão μ <0: dT e dP têm sinais opostos, o gás se aquece na expansão μ = 0: gás perfeito, T inalterada pela expansão de J-T Gases têm temperaturas de inversão superiores e inferiores, onde as propriedades de aquecimento e resfriamento de um gás muda ao longo de uma isentálpica Entregar valendo 0,20 pts na P2 a dedução da relação entre Cp e Cv (a seguir) SOMENTE PARA QUEM PRECISAR! Relação entre Cv e Cp Para um gás perfeito, μT = 0, então CV = (δU / δT) p, assim podemos escrever: Desde então, Para um gás real, podemos escrever a expressão termodinâmica a seguir que se aplica a qualquer substância, reduzindo a equação acima, quando α= 1 / T e kT = 1 / p Justificando a Relação entre Cv e Cp Expressar Cp e CV em termos de derivadas parciais, e substituir em H = U + pV Diferença de 1 º e 3 termos nas derivadas da direita é α πTV, onde α V descreve a mudança em V com a mudança de T e πdescreve a mudança em U a partir desta mudança no volume. A contribuição do trabalho que empurra para trás a atmosfera é Combinando as expressões: Da Seção 5.1 Atkins, Legendar em: Nós mostramos que (δP / δT) V = α/ kT, de modo que isso nos dá a relação entre CP e CV