“O PORTO ENVELHECE MELHOR EM BARRIS DE CARALHO ” Renata Mottironi, 12ºD2 Trabalho elaborado para a disciplina de Projecto leccionada e pela Tecnologias–Vídeo, professora Marta Albuquerque RESUMO: Apresentação descritiva de todo o processo de pré-produção, produção e pós-produção do Documentário “Nome do Projecto”, realizada no âmbito da Especialização Vídeo da disciplina de Projecto e Tecnologias (12º Ano) ESCOLA SOARES DOS REIS – PORTO – ANO LECTIVO 2014/2015 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 ÍNDICE 1. Introdução 2. Pré-Produção – CELTX 2.1. Do Tema ao Conceito 2.2. Nota de intenções 2.3. Descrição por cenas 2.4. Caracterização 2.4.1. Locais de filmagem 2.4.2. Ator (aqui considerados como entrevistados) 2.4.3. Adereços e objectos (se aplicável) 2.4.4. Câmara 2.4.5. Som 2.4.6. Iluminação e Grelha de Iluminação (se aplicável) 2.4.7. Equipamento especial 2.4.8. Equipa Técnica 2.5. Mapa de rodagem 2.6. Repérage 3. Produção 3.1. Gestão de meios (pessoas, locais, logística) 3.2. Rodagem 3.2.1. 1º Dia 3.2.2. 2º Dia 3.2.3. 3º Dia (ou mais dias) 3.3. Desempenho da equipa técnica 3.4. Fotografias de Cena 4. Pós-Produção 4.1. Seleção de planos e Montagem 4.2. Efeitos e filtros utilizados 4.3. Áudio e Voz-Off 4.4. Ficha Técnica 5. Conclusão Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 1.INTRODUÇÃO No âmbito da prova de aptidão artística, trabalho desenvolvido dentro da disciplina de projecto e tecnologias, na área de Comunicação Audiovisual, no 12ºano na especialização de vídeo, foi-nos proposto o tema ‘’Cidade do Porto’’. Aliado ao tema, foi-nos proposta a exploração de dois géneros em particular, o documentário e o neo-realismo, com um máximo de dez ou quatro minutos respectivamente. O objectivo patente é de tornar a cidade do Porto o tema central, elevando-o da sua condição de ‘’background’’ para os alunos da Soares dos Reis, e mostrar ao público em geral que tem acesso aos projectos desenvolvidos na Soares que o Porto merece tanta ou mais atenção que todas as cidades europeias que estamos habituados a ver nos media. Este projecto tem a finalidade de explorar uma série competências no aluno, desde a parte mais técnica de utilização e manutenção de material específico da área, a ter de lidar com actores e ou pessoas integrantes do projecto, assim como toda a parte de pré-produção feita tanto em pesquisa e recolha de informações pelos media como visitando os locais de interesse realizando um levantamento fotográfico dos mesmos. Ou até a recolha e organização dos adereços necessários, e o estudo de toda a estética pretendida no trabalho, através da fotografia e da iluminação. Em suma, cada aluno está responsável pelo seu trabalho tanto a nível conceptual como a nível técnico, o que transforma a realização da PAA num trabalho importante para o amadurecimento do aluno e da sua expêriencia na área. Culminando na defesa do projecto perante um júri que irá avaliar o produto final. Neste dossie pretendo apresentar detalhadamente todo o meu processo de trabalho, desde o desenvolvimento das ideias iniciais ao conceito definitivo do projecto, assim como os aspectos técnicos da execução do que veio a ser o meu trabalho final. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.PRÉ-PRODUÇÃO 2.1. Do Tema ao Conceito Logo quando o tema ‘’Porto’’ foi apresentado decidi abordar o tema de forma a reflectir sobre o Porto enquanto cidade produto das pessoas que o habitam. Inicialmente concebi um projecto que assentava na ideia do vazio no Porto, e no que ele representava na cidade, pegar no Porto pelo que está à sombra em vez do que está ao sol, falar dos locais que seriam o oposto, o negativo daqueles que aparecem nas revistas, nos ‘’trip advisors’’, que são falados como icónicos. Nesse âmbito descobri uma organização de portuenses (‘’the worst tours’’) que fazem aquilo que eu queria fazer, de um modo menos poético e mais claro, mais irónico também, levando turistas ou quem se inscrever em viagens turísticas pelos ‘’piores’’ sítios do Porto, para os dar a conhecer sendo que são muitas vezes escondidos nas típicas visitas que passam apenas pelos pontos mais comerciais e bonitos da cidade. Sendo que o vazio, o esquecimento de certas zonas ou estruturas singulares na cidade se deve à evolução de algo em detrimento do restante, apercebi-me que este processo de renovação, e muitas vezes, falsa remodelação do Porto era um fenómeno muito mais interessante e digno de estudo. Daí nasceu a variante intermédia da minha ideia actual, fazer o levantamento de uma série de factores que na minha opinião asfixiam o Porto de alguma maneira, estabelecendo um paralelismo dentro desses factores entre o ‘’novo’’ e o ‘’velho’’ Porto, que por sua vez eram colocados paralelamente a uma encenação de um festim, uma série de pessoas requintadas a devorar uma mesa de iguarias. O devorar do bolo principal seria como o devorar do Porto, a sua consumação até ao núcleo, à extinção do que alguma vez foi, tocando também no ridículo do gourmet e em como numa casa a cair aos pedaços servimos canapés às visitas porque queremos ser bem vistos. Consequentemente dessa ideia aprofundei a temática da gentrificação, (fenómeno que afecta uma determinada zona, e que se baseia na criação repentina de novos pontos comerciais ou habitacionais por entidades monetariamente poderosas, que desequilibram a dinâmica local e dificultam o acesso da população mais pobre aos serviços nesses locais), fenómeno esse muito discutido na actualidade e por todo o mundo como por exemplo no discurso emotivo de Spike Lee sobre a recente gentrificação de Brooklyn. Mas mesmo em Portugal já se fala da gentrificação, mesmo que não tenha esse nome é um fenómeno do qual as pessoas se começam a aperceber. Esse fenómeno acabou por se revelar um tema tão denso, que já não fazia sentido coloca-lo como mais um ponto numa enumeração de factores que devastam o Porto. Nasceu então a minha ideia final, centrar-me nessa transformação da cidade para um produto ‘’ready to buy’’ aliado a uma problemática ainda mais grave que é a divisão cada vez mais profunda da população, entre a classe média alta que tem poder de compra para usufruir das zonas reabilitadas do Porto e a classe baixa que perde cada vez mais poder de compra e acesso a esses locais, que consequentemente da sua ‘’turistificação’’ sobem as rendas repentinamente passando de bairros a nichos comerciais da noite para o dia. Varrendo a população mais pobre (que é a maior fatia) para a periferia da cidade, criando um fosso Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 cultural que os afasta do acesso à cultura e aos recursos dos centros urbanos, ‘’gaia tornou-se o dormitório do povo’’, palavras que ouvi no autocarro, e que tristemente fizeram sentido. Decidi então fazer um documentário destinado a centralizar-se no Porto velho e esquecido mostrando também a faceta do porto turista e do porto ‘’gourmet’’. Mostrando a cidade com o objectivo de uma reflexão sobre o que está a acontecer, sugerindo uma possível perda de identidade que eu creio estar a acontecer. Quis abordar o tema falando com pessoas dos diferentes ambientes, para perceber qual a posição e opinião dos que estão no epicentro desta mudança. Abordar os habitantes dos locais mais pobres, dos locais que estão a sofrer do processo de gentrificação como por exemplo a Rua das Flores, a zona da Sé do Porto que apesar de ainda estar parcialmente preservada está a começar a ser transformada e a converter as casas em ‘’hostels’’. Explorar ainda o comércio direcionado para o turismo e os trabalhadores nesse nicho de mercado, assim como as zonas restauradas do Porto, as lojas novas, os novos hoteis, as ‘’tascas gourmet’’ que dão aos turistas ‘’real oporto food’’ e ‘’real oporto wine’’. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.2. Nota de Intenções Entendi fazer um levantamento visual das zonas da cidade que referi, dividindo o documentário por quatro fases: Porto abandonado (onde me proponho a mostrar a cidade descuidada e deixada de parte), Porto apto a mudança (onde mostro o Porto receptivo à reabilitação), Porto turista (onde vemos um Porto reabilitado que foi renconstruido basicamente para o turismo em vez de reabilitar os recursos da população que vive na cidade permanentemente) e por fim o Porto característico (zonas da cidade ou pequenos nichos populacionais, onde ainda verificamos a existência de uma cultura e de umas raizes, que estão a ser extinguidas. Ao ritmo da conversão do Porto num infantário, onde os outros países depositam as suas crianças para brincarem um pouco mas que não tarda crescem e vão embora. Não queria basear o documentário em relatos, quis em vez disso mostrar a transformação da cidade com frases pontuais, ditas pelas pessoas com quem falei, e que gravei no âmbito da recolha de informação e material para o documentário. Quis utilizar uma linguagem audiovisual simples, nada de movimentos de câmara arrojados ou musica triunfal, mas planos simples, sons simples verdadeiros, que fizessem o espectador reconhecer a cidade em contrapartida com planos extremamente plásticos e obviamente encenados de um bolo decorado, para ser visível onde entra a minha sátira. Propus-me a filmar sempre que possível com tripé ou então em handheld sendo que em muitos locais não poderia andar com o tripé. Em momento algum questionei não ter luz artificial, fora os planos encenados do bolo em estúdio, quis filmar sempre nas condições mais naturais dentro do possível. Optei por utilizar a lente zoom na maior parte dos dias de filmagem, é uma mais valia estando na rua, rápidamente se ajustar um plano, ou rápidamente se enquadra um pormenor enquanto que com uma lente de distância focal fixa esse tipo de ajustes implicam dispender mais tempo movendo o posicionamento da câmera e do tripé assim como voltar a nivelar o tripé. Ou são mesmo ajustes impossíveis quando se trata de enquadrar pormenores longínquos, impossíveis a não ser com zoom. Relativamente ao som, desde sempre quis que durante as filmagens fossem gravados sons característicos da cidade para acompanhar da forma mais fidediga possivel, o que é Porto que estou a mostrar. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.3. Descrição por cenas SEQUÊNCIA 1/MONTAGEM/PORTO VELHO Série de planos da cidade que mostram o grau de abandono e esquecimento como por exemplo a rua da Bainharia, ribeira e baixa do Porto. SEQUÊNCIA 2/MONTAGEM/PORTO EM CONSTRUÇÃO Sequência que pretende mostrar a cidade enquanto apta a mudança e a reformulação, planos da cidade velha que se vai misturando com as novas iniciativas como por exemplo na rua das Flores. SEQUÊNCIA 3/MONTAGEM/PORTO NOVO Montagem que pretende mostrar a afluência do turismo no Porto, fluxos de gente temporária que usufrui da cidade, como a zona das galerias de paris, o passeio dos clérigos, galerias lumiére e zona circundante. SEQUÊNCIA 4/MONTAGEM/PORTO CARACTERÍSTICO Série de planos que registam o Porto característico, resultante entre as pessoas e os espaços típicos como a zona da Sé. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 C ARACTERIZAÇÕES D IVERSAS (A CTORES/ENTREVISTADOS , O BJECTOS , L OCAIS DE F ILMAGEM, E QUIPA DE R ODAGEM , E QUIPAMENTO A UDIOVISUAL UTILIZADO ) Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.4. Caracterização 2.4.1. Locais de filmagem Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.4.2. Atores (Entrevistados) Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.4.3. Adereços e Objectos Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.4.4. Câmara Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.4.5. Som Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.4.6. Iluminação e Grelha de Iluminação Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.4.7. Equipamento Especial Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.4.8. Equipa Técnica Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.5. Mapa de rodagem Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 2.6. Répèrage Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 3.PRODUÇÃO 3.1. Gestão de Meios Inicialmente, sendo que estou a criticar a ‘’turistificação’’ do Porto tentei nos pontos de informação para turistas da câmera do Porto perceber o conceito desta nova campanha, ‘’Porto’’, espalhada pela cidade. Recusaram-se a comentar o assunto e disseram-me para enviar um e-mail para um endereço específico, que supostamente trataria de esclarecer esse tipo de dúvidas quando solicitado. Não obtive nenhuma resposta. Querendo entrevistar o máximo de testemunhos possível, de todos os lados da questão tive em especial muita dificuldade em entrevistar pessoas na Rua das Flores, tanto que acabei por não conseguir entrevistar lojistas desta nova vaga de estabelecimentos gourmet/turísticos. Não por falta de vontade dos lojistas, mas em contraste com os habitantes e feirantes das zonas mais antigas, os lojistas da Rua das Flores trabalhavam por contra de outros que não estavam presentes e que não permitiam a captura de imagens. Fui tantas vezes redirecionada e negada que acabei por substituir o contributo dos lojistas na Rua das Flores pelo testemunho de lojistas no Mercado do Bom Sucesso que segue a mesma linha de comércio. Dei várias vezes a volta à zona da Sé não só sozinha como acompanhada de moradores locais e com a minha equipa para tentar levantar o máximo de informação possível num sítio onde está a começar um processo semelhante ao da Rua das Flores. Falei com diversos moradores na Rua das Taipas para obter autorização para filmar numa casa abandonada existente perto das escadas do Caminho Novo onde iria filmar as cenas do Bolo mas que acabou por não ser necessária, nesse seguimento filmei sozinha uma cena alternativa à do bolo num restaurante abandonado na foz simulando um programa de culinária gourmet mas que acabou por não funcionar e foi substituído pelas cenas em estúdio com o Bolo. Filmar o bolo em estúdio também foi por si uma peripécia. Foi complicado porque gravei duas vezes e precisei de estar sempre a comprar os elementos de decoração e o chantilly era muito sensível a temperaturas, sendo que quando gravei estavam dias de muito calor tive de a meio da aula correr para comprar outra lata porque quando ia a filmar reparei que a que tinha estava liquida, pondo no frigorífico perdia a forma na mesma e no congelador mesmo pouco tempo era suficiente para entupir o bico enquanto que o chantilly continuava líquido… enfim, uma autentica aventura só pelo chantilly. Por fim relativamente à banda sonora, tinha o desejo de utilizar música dos ‘’explosions in the sky’’ inicialmente e para os quais enviei o respectivo pedido de direitos de autor, e dos quais felizmente não obtive resposta, permitindo assim que eu estudasse o som do documentário como uma homenagem ao que eu quero ver relembrado, os verdadeiros sons do Porto característicos de uma cidade e de uma população. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 3.2. Rodagem 3.2.1. 1º Dia O primeiro dia de filmagens foi todo em volta da Sé do Porto, falar com as pessoas e perceber onde seria interessante filmar. Descobri novos locais, correu muito bem com a ajuda da equipa técnica que estando ainda no início das filmagens, estava disposta a trabalhar. O dia acabou por ser dedicado a recolha de filmagens de ‘’Porto velho’’. 3.2.2. 2º Dia O SEGUNDO DIA SERVIU PARA RECOLHA DE TESTEMUNHOS NA RUA / ENTREVISTAS E RECOLHA DE SOM NA RUA ASSIM COMO RECOLHA DE MATERIAL REFERENTE AO PORTO NOVO E AO PORTO QUE DISPONÍVEL A MUDANÇA 3.2.3. 3º Dia O terceiro dia foi a exploração mais intensiva na sé, e recolha de material no mercado do Bom Sucesso assim como material referente à campanha ‘’Porto’’. 3.2.4. 4º Dia As ultimas filmagens foram dedicadas à exploração dos locais gourmet e das novas lojas renovadas na baixa da cidade e na zona dos clérigos. Assim como as cenas do bolo que foram gravadas em dois dias diferentes, primeiramente com uma lente normal zeiss 35mm e no segundo dia com uma lente macro que permitiu os planos da cobertura. Tanto nos planos do bolo e de pormenores na rua foram marioritáriamente filmados apenas por mim e pela professora em conjunto. 3.3. Desempenho da equipa técnica No geral houve muito recorrentemente pouca vontade de sair em filmagens, principalmente em horários marcados fora do horário de aula. Mas quando trabalhando em conjunto houve uma capacidade de colaboração e de entreajuda que permitiu trabalhar com bom ritmo e resultados positivos. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 3.4. Fotografias de Cena 1-peixes no mercado da sé 3- 2- bancas de peixe no mercado da sé SENHORA COM BANCA DE FRUTA NO MERCADO DA SÉ Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 4.PÓS-PRODUÇÃO 4.1. Seleção de planos e Montagem Tendo em conta a recolha extensiva de material na rua, tive um repertório extenso de planos por onde escolher que no início até dificultou a minha edição, não estando habituada á metodologia de trabalho e tendo de filtrar grandes quantidades de material que crescia esporádicamente sempre que realizávamos um dia de filmagens a mais fora da programação inicial, mas necessário para a construção do documentário no seu todo. Recorro a uma montagem intelectual pelas sequências tanto de cidade como de bolo. Assim como a uma montagem métrica em certas passagens do documentário quando me limito a passar vários pormenores da cidade relativos a certo tema como por exemplo o Porto turista e o Porto gourmet. Na parte final é onde recorro mais à montagem como ferramenta de construção de significado, o ultimo plano, sobre o qual aparecem os créditos, onde vemos um cartaz que diz tourism point indicar com uma seta para um largo onde estão pombas a picar pão do chão, de seguida aparece um plano de pão/bolo (o mesmo antes de ser decorado), e de seguida aparecem algumas pessoas que entrevistei, elementos da parte do povo que acaba por sofrer mais. Eles são o pão atirado aos turistas. Pão que é vendido e consumido Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 4.2. Efeitos e Filtros Utilizados Em termos de filtros e efeitos só usei duas ferramentas chave: O estabilizador que me permitiu suavizar muitos planos feitos em handheld que oscilavam demasiado bruscamente e isso seria um fator depreciativo. E a correção de cor, utilizada principalmente nos planos do bolo em estúdio para acentuar as cores que desde o início estavam pensadas para ser muito plásticas, tirando isso, pequenos ajustes ligeiros na exposição de alguns planos. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 4.3. Áudio e Voz-off Inicialmente uma parte do documentário estava destinada para voz off mas com o evoluir do trabalho, percebi que não valia a pena restringir assim tanto a percepção do espectador durante a visualização. Seria mais honesto perante a audiência deixar que houvesse uma reflexão pura e não influenciada pela minha opinião sobreposta aos diferentes momentos da narrativa. Pensei ainda em descrever no final do documentário o que era o fenómeno da gentrificação, mas seria um pleonasmo, visto que dediquei o projecto inteiro à mostra disso mesmo recorrendo a imagens. A maior parte do trabalho no som baseou-se então na sincronização do áudio de todas as entrevistas, (patente na imagem), assim como o tratamento do som recolhido na rua, tanto através do equipamento de som, como consequentemente de cenas gravadas na câmera. Numa tentativa de recolher sons característicos do Porto para a evocação da sua essência. Nos berros das peixeiras, no calão bairrista, as gaivotas, todos os sons que estamos habituados a ouvir e a reconhecer, como sendo da nossa cidade. Como optei por não passar as entrevistas o som acabou por ser montado por cima dos planos de cidade, recolhi afirmações que considerei serem importantes no discurso das pessoas e em edição juntei ás sequências que considerei mais pertinentes. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 4.4. Ficha Técnica PRODUZIDO POR - Escola Artística de Soares dos Reis REALIZAÇÃO E EDIÇÃO - Renata Mottironi ARGUMENTO POR - Renata Mottironi SOM - Matilde Guimarães Mariana Pinto Afonso Marques CAMÂRA - Francisco Melo João Almeida Renata Mottironi ILUMINAÇÃO - Renata mottironi MAKING OF - Susana Leão AGRADECIMENTOS ESPECIAIS - Professora Marta, João almeida e a todos os que direta ou indiretamente permitiram que o meu documentário fosse realizado da forma como eu idealizei. Assim como todas as pessoas com as quais tive o prazer de interagir nestes 3 ultimos anos na Soares dos Reis. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 5.CONCLUSÃO Para concluir o trabalho foi necessário fazer o menu para o blu ray onde fica gravado o documentário, os extras, making of e teaser. Assim como o design para a capa do DVD. O processo físico por assim dizer, termina com o gravar do projecto no blu-ray e imprimir/colocar a capa na caixa de DVD do nosso projecto. Eu adicionei ainda perolazinhas e flores de plástico no seguimento da linguagem plástica que apresento na capa. Considerando a conclusão metafísica a concepção e realização do projecto de aptidão artística foi uma experiência única em toda a minha carreira escolar, o facto de ter a oportunidade de conceber o conceito para um projecto e de ter a possibilidade de o amadurecer durante um ano de trabalho árduo paralelamente a todo o resto da vida escolar, tendo ainda a possibilidade de sermos amparados pela escola em termos materiais podendo pôr a nossa ideia em prática é um privilégio enorme, e por mais que tenha trabalhado neste projecto, sei que podia ter feito mais, só no final me apercebo do que é ter a possibilidade de levar a cabo um projecto deste tipo e agora penso no quão podia ter aproveitado ainda melhor esta oportunidade se apesar do cansaço tivesse dado sempre o máximo que podia e planeando bem as coisas. Mas no final de contas sinto-me feliz porque vendo o outro lado, apesar de ter sido um ano difícil, fui capaz de elaborar um trabalho pertinente, orgulho-me Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 do que fiz, e do tema em que me foquei. Elaborei um projecto que se encaixa perfeitamente na matriz apresentada e é um trabalho do qual eu me orgulho mesmo fora do contexto ‘’escola’’. No geral este ano fui muito interessante fazer parte de todos os projectos, na maior parte deles, sendo que este ano o tema é porto, foi-nos permitido conhecer muitas realidades diferentes e entrar em sítios que provavelmente nunca entraríamos. Permitiu-me principalmente abrir os olhos para a minha cidade, ganhei uma nova consciência do lugar onde vivo, do ambiente que me circunda, e possuía uma infelicidade qualquer que foi em parte convertida em satisfação, porque agora eu olho à volta e não consigo deixar de pensar, que a minha cidade é linda, linda, linda, LINDA. Renata Mottironi, nº19, D2 Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD3 Renata Mottironi, nº19, D2