ATUAÇÃO DO ORIENTADOR PEDAGÓGICO EM ESCOLA RURAL DO MUNICÍPIO DE IBIRUBÁ GUAMERIN, Paola1; HARTMANN, Maria Lourdes Backes2 Palavras chave: Supervisionar. Orientar. Educação. Prática Pedagógica INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA O objetivo deste trabalho é compreender a dimensão da atuação do Orientador Pedagógico no contexto de uma escola de Ibirubá, onde a dupla função, de supervisionar e orientar, é desempenhada por um professor da rede. Para tanto, foram necessárias atividades com fins específicos. A metodologia adotada neste trabalho constitui-se de uma pesquisa qualitativa descritiva. Quanto aos instrumentos, foram utilizados como fontes de informação: livros, documentos produzidos pela Secretaria Municipal De Educação do município de Ibirubá, Projeto Político Pedagógico da escola investigada, pesquisas na internet, bem como entrevistas aplicadas a alguns professores e alunos, Diretora e Orientadora Pedagógica da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rincão Seco. No Brasil já foram promulgadas oito constituições, a primeira data de 1824. As demais são dos anos de 1891, 1934, 1946, 1967, 1969 e 1988. Sendo que todas contemplaram a educação escolar, mas é especialmente a partir da Constituição de 1934, que a educação no meio rural recebe maior destaque. Quanto ao ensino rural, pode-se afirmar que a Lei não traz muitas preocupações, além de recomendar que a formação dos educadores para atuar nas escolas rurais primárias, seja dada em estabelecimentos que proporcionem a integração ao meio, visto que as instituições de ensino rurais serviam “para adaptar o homem ao meio” e estimular vocações e atividades profissionais. 1 Acadêmica do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Orientação Educacional e Supervisão Escolar da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ [email protected] 2 Professora do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Orientação Educacional e Supervisão Escolar da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ [email protected] Ibirubá é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Pertence a Mesorregião do Noroeste Rio-grandense e a Microrregião de Cruz Alta. Foi fundado no dia 28 de fevereiro de 1.955. A cidade possui o Centro Regional de Educação Profissional e a Escola Municipal de 1º e 2º Grau - Técnico em Agropecuária - que recebem estudantes de diversas regiões do Rio Grande do Sul para realizar seus estudos. O município conta atualmente com quatro escolas municipais, sendo duas rurais e duas urbanas, além de uma escola multisseriada na área rural, todas elas tendo como mantenedora a Secretaria de Educação do Município. O Coordenador Pedagógico - ensino fundamental atua na Secretaria de Educação e é responsável pelas Escolas de Ensino Fundamental mantidas pela Rede Municipal de Ensino, que conta hoje com quatro escolas municipais e uma multisseriada. A forma de recrutamento desse profissional é através de CC (Cargo de Confiança), ou seja, é indicado pelo prefeito, tendo carga horária de 44 horas semanais. Também no Regimento Escolar da Rede Municipal de Ensino de Ibirubá encontramos que no mesmo consta a definição de Orientador Pedagógico, conforme prevista na lei citada acima. É importante salientar que o Regimento Escolar das Escolas da Rede Municipal é o mesmo para toda rede municipal de ensino, elaborado pelos professores e equipe diretiva das escolas e equipe da SMEC, aprovado pelo Conselho Municipal de Educação. No Brasil, a ação supervisora teve início no século XVI com influência dos Jesuítas, onde estes tinham função de ouvir e observar os professores. Nos Estados Unidos, propriamente no século XVIII, a ação supervisora surge como Inspeção Escolar, no bojo do processo de industrialização. A Supervisão Escolar, ao longo da sua evolução, surge com o propósito fundamental de aprimorar o processo de ensinar e aprender, visando o melhor desenvolvimento de cada educando. A ênfase da atuação do supervisor escolar acontece em diferentes fases, como diante das problemáticas de métodos e técnicas de ensino, da avaliação, dos conteúdos programáticos, do currículo, do desempenho do professor. A sua atuação voltou-se ao professor, num processo de assistência. Recai em mecanismos de avaliação, muitas vezes usados como forma de controle do professor para que cumprissem os programas e objetivos estabelecidos e de elaborar e fornecer planos curriculares. Alguns autores os quais discorrem sobre o tema da Orientação Educacional, nos trazem a história desta, assim com a forma em que se encontra atualmente. Grinspun (2002) reúne todos os artigos sobre o tema Orientação Educacional, situando o profissional desta área em várias questões do cotidiano escolar, seu histórico e como a legislação rege tal trabalho. Na introdução do seu livro, ela situa o leitor na história da profissão, a qual andou sempre junto à educação, “na busca das finalidades de um projeto político-pedagógico formulado para a escola em favor de seus próprios alunos” (GRINSPUN, 2002, p. 17). No Brasil, segundo GRINSPUN (2002), a Orientação Educacional teve início em 1924, também com a função de Orientação Vocacional. Já NÉRICI (1976) acredita que a primeira tentativa de Orientação Educacional no Brasil deve-se à Lourenço Filho, que quando diretor do Departamento de Educação do Estado de São Paulo, criou o “Serviço de Orientação Profissional e Educacional”, em 1931, o qual tinha como maior objetivo, guiar o indivíduo na escolha de seu lugar social pela profissão. As organizações cada vez mais precisam de pessoas responsáveis, dinâmicas, inteligentes, com habilidades para resolver problemas, tomar decisões. Nessa perspectiva devemos identificar as necessidades dos professores e com eles encontrar soluções que priorizem um trabalho educacional de qualidade. Esse trabalho é desenvolvido pelo Coordenador Pedagógico. Esse profissional tem que ir além do conhecimento teórico, pois para acompanhar o trabalho pedagógico e estimular os professores é preciso percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e professores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática Ao fazer uma pesquisa teórica sobre o Orientador Pedagógico, não se encontrou fontes específicas sobre o tema, pois este é visto com os mesmos atributos do Orientador Educacional, onde este se apresenta como uma ferramenta técnica ao predicado pedagógico. METODOLOGIA E RESULTADOS E DISCUSSÕES A acadêmica pesquisadora foi apresentada a escola através de carta específica. Os roteiros das entrevistas foram elaborados pela própria pesquisadora e validado por duas profissionais da área .Os sujeitos que participaram da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os sujeitos desta pesquisa são integrantes da comunidade escolar da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rincão Seco, situada na zona rural, no município de Ibirubá. A pesquisa contou com a participação da orientadora pedagógica, da diretora, de 5 professores e 5 alunos, totalizando 12 entrevistas. Após as entrevistas, foi realizada análise interpretativa e dialética para compreender as diferentes concepções das informações, pertinentes a cada uma das categorias, assim nominadas: diretor, professor, aluno e orientador pedagógico. Para análise e interpretação das diferentes percepções sobre o serviço de Orientação Pedagógica da escola, as informações das entrevistas foram organizadas de modo a permitir o confronto entre os conceitos da função de orientador pedagógico e a ação/percepção exercida pelos diferentes sujeitos na escola pesquisada. CONCLUSÃO O que precisa mudar é a forma como o Orientador Pedagógico apresenta-se na escola, construir seu espaço e definir sua verdadeira função para todos os membros da instituição, pois durante análise das entrevistas podemos observar que alguns professores não se sentiram capazes de responder algumas questões referentes a ação do Orientador Pedagógico, pois segundo eles mesmo, nunca pararam para pensar sobre a verdadeira função desse profissional na escola. REFERÊNCIAS ALARCÃO, Isabel. Ser professor reflexivo. Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto Alegre: Porto, 1996. ARROYO, Miguel Gonzáles; FERNANDES, Bernardo Mançano. A educação básica e o movimento social do campo. Brasília, DF: 1999. CARNEIRO, Moacir Alves. LDB Fácil – Leitura Crítico Compreensiva Artigo a Artigo. FERREIRA, Naura Syria C. Supervisão educacional. Para uma Escola de Qualidade: da Formação a Ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999. GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigmas ealternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2002. RANGEL, M.; ALARCÃO Izabel; LIMA, Elma; FERREIRA, Naura, S. C.Supervisão pedagógica. Campinas - SP: Papirus, 2001.