CHAPTER 4
Incubadoras de estágio único e múltiplo
Introdução
A uniformidade de pintinho de um dia no alojamento é essencial e vem
se tornando cada vez mais evidente que a vitalidade e a uniformidade. O
desempenho e o crescimento de frangos de corte até o peso de abate
dependem da qualidade dos ovos e das condições de incubação.
A incubação em estágio único pode maximizar a qualidade dos ovos e
das condições de incubação.
A utilização de máquinas em estágios múltiplos produz um gasto menor
em relação à outra para os incubatórios. Na incubadora de estágios múltiplos,
o clima entre os ovos dependem da idade de diferentes lotes de embriões no
interior da máquina e, portanto, flutua diariamente. Desta forma, as condições
climáticas em incubadoras em estágios múltiplos não sustentam um
desenvolvimento ideal e uniforme.
Sendo assim, esta revisão irá discutir a utilização das incubadoras de
estágio único e múltiplo, bem como a tendência mundial está para as
próximas décadas.
1. Evolução das máquinas de incubação
Evidências datadas do século IV a.C. mostram que os egípcios, além de
criar galinhas, também eram capazes de fazer incubação de ovos em larga
escala. Tanto o Egito quanto a China Antiga foram sociedades de massa que
dominaram essa tecnologia. Cerca de 4000 anos atrás, os egípcios inventaram
incubatórios capazes de chocar de 10 a 15 mil pintos de uma só vez.
Os egípcios construíram chocadeiras de tijolos de barro nas quais o fogo
era mantido aceso por um assistente que, sem qualquer outro tipo de
termômetro senão a própria pele, ajustava a queima para manter a
temperatura ao nível requerido para a incubação. Estas estruturas não só
serviam para a incubação como também para a criação dos pintinhos até que
eles tivessem preparados para viverem sem aquecimento. Esse processo de
incubação foi uma das mais notáveis realizações tecnológicas dos povos que
construíram as pirâmides (Arashiro, 1989).
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Figura 1. Sistema de incubação dos povos egípcios e chineses na antiguidade.
Na época moderna, apenas recentemente, conseguiu-se construir
chocadeiras em condições de incubar tantos ovos juntos eficientemente. A
originalidade desse método, completamente diferente dos demais encontrados
nas outras partes do mundo antigo, chama atenção não só para a sua
sofisticação técnica, mas para a organização econômica e social dos povos
que o desenvolveram. A evolução da incubação foi um processo gradativo.
O fim do século XX e início do XXI podem ser caracterizados como
épocas do domínio da ciência e da tecnologia, marcadas pelo avanço do
conhecimento de forma bastante generalizada e, principalmente, com foco
voltado aqui, para a produção de alimentos. Isso é um fato que pode ser
constatado após a Segunda Guerra mundial, sendo que o conhecimento
aplicado na forma de tecnologias foi o transformador da Europa faminta em
importante exportador de alimentos, fazendo com que, a tecnologia agrícola
sepultasse a ameaça de fome generalizada no mundo.
A história da incubação artificial representa um dos capítulos mais
interessantes e importantes dentro do cenário do desenvolvimento da
avicultura, tanto como ciência como fator de produção de alimentos. No
Brasil, os avanços tecnológicos no agronegócio foram significativos nas
últimas décadas. Os resultados desse processo podem ser facilmente
mensurados pelos indicadores gerais: Qualidade de Produto (Eficácia) e
Produtividade (Eficiência) cujos atributos de efetividade vêm-nos colocando
como importante produtor mundial de proteína animal, em especial, a de
carne de frango.
Incubadoras de estágio único e múltiplo
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2. Processo de incubação
A incubação artificial é realizada em incubadoras, as quais devem
proporcionar o controle de temperatura, umidade relativa, fluxo de O2 e
CO2. Desvios desses fatores em relação aos respectivos valores ótimos para a
espécie ou linhagem e a duração dos mesmos podem inviabilizar o
desenvolvimento in ovo resultando em um aumento da mortalidade e
conseqüentemente a diminuição da eclodibilidade.
3. Incubadoras
Uma incubadora é uma máquina de grande durabilidade e que não pode
ser trocada com facilidade, pois seu valor e a disposição do incubatório
muitas vezes impedem esta mudança.
No entanto, uma máquina mal escolhida pode trazer problemas futuros
continuados. Ao se estudar a escolha de uma incubadora, o primeiro ponto a
ser certificado é o desempenho da máquina. Isso não é fácil, pois a medida
desse desempenho é sempre comparativa com outras. No entanto, em uma
incubadora em atividade pode-se fazer a avaliação de seu funcionamento,
principalmente pela análise dos resultados de incubação, onde a porcentagem
de nascimento só tem valor se comparada em mesmas condições com outras
incubadoras, de fabricação diferente.
A incubação de ovos é uma atividade complexa. Uma falha nesse
processo pode causar séria ruptura no planejamento, e conseqüentemente, na
lucratividade. Dessa forma, é essencial utilizar equipamentos que forneçam
garantias de confiança, desempenho, tecnologia e serviços, assegurando
controle total da incubação, tanto agora como no futuro.
Para se apreciar o desempenho de uma máquina isolada, os melhores
índices são:
• Prazo de incubação correto: 21 dias + 6 horas, com a grande maioria dos
pintos saindo das cascas a partir do 20º dia + 6 horas. Uma dispersão de
nascimentos pode indicar um mau funcionamento ou defeito intrínseco da
incubadora.
• Qualidade dos pintinhos quanto à aparência, vivacidade e hidratação.
• Análise dos pintinhos não nascidos.
• Bandejas com resultados muito diferentes das outras, ou seja, uma ou
mais bandejas com poucos pintos, de má qualidade, muito atrasados ou
muito adiantados.
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Atendo as principais necessidades ideais para bom desenvolvimento dos
embriões (temperatura, viragem, perda de umidade, teor de CO2 e O2) obtêm
uma maior produção no incubatório.
3.1 Sistemas de incubação
São dois sistemas principais de incubação:
•
•
Por estágio múltiplo.
Por estágio único.
Antigamente ainda se utilizava o espaço da incubadora para nascedouro.
Atualmente todas são com nascedouros separados.
A incubação por estágio múltiplo, onde a incubadora é carregada por
partes, é a mais utilizada industrialmente, pois permite o emprego de
incubadoras de grande porte e muita economia.
O sistema de estágio único, onde cada incubadora é carregada de uma só
vez, é o sistema mais antigo, porém o mais caro. Tem como vantagem a
limpeza, que é total após cada ciclo de 19 dias. O sistema de estágio único
deveria ser utilizado principalmente para ovos de alto risco e ovos que podem
explodir durante o ciclo de incubação, tais como ovos sujos, colhidos em
cama, ovos lavados, ovos de galinhas velhas e ovos mantidos por mais de 20
dias em câmeras frias, etc. é também utilizada em suas versões menores em
granjas de seleção ou reprodução genética pela facilidade de separação de
lotes menores.
São máquinas recomendadas para organizações onde o controle sanitário
é extremo e conduzido com aves livres de determinados agentes patogênicos.
Uma incubadora de estágio único não deve ser vista como solução para
granja que produza ovos com riscos graves de contaminação, seja bacteriana,
virótica ou fúngica. Nesse caso, esse tipo de máquina poderá às vezes
circunscrever um efeito sem, no entanto corrigir a causa.
As incubadoras de estágio único consomem mais energia elétrica para
incubar a mesma quantidade de ovos que uma incubadora de estágio
múltiplo, pois elas não aproveitam o calor animal gerado pelos embriões, a
partir do 13º dia de incubação, para aquecer os mais recentes.
Uma carga única vai exigir, até aproximadamente o 12º dia, um
acionamento freqüente das resistências e, a partir do 15º dia, um acionamento
constante sistema de refrigeração e, se este for por água gelada, o consumo de
energia também é alto.
Incubadoras de estágio único e múltiplo
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3.2 Tipos de incubadora
Incubadoras frontais: São máquinas operadas pela frente e abrindo-se a
porta todos os ovos são acessíveis pela frente.
Incubadoras de tambor: Todas as bandejas são colocadas em um
tambor de viragem e acessíveis pelas portas dianteiras.
Incubadoras túnel: É um sistema pelo qual o carregamento da
incubadora é feito por carros completos de incubação que se movem ao longo
da incubadora nos 18 dias de incubação, entrando pela frente da incubadora e
saindo pela traseira. É um sistema com algumas vantagens quanto ao controle
de limpeza sobre as incubadoras de corredor, sendo, porém críticas quanto à
uniformidade dos ovos incubados e devendo trabalhar sempre completas.
Incubadoras de corredor: É o sistema mais generalizado no mundo
inteiro por suas vantagens em custo, simplicidade e desempenho.
No sistema de corredor, todo o trabalho de carga e descarga é feito pelo
corredor e todos os componentes de aquecimento, viragem, umidade e
ventiladores estão montados em chassi interno sobre o corredor.
3.3 Modelos de incubadoras
1. Incubadora TIPO 1
Figura 2. Incubadoras Mg 62R/e – Mg 124e – Máquinas de médio e grande porte –
tipo carros estágio múltiplo de incubação.
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2. Incubadora TIPO 2
Figura 3. Incubadoras CMg 103R/e- CMg 109R/e – CMg R/e – Máquinas de grande
porte – tipo corredos estágio múltiplo de incubação.
3. Incubadora TIPO 3
Figura 4. Incubadoras Ug – Máquinas de médio e pequeno porte – tipo – tipo carros
estágio único de incubação.
4. Situação da incubação mundial
A incubação moderna está migrando do conceito de estágio múltiplo para
estágio único rapidamente em algumas partes do planeta e de maneira
relativamente morosa em outras partes, como é o caso da América Latina.
Incubadoras de estágio único e múltiplo
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Várias citações de pesquisa afirmam que o estágio único é a escolha mais
natural para as linhagens atuais de alto rendimento e metabolismo (Boerjan,
2004). Com a incubação em estágio único algumas etapas da pré-incubação
são automatizadas, diminuindo-se manejos nos incubatórios, como é o caso
do pré-aquecimento dos ovos antes da incubação.
Seguramente, a maior parte dos incubatórios brasileiros adotam modelos
de incubação denominados estágio múltiplo e, pior do que isso, a idade média
das máquinas utilizadas em nosso país ultrapassa 15 anos. Ou seja,
incubamos embriões cuja evolução genética avançou 15 anos em máquinas
cuja evolução eletrônica e de design (principalmente relacionados á
ventilação e capacidade térmica para aquecimento e refrigeração) remontam
ao século passado, algumas máquinas com design diferenciado já estão
disponíveis no mercado, ver Figura 5. Vê-se que, por muito tempo, a
avicultura brasileira perdeu oportunidades de melhorar ainda mais seus
resultados zootécnicos através da compreensão e atendimento das
necessidades fisiológicas do embrião moderno, condições oferecidas pelos
atuais equipamentos de incubação em estágio único. Felizmente, tais
equipamentos já estão disponíveis no Brasil e a oferta de fornecedores é
relativamente ampla havendo alguns mais e outro menos coerentes com a
fisiologia embrionária.
Entretanto, os incubatórios brasileiros levarão anos, quem sabe décadas,
para se adequarem completamente aos novos conceitos de incubação. Assim,
o que devemos fazer é adequarmos ou, em alguns casos, adicionarmos novos
Figura 5. Visualização esquemática de uma sala de pré-aquecimento com os
componentes básicos sugeridos.
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manejos de incubação para maximizar a exposição do material genético
(principalmente pintos de corte) trabalhado. E, nas operações que adotam o
sistema de incubação estágio múltiplo um desses manejos é o aquecimento
dos ovos momentos antes da incubação, prática denominada pré-aquecimento
ou aclimatação.
4.1 Novo conceito em incubação: AIRSTREAMER - O conceito
AirStreamerTM petersime
O sistema AirStreamerTM está fixando novos padrões para a incubação
em estágio único. Seu conceito e desempenho são verdadeiramente únicos. O
conceito AirStreamerTM está baseado em duas idéias fundamentais:
1. Uniformidade na distribuição do ar em um ambiente totalmente
hermético.
2. Monitoramento on-line constante e manejo do comportamento dos
embriões (Incubação com Bio-RespostaTM). O conceito AirStreamerTM
supera em tudo qualquer outro sistema de incubação. No sistema
AirStreamerTM a eclosão é aumentada e, o mais importante, os pintinhos
têm uma qualidade superior, o que significa: viabilidade, conversão
alimentar e rendimento de carcaça em níveis jamais alcançados. A seguir
as vantagens competitivas do sistema de incubação AirStreamerTM.
AirStreamerTM para incubação em estágio único com alta tecnologia:
Máquinas para ovos de galinhas, perus e patos Capacidades entre 19.200 a
115.200 ovos de galinha. Projetado para operação em estágio único: o
sistema AirStreamerTM trabalha especificamente a incubação em estágio
único. Todos os parâmetros são controlados de forma independente. A
distribuição do ar é consideravelmente melhorada. Nesse sistema é
considerada a elevada produção de calor dos ovos das linhagens modernas.
Incubação com Bio-RespostaTM: O sistema AirStreamerTM se apóia no
princípio da Incubação com Bio-RespostaTM: um sistema baseado na
constante interação entre o embrião e o ambiente da incubadora. Fatores
diversos tais como genética, manejo das matrizes, idade do lote e dos ovos,
tamanho dos ovos, porosidade da casca, etc., dão a cada lote de ovos
características únicas. Apesar disto, os sistemas de incubação tradicionais
somente programam e controlam os parâmetros intermediários de incubação
tais como, índices de ventilação, temperatura e umidade do ar no interior da
incubadora. A Incubação com Bio-RespostaTM se aprofunda muito mais no
processo: pelo diagnóstico on-line da real temperatura do embrião, da
Incubadoras de estágio único e múltiplo
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Figura 6. Mecanismo de funcionamento do sistema de BIO-RESPOSTA.
produção de CO2, da perda de peso dos ovos, etc., o sistema constante e
interativamente aperfeiçoa o ambiente de incubação para cada lote específico
de ovos. Pesquisas científicas e extensivos testes de campo demonstraram
que a eclosão e a qualidade do pintinho bem como o desempenho pósnascimento são muito superiores graças ao controle ativo dos parâmetros de
bio-resposta durante a incubação. As seguintes tecnologias de bioresposta
estão disponíveis nas incubadoras AirStreamerTM: Sistema de Perda de Peso
DinâmicoTM (DWLSTM), Controle de Dióxido CarbônicoTM
(CO2NTROLTM) e OvoScanTM.
Para favorecer o metabolismo no desenvolvimento de um pintinho
saudável, oxigênio tem que ser fornecido e o gás carbônico têm que ser
retirado do ovo na forma de dejetos. Conseqüentemente, a manutenção dos
níveis corretos de CO2 durante todo o ciclo de incubação tem um efeito
benéfico no desenvolvimento do sistema circulatório e no crescimento do
embrião. Além de aumentar o desenvolvimento dos embriões nas
incubadoras, a estimulação pelo controle preciso do CO2 nos nascedouros
conduz a uma melhor eclosão, redução na janela de nascimento e a uma
melhor qualidade do pintinho. Como elemento padrão de todas as
incubadoras e nascedouros AirStreamerTM , o CO2NTROLTM através da
medição on-line dos níveis de CO2 controla a ventilação das máquinas.
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Figura 7. CO2NTROLTM responsável pela medição on-line dos níveis de CO2
controla a ventilação das máquinas.
Para alcançar uma ótima eclosão e qualidade do pintinho de um dia, os
ovos tem que perder certa quantidade de peso durante o processo de
incubação. Para isto, água tem que ser transportada de dentro do ovo, através
da casca, para o ambiente. Pelo controle do nível de umidade na incubadora,
a taxa de perda de água (e, conseqüentemente, o peso) pode ser conduzida,
levando em conta a condutância do vapor d’água através da casca do ovo, do
lote específico de ovos dentro da máquina. O Sistema patenteado de Perda de
Peso DinâmicoTM (DWLSTM) efetua a pesagem on-line dos ovos durante
todo o período de incubação. Os níveis de umidade são automaticamente
ajustados para alcançar o perfil adequado de perda de peso desde o
carregamento até a transferência dos ovos. O DWLSTM é um elemento
padrão em todas as incubadoras AirStreamerTM com controle FOCUSTM.
Figura 8. Dispositivo de Pesagem especialmente projetado para efetuar a pesagem de
uma bandeja de incubação Petersime carregada de ovos.
Incubadoras de estágio único e múltiplo
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Os pintinhos que são incubados em uma temperatura ótima têm um
rendimento extraordinário. Com o sistema patenteado OvoScanTM, a
temperatura da incubadora é continuamente ajustada em resposta à real
temperatura da casca do ovo a fim de alcançar a temperatura desejada/ótima
do embrião. Deste modo, se garante um controle preciso do desenvolvimento
metabólico do embrião. Pela incorporação desta característica se reduz
consideravelmente a mortalidade embrionária e se eleva ao máximo o índice
de eclosão. Além disso, se produz um pintinho de um dia de qualidade
superior, garantindo uma significativa melhora no desempenho pósnascimento (viabilidade, ganho de peso). O OvoScanTM está disponível
como um opcional para todas as incubadoras AirStreamerTM com controle
FOCUSTM.
OvoScanTM
Figura 9. OvoScanTM posicionado em uma bandeja de incubação Petersime.
Pesquisa intensiva e desenvolvimento dos equipamentos Petersime
resultaram no revolucionário conceito de incubação AirStreamerTM. Uma
característica fundamental do conceito AirStreamerTM é o sistema de
circulação de ar, que oferece vantagens importantes aos usuários.
Construção simétrica
A viragem sincronizada assegura que a distribuição do ar no interior da
incubadora permanece em equilíbrio o tempo todo, independentemente da
entrada de ar fresco, posição da viragem ou estágio de desenvolvimento
embrionário.
A incubação em estágio único pode maximizar a eclodibilidade e a
uniformidade dos pintos para cada tipo de ovo. É reconhecido que os fatores
relacionados à incubação influenciam o desempenho de frango de corte
(Decuypere et al., 2001), uma vez que esses fatores são mais controláveis em
incubadoras de sistemas de estágio único.
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Figura 10. Sistema de funcionamento de incubadoras de estágio único da
AirStreamerTM.
O tamanho dos incubatórios aumentou, e hoje a produção de mais de dois
milhões de pintos por dia não é uma exceção e, também observamos uma
transição gradual da incubação em estágios múltiplos para a incubação em
estágio único.
5. Tecnologias utilizadas em incubadoras de estágio múltiplo
5.1 Utilização de redes neurais na incubação artificial
A avicultura é um dos setores que mais investem em equipamentos,
tecnologias, inovação, manejo e sanidade (CHIOCCHETTA et al., 2001).
O uso da informática é um dos quesitos básicos para a troca de
informações dentro das organizações. As Redes Neurais Artificiais (RNA’s)
são um sistema que processam informações de maneira distribuída e paralela
através de uma unidade processamento (neurônio) interconectada a outros
neurônios que geram uma saída (CORRÊA et al, 2001). As RNA’s são
conhecidas e utilizadas em diversas áreas, como na predição de índices
financeiros, identificação de células cancerosas, entre outras aplicações. No
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81
gerenciamento avícola ainda é uma novidade, embora Francisco et al (2000)
tenha demonstrado a importância desta ferramenta para simular
acontecimentos, por exemplo, simular diferentes quantidades de ração
administradas as aves e obter predições a respeito de cada quantidade
diferente.
Vem sendo estudada a utilização das redes neurais artificiais (RNAs)
como instrumento de monitoramento do processo de incubação de ovos,
especificamente na estimação de parâmetros de temperatura e concentração
molar de dióxido de carbono (CO2) em incubadoras. As redes foram
utilizadas para relacionar a influência dessas variáveis no desempenho da
incubação. A aplicação da Inteligência Artificial foi proposta e comparada
com o método matemático de mínimos quadrados na previsão da
eclodibilidade dos ovos no processo de incubação artificial.
As redes neurais artificiais (RNAs) tem sua origem na inteligência
artificial. São formadas por elementos de processamento, análogos aos
neurônios biológicos, chamados neurônios artificiais. Estes neurônios são
dispostos em camadas altamente interconectadas e processam sinais de
entrada para gerar uma saída. As camadas da rede podem ser categorizadas
como camada de entrada, onde informações disponíveis são apresentadas a
rede, e camadas intermediarias ou ocultas, onde os neurônios interagem entre
si, e a camada de saída, a qual contem a resposta a uma determinada entrada.
Redes neurais artificiais é uma técnica genérica para mapear e relacionar
dados de entrada e saída de um sistema, sem saber detalhes (YANG et al.,
2003). A esta definição genérica pode-se acrescentar que são meios de
computação paralelos onde as informações não ficam armazenadas em um
ponto especifico e sim distribuídas por toda a rede, em suas unidades de
processamento e suas conexões (BRASIL, 1999).
Recentemente, o uso de redes neurais para capturar a dinâmica não-linear
tem sido extensivamente pesquisada (MORRIS et al., 1994, TED SU & Mc
AVOY, 1997). O principal objetivo na modelagem através da rede neural é
predizer acuradamente o comportamento dinâmico ou estacionário de forma a
monitorar e melhorar a performance do processo (SRIDHAR et al., 1996).
Porém, a grande dificuldade da utilização de uma RNA é a necessidade de
um conjunto relativamente grande de dados de entrada/saída do processo para
seu treinamento, o que nem sempre está disponível ou possível de obtenção.
As redes neurais mais utilizadas na área de modelagem e controle de
processos são do tipo feedforward – compostas de uma camada de entrada,
saída e uma ou mais camadas intermediarias. O número de neurônios
artificiais para a camada de entrada é diretamente proporcional ao numero de
variáveis de entrada do processo que se deseja identificar, do mesmo modo
acontece com os neurônios da camada de saída. A quantidade de camadas
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Wagner Azis Garcia de Araújo & Luis Fernando Teixeira Albino
intermediárias e o número respectivo de neurônios artificiais devem ser
estimados por tentativa e erro, de acordo com o maior índice de correlação na
validação da rede neural.
A base do funcionamento do equipamento é um controlador
microprocessado, que possui um programa para manter os ovos dentro de
uma condição de conforto. Controla a temperatura e umidade em torno dos
ovos para um bom desenvolvimento embrionário. A condição de conforto é
delimitada por valores em torno do ponto de controle da temperatura de
bulbo seco e de bulbo úmido, com operação normal para o intervalo de
controle de 0,2ºF (± 0,1ºF).
Figura 11. Fluxograma do processo de incubação artificial.
Figura 12. Mapeamento por coluna e linha do carro.
Incubadoras de estágio único e múltiplo
83
Figura 13. Posicionamento dos carros amostra e irmãos no interior da incubadora no
período de zero a 6 dias de incubação.
Figura 14. Posicionamento dos carros amostra e irmãos no interior da incubadora no
período de 6 a 12 dias de incubação.
Figura 15. Posicionamento dos carros amostra e irmãos no interior da incubadora no
período de 12 a 18 dias de incubação.
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Figura 16. Identificação das torres no interior da câmara de eclosão no período de 18
a 21 dias de incubação.
Para o treinamento da rede neural utilizaram-se exemplos de temperatura
e umidade relativa coletados com o registrador de dados eletrônico
(Fieldlogger) conjugado aos sensores durante todo o processo de incubação
artificial. Desta forma, a rede neural foi treinada com um conjunto de dados
de entrada (condições operacionais) e saída.
A arquitetura do sistema neural utilizada é constituída de uma rede neural
do tipo feedforward com algoritmo de treinamento denominado
retropropagação (bacpropagation) com três camadas, composta de 3
neurônios de entrada (tempo, temperatura e umidade relativa de incubação),
10 neurônios na camada intermediária e um de saída (temperatura da bandeja
com ovos). O treinamento foi realizado com taxa de momento e de
aprendizagem adaptativa. As Figuras 17 e 18 apresentam a arquitetura neural
do sistema para a predição da temperatura entre as bandejas com ovos:
O modelo proposto, uma RNA com algoritmo de aprendizado do tipo
backpropagation apresentou um ótimo desempenho. Nos testes realizados
pôde -se observar com precisão a previsão do perfil de temperatura entre as
bandejas ao longo do período de incubação (R2 = 0,9834), indicando que a
metodologia proposta pode ser utilizada em um sistema supervisório.Outra
variável estimada foi a concentração molar interna de dióxido de carbono
(CO2) na incubadora, pois em altas concentrações, este gás provoca a morte
do embrião e não obstante diminui os níveis de oxigênio (O 2). Um conjunto
de exemplos foi apresentado à rede, a qual extraiu automaticamente as
características necessárias para representar as informações fornecidas,
podendo explicar 97,88% destas variações. A aplicação e o sucesso
das RNAs em problemas de predição não é novidade no meio científico.
Incubadoras de estágio único e múltiplo
85
Figura 17. Arquitetura neural do sistema para a predição da concentração molar de
CO2 no interior da incubadora.
Figura 18. Arquitetura neural do sistema para a predição da eclodibilidade dos ovos.
Pesquisadores das mais diversas áreas aplicando RNAs obtêm bons
resultados em problemas cujo objetivo é abstrair padrões de dados passados e
extrapolar para o futuro. Outra facilidade das RNAs é que estas são, em
essência, modelos não paramétricos, ou seja, modelos que não especificam
condições sobre os parâmetros da população da qual se extraiu a amostra.
86
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5.2 Utilizações de dispositivos de controle
Os reflexos da temperatura de incubação baixa ocasionam retardo no
desenvolvimento embrionário e diminuição do ritmo de batimento cardíaco,
com atraso de nascimento, má formação do animal e umbigo não cicatrizado.
Temperaturas altas promovem aceleração no desenvolvimento do embrião
com má posição embrionária, umbigo mal cicatrizado, pouca penugem,
bicagem e nascimentos adiantados (GUSTIN, 2003). A temperatura ideal
para obtenção de bom desempenho zootécnico está em torno de 37,8°C e que
a variação desta não deve ser superior a ± 0,3°C, uma vez que variações desta
amplitude provocam impacto muito grande na incubação, dilatando o período
de nascimento.
Um experimento foi realizado durante um lote de produção da linhagem
Hybro-PG em incubatório comercial de frangos de corte, localizado no
município de Amparo, no Estado de São Paulo.
Os dados de variáveis são coletados no interior de incubadora múltiplo
estágio de incubação, tipo corredor através de data loggers HOBO® H8
RH/Temp/2 alocados no centro geométrico de cada um dos quadrantes
delimitados no interior da máquina (Figura 19).
Após a coleta de dados, estes são analisados através do Software Surfer®
– Surface Mapping System – Versão 6.01, para obtenção dos mapas de
contorno e verificação da homogeneidade do equipamento quanto às
variáveis analisadas. Exemplo de dados coletados em uma incubadora de
estágio múltiplo estão apresentados na Tabela 1, e demonstrados nas Figuras
20 e 21, respectivamente.
Figura 19. Esquema de posicionamento de data loggers no interior da incubadora de
frangos de corte.
Incubadoras de estágio único e múltiplo
87
Tabela 1. Amostra de dados coletados no interior da incubadora de múltiplo.
Figura 20. Exemplo de Mapa de contorno da temperatura no interior da incubadora.
Figura 21. Exemplo de Mapa de contorno da umidade relativa no interior da
incubadora.
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Wagner Azis Garcia de Araújo & Luis Fernando Teixeira Albino
Através desse mecanismo de controle pode-se obter o um maior
rendimento uma vez que o controle torna-se preciso em toda a incubadora.
6. Conclusões
É fundamental como em todo processo industrial, uma análise do custo /
benefício da opção a ser adotada em todo o processo produtivo para validar a
performance dos equipamentos na realidade de cada empresa a qualidade da
mão de obra e manejo são fundamentais para obtenção de resultados
satisfatórios um programa de manutenção preventiva e corretiva pode fazer a
diferença para cumprimento das metas.
Deve-se adotar o uso de tecnologias a fim de maximizar o desempenho
do incubatório.
7. Referências Bibliogáficas
1.
2.
3.
4.
5.
Boerjan, M. Single Stage is the most natural choice. Pas Reform Academy,
2004.
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IN: SOBER – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA RURAL.
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CORRÊA, W.; JACINTO, P.; SILVA,A. Descrição e previsões de series de
preços e índices de produção agrícola no Brasil: uma abordagem através dos
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA RURAL. Anais...,2001.
FRANCISCO, D.; GUAHYBA, A.; SALLE,C.T.; Utilização de Redes Neurais
Artificiais na Avaliação de Dados Sorológicos de Reprodutoras Pesadas para
DNC, BI e IBD em uma Empresa Avícola e a sua Relação com os Parâmetros de
Produção. In: XII Salão de Iniciação Cientifica e IX Feira de Iniciação Cientifica.
Anais..., Porto Alegre, 2000.
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