WITTGENSTEIN E AS INVESTIGAÇÕES
FILOSÓFICAS
Prof. Ms. José Edmar Lima Filho
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Introdução
 Kaufmann: todo filósofo aponta uma
nova direção. Só Wittgenstein fez isso
duas vezes.
 Investigações
filosóficas
(1953):
publicação póstuma
 Ainda que aborde o problema sob
outra perspectiva, a questão das
Investigalções se concentra também na
linguagem.
 O texto póstumo é redigido quando
Wittgenstein retorna a Cambridge.
 As Investigações marcam uma nova fase no pensamento
wittgensteiniano, gestada desde 1929.
 Há muitas críticas sobre as Investigações, sobretudo feitas por
Russell, para quem o texto não possuía nenhum
ensinamento importante.
CONTINUIDADE OU DISTINÇÃO?
 Mesmo
entre os estudiosos de
Wittgenstein não há consenso se as duas
fases representam etapas distintas ou
uma unidade.
 IMPORTANTE! Introdução da noção
de significado da palavras como uso (IF,
§ 43 e 432).
 Tanto no TLP quanto nas IF, porém, o
problema fundamental é o de depurar a
linguagem dos erros causados pela
metafísica.
 “[...]
as Investigações destacam a possibilidade de uma
multiplicidade de linguagems e descartam a crença na existência
de uma linguagem privada, quer dizer, uma linguagem que tenha
inteligibilidade apenas para mim. O uso das palavras exige que
todos as compreendam” (PENHA, 1995, p. 51).
 A proposta das IF é a de investigar as convenções vigentes na
linguagem ordinária – surgimento da tese da funcionalidade e
validade da linguagem vulgar, que supõe a existência de uma
gramática natural não subordinada a uma lógica pura
 Renúncia à ideia de que a tarefa da linguagem é reproduzir objetos
sobre os quais fala (TLP).
 Nas IF, Wittgenstein admite que a
linguagem é uma questão do uso
de certos sons, o que faz que
exista uma pluralidade de jogos
linguísticos, cada qual detentor de
regras próprias
 Cf. IF § 31.
CONTRA A LINGUAGEM PRIVADA
 A tese central de Wittgenstein é de que o uso das palavras impõe
que todos a compreendam (cf. IF, § 256).
 A ideia de uma linguagem privada conflita com a noção do sentido
público da palavra que Wittgenstein defende nas IF. Aceitar uma
linguagem privada seria o mesmo que admitir que nenhuma palavra
pode descrever nossos estados mentais.
SENTIDO DA
PALAVRA
 A linguagem não tem uma essência; por isso, nas IF
Wittgenstein desenvolve a teoria de que o sentido de uma
palavra deve ser buscado na forma como ela é empregada, ao
invés de se localizar nas relações que ela mantêm com um
objeto.
 Cf. IF, §§ 43; 432.
 Daí a necessidade de se investigar as formas primitivas de
utilização das palavras, como as empregadas pela criança
quando aprende a falar.
 Cf.VICO, G. Scienza nuova.
IMPORTANTE!!!
 Se no Tractatus as palavras articuladas em proposições
descrevem fatos como quadros, nas IF elas são ferramentas,
utensílios.
 cf. IF, § 23.
 O significado de uma palavra é, portanto, seu uso na língua.
Como isso se dá?
 Cf. IF, §§ 40 (conceito de denotação); 1.
 O significado de uma palavra depende de sua conexão
proposicional.
TEORIA DOS JOGOS DE LINGUAGEM
 A linguagem se realiza em distintos e
múltiplos jogos
 JOGOS
DE LINGUAGEM: modelos
reduzidos mediante os quais são mostrados
modos
bastante
simplificados
de
funcionamento
da
linguagem.
Consequentemente, são as diversas maneiras
de se usar a linguagem adotando-se regras
próprias.
 Cf. IF, §§ 1-2.
 Com a ideia dos jogos de linguagem,
Wittgenstein abandona a tese do atomismo
lógico do Tractatus, destacando o primado
da linguagem sobre as palavras.
 Cf. IF, § 31.
 A linguagem, portanto, se renova por meio do aparecimento
progressivo e contínuo de novos jogos. Nesse sentido, a
linguagem é histórica.
 A consequência disso é que a atribuição de um nome às coisas
é um jogo de linguagem.
 Cf. IF, § 27.
 O uso é, então, o que determina o significado das palavras,
como as ferramentas de um operário.
 Cf. IF, § 11.
 A postura de Wittgenstein é a de afastamento da definição
ostensiva (crítica a Agostinho - cf. IF, §§ 1-64).
 Cf. IF, § 28.
E OS PROBLEMAS FILOSÓFICOS?
 Eles, simplesmente, não existem! São
decorrência de erros dos filósofos, que
se preocupam com o que não existe,
por acreditarem em uma essência da
linguagem, em algo encoberto por ela.
 Há apenas, portanto, perplexidades!
 “o fascínio que o homem sente pelas
questões filosóficas se origina da sua
luta contra os limites da linguagem.
[...] trata-se de uma luta vã, pois a
filosofia apenas ensina ao homem a
maneira de ver as questões filosóficas –
não lhe cabe, nem ela pode, explicar
nada” (PENHA, 1995, p. 60).
 Cf. IF, § 126.
 A linguagem é a origem das confusões filosóficas.
 Cf. IF, §§ 110; 194; 11.
 Por essa razão, a filosofia deve ser uma atitude de combate.
 Cf. IF, § 109.
 Para resistir ao encantamento produzido pela linguagem,
Wittgenstein sugere o retorno ao fenômeno linguístico, o que
faz que a filosofia tenha um objetivo terapêutico, uma vez que
ela nos cura de falar sem sentido.
 Crítica radical à metafísica como doença; o filósofo deve iluminar e
superar essa patologia (cf. IF, § 309).
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