HISTÓRIA
1ª QUESTÃO
Angelo Agostini (1833-1910) expressou sua crítica a D. Pedro II em uma caricatura publicada na Revista
Ilustrada, em 1887.
a) Conforme a imagem, qual é a crítica de Agostini ao Imperador?
b) Indique e explique um processo que expresse a situação de crise vivida no final do Império.
Resolução:
a) Angelo Agostini criticava o imobilismo do Imperador diante dos problemas enfrentados pelo Império
brasileiro no final da década de 1880.
b) A crise vivida pelo Império pode ser explicada por uma série de fatores, a saber: transformações
socioeconômicas derivadas da expansão cafeeira, imigração estrangeira, fim do tráfico negreiro,
crescimento da campanha abolicionista, e o aumento do movimento republicano.
2ª QUESTÃO
"Não resta dúvida de que foram os escritos de Wycliff que acenderam as primeiras centelhas desta
revivificação. Depois um sábio boêmio de Praga, chamado Jerônimo, visitou a Inglaterra, travando
conhecimento com vários lollardos, em cujos ensinos se embebeu. Em seguida, voltou para a sua cidade,
onde ensinou as novas doutrinas com zelo e bom êxito. Num período ainda posterior (1404), dois ingleses
de Cantuária também tinham ido a Praga, e ali manifestaram sentimentos antipapais."
a) Cite o nome do movimento do qual as personagens citadas no texto foram precursoras.
b) Analise uma motivação política e uma econômica desse movimento.
Resolução:
a) O aluno deveria citar a REFORMA PROTESTANTE.
b) Os conflitos políticos entre autoridades da Igreja Romana e governantes das monarquias europeias.
Tais governantes desejavam para si o poder espiritual e ideológico da Igreja e do Papa, muitas vezes
para assegurar o direito divino dos reis. Práticas como a usura eram condenadas pela ética católica
romana, assim a burguesia capitalista que desejava altos lucros econômicos sentir-se-ia mais
"confortável" se pudesse seguir uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista, necessidade
que foi atendida pela ética protestante e conceito de Lutero de que a fé sem as obras justifica
Algumas causas econômicas para a aceitação da Reforma foram o desejo da nobreza e dos
príncipes de se apossar das riquezas da igreja romana e de ver-se livre da tributação papal que, apesar de
defender a simplicidade, era a instituição mais rica do mundo, se ainda não o é. Também na Alemanha, a
pequena nobreza estava ameaçada de extinção em vista do colapso da economia senhorial. Muitos desses
pequenos nobres desejavam as terras da igreja. Somente com a Reforma, estas classes puderam
expropriar as terras.
Durante a Reforma na Alemanha, autoridades de várias regiões do Sacro Império RomanoGermânico, pressionadas pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam
sacerdotes católicos das igrejas, substituindo-os por religiosos com formação luterana.
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3ª QUESTÃO
Se, para o historiador, a Idade Média não pode ser reduzida a uma ―Idade das Trevas‖, para o senso
comum ela continua a ser lembrada dessa maneira, como um período de práticas e instituições ―bárbaras‖.
Com base na afirmação acima, indique e descreva
a) duas contribuições relevantes da Idade Média.
b) duas práticas ou instituições medievais lembradas negativamente.
Resolução:
a) A Idade Média legou importantes contribuições para a posterioridade: inovações como um novo modo
de utilizar o moinho de vento e a invenção de um novo tipo de arado; o desenvolvimento expressivo da
arquitetura; e o desenvolvimento no campo das ideias, a preservação e difusão da filosofia clássica e o
modelo de universidade, vigente até hoje.
b) A ideia de ―Idade das Trevas‖ foi concebida no Renascimento, reforçada pelo Iluminismo. Para o senso
comum, uma prática do período, a alquimia — embrião da química —, relacionava-se normalmente à
bruxaria. As práticas inquisitoriais da Igreja levaram à perseguição de pessoas e grupos que
questionassem a instituição. A própria Igreja era vista equivocadamente como monopolizadora do
saber, mas controlava principalmente o saber erudito. Outra instituição feudal era a servidão, lembrada
negativamente como a submissão dos camponeses à exploração da nobreza.
COMENTÁRIO
A Idade Média teve seus momentos de contribuição cultural da mesma forma que os demais períodos da
História, como a prática de exploração de determinados grupos sociais e o uso da violência. Portanto, não
deve ser interpretada de maneira anacrônica ou somente com críticas.
4ª QUESTÃO
Analise os documentos a seguir.
Art. 1º. As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encontradas nos
portos do Brasil, tendo a seu bordo escravos, ou havendo-os desembarcado, serão apreendidas pelas
autoridades, ou pelos navios de guerra brasileiros, e consideradas importadoras de escravos.
Art. 4. A importação de escravo no território do Império fica nele considerada como pirataria, e será punida
pelos seus tribunais com as penas declaradas no Código Criminal.
LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓZ, de 4 de setembro de 1850. Disponível em: <http://www.gptec.cfch.ufrj.br/html/eusebio.html>. Acesso em:
26 out. 2012. (Adaptado).
Art. 1º. Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra.
Art. 18. O Governo fica autorizado a mandar vir anualmente à custa do Tesouro certo número de colonos
livres para serem empregados, pelo tempo que for marcado, em estabelecimentos agrícolas, ou nos
trabalhos dirigidos pela Administração pública, ou na formação de colônias nos lugares em que estas mais
convierem; tomando antecipadamente as medidas necessárias para que tais colonos achem emprego logo
que desembarcarem.
LEI DE TERRAS, de 18 de setembro de 1850. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L0601-1850.htm>. Acesso em:
26 out. 2012. (Adaptado).
A promulgação da Lei Eusébio de Queiróz e da Lei de Terras revela uma preocupação latente com a
definição do estatuto da escravidão e da propriedade fundiária no Brasil. Com base nos documentos
apresentados e considerando-se o contexto do Segundo Império, explique
a) uma consequência socioeconômica da implementação da Lei Eusébio de Queiróz, no Rio de Janeiro;
b) as mudanças na estrutura produtiva brasileira, proporcionadas pelas duas leis.
Resolução:
a) A implementação da Lei Eusébio de Queiróz teve as seguintes consequências socioeconômicas para a
cidade do Rio de Janeiro (o candidato deve indicar apenas uma):
- inversão dos investimentos aplicados no tráfico de escravos para a consolidação da infraestrutura da
cidade. Nesse sentido, as ações podem assim ser descritas: 1) implantou-se a malha ferroviária, a partir
de 1864, bem como a primeira linha de telégrafo, em 1852; 2) ampliou-se o sistema bancário;
- intensificação do comércio de produtos com a Europa, que incidiu no aumento das importações de bens
de consumo;
- melhorias na estrutura urbana da capital, que podem ser identificadas por meio da construção de
palácios, do calçamento de ruas, da instalação de iluminação a gás e de bonde com tração animal.
b) As leis, aprovadas com uma diferença de duas semanas, transformaram diretamente a estrutura
econômica do Segundo Império. Por um lado, a implementação da Lei Eusébio de Queiróz trouxe como
consequência a diminuição da oferta de mão de obra escrava, necessária à manutenção da vida
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econômica nacional, principalmente em São Paulo, onde a cafeicultura utilizava-se do trabalho
compulsório em larga escala. Na indisponibilidade da utilização da mão de obra escrava, o incentivo à
imigração foi o mecanismo substitutivo encontrado, capaz de evitar a crise da economia nacional. Ao
mesmo tempo, a implementação da mão de obra livre foi feita de modo condicional, com o objetivo de
garantir o controle da propriedade fundiária, restringindo-lhe o acesso – esse controle e restrição foram
normatizados pela Lei de Terras. Com a implementação dessa lei, o acesso a terra, que antes era
considerada sem valor, ficou restrito àqueles que possuíam condições de adquiri-la por meio da compra
e de registrá-la. Esse dispositivo visava impedir que os trabalhadores recém-chegados pleiteassem a
posse do solo onde trabalhavam e, ao mesmo tempo, tornou-os dependentes das relações de trabalho
impostas pelos proprietários da terra. Em virtude disso, por um lado, ambas as leis garantiram que o
instrumento promotor da riqueza individual permanecesse nas mãos da elite proprietária, por outro, sua
aplicação modificou a estrutura produtiva da agricultura brasileira.
Resolução:
a) Angelo Agostini criticava o imobilismo do Imperador diante dos problemas enfrentados pelo Império
brasileiro no final da década de 1880.
b) A crise vivida pelo Império pode ser explicada por uma série de fatores, a saber: transformações
socioeconômicas derivadas da expansão cafeeira, imigração estrangeira, fim do tráfico negreiro,
crescimento da campanha abolicionista, e o aumento do movimento republicano.
5ª QUESTÃO
Considere os dois trechos de documento a seguir:
1º trecho (século XI):
―I- A Igreja Romana foi fundada só pelo Senhor. (...)
III- Só ele [o pontífice romano] pode depor ou absolver os bispos. (...)
IX- O papa é o único homem a quem todos os príncipes beijam os pés. (...)
XII- É-lhe permitido depor os imperadores. (...)‖
(Papa Gregório VII – 1075 apud ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos medievais. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1981, p. 289)
2º trecho (século XIV):
―E aprendemos das palavras do Evangelho que nesta Igreja e em seu poder estão duas espadas, a
espiritual e a temporal. Uma espada, portanto, deverá estar sob a outra, e a autoridade temporal sujeita à
espiritual. (...) Por tudo isso que declaramos, estabelecemos e definimos que é necessário para a salvação
de toda criatura humana estar submetida ao pontífice romano‖
(Papa Bonifácio VIII, 1302 apud ESPINOSA, Fernanda.Antologia de textos medievais. Lisboa: Sá da Costa Editora, p. 337-338).
Identifique nesses dois trechos o conflito a que os dois papas se referem e explique as razões de sua
persistência no período da Baixa Idade Média europeia.
Resolução:
O primeiro trecho, anterior ao século XI, destaca a importância da Igreja Católica do ponto de vista religioso.
O Papa Gregório VII preocupou-se com as questões de fé e os problemas internos que afetavam os
membros do clero, grande parte deles com uma vida desregrada.
O segundo trecho, posterior ao século XIV, preocupa-se com a relação entre o poder religioso e espiritual,
representado pelo poder da Igreja; e o poder dos reis, temporal, representado pelas monarquias que, na
Baixa Idade Média, viviam um processo de fortalecimento, com a formação das nações.
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expressou sua crítica a D. Pedro II em uma caricatura