Áreas Prioritárias para Conservação, ARPA e
Desmatamento na Amazônia
III Seminário Técnico-científico de
análise dos dados de desmatamento na
Amazônia Legal
São José do Campos, 27-28/072005
Arpa - Áreas Protegidas da Amazônia
• O Programa Arpa é uma iniciativa do Governo Brasileiro
(MMA e Ibama) e parceiros –estados e municípios,
GEF/Banco Mundial, KfW/GTZ, WWF e Funbio, entre
outros
• Seus objetivos são a identificação de áreas prioritárias,
definição de propostas e declaração de novas unidades
de conservação, sua implementação e sua manutenção a
longo prazo
Áreas prioritárias para conservação do programa Arpa
versus
desmatamento da Amazônia
•
As áreas prioritários do Arpa foram definidas tomando como referência as áreas
prioritárias do PROBIO, por iniciativa governamental, mas decididas com participação
da sociedade e seus cientistas, com atenção especial para as prioridades em termos de
declaração de novas unidades de conservação
•
Analisou-se a evolução do
desmatamento nos
períodos 2001–02 e 200304 nas áreas prioritárias
para a definição de novas
unidades de conservação
do Programa Arpa
Áreas prioritárias Arpa e o desmatamento
10 polígonos (8 de extrema importância) apresentaram
acréscimo no desmatamento em porcentagens superiores a
10% da sua área no período 2001-04, dos quais 2 com mais de
25% e 1 com mais de 50%
Acréscimo desmatamento 01-04 Número de áreas
1 - 10 %
26
10 - 25 %
7
25 - 50 %
2
> 50 %
1
27/81 áreas prioritárias do
Programa ARPA (MMA)
tem mais de 10 % de sua
área desmatada, sendo
que 7 mais de 50 %
Importância biológica
Estado
Área (ha)
Desmat 2004
%
extrema importância
PA
206429.88
20826.18
10.09
grupos regionais
PA
440294.89
51207.65
11.63
muito alta importância
MT
517518.63
67055.26
12.96
extrema importância
MT
503.45
70.96
14.09
grupos regionais
AM
96502.25
16362.02
16.96
grupos regionais
AM
51633.57
8936.11
17.31
extrema importância
MT
536878.39
93744.04
17.46
extrema importância
PA
1333533
387846.98
29.08
extrema importância
TO
306812
97021.76
31.62
grupos regionais
PA
223513.05
70863.04
31.7
extrema importância
RO
28568.8
9717.11
34.01
extrema importância
AM
194088.57
66892.58
34.46
extrema importância
MT
2379009.64
840242.97
35.32
extrema importância
AM
672372.05
246407.5
36.65
extrema importância
RO
97780.8
37203.73
38.05
extrema importância
MT
1491174.34
578285.87
38.78
extrema importância
RO
415512.25
176358.4
42.44
muito alta importância
AC
64684.91
30393.48
46.99
extrema importância
PA
929305.96
439884.93
47.33
extrema importância
PA
3406038.13
1851191.95
54.35
grupos regionais
AC
194586.16
112692.62
57.91
muito alta importância
AC
48371.45
28730.7
59.4
extrema importância
RO
11862.29
8032.29
67.71
muito alta importância
PA
10769.58
7920.27
73.54
extrema importância
TO
89130.84
72060.78
80.85
muito alta importância
PA
51735.62
48685.92
94.11
extrema importância
PA
369138.94
369138.94
100
Fonte: PRODES-INPE
Fonte: PRODES-INPE
Fonte: PRODES-INPE
Áreas prioritárias Arpa e o desmatamento
• Áreas dos polígonos propostos pelo ARPA por Estado e suas taxas de
desmatamento
Estado
Área proposta ARPA (ha)
Desmatamento 2004 (ha)
%
Incremento
2004
Roraima
3,484,685.62
7,589.1
0.22
0.00
Amapá
4,199,270.46
48,700.9
1.16
0.00
Amazonas
15,572,589.43
317,081.6
2.04
0.04
Pará
23,203,625.33
1,621,244.7
6.99
0.49
Acre
3,589,794.45
423,685.5
11.80
0.64
Tocantins
106,127.22
12,765.0
12.03
0.57
Rondônia
1,313,219.47
238,982.9
18.20
1.08
Mato Grosso
12,559,486.41
3,398,438.1
27.06
2.44
Ecorregiões versus desmatamento
Ecorregião
Tepuis
Analisou-se a evolução do
desmatamento dos
períodos 2001-02 a 200304 nas ecorregiões do
bioma amazônico, sendo
que 5 já apresentam mais
de 10 % de sua área
desmatada
Área Total (ha)
Desmat em 2004 (ha)
%
98,685.70
11.32
0.01
Florestas Úmidas do Solimões-Japurá
3,617,884.39
8,101.95
0.22
Florestas Úmidas das Guianas
7,169,331.35
16,407.03
0.23
11,363,972.06
42,542.21
0.37
8,064,073.41
33,299.10
0.41
24,256,321.91
128,734.34
0.53
Florestas Úmidas do Negro-Branco
4,881,718.83
34,631.92
0.71
Florestas Úmidas de Caquetá
1,277,332.82
11,175.27
0.87
Florestas Úmidas do Japurá-Solimões-Negro
23,563,351.21
275,382.46
1.17
Várzea do Purus
14,447,186.01
314,628.80
2.18
Florestas das Várzeas de Marajó
8,767,712.40
302,046.83
3.44
Savanas das Guianas
7,789,905.55
318,274.57
4.09
Florestas Úmidas do Purus-Madeira
17,400,849.71
709,024.69
4.07
Florestas Úmidas do Uatumã-Trombetas
47,255,448.15
1,933,014.87
4.09
Sudoeste da Amazônia
31,800,093.99
1,376,441.29
4.33
992,576.73
79,327.89
7.99
33,657,550.62
2,643,644.47
7.85
6,676,914.38
547,115.00
8.19
65,947,302.39
11,133,887.85
16.88
3,120,085.45
603,861.10
19.35
Florestas Secas do Mato Grosso
41,400,717.60
10,375,888.18
25.06
Florestas Úmidas do Xingú-Tocantins-Araguaia
26,624,072.72
7,370,441.59
27.68
Florestas Úmidas do Tocantins-Pindaré
19,362,911.38
8,938,315.56
46.16
Florestas de Altitude das Guianas
Campinarana do Rio Negro
Florestas Úmidas do Juruá-Purus
Várzea de Gurupá
Florestas Úmidas do Tapajós-Xingú
Várzea de Monte Alegre
Florestas Úmidas do Madeira-Tapajós
Várzea de Iquitos
Fonte: PRODES-INPE
Áreas prioritárias PROBIO versus desmatamento
Analisou-se a evolução do desmatamento dos períodos 2001-02 a 2003-04
nas áreas prioritárias do PROBIO para o bioma amazônico
Áreas prioritárias segundo sua importância
%
desmatamento
extremamente
alta
%
muito
alta
< 20
%
alta
214
87
88
84
< 40
15
6
8
< 60
11
4
< 80
4
< = 100
3
Total
247
%
insuficientemente
conhecida
%
7
88
21
91
8
0
0
1
4
6
6
1
13
1
4
2
1
1
0
0
0
0
1
2
2
0
0
0
0
105
8
23
Propostas apresentadas no II Seminário
Desmatamento - 2004
•
Dar maior prioridade ao Programa Arpa
•
Promover maior integração com outros programas e ações
governamentais e com os estados
•
Priorizar declaração de novas UCs (ou ampliação)
• critérios: integração, estudos existentes, importância ecológica, Arco
do Desmatamento, proteção integral, áreas maiores
1 ano depois
• Manter ênfase e prioridade ao Programa Arpa,
aumentando sua utilização pelos governos (federal e
estaduais) e promovendo cada vez maior integração
com outros programas e ações governamentais
(federais e estaduais)
• Fortalecer esforços para, a médio prazo, buscar a
implementação das áreas protegidas, com apoio dos
atores sociais, inclusive os locais => desenvolvimento de
capacidades e meios de gestão e avaliações de efetividade.
Criação de Unidades de Conservação
COP7 Resolution
Programme of Work on Protected Areas
Programme Element 1
1.1.2 As a matter of urgency, by 2006, take action to establish or expand protected areas in
any large, intact or relatively unfragmented or highly irreplaceable natural areas, or areas
under high threat, as well as areas securing the most threatened species in the context of
national priorities[69], and taking into consideration the conservation needs of migratory
species.
Criação de unidades de conservação
Metas de criação de
UCs ( 2 x 90 000 km2)
da 1° fase do
programa Arpa (2007)
Uso sustentável próximo ao valor
definido
1.6
15.0
milhões de hectares
Proteção Integral ultrapassada em 02/05
18.0
potencial
para 2006
4.9
12.0
9.0
potencial
para 2005
2.0
1.4
6.0
9.0
3.0
9.0
9.9
5.9
UC criadas
(Fev. 2005)
-
metas 1° fase
uso
metas 1° fase
sustentável
proteção
integral
Ainda é prioridade: declaração ou ampliação de
Unidades de Conservação
•
•
declaração de UCs são um instrumento efetivo para lidar com
desmatamento
alguns critérios:
•
•
•
•
•
•
UCs que fortaleçam a integração com outros programas ou das UCs
(existentes ou potenciais) entre si
UCs baseadas em estudos existentes, incluindo identificação de áreas
prioritárias e propostas de criação de UCs
importância ecológica e grau de ameaça da área, incluindo atenção para as
áreas no “Arco do Desmatamento” (especialmente Mato Grosso, Maranhão, sul
do Amazonas e centro-sul do Pará) => Completar o Mosaico da Terra do
Meio
preferência por UCs de proteção integral, mas dentro de lógica de mosaico,
incluindo as UCs de uso sustentável, todas em apoio ao desenvolvimento =>
entorno da BR-163
prioridade para as áreas maiores ou com potencial de contribuição para
conectividade entre áreas protegidas
existência de demanda social ou política local ou regional
Analise de lacunas e planejamento sistemático
da conservação
COP7 Resolution
Programme of Work on Protected Areas
Programme Element 1
1.1.5 By 2006 complete protected area system gap analyses at national and regional levels
based on the requirements for representative systems of protected areas that adequately
conserve terrestrial, marine and inland water biodiversity and ecosystems. National plans
should also be developed to provide interim measures to protect highly threatened or highly
valued areas wherever this is necessary. Gap analyses should take into account Annex I of
the Convention on Biological Diversity and other relevant criteria such as irreplaceability of
target biodiverisity components, minimum effective size and viability requirements, species
migration requirements, integrity, ecological processes and ecosystem services.
Planejamento sistemático da conservação
•
Abordagem estruturada orientada para os objetivos de
representatividade e persistência de um sistema de unidades
de conservação (Margules & Pressey 2000 e Cowling et al.,
2003)
•
No contexto do planejamento sistemático da conservação não
existe um único mapa de áreas prioritárias para conservação e
sim mapas de alternativas para atingir as metas de
conservação.
identificação de
objetos de
conservação
Processo de identificação de
prioridades de conservação
análise das
informações
disponíveis
definição das metas
de conservação
análise de
representatividade
das UCs existentes
avaliação da
viabilidade dos alvos
de conservação
análise de custos
e
oportunidades
seleção e
delineamento de
uma rede de UCs
definição
de
prioridades
Revisão por
especialista
s
1 Identifica e engaja as partes
interessadas
2 Identifica objetos de
conservação
3 Compila os dados disponíveis
4 Determina metas de
conservação
5 Avalia a representatividade
das UCs existentes
6 Seleciona novas UCs
7 Cria e implementa as UCs
8 Mantem e monitora as UCs
Priorização de ações: vulnerabilidade dos objetos
de conservação
•
Probabilidade ou iminência da destruição ou alteração do alvo de conservação
•
Análise qualitativa
• baseado no conhecimento de especialistas
• ex: espécies ameaçadas de extinção (lista IUCN)
•
Análise quantitativa
• Séries temporais
• Taxas de desmatamento, ocupação ou fragmentação
• Modelagem do uso das terras
• Potencial agrícola
•
Vulnerabilidade versus insubstituibilidade => definição de prioridades para as
ações de conservação
Vulnerabilidade
•
Q1 Vulnerabilidade alta
• Insubstituibilidade alta
• Alvos vulneráveis com poucos
substitutos
• Flexibilidade 0
•
Q2 Vulnerabilidade alta
• Insubstituibilidade baixa
• Alvos vulneráveis com muitos
substitutos
• Flexibilidade no espaço
•
Q3 Vulnerabilidade baixa
• Insubstituibilidade alta
• Alvos pouco vulneráveis com
poucos substitutos
• Flexibilidade no tempo
•
Q4 Vulnerabilidade baixa
• Insubstituibilidade baixa
• Alvos pouco vulneráveis com
muitos substitutos
• Flexibilidade espaço-temporal
Noss et al. 2002
Analise de lacunas regionais baseadas em
planejamento sistemático da conservação
•
•
•
•
•
Ecorregião da Serra do Mar
Cerrado e Pantanal
Várzea Amazônica
Programa Arpa
Estado de Goiás
Várzea
Parceiros
• ProVárzea/ Ibama
• Ana Albernaz MPEG
• Bob Pressey - NPWSNSW
mapa de insubstituibilidade
Áreas prioritárias para conservação
Programa Arpa
.
Meta
Construção de uma base de
dados para avaliação da
insubstituibilidade do bioma
Amazônico
Avaliar a representatividade
do sistema de UCs atual
Avaliar a vulnerabilidade a
perda de biodiversidade
Revisar as áreas prioritárias
para criação de unidades de
conservação
Identificação de Áreas Prioritárias para
Conservação no Estado de Goiás
Parcerias
•
•
•
•
AGMA
CI – Brasil
Banco Mundial
WWF-Brasil
Análise de Lacunas e Proteção Atual
32%
43%
25%
Não
Protegida
Parcialmente
Protegidas
protegida
Ausente
Parcial Abrangida
Alvos de conservação:
96 unidades fito-geomorfológicas e áreas inundáveis
80 espécies ameaçadas
Em vez de áreas prioritárias
para conservação temos
prioridades de conservação
incluindo a fundamental
criação de unidades de
conservação e outras como
priorização para
implementação de UCs,
restauração ecológica e
conexão de fragmentos.
Evolução dos métodos
Qualitativos
Sobreposição de mapas
Prioridade para locais com
pouca proteção
Quantitativos
(Modelagem)
Desenho de cenários
prioridades para locais com
alta complementariedade
Padrões de distribuição de
biodiversidade
Processos ecológicos
Conclusão
Alem da declaração de UCs por oportunidades precisamos
criar segundo princípios de planejamento sistemático da
conservação como representatividade, insubstituibilidade,
complementariedade, eficiência, persistência e
vulnerabilidade
Obrigado !
Laboratório de Ecologia da Paisagem - LEP-WWF
Sidney T. Rodrigues
Ekena R. Pinagé
Vevila Rezende
Andre T. Baby
Luana Carvalho
Carlos A. de Mattos Scaramuzza
Download

WWF - OBT